ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

BM FECHA POSTO NO PARQUE DA REDENÇÃO

 

ZERO HORA 07 de abril de 2016 | N° 18493

MORADORES PROTESTAM CONTRA desativação da unidade no bairro Bom Fim, em Porto AlegreMoradores do bairro Bom Fim protemem fazer hoje, às 18h30min, protesto contra o fechamento do posto da Brigada Militar (BM) localizado no Parque da Redenção, na área central de Porto Alegre. A desativação da unidade é mais uma consequência da falta de efetivo da corporação: brigadianos que atuavam fixos no prédio serão realocados para reduzir as carências do patrulhamento.

O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente- coronel Marcus Vinicius Gonçalves de Oliveira, explicou o fechamento como uma estratégia de gestão e não de corte de gastos. Alegou que o modelo de unidade “não se faz mais necessário, já que servia em uma época em que as pessoas precisavam ir até os postos para pedir informação ou ajuda”.

– Aquele posto trazia uma falsa sensação de segurança. Para se ter uma ideia, o restaurante que fica ao lado já foi assaltado duas vezes. É que o policial precisa ficar dentro do local e, muitas vezes, não enxerga. Além disso, esse policial fazia apenas uma interlocução entre a comunidade e a corporação, fazendo aquilo que qualquer pessoa pode fazer pelo 190 – explicou o oficial.

ABRAÇO SIMBÓLICO E BLOQUEIO AO TRÂNSITO


O comandante garante que os cinco policiais que trabalhavam no posto, um por turno e um para substituição nas folgas, continuarão no parque fazendo rondas:

– Vai refletir para a própria comunidade. Com a mudança, vamos dar mais segurança e não apenas sensação de segurança.

Alheios às alegações da BM, moradores farão um abraço simbólico de mão dadas em torno do posto às 18h30min de hoje. Na sequência, os manifestantes pretendem fechar o trânsito na Avenida Osvaldo Aranha por cinco minutos. A unidade funcionava desde a década de 1980.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Diante da falta de efetivos, a BM fecha postos que aproximavam os policiais das comunidades e se recolhe às viaturas priorizando o atendimento de ocorrências em detrimento da ação preventiva que é a razão da existência da BM. É um retrocesso diante da tendência comunitária e cidadã da polícia ostensiva que vai se revelar equivocado diante do clamor da população por segurança pública. Pela mobilidade e pelo patrulhamento dinâmico, o policiamento motorizado tem a tendência de afastar o policial do contato com a comunidade e de reduzir o comprometimento e a responsabilidade territorial na prevenção de delitos. O posto policial é a bandeira do policiamento fincada em determinado território afirmando a presença do policial ostensivo preventivo. Um posto policial não exige policiais fixos dentro dos prédios, mas que a comunidade saiba que há policiais comprometidos com o território e eles estão por perto e podem ser chamados. Além disto é um ponto onde o policial atende suas necessidades fisiológicas e pode ouvir a comunidade.