Caso Juan: secretário de Segurança e chefe de Polícia Civil negam falhas nas investigações - O DIA, 02/07/2011
Para tentar justificar os equívocos e contradições nas investigações do caso Juan, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame e a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, afinaram ontem seus discursos.
Além de afirmar que não aconteceram falhas até agora durante todo o percurso das investigações, os dois isentaram a 56ª DP (Comendador Soares) de ter demorado a dar início, por exemplo, às buscas ao menino. De acordo com a delegada, até agora 38 pessoas entre testemunhas e familiares das pessoas envolvidas já foram ouvidas na delegacia.
— No primeiro momento, apurava-se um confronto com um suposto traficante baleado. Assim que se descobriu que havia um menino desaparecido, o curso das investigações mudou — disse a delegada.
O secretário disse ao “RJ-TV” que, caso fique comprovado que houve participação dos policiais militares no desaparecimento de Juan, eles serão exemplarmente punidos.
“Todos os esforços estão sendo feitos no sentido de encontrar o Juan e apurar as circunstâncias do seu desaparecimento. Qualquer servidor público envolvido será punido. Posso garantir que o caso Juan está sendo tratado com todo cuidado”, disse.
Buscas continuam
Pelo terceiro dia consecutivo, policiais militares e a Companhia de Cães da PM realizaram buscas para tentar encontrar pistas de Juan na região da comunidade Danon, em Nova Iguaçu. Eles seguiram indicações de pessoas que ligaram para o Disque-Denúncia (2253-1177).
Até a tarde desta sexta-feira, o serviço havia recebido 14 telefonemas com a possível localização de Juan.
Durante uma hora e meia, dois locais foram visitados com a ajuda de dois cães farejadores, um pastor alemão e um pastor holandês. Na Rua Serra do Barracão, no Bairro Valverde, os policiais percorreram por 40 minutos a mata fechada dentro de uma propriedade particular. Eles tiraram fotos de um buraco escavado recentemente na propriedade, mas nenhum sinal de Juan foi encontrado.
Em seguida, os PMs foram à Rua Marcos Alexandre de Faria, no Bairro Iolanda, a cerca de três quilômetros de onde Juan teria desaparecido. Novamente, em vão. As buscas foram encerradas às 12h30m.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a procura continuará à medida em que forem chegando mais informações. A Companhia de Cães também foi colocada à disposição dos investigadores da Polícia Civil.
Martha Rocha fala sobre o Caso Juan
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 2 de julho de 2011
CASO JUAN - SECRETARIO DE SEGURANÇA E CHEFE DA PC-RJ NEGAM FALHAS
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