Policiais tomam saguão do Palácio Piratini e exigem audiência com Tarso. Categoria reivindica mudança na matriz salarial e definição de calendário de pagamentos - Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo, 20/07/2011 18:48
Cerca de 100 policiais civis e militares tomaram o saguão do Palácio Piratini, na tarde desta quarta-feira, e exigiram uma audiência com o governador Tarso Genro. Os manifestantes, todos diretores - na Capital e no interior -, do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Policia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM) e da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), que congrega cabos e soldados , queriam uma resposta quanto à questão salarial.
Os diretores das três entidades foram recebidos pelo assessor de gabinete de Tarso, Celso Alberici. Ficou acertado, de acordo com o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, que nesta quinta-feira as entidades receberão a resposta quanto a data de uma audiência com o governador. “Dependendo da resposta, o bicho vai pegar”, afirmou Ortiz.
Os policiais se concentraram no hall do Palácio. Segundo os manifestantes, houve invasão do local. O Piratini afirma que os sindicalistas apenas entraram na sede do Executivo gaúcho, pois “não haveria necessidade de uma invasão, uma vez que sempre são recebidos pelo governador”. As entidades já têm um calendário de mobilização no interior do Estado, que culminará com uma passeata em Porto Alegre.
No início da tarde, houve uma reunião dos conselhos das associações de classe – da qual participaram apenas os diretores –, no plenarinho da Assembleia. A discussão foi sobre o piso das duas entidades, que em 2014 chegaria a R$ 3,5 mil. “Reivindicamos aumento de 25% ainda este ano e retroativo a março passado”, disse o presidente da ASSTBM, Alex Caiel. “Também queremos mudança na matriz salarial e definição de um calendário de pagamento dos aumentos, até atingir os R$ 3,5 mil”, ressaltou Caiel. É reivindicado também aposentadoria especial e a criação de novas vagas para promoções.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É questão de tempo para que a intolerância inicie a produzir seus efeitos nas tropas policiais civil e militar e no corpo de bombeiros. Os policiais e bombeiros gaúchos não mais aguentam receber salários miseráveis para pagar os riscos de morte, os enfrentamentos contra armas de guerra, o descaso governamental, o estresse, a precariedade financeira e as dificuldades para retirar das ruas uma bandidagem cada vez mais ousada e cruel.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
PIOR SALÁRIO - POLICIAIS GAÚCHOS TOMAM SAGUÃO DA SEDE DO GOVERNO RS
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