ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PROTESTO CONTRA MORTE DE ADOLESCENTE EM AÇÃO PM

ZERO HORA 30 de dezembro de 2013 | N° 17659

CARLOS WAGNER E EDUARDO TORRES

AÇÃO POLICIAL

Bloqueio de vias e protestos contra morte de adolescente. Familiares negam que jovem de 15 anos, morador da Bom Jesus, tenha disparado contra soldados


Moradores da Bom Jesus, uma das áreas mais violentas de Porto Alegre, estão se mobilizando para depor no inquérito policial que apura a morte de Lucas Linhares Mineiros, 15 anos, o Rabicó, atacante do time da comunidade, o Só Fumaça. Na madrugada de sábado, ele foi morto a tiros por uma patrulha do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 11º Batalhão de Polícia Militar. No final da tarde de ontem, um grupo de moradores ateou fogo em sacos de lixo e bloqueou o cruzamento das avenidas Protásio Alves e Saturnino de Brito.

Há duas versões para a morte de Lucas. Os três soldados do POE, envolvidos na ocorrência, dizem que reagiram ao ser alvejados pela vítima e outras duas pessoas. A família de Lucas, porém, diz que teria havido uma execução.

A abordagem aconteceu por volta da 1h30min. Segundo os policiais, a patrulha do POE se deslocava por um dos becos, conhecido como Rua A, até abordar três pessoas que estariam em atitude suspeita. Ainda de acordo com a versão dos PMs, o grupo teria reagido e disparado contra os soldados. Na troca de tiros, Lucas teria sido alvejado. Ele teria sido socorrido pela BM, mas morreu no Hospital Cristo Redentor. O adolescente foi sepultado no Cemitério Jardim da Paz.

– A região do confronto tem histórico de tráfico, inclusive, o adolescente (Lucas) já foi apreendido por estar traficando drogas. No local, também foi apreendida uma arma calibre .40, municiada e com a numeração raspada – disse o tenente-coronel Eduardo Biacchi, comandante do 11º BPM.

Conforme Biacchi, os policiais militares se deslocavam para apoiar uma patrulha da BM que estava envolvida em outra ocorrência. De acordo com o oficial, nas últimas semanas a presença de soldados foi reforçada na área porque estaria havendo uma disputa entre traficantes por pontos de droga na região.

– Essa é a versão que temos dos fatos, o que realmente aconteceu deverá ser apontado pelo Inquérito Policial Militar (IPM) que foi instaurado – afirmou o comandante.

Lucas havia sido apreendido por suposto envolvimento com tráfico. No dia 16 agosto, a polícia o deteve com 33 petecas (11 gramas) de cocaína. No sábado, diz Márcia da Silva Linhares, mãe do adolescente, ele estava indo para uma festa acompanhado de amigos. Ela conta que, por volta das 22h de sexta-feira, ele chegou em casa, tomou um banho, vestiu-se e disse que estava indo a um baile funk. Fabrício Mendes Marques, 28 anos, padrasto da vítima, contou que na manhã de sexta-feira um traficante havia sido preso pela patrulha da BM, que já tinha prendido um traficante na vila.

Lucas e outros dois amigos seguiram por um dos becos rumo ao baile. No meio do caminho, teriam deparado com três policiais do POE.

– Eles nos deitaram no chão e começaram a nos revistar. Foi quando ouvi o som de tiros e eles começaram a arrastar o Lucas – contou um amigo que estava com o garoto quando ele foi baleado e que pediu para ter o seu nome preservado.

As mobilizações de ontem marcaram o segundo dia de protestos pela morte de Lucas. No final da tarde de sábado, moradores haviam bloqueado a Avenida Ipiranga nas imediações da Antônio de Carvalho.


Cena do crime não foi preservada

A morte de Lucas Linhares Mineiros será investigada pela 1ª Delegacia de Homicídios, vinculada ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). O delegado João Paulo de Abreu, que respondia no final de semana pela delegacia, afirmou que parentes do garoto e possíveis testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias.

– Nós não conseguimos ir ao local do crime. Os brigadianos teriam socorrido o rapaz e não guarneceram a cena do crime. Então, não foi possível a perícia naquele momento – afirma o delegado.

Segundo ele, dois policiais militares do 11º BPM se apresentaram na delegacia confirmando que foram os autores dos disparos que mataram o adolescente. Alegaram, no entanto, que responderam ao ataque anterior do adolescente. O delegado encaminha o inquérito considerando um crime de homicídio doloso – quando há intenção de matar.

– Durante o inquérito é que vai se apurar se os policiais militares agiram em legítima defesa – explica Abreu.

O delegado solicitou o exame residuográfico nas mãos de Lucas para saber se há vestígio de pólvora. A intenção era também solicitar exames de balística na pistola para determinar se foram feitos disparos. O Instituto-geral de Perícias (IGP), porém, não está realizando esses exames há pelo menos dois meses por falta de sala adequada. As pistolas dos soldados também foram entregues ao comando do batalhão.


AS VERSÕES - O que teria acontecido

DE ACORDO COM A BRIGADA MILITAR 
- Segundo policiais envolvidos na ocorrência, a patrulha do POE se deslocava por um dos becos da Bom Jesus, conhecido como Rua A, até abordar três pessoas que estariam em atitude suspeita. O grupo teria reagido e disparado contra os soldados. Na troca de tiros, Lucas teria sido alvejado. Ele teria sido socorrido pela BM, mas não resistiu.

SEGUNDO UMA TESTEMUNHA - Uma testemunha ouvida por Zero Hora diz que Lucas e outros dois jovens teriam sido deitados no chão e revistados. Durante a suposta revista, Lucas teria sido baleado, arrastado para dentro de uma viatura e levado para o Hospital Cristo Redentor.



domingo, 29 de dezembro de 2013

É PRECISO DESMILITARIZAR A POLÍCIA?


FOLHA.COM 28/12/2013

SIM!

MARCELO FREIXO
ESPECIAL PARA A FOLHA



DESMILITARIZAR A PM JÁ


O que a sociedade deve esperar de policiais militares que, ao longo de sua formação, são obrigados por seus superiores a se sentar e a fazer flexões sobre o asfalto escaldante, que lhes provoca queimaduras nas mãos e nas nádegas?

Como esses soldados, submetidos a um treinamento cruel e humilhante, se comportarão quando estiverem patrulhando as ruas e atuando na "pacificação" das comunidades? Como uma instituição que não respeita os direitos de seus membros pode contribuir com a democracia?

Dar respostas a essas perguntas se tornou ainda mais urgente após a morte do recruta da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, em novembro. Membro da 5ª Companhia Alfa, ele foi parar no CTI (centro de terapia intensiva) do hospital central da PM após ser submetido a um treinamento que mais pareceu uma sessão de tortura, no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças).

Além de Paulo, outros 33 recrutas passaram mal e 24 sofreram queimaduras nas mãos ou nas nádegas. Segundo relatos de colegas, quem não suportava os exercícios sob a temperatura de 42 graus Celsius –a sensação térmica era de 50 graus Celsius– levava um banho de água gelada ou era obrigado a se sentar no asfalto.

E o caso não é isolado. Após a morte de Paulo, o Ministério Público ouviu recrutas da 5ª Companhia Alfa. Eles confirmaram os castigos cruéis e contaram que os oficiais não davam tempo suficiente para que se hidratassem. Alguns tiveram que beber água suja na cavalaria. Segundo informações da enfermaria da unidade, alunos chegaram a urinar e vomitar sangue. O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a morte como homicídio.

Até policiais experientes não resistem a esses treinamentos. Neste mês, na Bahia, os soldados Luciano Fiuza de Santana, 29, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34, morreram após passarem mal num teste de aptidão física para ingressar no Batalhão de Choque. Outros precisaram ser hospitalizados.

A tragédia envolvendo o recruta fluminense e os policiais baianos, infelizmente, não é só do Rio e da Bahia, mas de toda a sociedade brasileira. Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática.

Ninguém precisa ser submetido a exercícios em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Em vez de se preocupar em formar soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público.

Desde as manifestações dos últimos meses em todo o país, quando os excessos da PM e a sua dificuldade em conviver com o regime democrático ficaram evidentes, o debate sobre sua desmilitarização se tornou urgente. A PM é uma herança dos anos de chumbo, uma força auxiliar do Exército. Mas o que nós precisamos é de uma instituição civil.

Nesse sentido, é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia.

Esse debate deve envolver os próprios policiais e as organizações da sociedade civil. Essa proposta não significa estar contra a polícia, mas estar a favor dos servidores da segurança pública e da cidadania.


MARCELO FREIXO, 46, professor de história, é deputado estadual pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) no Rio de Janeiro

NÃO!

ALVARO BATISTA CAMILO
ESPECIAL PARA A FOLHA


DEPRECIAR, DESMERECER, DESMILITARIZAR


O desconhecimento do que é a Polícia Militar no Brasil leva as pessoas a pensarem, erroneamente, em treinamento de guerra e inimigos. Segundo esse pensamento, a desmilitarização seria a solução para eventuais deslizes e ações violentas.

Só neste ano, em São Paulo, mais de 55 policiais militares perderam a vida defendendo o cidadão e cerca de 400 ficaram feridos, alguns com sequelas para o resto da vida. Isso aconteceu porque eles internalizaram valores que lhes foram transmitidos no consistente e demorado curso de formação, reiterados pelos comandos diuturnamente.

O militarismo nas polícias é a forma de internalizar valores éticos, morais, de ordem e respeito às pessoas. Essa conduta é responsável por tornar os policiais militares homens e mulheres diferenciados por seu comprometimento com a defesa da vida e da dignidade, morrendo por seu ideal, se necessário for. Pelos indicadores apontados, isso não é apenas retórica.

A polícia de hoje é uma polícia cidadã, focada na prestação de serviço. O policial militar não tem inimigo a ser eliminado. Tem um infrator da lei que deve ser preso e entregue à Justiça (Giraldi, 1999).

Todo treinamento nas escolas da Polícia Militar –todas de nível superior– tem esse foco. Há uma disciplina específica de direitos humanos e seus conceitos, junto com a filosofia de polícia comunitária e de gestão pela qualidade, norteiam as ações policiais. Lá se ensina que a razão de ser da polícia é o cidadão.

Os erros e desvios, quando acontecem –e acontecem, como em qualquer profissão–, são rigorosamente punidos por meio de uma corregedoria forte e atuante, que não sobresta procedimentos, que não transfere policial como solução, que não prescreve aposentadoria com salário integral como punição, que não se intimida e expulsa os policiais que não honram seu "compromisso com o cidadão" (slogan da PM de São Paulo em 2010).

Agora que os indicadores não estão tão bons, fala-se muito em mudanças. Mas se ignora que a Polícia de São Paulo foi o fator fundamental no maior exemplo de combate à criminalidade no mundo ao fazer cair os homicídios nas 645 cidades do Estado consecutivamente por 12 anos em 72%.

Destaque-se: a queda não se efetivou em apenas uma cidade, como Bogotá ou Nova York.

Erra quem compara os indicadores de letalidade policial com aqueles existentes nos Estados Unidos e demais países com legislação forte e poucos confrontos. Não considerar essas premissas é o mesmo que comparar banana com laranja.

Caro leitor, a Polícia Militar exerce papel principal nessa conquista, pois o indicador cai quando o crime não acontece. Para isso, é fundamental a prevenção feita pela PM, com planejamento e inteligência, de forma competente.

Cada país tem a sua peculiaridade, o seu arcabouço legal, a sua herança cultural, e no Brasil não é diferente. As Polícias Militar, Civil e Federal têm missões definidas e se completam, na medida de sua competência constitucional. Precisamos aperfeiçoá-las, com melhor treinamento e salários dignos, e exigir que cada vez mais prestem melhores serviços aos cidadãos, aprimorando os seus processos demissórios para banir de seus quadros aqueles que não se enquadrarem na nova ordem.

A Polícia Militar é o sustentáculo da democracia, a garantidora do Estado democrático de Direito, o último anteparo do cidadão contra a criminalidade e, em muitos locais, o único. Devemos trabalhar para que ela melhore sempre, a cada dia, dentro do princípio da melhoria contínua que também a norteia. Depreciá-la, desmerecê-la, desmilitarizá-la é um grande erro.


ALVARO BATISTA CAMILO, 52, administrador de empresas, é vereador de São Paulo pelo PSD. Foi comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (de 2009 a 2012)

sábado, 28 de dezembro de 2013

PM SÃO PRESOS POR ROUBAREM MÃE DE TRAFICANTE

G1 RIO - 27/12/2013 20h30

Vídeo mostra PMs de UPP roubando mulher no Morro São Carlos, Rio. Dois policiais militares confessaram roubo de R$ 540 de mãe de traficante. Dupla está no Batalhão Prisional da PM; veja imagens feita por morador.

Do G1 Rio




No início da semana, o RJTV mostrou a prisão por roubo de dois policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do São Carlos, no Estácio, Zona Norte do Rio. Nesta sexta-feira (27), o telejornal exibiu imagens do momento do crime (veja na reportagem ao lado).

Um morador do São Carlos registrou a abordagem dos PMs no último sábado (21) na comunidade. Um dos soldados aparece colocando a mão na bermuda de uma mulher. Pouco depois, ele mostra o dinheiro.

Segundo a Polícia Civil, os PMs Andrey Ross e Tarso Mendonça confessaram ter pego R$ 540 da mãe de um traficante. Os dois estão presos no Batalhão Prisional da PM e vão responder por roubo.



Do G1 Rio


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

LIGAÇÃO NARRA SUPOSTO ASSASSINATO COMETIDO POR PMS JÁ JULGADOS E ABSOLVIDOS

TV GLOBO FANTÁSTICO, 22/12/2013 23h43

Testemunha narra suposto assassinato de homem por PMs. Crime teria sido cometido por policiais da Tropa de Elite de São Paulo. Esses PMs já foram julgados e absolvidos.




O Fantástico mostra, com exclusividade, uma ligação telefônica, onde uma testemunha narra, em tempo real, os detalhes de um crime. Um crime que teria sido cometido por policiais da Tropa de Elite de São Paulo. Esses PMS já foram julgados e absolvidos. Mas a Justiça mandou os soldados de volta para o banco dos réus .

PM: PM, boa noite.
Mulher: Moço, eu to aqui na Via Parque e os policial, desceu um homem da viatura e deu tiro nele.
PM: Deu tiro em quem?
Mulher: Deu tiro no cara. Desceu um cara da viatura e deu tiro nele.

A ligação telefônica foi feita à polícia, pelo 190, na noite do dia 28 de maio do ano passado. A chamada é de uma moradora da Zona Leste de São Paulo. Nervosa, ela diz que policiais atiram em um homem.

Mulher: São três policial.
PM: Os três atiraram?
Mulher: Eu não sei se atiraram os três. Eu to longe, não da pra mim ver direito. Mas é uma pessoa. Eu vi quando o homem começou a brigar com ele. Ele desceu da viatura, aí começaram a brigar, aí ele foi e deu 3 tiro.

O carro da Polícia Militar que a testemunha viu estava parado no acostamento da Rodovia Ayrton Senna, uma das principais estradas do estado de São Paulo.

Mulher: Ai, mais tiro, ai meu Deus. Ele está atirando e vai atirar de novo. Ai misericórdia. Ai, Jesus, mais tiro. Isso é a queima-roupa mesmo, viu.

De acordo com a investigação, o homem levado na viatura pelos três policiais estava sendo socorrido depois de ser baleado em uma troca de tiros, no estacionamento de um restaurante naquela mesma região. Ali, uma quadrilha discutia a libertação de bandidos das cadeias do estado. Na versão oficial, Anderson Minharo foi levado ainda com vida para um hospital, mas não resistiu. Não é o que conta a testemunha que ligou pra polícia.

Mulher: Ai, ai mais tiro, mais tiro, ai meu deus. Não, não sei o nome da avenida, ele está dando mais tiro, acho que o homem está resistindo, meu Deus. Ai moço, pelo amor de Deus.

O policial tenta identificar o local do crime.

PM: Qual o endereço?
Mulher: Eu não sei explicar. É aqui perto do Parque do Tiete, o começo da Via Parque.
PM: Eu não conheço aí.
Mulher: Eu também não sei falar, não sei o nome da avenida.

A testemunha se apavora.

Mulher: Ai, mais tiro, ai, mais tiro, ai moço.
PM: Aguarda na linha, por favor.

Em seguida, os policiais vão embora, levando o homem na viatura.

Mulher: Ele acabou de jogar ele dentro do carro, acabou de tirar ele do chão e jogaram dentro do carro, mortinho. Acabou. Agora já estão indo embora, é da Rota sim, deu pra ver. É viatura da Rota.

Câmeras de fiscalização da rodovia registraram a viatura da Rota parada por 12 minutos. É o mesmo local citado pela testemunha e no mesmo horário da chamada para o 190. Os três policiais acabaram presos na mesma semana.

Segundo o Ministério Público, tudo o que a testemunha contou por telefone foi comprovado durante as investigações. A promotoria não tem duvida de que os policiais executaram o homem nesse trecho da rodovia naquela noite.

Os três policiais foram julgados em novembro do ano passado. E deram uma mesma versão. Diferente do que mostra o telefonema da testemunha. Segundo eles, a parada no acostamento foi pra socorrer um dos policiais, que estava com câimbras, como contaram durante o julgamento.

“Ele não tava conseguindo suportar as dores. Como nós já estávamos indo pro PS, eu até questionei ele: ‘você não consegue segurar a dor ate chegar no PS?’ Ele disse que não”, diz o sargento Carlos Aurélio.

O soldado que teria sentido as dores disse que em seguida, o socorro ao homem baleado prosseguiu normalmente.

“Permanecemos ali no local durante um certo tempo ate que eu me recuperasse das câimbras e retornasse os movimentos da perna normal, tendo colocado o individuo novamente na viatura e tendo prosseguido até o Hospital Hermelino Matarazzo”, afirma Levi Cosme da Silva, policial há 13 anos, é da Rota.

A juíza pergunta sobre os disparos na rodovia. Os policiais negam.

Fantástico: Foi dado algum tiro lá na Ayrton Senna?
Marcos Aparecido da Silva: De maneira alguma.

Os jurados não foram convencidos pela acusação. E os três policiais foram absolvidos.

“Não havia condições daquela senhora que ligou pro Copom, de ver o que ela disse que viu na distancia que ela estava. Ali onde ela morava é uma biqueira de trafico de entorpecente. E todos nos sabemos que no Rio de Janeiro, como em São Paulo os meliantes soltam rojões avisando que a policia esta próxima. E o sargento parou ali na Ayrton Senna porque um policial tem problema na perna. Nós provamos isso com documentos”, explica Celso Vandramini, advogado dos policiais.

O Ministério Público recorreu e o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o julgamento. Os policiais vão passar por um novo júri em março do ano que vem.

“A decisão dos jurados foi absurdamente contraria a prova. Somente nessa situação que o legislador permite que uma decisão do júri seja anulada e as provas são evidentes, são comprometedoras, tanto que o tribunal acolheu o parecer e determinou que os réus fossem submetidos a um novo julgamento. Nós não podemos colocar nas mãos de policiais, a liberdade de decidir quem vive e quem morre, eles tem que agir rigorosamente dentro da lei”, afirma Francisco José Tadei Cembranelli, promotor.

Consultada, a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo não informou se os policiais continuam ou não trabalhando.

Depois que prestou depoimento, por segurança, a mulher entrou para o programa de proteção à testemunha e mudou de endereço.

Mulher: Moço, foi uns 10 tiros, viu, foi a queima roupa mesmo. Olha, só Deus na vida desse homem, se ele sobreviver, pra contar a historia.

sábado, 21 de dezembro de 2013

VÍTIMA DE ESTUPRO ACUSA DELEGADA DE TER DITO QUE SERIA REALIZAÇÃO DE FANTASIA

R7 - 21/12/2013 às 14h27

Polícia investiga acusação contra delegada feita por vítima de estupro coletivo. Segundo a mulher, policial afirmou que estupro por dez homens seria "realização de fantasia”

Do R7

Mulher diz que foi estuprada por 10 homens na praia de São Conrado, na zona sul do Rio
Reprodução Rede Record

Mulher que diz ter sido estuprada por dez homens em praia da zona sul do Rio diz que ouviu de delegada que estava mentindo e que na verdade ela teria realizado uma fantasia sexual. A Polícia Civil investiga o estupro que teria acontecido próximo à praia de São Conrado em outubro deste ano. A vítima diz que a delegada insinuou que o estupro era mentira quando foi registrar queixa na delegacia do Leblon (14ª DP).

—Eu fiquei muito constrangida com a colocação dela porque ela sugeriu que eu estivesse realizando uma fantasia sexual e que estava arrependida e, por isso, teria procurado a polícia. Ela disse que se eu estivesse mentindo, de vítima eu me tornaria culpada.

A vítima prestou queixa contra a delegada na Corregedoria Interna da Polícia Civil que instaurou um procedimento para apurar a denúncia contra a delegada.

De acordo com a vítima, antes de ser estuprada, ela foi abordada por um barraqueiro, que teria lhe oferecido uma caipirinha. Após tomar a bebida, a mulher de 37 anos diz ter ficado tonta e perdido a consciência.

Quando voltou a si, ela percebeu que estava embaixo de um viaduto em São Conrado e dentro de um caminhão cercada por cinco ou seis homens nus. De acordo com ela, do lado de fora tinha mais quatro homens, também nus, e todos abusaram dela de alguma forma. A vítima conseguiu convencer os homens a liberar ela, mas quando desceu do veículo, foi obrigada a fazer sexo com mais um homem.

A vítima diz que foi ameaçada pelos estupradores. Os criminosos disseram que, se ela contasse para alguém, sofreria graves consequências. Ela registrou queixa na delegacia do Leblon (14ª DP) e foi submetida a exame de corpo de delito que confirmou o estupro.

Segundo a polícia, três homens foram levados para a delegacia e prestaram depoimento. De acordo com eles, o ato teria sido consensual e a vítima estaria bêbada.

A mulher passou por um exame toxicológico para identificar se havia ou não alguma substância na caipirinha, mas o resultado ainda não foi divulgado. Ela também disse que pretende abrir um processo contra a empresa que presta serviços para a linha 4 do metrô. Segundo ela, todos os suspeitos são funcionários e trabalham no local, inclusive o barraqueiro, que durante o dia trabalharia na praia, entre os postos 12 e 13, e de noite na obra do metrô.

Em nota, o CCRB (Consórcio Construtor Rio Barra) diz que dá total apoio às investigações feitas pela Polícia Civil e que fornecerá todas as informações necessárias à investigação. Se for comprovada a participação de funcionários ou colaboradores do CCRB no crime, eles serão afastados da obra imediatamente.

A mulher diz que está fazendo terapia de grupo e tratamento psicológico para superar o trauma e voltar ao convívio social.

— Tem dias que eu choro muito. Eu sinto muita dor na alma.

Veja a reportagem:
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FARDO PELO RESTO DA VIDA

ZERO HORA 21 de dezembro de 2013 | N° 17651

CARLOS WAGNER

ENTREVISTA - 
“Vou carregar esse fardo pelo resto da vida”

LEONEL CARIVALI Delegado da Polícia Civil



Personagem de um episódio que ficou na história policial do Estado, o delegado Leonel Fagundes Carivali, 43 anos, teve a vida profissional modificada há dois anos.

Em 21 de dezembro de 2011, nas ruas de Gravataí, na Região Metropolitana, uma série de acontecimentos resultou na morte de um refém, o agricultor Lírio Persch, e do sargento da Brigada Militar (BM) Ariel da Silva.

O sargento foi morto por policiais do Paraná que vieram ao Rio Grande do Sul em missão de resgate dos reféns – Persch e o empresário Osmar Finkler, gaúchos que moravam na cidade de Quatro Pontes (PR). Sem avisar a polícia gaúcha, os paranaenses acabaram sendo confundidos com bandidos e tirotearam com o sargento, que morreu no local.

Ainda naquele dia, os sequestradores foram descobertos e, durante abordagem policial, o delegado Carivali acabou atirando no agricultor.

Na época, ele era delegado regional de Gravataí. Hoje, dirige a Divisão de Transporte e Manutenção, uma mudança radical na vida do policial, que era considerado da linha de frente da corporação. Ontem, durante uma hora e meia, ZH conversou com Carivali, que foi inocentado pela Justiça (veja texto nesta página), sobre a reviravolta que a vida dele deu a partir do episódio. A seguir, confira trechos da entrevista, concedida no seu gabinete, em Porto Alegre:

Zero Hora – O senhor foi inocentado pela segunda vez. Qual é a sensação?

Leonel Fagundes Carivali – Em primeiro lugar, não tenho nada a comemorar. Uma pessoa foi morta, no caso, um refém. Mas estou aliviado, eu e a minha família, que sofreu um grande impacto. Somos quatro policiais na família e logo seremos cinco. Independentemente do resultado da Justiça, eu vou carregar esse fardo pelo resto da vida.

ZH – Como tem sido a sua vida na polícia depois do episódio?

Carivali – Foram dois anos em que vivi a polícia de uma forma diferente. Desde o primeiro momento, pedi para a chefia para sair da função (de delegado regional de Gravataí). Me perguntaram onde queria trabalhar. Eu disse que era na área administrativa, uma coisa completamente diferente do que sempre tinha vivido, como linha de frente da corporação. Fiz opção por entender que era o melhor para todos.

ZH – E a convivência com os colegas?

Carivali – Tentei caminhar, dentro do ambiente policial, de uma forma digna. Tem muitos jovens entrando na polícia, e nós, velhos, somos uma referência. E, quando estamos passando por uma coisa pesada, como esse episódio, temos que ter consciência de que os jovens estão olhando para o que estamos fazendo.

ZH – O que significa “pesado”?

Carivali – É a lembrança recorrente do episódio. E a tentativa de assimilar aquilo que não se consegue mais mudar.

ZH – Examinando tudo que aconteceu naquele momento, qual é a sua conclusão?

Carivali – Foi uma fatalidade, um tipo de coisa que está presente na vida de todo policial. Ela pode acontecer a qualquer momento. Durante esse tempo, colegas vieram até mim contar situações semelhantes em que se envolveram.

ZH – Em algum momento, o senhor se sentiu protegido ou hostilizado pela corporação Polícia Civil?

Carivali – Não vivi esses dois extremos. No episódio, a Corregedoria de Polícia fez o seu papel, o Ministério Público, o dele, e a Justiça, o dela.

ZH – Qual foi o impacto na vida pessoal?

Carivali – Foi um aprendizado a duras penas. Além de delegado, sou professor universitário há 15 anos. Durante muitos anos, ensinei sobre inquéritos policiais. De uma hora para outra, saiu o delegado e professor da frente deles (alunos), e entrou o réu. Eles estavam muito interessados em questionar a situação. Eu os deixei à vontade para perguntar. Logicamente que não aprofundei a conversa em algumas questões, por envolver outras pessoas. Foi uma situação interessante.

ZH – E como foi em casa?

Carivali – A gente se fechou para viver aquele momento juntos. Mas sempre tive muito respeito das pessoas que convivem com a família.

ZH – Tomou a iniciativa de entrar em contato com a família do agricultor Lírio Persch?

Carivali – Pensei muitas vezes em entrar em contato com a família dele. Tenho certeza de que sofrem muito. Mas achei que não era o momento de tomar essa iniciativa por conta do andamento do processo. Acredito que, no futuro, o meu encontro com eles será inevitável, porque já tenho tomada essa decisão.

ZH – O que espera para o seu futuro?

Carivali – A vida seguirá seu curso. Na vida policial, a gente sempre está com um pé no heroísmo, outro na tragédia. O ideal é que não se viva querendo ser herói e se saiba evitar a tragédia.

ZH – Nos próximos anos, o senhor poderá vir a enfrentar uma situação semelhante à que aconteceu em 2011. Qual a influência que terá sobre a sua decisão?

Carivali – Eu espero que tudo o que aconteceu tenha me tornando uma pessoa, um profissional melhor.


O caso na Justiça


Pela morte do refém, o delegado Leonel Carivali respondeu a um processo por dolo eventual (quando se pressupõe que o acusado assumiu o risco de matar). Em agosto, ele foi considerado inocente, mas o Ministério Público Estadual (MPE) recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ), que, em 17 de dezembro, o considerou inocente pela segunda vez.

A reportagem de Zero Hora consultou o procurador de Justiça Renoir da Silva Cunha, que atuou no processo. Ele afirmou não ter intenção de recorrer da decisão, mas poderá rever a decisão caso o promotor que originou a ação resolva recorrer. Procurada, a família da vítima afirmou à reportagem de ZH que não tem interesse em comentar o assunto.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, dramas como este fazem parte da vida policial. No tempo da ativa, tivemos que tratar um policial que queria se suicidar, tal era o seu drama diante de uma bala perdida que matou dentro de casa uma pessoa. Existem vários outros casos, como aquele policial de elite do Rio que atirou numa pessoa portando uma furadeira, por acreditar que era uma metralhadora. Não é fácil agir de inopino, numa situação de extremo perigo e decidir com rapidez quando vidas estão em jogo. Não é a toa que a atividade policial é a mais estressante do mundo, e por este motivo deveria ser bem mais valorizada, adestrada, capacitada e reconhecida como atividade técnica e de dedicação exclusiva pública. Para atingir um alto grau de eficiência na atividade preventiva e ostensiva da segurança pública, o Estado precisa integrar esta atividade ao sistema de justiça criminal e investir pesado no potencial humano onde são essenciais um perfil comunitário, formação adequada (mínima de dois anos), uma boa saúde mental, segurança financeira, preparo físico, adestramento permanente, avaliação periódica e capacitação técnica e psicológica com bom aporte de recursos e  tecnologia para combater o poder do crime e inibir as causas de erros.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

EQUIPE TÁTICA DA POLÍCIA CIVIL TENTA PRENDER ENVOLVIDOS NO ATAQUE AO FORUM

O DIA 20/12/2013 11:24:10

Polícia Civil tenta cumprir 11 mandados de prisão no Morro do Dezoito. Mandados seriam contra criminosos que participaram da ação no fórum de Bangu, em outubro. Houve intenso tiroteio


MARCELLO VICTOR



Rio - Agentes da Polinter, com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Divisão de Homicídios (DH) e outras delegacias especializadas, realizam desde às 5h desta sexta-feira, uma operação para cumprir 11 mandados de prisão e nove de busca e apreensão no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte. O objetivo é prender traficantes da facção criminosa que em outubro tentaram resgatar do Fórum de Bangu, na Zona Oeste, Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, chefe do tráfico de drogas na comunidade, preso em abril de 2012.

Na chegada ao morro, policiais da Core foram recebidos a tiros pelos traficantes. Do alto da mata, os marginais tentavam impedir a progressão dos agentes na comunidade. Durante cerca de três minutos, eles tiveram que se abrigar nos acessos. Os policias, porém, conseguiram avançar. Uma equipe da DH, sob o comando o delegado titular Rivaldo Barbosa, também conseguiu vasculhar uma localidade habitada próxima a mata. Nada foi encontrado.

Policiais trocaram tiros com traficantes no Morro do DezoitoFoto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Agentes da Polinter também estiveram em um condomínio de luxo no Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. No local reside a namorada de Jean Carlos do Nascimento, apontado pela polícia como braço direito de Piolho. Os investigadores tinham interceptado uma ligação entre os dois e descobriram o endereço do imóvel. Segundo testemunhas, ninguém aparece no local a cerca de dez dias. Ele não foi encontrado.

O Morro do 18 se tornou um dos refúgios da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) após a ocupação pelas forças de segurança da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul; do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e do Complexo de São Carlos, no Estácio, ambos na Zona Norte
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Policiais buscam cumprir 11 mandados de prisão contra envolvidos a invasão ao fórum de Bangu, em outubroFoto: Severino Silva / Agência O Dia

A invasão do Fórum de Bangu terminou com as mortes do menino Kayo da Silva, de oito anos, atingido por uma bala perdida, e do sargento da PM Alexandre Oliveira, 40. Vinte e quatro criminosos seriam julgados em audiência, mas o objetivo da quadrilha era era resgatar Piolho.

A polícia não confirmou oficialmente, mas um dos mandados de prisão da ação desta sexta-feira seria contra o traficante Leandro Nunes Botelho, o Scooby, apontado como o comandante da ação criminosa em Bangu. Ele era o chefe do tráfico de drogas no Morro dos Macacos antes da ocupação da comunidade pela polícia.

Policiais foram recebidos a tiros durante operação no Morro do DezoitoFoto: Severino Silva / Agência O Dia


EXTORSÃO A EMPRESÁRIO ENVOLVE BANDO DE POLICIAIS E EX-POLICIAIS

O Dia 20/12/2013 00:15:59

Juíza manda prender 11 federais, civis e ex-PM por extorsão a empresário. Bando aplicou golpe do milhão em vítima


ADRIANA CRUZ



Rio - Quatro agentes da Polícia Federal, um policial civil e ex-servidores das polícias Civil e Militar formaram uma quadrilha para tentar extorquir R$ 1 milhão de empresário na Barra da Tijuca. Sem saída, a vítima denunciou o esquema e deixou o Rio. O grupo foi denunciado à Justiça Federal pelo procurador Orlando Cunha, do Ministério Público Federal (MPF), por concussão (extorsão praticada por funcionário público), extorsão e formação de quadrilha.


A denúncia foi aceita pela juíza da 8ª Vara Federal Criminal, Valéria Caldi, que decretou a prisão preventiva do bando. No último dia 9, sete acusados foram presos na operação, batizada de Replay, que mobilizou 140 federais e agentes da Secretaria de Segurança. Ao todo, o grupo levou R$ 49 mil em espécie, equipamentos eletrônicos e um Mercedes-Benz 2010 da casa do empresário.


O golpe começou dia 1º de abril, quando o o ex-inspetor da Polícia Civil, Alfredo Silva Neto, 49 anos, e Ronaldo da Cruz Vaz, 48, sócios na empresa Olecramtelecom Assessoria Monitoramento e Investigação Ltda, abordaram o empresário no Detran da Barra. Os dois se apresentaram como agentes federais e informaram ter mandado de busca e apreensão para cumprir na casa da vítima, em função de investigação contra um de seus funcionários. Na ação, roubaram R$ 11 mil em espécie e exigiram mais R$ 500 mil, divididos em sete vezes. Como garantia de que receberiam o dinheiro, levaram o carro.


Para escapar da dupla, o empresário avisou seu chefe de segurança, David Pereira de Almeida, 43, então inspetor da Divisão Antisequestro (DAS), que arregimentou quatro agentes federais, entre eles, Luciano Delgado Botelho, para ajudá-lo. No dia 9 de abril, o novo grupo de policiais decidiu analisar as imagens dos falsos federais e organizar a entrega de R$ 250 mil na porta de um hotel de luxo na Barra, mas voltou à casa da vítima, onde roubou R$ 40 mil e os equipamentos eletrônicos. Também exigiu R$ 1 milhão do empresário, em duas vezes, como contrapartida à não- instauração de investigação por crime de corrupção ativa.

Vítima ainda pagou churrascaria

Sem pressa para extorquir o empresário, o ex-policial civil Alfredo Silva Neto ainda exigiu que a vítima pagasse o almoço dele e o do seu sócio, Ronaldo da Cruz Vaz, em uma churrascaria na Barra. Eles foram reconhecidos no esquema como supostos agentes da Polícia Federal. Segundo denúncia do MPF, Alfredo foi expulso em setembro de 2010 da instituição pela falsificação de documentos públicos e interceptação ilegal do então deputado José Nader.


Para o procurador Orlando Cunha, o grupo se articulou para montar dossiê contra pessoas ligadas à vítima e garantir o esquema de extorsão que beneficiaria a quadrilha. Além de Alfredo e Ronaldo, foram denunciados à Justiça os policiais federais José Carlos da Silva Dias, 58, Luciano Delgado Botelho, 58, Gerson Costa, 48, e Márcio dos Santos Costa, 50; os policiais civis Clayton da Silva Castro, 32, e David Pereira de Almeida, 43, chefe da segurança pessoal da vítima, e o ex-PM Rony Pereira, 48. O MPF também denunciou Alexandre Sant’anna da Conceição, 40, motorista da vítima.

Até viatura oficial foi utilizada

Interceptações telefônicas e até uma viatura oficial da Polícia Federal foram usados para montar esquema de extorsão contra empresário da Barra da Tijuca. Segundo os supostos agentes federais, eles estariam monitorando os passos da vítima por telefone durante seis meses. Segundo as investigações os maiores aliados do bando eram funcionários da vítima, como o chefe da segurança pessoal dela e o motorista particular, envolvidos no golpe.

De acordo com depoimentos encaminhado à Justiça Federal, o grupo de policiais ainda era violento. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), consta que o empresário foi agredido por dois supostos policiais federais. Um deles ainda teria feito ameaças com a utilização de uma arma fogo.

CURSO É SUSPENSO APÓS MORTE DE POLICIAIS

G1 BA - 20/12/2013 15h39

Curso é suspenso após morte de policiais na Bahia; PM divulga fotos. Quatro policiais militares passaram mal durante teste de avaliação física. Prova para curso especial da polícia foi realizada em Lauro de Freitas, BA.

Ruan Melo - Do G1 BA



Policiais realizaram prova de corrida de 10 km em 60 minutos (Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)

A Polícia Militar divulgou nesta sexta-feira (20), as fotos do Teste de Habilidade Específica (THE) para participação do Curso de Operações Policiais Especais (Copes), realizado na segunda-feira (16). Na ocasião, quatro policiais militares passaram mal. Dois deles morreram, um está internado em estado grave e outro teve alta médica na quinta-feira (19). Ao todo, 67 PMs participaram da prova.

A avaliação física foi realizada no quartel do Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. As imagens mostram algumas etapas do teste: alongamento, prova e atendimento a um dos PMs que morreu após sentir mal-estar durante a prova. Em entrevista ao G1, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, informou que o curso foi suspenso por tempo indeterminado.

Soldado Manoel dos Reis Freitas passou mal e
recebeu atendimento em ambulância
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)

"A previsão era de que a segunda fase tivesse início no de 3 [de janeiro de 2014]. Por questão de precaução, nós suspendemos o curso. Desses 67 que fizeram a prova, somente quatro perderam. Infelizmente, foram aqueles que passaram mal. Então, nós temos 63 aptos pra iniciar o curso e dar continuidade, mas isso já está comprometido", afirmou.

O comandante voltou a afirmar que todos os policiais que participaram da prova passaram por uma bateria de exames e estavam aptos a realizar o teste. Segundo ele, nas seis edições do teste que já foram realizadas, nenhum policial havia passado mal.

"Não esperávamos que isso acontecesse. O homem que foi pra lá já foi preparado. Teve um teste que antecedeu esse, em que eles tiveram que fazer 4 km em uma média de 17 minutos. Dessa vez, ele ia percorrer 10 km em 60 minutos. Não é um teste de quem chegar primeiro, é um teste de condicionamento físico. Não é aquela disputa. É uma tropa, onde todos correm juntos", garante o comandante.

Alfredo Castro também falou sobre a "pressão psicológica" e destacou a capacidade que os policiais devem ter para lidar com diferentes situações. "Existem mecanismos, ensinamentos, que você tem que estar sob pressão para dar resposta. Vou dar um exemplo. Em situações de refém, nós temos o gerenciador de crise, que é o cara que vai pra lá e fica negociando. Se ele não tiver um certo controle, ele comete coisas que não devem ocorrer. Ele tem que ter o preparo necessário para responder a isso. O policial que é do Comando de Operações Especiais tem que ser um bom atirador. Ele pode salvar vidas com um tiro. Então não pode ser psicológicamente uma pessoa mal preparada. Então toda essa estrutura do curso eu não vejo, e até agora não se tem nada de registro, que tenha um desvio. A pressão psicológica talvez faça parte do curso, de uma técnica".

PM foi internado em hospital e morreu na terça-feira
(Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)

Sobre as investigações do caso, o comandante afirmou que a previsão é de que o inquérito seja encerrado em um prazo de 40 dias.

"Nós estamos trabalhando em todas as vertendes. Primeira vertente da etapa, alguns procedimentos que foram tomados, se houve negligência ou imprudência dos nossos coordenadores e estrutures do curso. E a outra vertente é a causa da morte dos policiais".
Momento em que PMs recebem orientação (Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)

PMs correm juntos em prova realizada em Lauro de Freitas (Foto: Polícia Militar da Bahia/Divulgação)

Sepultamentos

Com honras militares e homenagens do Batalhão de Choque da Bahia, o soldado da Polícia Militar do Estado, Luciano Fiuza de Santana, de 29 anos, que faleceu após sentir um mal-estar foi enterrado na tarde de quinta-feira (19), no cemitério do Campo Santo, em Salvador. Já o soldado Manoel Reis Freitas, 34 anos, foi sepultado em Valença, Baixo Sul da Bahia.

Luciano Fiuza foi enterrado com honras militares
(Foto: Henrique Mendes/G1)

Uma hora antes do sepultamento, ocorrido por volta das 16h30, cerca de dez representantes da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) realizaram uma caminhada da Câmara Municipal de Salvador, no centro da cidade, até o Ministério Público do Estado (MP-BA), no bairro de Nazaré.

Liderados pelo vereador Marcos Prisco (PSDB), que também coordena a associação de militares, o grupo entregou aos representantes do MP-BA uma representação em que solicita uma investigação detalhada da morte dos policiais.

Segundo um dos diretores da Aspra, Fábio Brito, o documento não acusa o PM de negligência. "Não fazemos acusações na representação, porque não vimos o que de fato ocorreu no local. Entretanto, pedimos que o MP averigue o caso de forma isenta. Não podemos afirmar que houve negligência, mas exigimos esclarecimentos das circuntâncias", disse Fábio Brito.

Análise de "substâncias"

Maurício Barbosa, secretário de Segurança Pública,
afirmou que perícia vai averiguar morte
(Foto: Reprodução/TV Bahia)

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, afirmou que uma perícia vai averiguar se os quatro policiais militares que passaram mal durante o Curso de Operações Policiais Especiais (Copes) da PM tomaram alguma substância para melhorar o condicionamento físico.

Em entrevista à Rádio CBN Salvador, na quarta-feira (18), Barbosa disse também que será investigado se houve excessos no processo seletivo.

"A gente está investigando se foi algum excesso na seleção, porque, na verdade, eles não estavam ainda no programa de treinamento, estavam se habilitando para isso. Mas uma coisa nós sabemos: que para se habilitarem a este tipo de atividade, eles precisam entregar alguns exames médicos, e estes exames comprovavam que eles tinham capacidade para fazer aqueles exercícios. Então, estamos estudando e o resultado da perícia vai ser fundamental para dizer se eles tomaram algum tipo de medicação, algum tipo de substância para melhorar o condicionamento físico. Isto tudo vai ser avaliado, e depois disso nós vamos emitir um parecer, e até, se for o caso, a modificação na forma de ingresso destes policiais nas Forças Especiais", disse Maurício Barbosa.

O Copes é um curso destinado a capacitar policiais às atividades de operações especiais de alto risco. Segundo a Polícia Militar, "todo candidato se inscreve voluntariamente e é obrigado por força de edital a realizar uma bateria de exames médicos de ordem laboratorial e cardíacos, e ainda apresentar atestado médico indicando estar apto para a realização de testes de esforço físico".


Família lamenta

"Nós não entendemos o que aconteceu, queremos saber o que houve. Ele estava em plena forma física, não tinha problemas de saúde, não bebia, não fumava. Como um homem vai morrer em uma corrida de 10 km?", afirmou Toni Moreno, irmão do soldado Manoel Reis Freitas. "Ele era um menino instruído. Era um sonho dele entrar para o batalhão, mas o sonho dele foi acabado", lamenta a tia Maria das Neves.

O soldado chegou a terminar o teste, que consistia em uma corrida de 10 km, mas apresentou sintomas como náuseas e foi levado para o Hospital Menandro de Farias. Ele foi transferido para o Hospital Aeroporto, onde morreu na noite de terça-feira (17). Nesta quarta-feira (18), familiares foram até o Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo do soldado.

Soldado Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34 anos
(Foto: Ruan Melo/G1)

"Meu irmão teve convulsão e chegou no hospital já respirando com a ajuda de aparelhos. No hospital fizeram teste toxicológico e não deu nada. É muito estranho", afirma Toni Moreno. A PM informou que o soldado que morreu "apresentou quadro de insuficiência renal, sendo acometido de uma parada cardíaca".

Manoel deixa filha e esposa. Ele era lotado da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) - Macaúbas. "Em Macaúbas, todo mundo do batalhão estava feliz por ele. Era importante para o batalhão que alguém de lá estivesse fazendo o teste. Era uma honra", acredita a tia Maria das Neves.

Os familiares contam ainda que Freitas tinha nível superior e sonhava entrar para o batalhão. "Nós sabemos do risco dele morrer por causa de tiros, mas morrer por causa de uma corrida de 10 km nós não entendemos. Ele estava muito contente, feliz por ter passado nas outras fases do teste. Ele queria crescer dentro da polícia", afirma Toni Moreno.
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CRISE DA SEGURANÇA POR EQUIPARAÇÃO

JORNAL EXTRA ALAGOAS, Do G1 AL  20/12/2013 • ATUALIZADO ÀS 09:40 

POR WALDSON COSTA

ALAGOAS. Militares de Alagoas tentam fim da crise da segurança em reunião com o governo

Teotonio Vilela Filho expôs que LRF impede reajuste da categoria. Encontro acontece à portas fechadas no Palácio do Governo




Antes de se reunir com representantes da Polícia Militar de Alagoas, no final da tarde desta quinta-feira (19), para discutir questões referentes à Segurança Pública e à equiparação salarial da categoria, o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB) falou à imprensa. Ele voltou a afirmar que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impede que as reivindicações dos militares sejam atendidas, mas não apresentou nenhuma medida prática para pôr fim à crise instaurada no estado.

Na oportunidade, o governador relatou que é de interesse da gestão pública estadual implantar a lei que garante a equiparação salarial dos militares, porém, os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impedem o cumprimento da pauta porque extrapola o orçamento do Estado.

"Estou me reunindo com os militares agora para conversar sobre todas essas questões de segurança. Para saber sobre as solicitações deles e apresentar propostas que possam atender as duas partes", disse Teotonio Vilela.A reunião com uma comissão formada por militares acontece na sede do Palácio Administrativo do Governo do Estado, onde centenas de policiais se concentram à espera da proposta que deve ser apresentada pela governador.

Os Militares que estão fazendo a chamada Operação Padrão desde a última quarta-feira (17) se reuniram mais uma vez em frente ao Palácio do Governo para pressionar o Estado. Eles cobram melhores condições de trabalho e equiparação salarial da categoria ao salário da Polícia Civil de Alagoas.
Mobilização

Ontem os PMs estiveram na Assembleia Legislativa de Alagoas para pedir o apoio aos deputados já que o servidores da Casa de Tavares Bastos também estão paralisados por atraso de salário. Após horas de discussão, conseguiram agendar essa reunião de hoje com o governador.



ALCKMIN ANUNCIA BÔNUS PARA POLICIAIS QUE CUMPRIREM METAS

REVISTA VEJA ONLINE 19/12/2013 - 14:58

Alckmin anuncia bônus de até R$ 8 mil por ano a policiais . Policiais receberão premiação caso atinjam metas de combate à criminalidade – que ainda não foram definidas. Programa entra em vigor em 1º de janeiro

Felipe Frazão



Segundo o governador, impacto no orçamento deve variar de 500 a 800 mi de reais (Sebastião Moreira/EFE)

O governo de São Paulo vai pagar até 8.000 reais a mais por ano a policiais que reduzirem a criminalidade a partir de janeiro do ano que vem. O valor da bonificação foi anunciado nesta quinta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que, no entanto, não detalhou quais serão as metas de redução de crime a serem atingidas para que o bônus seja pago. O impacto no Orçamento deve variar de 500 milhões a 800 milhões de reais por ano, segundo Alckmin.

O governo paulista ainda planeja fazer em janeiro um seminário com 2.000 policiais, entre comandantes da Polícia Militar e delegados da Polícia Civil, para estabelecer as taxas a serem batidas. “Os indicadores serão estabelecidos num seminário no comecinho de janeiro”, disse Alckmin, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes. “Já estão bastante debatidos, mas o seminário concluirá o debate e apresentará as metas.”

O governo definiu, com participação do Instituto Sou da Paz e da consultoria Falconi, que três categorias de crimes serão avaliadas: homicídios e latrocínios, roubos a veículos e cargas, e roubos em geral. Alckmin afirmou que o programa começa a contar a partir de 1º de janeiro.

O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Veira, disse que o fato de os índices ainda não estarem estabelecidos não vai atrapalhar o início do programa: “Eles [os policiais] já estarão sabendo das metas no início de janeiro.” Grella afirmou que já tem todos os “estudos prontos”. “Isso não é algo que começa agora. São metas criadas e debatidas por meio de várias reuniões”, disse Grella. “400 policiais já receberam treinamento e orientação sobre o programa para repassar a informação e multiplicar os ensinamentos.”

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Benedito Meira, cerca de 60.000 policiais militares participarão do programa. O bônus e os resultados serão cobrados também da Polícia Civil e Técnico-Científica.

No seminário, o governo paulista pretende detalhar os índices determinados para cada região do Estado. A secretaria deve anunciar também as ferramentas de acompanhamento e de controle do cumprimento das metas.

Os policiais terão metas locais (estabelecidas para Distritos Policiais e companhias da PM), regionais (exigidas das Delegacias Seccionais e dos Batalhões/Comandos de Área) e de nível estadual (cobradas dos Comandos de Policiamento da Capital e do Interior e dos Departamentos de Polícia Civil). Caso atinjam todas as metas, agentes das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica poderão receber até 8.000 reais a mais como premiação. Se nem todas as metas foram atingidas, os policiais ganharão valores proporcionais.

Três meses - O pagamento do prêmio e a avaliação das metas serão trimestrais (2.000 reais a cada três meses). Os parâmetros também serão diferentes para as áreas do Estado e da capital paulista, estabelecidos a partir do desempenho dos policiais e dos índices de criminalidade a cada trimestre do ano anterior, com os quais serão comparados.

“Os indicadores [crimes] que estão em curva ascendente nós queremos estabilizar e depois diminuir, e os que já estão em queda, queremos que a queda continue”, disse Grella.

Um dos desafios do programa, segundo comandantes da PM, será evitar adulterações nos registros de ocorrências. Alckmin disse que “não há nenhuma hipótese” de que policiais camuflem o registro de crimes para atingir metas. “Não tenho dúvida de que as polícias vão trabalhar de forma coesa. Não há preocupação quanto aos indicadores e aos registros de ocorrência”, disse Grella. “Queremos que a realidade seja refletida nos registros.”

O programa de bonificação é uma das apostas de Alckmin para reduzir a criminalidade em ano eleitoral e já havia sido prometido em maio. À época, Alckmin chegou a dizer que o valor total poderia chegar a 10.000 reais por semestre ou 20.000 reais ao ano. O governo paulista ainda enviará o projeto de lei que institui o programa de premiação aos policiais para tramitação na Assembleia Legislativa.

Leis – Alckmin também sancionou nesta quinta-feira quatro projetos de lei que criam 5.000 cargos de oficial administrativo na PM, promovem oficiais aposentados a postos superiores, diária especial por jornada extraordinária (espécie de bico legalizado) e estende o valor do auxilio alimentação aos policiais militares.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sou favorável à previsão de metas qualitativas de redução de crimes e da premiação pelo atingimento destas metas, mas não posso concordar com a individualização destas metas e prêmios como a iniciativa do governo de SP quer fazer. As metas e os prêmios devem valorizar o trabalho em equipe, distrital, departamental, organizacional, caso contrário será mais uma boa ideia incorrendo a erros que podem provocar rachas e competição. Uma medida inteligente seria estabelecer metas e premiação, conjunta e regionalizada, para as polícias civil e militar de modo a forçar reuniões e integração de esforços, unindo esforços e impedindo rachas e concorrências individualizada e corporativa.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ABUSO DE AUTORIDADE

ZERO HORA 19 de dezembro de 2013 | N° 17649

EDUARDO TORRES


PM indiciado por tortura e tentativa de homicídio


A Delegacia da Polícia Civil de Esteio encerrou ontem o inquérito que investigava supostas agressões policiais contra um casal na região central da cidade, no mês passado. O soldado Laison Vieira, 25 anos, que continua atuando no serviço de inteligência do 34º BPM, foi indiciado por tortura e tentativa de homicídio duplamente qualificado.

Outros dois PMs que participaram da ação não foram indiciados.

O PM alegou que, na noite de 24 de novembro, estava de folga e à paisana quando um casal tentou roubar seu carro, em uma sinaleira da Avenida Padre Claret. Frustrado o assalto, ele saiu em perseguição. Laison sustenta que o mecânico Claudiomiro da Silva, 35 anos, e sua mulher, Cândida Cristiana Mello, 33 anos, haviam se ferido por terem se jogado do carro em movimento. Mas os laudos periciais comprovaram que as lesões foram provocadas por espancamento e tiros.

Cândida permanece hospitalizada com fraturas na mandíbula, nariz e com traumatismo craniano. Na semana passada, Claudiomiro retornou ao hospital, mas já foi liberado.

Inquérito militar pode resultar na expulsão de soldado da BM

O casal foi perseguido até a frente da casa da família, onde, de acordo com a polícia, Claudiomiro levou um tiro em uma perna e coronhadas na cabeça, segundo o delegado Leonel Baldasso:

– Foi um caso de tortura evidente. Enquanto agredia o mecânico, o PM exigia que ele lhe entregasse a arma, inexistente.

Cândida teria entrado em casa e voltado à rua com uma garrucha antiga. Diante das agressões, teria fugido para os fundos, onde foi baleada duas vezes e também agredida, diz Baldasso:

– Os tiros partiram de cima para baixo. O policial assumiu o risco de matá-la, também sem defesa.

No entendimento do delegado, os dois policiais em serviço que foram acionados pelo soldado ao local teriam sido induzidos ao erro. Segundo ele, agiram supondo que prendiam um assaltante armado.

O soldado foi afastado das ruas e faz serviços administrativos. O inquérito policial-militar (IPM) ao qual ele e os dois PMs respondem está em andamento. Como estava de folga, se for considerado também passível de indiciamento no IPM, o soldado responderá à Justiça comum. Mas também poderá sofrer sanções administrativas, diante de um conselho de disciplina, que pode levá-lo à expulsão da corporação.

domingo, 15 de dezembro de 2013

CONFIANÇA NA POLÍCIA ESTADUAL

REVISTA EXAME 14/12/2013 16:04


PM é mais confiável em MG e Polícia Civil no DF - veja lista

Os moradores de Minas dão crédito de confiança à polícia militar que têm. Os do DF, à polícia civil. Veja como as forças de segurança se saem em cada estado


Marco Prates, de


Marcelo Camargo/ABr

Policiais militares nas ruas de São Paulo: na maioria dos estados, corporação têm maior confiança por parte da população que polícia civil


São Paulo – Minas Gerais é o único estado do Brasil em que um em cada 4 cidadãos dizem confiar muito - vale frisar, muito - na polícia militar. E é apenas no Distrito Federal que a polícia civil recebe consideração semelhante da população. O retrato de quem está conseguindo obter respaldo dos moradores na busca por cidades mais seguras está na Pesquisa Nacional de Vitimização, do Ministério da Justiça.

O levantamento mostra que, na maioria dos estados, a polícia militar tem mais respaldo que a civil.

Esse resultado de percepção dos habitantes varia muito em relação ao feedback dado por quem foi de fato atendido pelas forças policiais, assunto também abordado em EXAME.com nesta semana.

Cita-se como exemplo uma situação curiosa: as polícias do Rio de Janeiro estão entre as de pior imagem dentre todas as forças de segurança estaduais do Brasil, como pode ser visto na tabela abaixo.

Entretanto, elas aparecem muito bem posicionadas nacionalmente quando avaliadas por quem precisou delas em algum momento no ano anterior à pesquisa (compare os dois dados).

O levantamento foi feito pelo Datafolha e divulgado na semana passada. Foram entrevistadas 78 mil pessoas em 346 municípios, no período de junho de 2010 a maio de 2011 e junho de 2012 a outubro de 2012.
Posição (considerando PM)EstadoCONFIA MUITO NA PM (em %)CONFIA MUITO NA PC (em %)Posição (considerando PC)Quanto se confia a mais na Polícia Militar? (em pontos percentuais)
Minas Gerais26,1233,1
Paraíba22,120,21,9
Rio Grande do Sul21,716,712º5
Santa Catarina2117,73,3
Paraná2017,32,7
Bahia19,319,20,1
São Paulo19,215,818º3,4
Mato Grosso do Sul18,818,80
Rondônia18,816,911º1,9
10ºDistrito Federal18,724,2-5,5
11ºPernambuco18,117,60,5
12ºEspírito Santo17,916,215º1,7
13ºAcre17,813,222º4,6
14ºTocantins17,516,216º1,3
15ºAlagoas17,115,917º1,2
16ºSergipe16,816,514º0,3
17ºMato Grosso16,316,713º-0,4
18ºGoiás15,217,110º-1,9
19ºPiauí15,212,423º2,8
20ºAmapá1518,9-3,9
21ºCeará14,915,319º-0,4
22ºRio Grande do Norte13,614,920º-1,3
23ºMaranhão13,412,424º1
24ºRoraima12,16,527º5,6
25ºRio de Janeiro10,81421º-3,2
26ºPará8,9925º-0,1
27ºAmazonas8,47,426º1
 BRASIL1816,6 1,4

sábado, 14 de dezembro de 2013

UM PAÍS SÓ É FORTE SE AS SUAS INSTITUIÇÕES FOREM FORTES

Fausto Macedo
O ESTADO DE S.PAULO, 13.dezembro.2013 20:17:19


General Adhemar Machado diz a delegados da PF que as instituições devem ser fortes

por Fausto Macedo


O general de Exército Adhemar da Costa Machado Filho, comandante Militar do Sudeste, disse nesta sexta feira, 13, que “um País só é forte se as suas instituições forem fortes”. Durante almoço que lhe foi oferecido por um numeroso grupo de delegados da Polícia Federal, em São Paulo, o general observou que a meta a ser alcançada é “um País melhor”.

“Todos lutamos com um único objetivo. Devemos lutar para que o Brasil melhore e se torne mais justo e menos corrupto”, enfatizou o general, no almoço de confraternização de final de ano promovido pelo Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo.

O superintendente regional da PF, delegado Roberto Troncon, pregou união da classe como uma medida essencial para que a corporação consiga avançar em termos de gestão. “Unidos fazemos a Polícia Federal, todos unidos poderemos avançar, mesmo diante dos enormes desafios que temos pela frente”, disse Troncon.

O chefe da PF em São Paulo conclamou. “Somente unidos poderemos atender aos anseios da população.”
Troncon recomendou a aproximação das categorias policiais. “O Estado brasileiro não pode olhar apenas para uma ou outra categoria, é preciso interação para atender a todas as missões que a sociedade nos atribui e, dentro do nosso universo, podermos contribuir para a melhoria do nosso País.”

DOSSIÊS CONTRA ADVERSÁRIOS


Ex-secretário de Justiça lança livro com ataques a Lula

Em 'Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado', Romeu Tuma Júnior faz série de acusações contra o ex-presidente e seu partido, o PT

14 de dezembro de 2013 | 2h 00

RIO - O Estado de S.Paulo


O ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior lançou ontem o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, no qual ataca Luiz Inácio Lula da Silva e acusa o partido do ex-presidente, o PT, de utilizar a máquina do governo federal para montar dossiês contra adversários.

Tuma Júnior, que é delegado, foi secretário do Ministério entre 2007 e 2010, durante o segundo mandato de Lula na Presidência da República. Na época, foi demitido por suspeitas de envolvimento com a chamada máfia chinesa. Parte do conteúdo do livro foi revelada na edição da semana passada da revista Veja.

Em uma das acusações mais polêmicas feitas no livro lançado ontem, o delegado afirma que Lula foi informante da ditadura. Segundo escreveu Tuma Júnior, o então líder sindical repassava dados sobre greves sob o codinome de "Barba" ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde atuava seu pai, Romeu Tuma. O petista ficou preso em 1980 por 30 dias no Dops, após greves no ABC.

Segundo Tuma Júnior, ao dar informações ao governo militar, Lula garantiu "privilégios" na prisão. O livro do delegado lista como privilégios noites de sono em um sofá do Dops e uma visita à mãe, dona Lindu, que estava gravemente doente.

Procurado, o Instituto Lula informou ontem que o ex-presidente não iria fazer comentários.

Reputações. Boa parte do livro é dedicada ao que o delegado chama de "assassinato de reputações". Diz que o então ministro da Justiça e hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o assediava para que deixasse vazar documentos que prejudicariam adversários. Ele cita o caso do cartel que começou a ser investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 2008.

Segundo Tuma Júnior, "começou a sair na imprensa que vinha informação da Alstom envolvendo os tucanos". "Um dia chegou o documento da Suíça, em nome da secretaria. Falei para não mandarem para o Ministério Público ainda: 'Lacrem o envelope, tragam para mim e avisemos ao ministro, porque chegou a bomba dos documentos da Alstom'", escreve. As informações tinham como alvo principal Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo tucano de Mário Covas. Eram relatórios enviados voluntariamente pelo país europeu. O ex-secretário de Justiça relata que, mesmo sendo documentos compartilhados por poucas pessoas, eles acabaram vazando mesmo assim.

Ele também critica a ação de parte dos promotores paulistas. "É importante registrar: no Ministério Público de São Paulo existe uma ala que sempre protegeu tucanos de alta plumagem".

Tuma Júnior também acusa outro ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, de pedir que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fosse investigado após dizer que Lula sabia do mensalão. A ordem ao ministro, diz Tuma Júnior, teria sido dada por Gilberto Carvalho, braço direito do ex-presidente. Carvalho afirma que vai processar o delegado.

'Armação'. O ex-secretário Nacional de Justiça atribui a sua demissão do cargo, em 2010, a uma "armação" do governo Lula com o Estado.

Em 5 de maio de 2010, o jornal publicou reportagem revelando que a Polícia Federal tinha interceptado gravações e e-mails ligando-o a Li Kwok Kwen, o Paulo Li, acusado de ser um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.

A quadrilha era suspeita de ser especializada em contrabando de telefones celulares e venda de vistos permanentes.

"A pergunta que faço é: o que era mais importante para o Estadão noticiar? A foto do 'chefe da máfia', um chinês, com o secretário Nacional de Justiça na China, ou entregando um presente para o presidente Lula (...)? Eu respondo: é óbvio que, se não fosse armação do governo com o jornal, se o indivíduo fosse mesmo um mafioso, o Lula estaria na capa do Estadão e não eu", escreve, referindo-se ao fato de o então suspeito de integrar a máfia chinesa aparecer em várias fotos ao lado de autoridades da República.