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quinta-feira, 21 de julho de 2011

MATILHA POLICIAL CONTRA BANDIDOS E DROGAS

Efetivo para cachorro: Denarc quer ampliar canil para reforçar combate ao tráfico. Duas cadelas trabalham para o departamento em operações na Região Metropolitana. Vanessa Beltrame - O GLOBO, 21/07/2011 | 06h10min

Dois jovens talentos revelados na Polícia Civil, Dana e Brida se divertem cada vez que entram em ação. E não é porque andam sobre quatro patas, desarmadas e sem distintivo que deixam de ser uma ameaça ao tráfico de drogas na Região Metropolitana. As duas labradoras são os únicos cães farejadores a serviço do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) na Grande Porto Alegre e, quando podem, auxiliam em operações especiais em outras regiões do Estado.

Na madrugada de quarta-feira, as duas cadelas de pelo negro acompanharam os policiais na Operação Alley, que resultou na prisão de 16 pessoas em Montenegro, no Vale do Caí. No meio do lixo, encontraram pedras de crack que serão utilizadas como provas contra os suspeitos.

Porém, devido às longas viagens e à falta de adestradores — o Denarc tem apenas um inspetor que treina os animais —, outras operações no Interior são realizadas sem a ajuda de cães farejadores.

Segundo o delegado Heliomar Franco, diretor do Denarc, este quadro deve mudar até o fim do ano. Um projeto em fase de desenvolvimento vai transformar a estrutura improvisada na garagem do departamento em um canil modelo com acomodações adequadas para, pelo menos, oito cachorros. O plano também prevê a contratação de mais um adestrador.

— O projeto de reestruturação está quase concluído. O trabalho desses animais é essencial e eles merecem um tratamento mais digno. Com esse reforço, poderemos atender toda a demanda do Interior e ter até um cachorro em cada região — afirma o delegado.

Atualmente, outros dois cachorros são treinados pelo inspetor André Vizeu, 37 anos, o único apto a adestrar os cachorros no Denarc: uma pastora belga malinois, batizada de Hydra, e um labrador chamado PC.

O único macho da equipe canina veio de Santa Rosa para receber adestramento na Capital e deve voltar à cidade natal em breve para ajudar nas operações de combate ao tráfico na região. Como PC, há uma fila de cães esperando treinamento. Pela falta de espaço físico e de profissionais, não é possível hoje acomodar mais cachorros no Denarc.

— O cão divide o trabalho e ajuda a diminuir o estresse do policial. Ele localiza o entorpecente com facilidade onde o homem não conseguiria, e o policial fica mais tranquilo para se preocupar com a segurança — relata Franco.

Vizeu, que treina cães farejadores há mais de 12 anos, conta que Brida e Dana já encontraram drogas embaixo de pisos falsos e até dentro de uma boneca - objeto fora de qualquer suspeita. A expectativa do instrutor é que o efetivo canino seja reforçado em breve.

— No treinamento, é como se convidássemos uma criança para jogar bola. Eles adoram a brincadeira — diz.

O treinamento

Ao contrário do que muitos pensam, os cachorros não são viciados em drogas. Vizeu explica que, desde pequenos, eles são treinados em brincadeiras com bolas de tênis ou tubos de PVC recheados com maconha ou cocaína, o que aguça o instinto do animal. Dessa maneira, mesmo sem ter contato direto com os entorpecentes, eles reconhecem o cheiro quando chegam a locais em que estão (ou estiveram) guardadas drogas e buscam o objeto "para brincar".

O treinamento pode durar entre quatro meses e um ano. O ideal é que o adestramento comece quando cão tenha entre seis e sete meses de idade. Para ser aceito como farejador, o cachorro precisa ser curioso, resistente e não demonstrar medo.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A Matilha que define o coletivo de cães de caça é a designação apropriada para definir o grupo canino policial treinado para caçar bandidos, drogas e até celulares nas cadeias. É um reforço e tanto, muito utilizado pelas forças armadas e policiais em todo o mundo.

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