ZERO HORA 06/07/2011
Foram presos no final da tarde de ontem o policial militar Rubem Edson Gomes dos Santos e o policial civil Carlos Ferreira de Abreu, suspeitos de serem informantes do tráfico de drogas na zona norte de Porto Alegre. A relação dos dois policiais com criminosos foi revelada em reportagem do programa Teledomingo, da RBS TV, com base em escutas feitas com autorização da Justiça desde dezembro do ano passado por investigadores da 12ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, que apuravam a liderança de Giovani Melo, o Gordo Sacola, no tráfico na Vila Santa Rosa.
– Nós já tínhamos suspeitas anteriores e acabamos trabalhando em conjunto com a 12ª DP para flagrar, nas escutas autorizadas, o crime do policial militar – explica o comandante do 20º BPM, coronel Paulo Ricardo Quadros.
Foi ele quem deu voz de prisão ao soldado do seu batalhão ontem. O PM Rubem atuava no policiamento ostensivo, mas desde a última quinta-feira, quando o processo chegou às mãos da Corregedoria da Brigada Militar, ele estava limitado aos serviços internos do batalhão. Ontem, foi encaminhado ao Batalhão de Polícia de Guarda, onde permanecerá preso.
Também no final da tarde, o delegado Omar Abud, titular da 22ª DP, cumpriu o mandado de prisão preventiva do agente Carlos Ferreira, da sua delegacia, que estava em casa. Ele foi apresentado à 2ª DPPA.
De acordo com o delegado César Carrion, que comanda as investigações, a Justiça determinou ontem a prisão de pelo menos outras 11 pessoas envolvidas com a quadrilha desarticulada na semana passada, que funcionava como uma empresa.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
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