tag:blogger.com,1999:blog-13531541102040174242023-11-16T03:41:30.755-03:00MAZELAS POLICIAISA Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.Unknownnoreply@blogger.comBlogger2876125tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-70196904151524343072018-11-11T09:42:00.002-02:002018-11-11T09:42:43.970-02:00TEM QUE HAVER SALVAÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiybUhMNESQhXTBeolAYvrHw57FOgaTvnneXAUJN8WK-d_qhbcswSO4qAdORdS40jPdz-F246jDIJx5EoN0bfn9KowKC8eKKf0qWS1Y5Vcq5plsPEl-HLVJ5iacYOgayqtU4Z9bLl6ULCe0/s1600/Cv7wID6WgAAifYL-300x200.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiybUhMNESQhXTBeolAYvrHw57FOgaTvnneXAUJN8WK-d_qhbcswSO4qAdORdS40jPdz-F246jDIJx5EoN0bfn9KowKC8eKKf0qWS1Y5Vcq5plsPEl-HLVJ5iacYOgayqtU4Z9bLl6ULCe0/s1600/Cv7wID6WgAAifYL-300x200.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
CORREIO DO POVO 10/11/2018<br />
<br />
OSCAR BESSI <br />
<br />
<br />
<br />
Eu ainda não havia trabalhado com um oficial da nova geração, quando
ele chegou na minha unidade. Sou da velha academia, garotos que se
submetiam a quatro anos de quase clausura num curso intenso para serem,
ao final, declarados aspirantes a oficiais. Capitães eram veteranos,
oficiais experientes, curtidos pela caserna. Os tempos mudaram. É a
evolução. Hoje, jovens bacharéis em Direito podem ingressar num curso
mais veloz e moderno. Ser capitão é o início do oficialato. Mas aquele
rapaz, uma década mais jovem que eu, trazia uma experiência respeitável
na segurança pública: fora soldado, inclusive no Pelotão de Operações
Especiais caxiense, e ficou alguns anos na Polícia Civil. E mostrou que
fazia valer na prática o fato de ter conhecido vários lados da moeda.
Era um tremendo líder, um baita comandante.<br />
<br />
Tornamo-nos amigos. Parceiros. Conversávamos de literatura – ele
escrevia alguns textos e me mostrava – à depressão que, a certa altura
da vida, estremeceu ambos. Homem gentil, inteligente, humano. Paizão.
Ético, tratava todos com a mesma polidez, dentro ou fora do quartel.
Éramos partidários da neutralidade política, da legalidade e do
equilíbrio, porque alguém precisa ficar de fora para mediar os conflitos
em dias difíceis. Embora, como uma grande mente, ele fosse pensador
crítico. Mas nossas concepções e observações restringíamos às conversas
pessoais. Estudamos e fizemos juntos a prova para o curso, no início do
ano passado, que nos habilitaria a promoção a major. Não deu. Ele fez só
para ter experiência, apostaria em 2019. Eu, outra vez, caí por minha
incapacidade pulmonar. Ele pediu que eu me tratasse. Há poucas semanas
lhe mostrei os bons resultados de uma espirometria, o tratamento
acertado. Então combinamos estudos. Seríamos colegas de aula, parceiros
de viagem à capital, majores no futuro. Eu brincava que minha aposta era
só nele. Éramos vizinhos de bairro. E, nos dois batalhões onde
convivemos, vez ou outra ele entrava na minha sala, fechava a porta e
desabafava inquietações funcionais ou debatia algum novo livro. Saía
dizendo, voz firme, “foi bom, veterano, foi bom, vamos lá!”. E seguia
sua rotina de fazer a diferença. Porque era um grande profissional. No
front e na retaguarda. Não à toa o Comando Geral da BM o reconheceu como
tal, em cerimônia recente.<br />
<br />
Então ele decide nos deixar. Sem se despedir. Recebi a notícia
trágica por telefone assim que dei dois passos para fora do ônibus, após
uma eufórica noite xavante em Pelotas. Perdi meu chão. Tá difícil
acreditar. Uma colega de farda, que cursa Psicologia, sempre insiste no
quanto precisamos procurar ajuda. O número de policiais que cometem, ou
cogitam, suicídio só cresce. Mas não quero estatísticas. Nem quero só
chorar outra falta. Preciso fazer algo. Não sei nem o quê. Deve haver um
jeito de mudar isto. Tem que existir uma tábua de salva</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-48866480895615369552018-06-13T09:54:00.003-03:002018-06-13T09:54:44.625-03:00CUSTO DA VIOLENCIA CONTRA POLICIAIS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
EXTRA 03/06/18 04:30 <br />
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<span content="Estudo da PM mostra que violência contra policiais apenas em 2017 custará R$ 35 milhões ao Estado"></span> <span content="https://extra.globo.com/casos-de-policia/estudo-da-pm-mostra-que-violencia-contra-policiais-apenas-em-2017-custara-35-milhoes-ao-estado-22755748.html"></span> <span content="pt-BR"></span> <span rel="na:publisher"> <span> <span content="Extra Online"></span> <span content="http://extra.globo.com/"></span> </span> </span> <span content="Casos de Polícia"></span> <h1>
Estudo da PM mostra que violência contra policiais apenas em 2017 custará R$ 35 milhões ao Estado</h1>
<figure class="horizontal" rel="na:image"> <img alt="Cabo Braga, que perdeu a pena em operação policial, abraça seu filho." height="225" src="https://extra.globo.com/incoming/22755747-d27-2a6/w640h360-PROP/x76690937_ri-rio-de-janeiro-rj-11-05-2018-custos-de-policiais-afastados-da-po.jpg.pagespeed.ic.zilUJDgLnu.jpg" width="400" /> <figcaption><span class="credit">Cabo Braga, que perdeu a pena em operação policial, abraça seu filho. Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo</span></figcaption> </figure> <div class="header">
<div class="credits info">
<b><span class="author">Matheus Maciel</span></b> </div>
<div class="text_size">
<span class="info"></span><br /> </div>
</div>
Vila
Cruzeiro, Complexo da Penha, 8h da manhã de 11 de janeiro de 2017. Numa
emboscada, o grupo tático da UPP é atacado a tiros. O cabo Braga é o
primeiro a descer do carro. Em segundos, uma granada explode perto de
seu corpo. Ele é arremessado a quatro metros de altura. Quando tenta se
levantar, percebe que perdeu a perna esquerda.<br /><br />
No meio do tiroteio
entre policiais e traficantes, Braga é socorrido e levado para o
Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Sofre três paradas cardíacas
e precisa de dez bolsas de sangue. Apesar disso, quando se lembra
daquele dia, o cabo, que prefere não ter o nome completo divulgado, se
considera um homem de sorte: não se tornou mais um dos 28 policiais
militares mortos em serviço no ano passado.<br /><br />
Uma perda que não é
medida pela Polícia Militar apenas em vidas e famílias destruídas. Um
estudo feito pela corporação mostra que a violência cometida contra
esses PMs, durante o tempo que teriam de atividade profissional, custará
em pensões R$ 35 milhões ao Estado. Um preço que o governo paga pela
sua própria incapacidade de reduzir a criminalidade.<br /><br />
O estudo,
produzido pela Diretoria de Assistência Social (DAS) da PM e obtido pelo
EXTRA, mede os custos para os cofres do estado do que define como uma
"guerra urbana". Nos últimos 24 anos, foram 3.397 policiais mortos, e
outros 15.236 feridos.<br /><br />
— Sem falar na perda imensurável na questão
humana, a PM diminui cada vez mais seu efetivo policial e gera um rombo
no investimento ainda maior — afirma o coronel Fábio Cajueiro,
responsável pela DAS.<br /><br />
O oficial explica que o cálculo foi feito
com base no salário que a família de cada policial receberá no tempo
restante que o PM teria de serviço. Ou seja, caso o agente tenha morrido
com apenas cinco anos de corporação, o cálculo multiplica os 25 anos
restantes para a aposentadoria por 13 (referente aos 12 meses de salário
somado ao 13º) e, por fim, pelo salário mensal.<br /><br />
Dessa forma, a
morte de um soldado no seu quinto ano de atividade policial representará
para a corporação cerca de R$ 1,3 milhão. Sem reforçar a segurança do
estado. Ao ser morto em serviço, o PM recebe um soldo acima do cargo
hierárquico em que estava: o soldado utilizado como exemplo receberá
como cabo.<br /><br />
— É importante frisar que estamos apresentando um
cálculo que leva em consideração apenas os salários, sem os demais
custos que existem. É um número assustador que só vem crescendo — conta
Cajueiro.<br /><br />
Além do cálculo baseado nas mortes do ano passado, o
estudo realizou um levantamento sobre o custo de cada policial afastado
em razão de ferimentos por armas de fogo. No total, foram levados em
conta 255 policiais entre os 784 feridos em 2017. O valor final se
aproxima dos R$ 3,5 milhões. Nesse caso, o cálculo considera os dias
afastados de serviço de cada PM.<br /><br />
Agora reformado por invalidez, o
cabo Braga não entra nos cálculos do DAS. O policial agora leva seus
dias tentando melhorar as condições para os companheiros de farda que
mais precisam. Ele faz parte da Comissão de Valorização de Veteranos
Mortos e Feridos da PM.<br /><br />
— Infelizmente, a situação só piora. E com
as perdas constantes, há uma menor qualidade de equipamentos, meios de
prevenção, treinamentos e auxílios aos profissionais — lamenta Braga.<br /><br />
<strong>A VIDA EM FAMÍLIA<br /></strong><br />
A
vida do policial mudou por completo desde que sofreu o ferimento. Ele é
faixa preta em taekwondo e tinha um projeto social de artes marciais
gratuito no Morro São João, no Engenho Novo. O projeto deu certo e
conseguiu atingir mais de 200 jovens, mas durou apenas dois anos. Teve
de ser encerrado pelo crescimento da criminalidade na região.<br /><br />
— Eu
perdi minha melhor perna de chute. Agora, não posso mais fazer algo que
tinha paixão. Mal posso me locomover pela cidade, na verdade. O Rio não
é preparado para os deficientes — comenta o cabo.<br /><br />
O PM conta que
apenas percebeu a falta que faria para o filho quando estava deitado na
cama do hospital, com a perna amputada e correndo risco de vida. A
família decidiu por preservar a notícia da criança enquanto a visita no
hospital não era possível. Braga contou com o apoio de sua esposa e de
sua família durante todos os momentos difíceis.<br /><br />
— Escondemos
durante uns dias. Minha esposa e minha família foram essenciais. Mas,
quando vi meu filho, não aguentei. Ele me deu um abraço e ficamos
chorando juntos. Eu não tinha chorado até ali. Foi o momento da minha
derrocada pessoal.<br /><br />
O filho de apenas quatro anos nasceu após Braga
estar há dois anos na corporação. Ao contrário dos conselhos que
escutava dos companheiros, não diminuiu o ritmo de trabalho:<br /><br />
— Eu queria dar ao meu filho uma vida mais tranquila. Achava que, para tornar a sociedade melhor, precisava ir além.<br /><br />
Apesar
da pouca idade, o filho tenta não chorar mais na frente do pai. Ainda
não há uma noção total da dificuldade que Braga tem com a perda da
perna. No entando, a admiração não foi abalada pelo acidente e gera até
brincadeiras.<br /><br />
— Ele brinca comigo, pula num pé só. Mas ao mesmo
tempo dá conselho: "pai, toma cuidado para os bandidos não tirarem sua
outra perna". Ele não entende tudo, mas tem a preocupação — compartilha o
cabo.<br /><br />
<strong>MORTES PRECOCES SÃO ALARMANTES<br /></strong><br />
Entre
os dados apresentados pelo estudo, há o tempo de atividade dos
policiais mortos em serviço no ano passado. Cerca de um terço dos PMs
morreram quando tinham no máximo 5 anos de corporação.<br />
— De
infeliz destaque, há um soldado que só teve dois anos trabalhando na
Polícia Militar. Uma vida tão nova já sendo retirada pelo crime e
deixando de servir a corporação pelos próximos 28 anos. É uma perda
imensurável — afirma Cajueiro.<br /><br />
Outro número também chama atenção
entre os mais novos. Em 2017, o afastamento psiquiátrico gerou um gasto
superior a R$ 28 milhões. Cerca de 58% dos licenciados estão nos
primeiros dez anos de serviço.<br /><br />
— Esses policiais podem acabar
retornando, mas não temos como saber. São uma perda em relação ao
pessoal disponível no efetivo policial e uma perda para toda a
sociedade. São humanos afetados pela guerra em que vivemos — completou o
coronel.<br /><br />
<strong>RESULTADOS E PROPOSTAS<br /></strong><br />
A
Diretoria de Assistência Social trouxe propostas de prevenção com base
nos dados levantados. De acordo com o estudo, o custo com os salários e
seguros de mortos em feridos foi de R$ 208 milhões no ano passado.<br /><br />
A
blindagem dos carros é posta em pauta como principal precaução. Com
base nos números citados, o custo da blindagem 3A (proteção para os
calibres 22, 38, 9mm e Magnum 375 e 44) das 3.000 viaturas no estado do
Rio seria de 50% do valor gasto em 2017 com as perdas.<br /><br />
— O ideal é
que haja um olhar especial para a prevenção. Seja nas blindagens,
coletes balísticos e leis mais rigídas — afirma o cabo Braga.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-16196738179895248462018-05-25T08:38:00.004-03:002018-05-25T08:38:51.226-03:00DISCUTIR NOVO MODELO DE POLÍCIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b><b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - POLÍCIA E ENCARCERAMENTO, BODES EXPIATÓRIOS DA VITIMIZAÇÃO DA ESQUERDA.
</b></b>Ele esquece que segurança pública é um direito e direitos são garantido no Estado Democrático de Direito pela força da lei e da justiça onde a polícia é a parte inicial do sistema de justiça criminal e o encarceramento a parte final necessário para penalizar, responsabilizar, limitar direitos, isolar os criminosos da sociedade e mostrar que o crime não compensa, mas abrindo oportunidades para a recuperação do apenado. Além disto, ele esquece que não há encarceramento em massa no Brasil, pois a permissividade das leis, a leniência da justiça e a irresponsabilidade da execução penal permitem que muitos bandidos estejam impunes e outros livres, leves e soltos beneficiados por medidas benevolentes e por falta de vagas prisionais. A sociedade tem que estar em alerta e contra a proposta da esquerda de culpar as polícias e desqualificar o modelo policial militar para para reduzir a contenção do crime, cada vez mais ousado, cruel e empoderado de armas e táticas militares de guerra. <br /><b><b><br />ZERO HORA - 25/05/2018 <br /><br /><br />Eduardo Rosa<br /></b><br />"Precisamos discutir um novo modelo para as polícias brasileiras", afirma ex-comandante da PM do Rio. Ibis Pereira é graduado em Direito e mestre e doutorando em História. Coronel da reserva, filiou-se ao PSOL a convite da vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março</b><br /><img height="426" src="https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24375013.jpg?w=700" width="640" />Ibis Pereira tem 33 anos de Polícia militarAnderson Fetter / Agencia RBS<br /><br /><br />A experiência acumulada em 33 anos de caserna não basta para o coronel da reserva Ibis Pereira analisar o impactante número de homicídios no Brasil e as deficiências nas estratégias de segurança pública no país. Ex-comandante-geral da Polícia Militar do <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/rio-de-janeiro/">Rio de Janeiro</a>, o mais alto posto da corporação, ele também recorre à história para explicar as causas da violência — vai ao período da escravidão para falar das desigualdades e foca na ditadura civil-militar quando o assunto são as heranças deixadas nas instituições.<br /><br /><br />Com a <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/constituicao/">Constituição</a> de 1988 em mãos, ele conversou com <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/">GaúchaZH</a> no início deste mês, quando esteve no Rio Grande do Sul para um debate na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (<a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/unisinos/">Unisinos</a>). A falta de um sistema para a segurança pública, o modelo policial e direitos humanos são temas que o hoje doutorando em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aborda a seguir.<br /><br /><b><br />O Brasil registra mais de 60 mil homicídios por ano e, também, um superencarceramento. Como chegamos a isso?</b><br /><br />Há uma herança muito ruim no país, que anos e anos de República não deslindaram, que é a desigualdade. A obra da escravidão continua. Não à toa, mais de 70% das vítimas de letalidade violenta são negros, pobres, do sexo masculino e moradores de favelas. Isso não é coincidência; é história. Para entendermos essa tragédia que é a violência, precisamos entender isso: antes de falar em segurança pública, devemos falar em segurança social. Precisamos entender que segurança é direito e passa por redução de desigualdades e melhoria das condições de vida dos pobres. Em 1988, criamos a Constituição que tem na dignidade da pessoa seu principio fundamental. Dissemos que iríamos construir uma sociedade livre, justa e solidária, fizemos um capítulo sobre segurança pública, mas ele não foi regulamentado até hoje.<br /><br /><br /><b>A não regulamentação é falta de vontade política?</b><br /><br /><br />Diria que é um pouco disso, sim. Também é um pouco de falta de vontade de enfrentar os lobbies corporativos. Porque, quando você fala em disciplinar o artigo 144, você fala em integrar todas as instituições em um sistema. Isso, de algum modo, mexe com os interesses corporativos. A transição política no país (da ditadura para a democracia) não enfrentou esse poder.<br /><br /><br /><b>O debate sobre a desmilitarização ou sobre a criação de uma polícia de ciclo completo, que patrulha e investiga, está paralisado?</b><br /><br /><br />Antes do debate sobre a Previdência, dentro das polícias militares ensaiamos essa discussão. Há cinco ou seis anos, essa questão andava. Mas creio que voltamos à estaca zero. Precisamos efetivamente discutir um novo modelo para as polícias brasileiras. O desenho dessa regulamentação do artigo 144 da Constituição deve apontar para um novo arranjo das instituições policiais. Nossos indicadores são muito ruins, temos uma taxa de elucidação em inquéritos muito baixa. Migrar do modelo atual para outro modelo, nesse cenário, é muito complexo de se fazer. Estrategicamente, é o caso de fazer o dever de casa, que há 30 anos não fazemos: regulamentar a Constituição, num sentido que permitisse o novo desenho a médio prazo.<br /><br /><b><br />Esse resultado, do alto número de mortes violentas à baixa elucidação, é fruto do modelo de polícia?</b><br /><br /><br />Não temos sistema efetivamente: há instituições criadas ou herdadas da ditadura civil-militar. Você não pode, de uma maneira rigorosa, falar em política de segurança pública no Brasil no médio e no longo prazos. Você não reduz homicídio se não envolver União, Estados e municípios. Se você não tem sistema, se as coisas dependem das vontades das pessoas que estão sentadas nas cadeiras, no médio e no longo prazos você não consegue andar. É preciso um sistema para amarrar as vontades. E não tem sistema porque até hoje a Constituição é descumprida. A outra questão é o desenho dessas instituições policiais: a ausência de um ciclo completo, o fato de você ter nos Estados uma Polícia Civil que investiga e não patrulha e uma Polícia Militar que patrulha e não investiga. Isso é ruim. Se você levar em consideração que a política de drogas é centrada quase que exclusivamente no confronto e olhar para o modelo de polícia, você vai ver uma conjugação muito ruim. Você tem uma política que aposta no confronto para resolver a questão das drogas e as polícias estaduais são fragmentadas nas suas atribuições. A polícia que efetivamente está nas ruas para patrulhar não investiga. É sobre essa instituição policial que recai a demanda do enfrentamento às drogas na perspectiva bélica. Onde essa polícia que não investiga vai procurar agir? Onde não precisa inquérito policial, onde pode identificar visualmente quem está envolvido no comércio varejista: nas periferias, nas favelas. A conjugação de uma falta de estrutura com uma falta de política adequada para enfrentar a questão das drogas, com esse modelo de polícia que a gente tem, acaba transformando a guerra às drogas em guerra à pobreza.<br /><br /><b><br />A PM está mais disposta ao confronto porque não tem a prerrogativa de investigar?</b><br /><br /><br />Eu diria que a Polícia Militar é empurrada para esse confronto devido à falta de sistema. Por que insisto tanto no sistema? Porque, pela Constituição, tráfico de drogas e tráfico de armas são atribuições do governo federal. Você precisa, para enfrentar essas questões, conjugar ações de ordem da União com as polícias estaduais e os municípios. Se você não tem sistema, não consegue articular ações nas três dimensões. Para entendermos porque temos polícias tão violentas no seu cotidiano, precisamos olhar para uma estrutura de governança que não existe ou é muito frágil. A fragmentação por si só já é ruim, mas, quando você tem uma polícia que investiga e não patrulha e uma que patrulha e não investiga sem sistema de governança, isso agrava ainda mais essa situação.<b></b><br />
<b><br />Que avaliação o senhor faz da <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/intervencao-no-rio/">intervenção federal no Rio de Janeiro</a>?</b><br /><br /><br />Me parece, num primeiro momento, que tem menos a ver com segurança pública do que com política eleitoral. Se não tivéssemos tido aquele desfile histórico da (escola de samba) <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/noticia/2018/02/critica-na-sapucai-carnaval-de-2018-e-um-dos-mais-politizados-dos-ultimos-anos-no-rio-cjdkcmc3500y301n3ipls670p.html">Paraíso do Tuiuti</a>, na sua crítica contundente ao governo federal, acho pouco provável que estivéssemos vivendo uma intervenção federal no Rio. Os indicadores criminais neste Carnaval não foram tão diferentes dos anos anteriores. O Rio vem sofrendo há muitos anos por conta de uma dinâmica criminal que é muito específica do Estado e, particularmente, da sua capital. A crise que se abate sobre o Estado do Rio, antes de ser financeira, é política. Falta política pública de segurança. A União não controla armas como deveria, não tem uma política de drogas como deveria ter, o Estado membro sofre com isso, e a solução que o governo apresenta é a intervenção no Estado. Isso é profundamente contraditório. Até agora, os resultados têm sido muito tímidos, para não dizer que não há qualquer resultado. Os confrontos têm se agudizado. Ela é uma medida muito grave porque significa uma subtração da autonomia de um ente federativo.<br /><br /><b><br />As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), quando foram criadas, em 2008, tinham uma ideia de polícia comunitária. Mas o projeto cresceu com críticas devido à repressão. ele fracassou?</b><br /><br /><br />Creio que sim, pela baixa institucionalidade. A ideia foi generosa, mas não ganhou institucionalidade. O que quero dizer com isso? Comandei a escola de formação de oficias do Rio em 2012. Tinha pouco mais de 200 cadetes e todos seriam destinados, ao final do curso, às UPPs. Estamos falando de quatro anos após a inauguração da primeira UPP. Pois eu não tinha um único manual. É uma ideia generosa, um discurso progressista, mas que foi implementada de forma equivocada. A gestão desse programa cumpriu um calendário apressado. O programa que criou o policiamento de proximidade teve o decreto publicado em 2015. Estávamos no comando e já tínhamos 38 UPPs. E você tem aí o calendário dos grandes eventos. O programa entrou em outra lógica. Em 2013, tivemos um caso muito grave que também não foi enfrentado pelo Estado com a seriedade que deveria, o Caso Amarildo (referência ao pedreiro que desapareceu, em 14 de julho de 2013, após ser detido por PMs e conduzido de sua casa, na Rocinha, à sede da UPP do bairro). O programa dependia da confiança da população. O Caso Amarildo abalou essa relação. E o governo nunca pediu desculpas, nunca admitiu, não fez nenhuma correção de rumo da política de proximidade. Também não se fez reforma nas instituições policiais, ainda que dentro dos limites do Estado. É um conjunto de questões. Mas o programa ajudou a reduzir a letalidade. Tivemos o Morro Santa Marta, a primeira comunidade a receber UPP, onde durante cinco anos não ocorreu uma única troca de tiros.<br /><br /><b><br />No Santa Marta, a experiência teve êxito?</b><br /><br /><br />Pelo menos no início. De dois ou três anos para cá, já não se pode olhar da mesma forma. Mas, durante um bom tempo, não tivemos troca de tiro. Assim como em outras unidades. As UPPs contribuíram para reduzir a letalidade violenta em alguns lugares..<br />
<br /><b>O delegado Orlando Zaccone, responsável pela investigação do Caso Amarildo, diz que a violência e a corrupção policial são tratados como pontuais. O senhor acha que falta depuração dentro das polícias?</b><br /><br /><br />A corrupção policial no Brasil é reflexo da violência policial. Polícias com alta letalidade necessariamente têm problemas graves com corrupção. E a questão é muito simples: a violência tem um desdobramento ético. Uma polícia envolvida diretamente na guerra — e as nossas polícias são empurradas para a guerra — precisa formatar uma subjetividade que faça a guerra. A guerra implica um nível de embrutecimento que vai impactar a dimensão ética. Ter polícias com alto índice de letalidade significa ter policiais adoecidos na sua humanidade. Profissionais adoecidos na sua humanidade são profissionais que vão ter problemas com corrupção. Porque é um desdobramento, é um aspecto desse adoecimento que não é só físico, é moral também.<br /><br /><b><br />Em uma entrevista recente ao El País, o senhor afirmou que "o campo progressista precisa encontrar um discurso que fale ao policial". Que discurso é esse?</b><br /><br /><br />Acho que o policial de modo geral não se vê contemplado pela fala de uma parte da esquerda. E entendemos: há uma parte da esquerda marxista, na qual eu me situo, que tem noção de que a violência está relacionada às contradições sociais. Quando as contradições sociais estiverem resolvidas, o capitalismo for superado e tivermos uma nova forma de organização social, esses problemas estarão superados. Mas a gente não sabe quanto tempo vai levar isso. Não dá para continuar convivendo com 60 mil pessoas trituradas, trucidadas, esmagadas por ano no Brasil. Não dá para continuar com as polícias adoecidas, brutalizadas por omissões e equívocos. Estamos falando de sofrimento humano. A gente precisa envolver as polícias nisso, porque elas fazem parte desse problema: elas sofrem e fazem sofrer. Não dá para continuar tratando nossos policiais como se eles fossem inimigos, como se estivéssemos em campos opostos. Não estamos. No Estado Democrático de Direito, a polícia existe fundamentalmente como um órgão promotor e defensor da dignidade da pessoa humana. Se os policiais não estão se sentindo contemplados com nosso discurso, tem alguma coisa errada e muito provavelmente é com nosso discurso. Não tem política de segurança pública sem promoção dos direitos humanos, e a polícia tem que ser envolvida efetivamente nesse compromisso.<br /><img src="https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24375014.jpg?w=300" />Coronel deu entrevista com Constituição em mãosAnderson Fetter / Agencia RBS<br /><br /><b><br /> Falando em direitos humanos, há eco na sociedade o discurso do "bandido bom é bandido morto". Uma pesquisa da qual o senhor foi colaborador mostra que isso encontra abrigo inclusive nas camadas mais pobres, que sofrem muito com a violência. Por quê?</b><br /><br /><br />É uma boa pergunta. Esse discurso, pelo menos no Rio de Janeiro, é muito relacionado aos anos 1980 e às políticas públicas que foram desenvolvidas ou que tentamos desenvolver ao longo dos dois governos de Leonel Brizola. Na época, esse discurso era muito utilizado por algumas pessoas — que inclusive se elegeram com esse tipo de plataforma — para marcar uma posição às mudanças que Brizola pretendeu fazer e, me parece, se tivessem vingado, a realidade seria completamente diferente. Porque Brizola entendeu a questão da centralidade da dignidade da pessoa humana para a política pública de segurança e a necessidade de se ter polícias comprometidas com essa perspectiva. E foi muito boicotado. Eu poderia dizer que foi sabotado por boa parte das próprias polícias. Uma parte da sociedade não reconhece a outra parte como igual em direitos. Então, o outro é o inimigo. Outro é o outro, contra quem eu tenho que me proteger. Essa lógica do nós contra eles, essa perspectiva do confronto, casa com essa herança ancestral que a gente tem, de transformar questões policiais em guerra. Com a ditadura civil-militar, isso que a gente já tinha, a doutrina da segurança nacional transformou em ciência. E essa ideologia impregnou as forças policiais ao longo desses 21 anos de ditadura. Curiosamente, a partir dos anos 1970, quando já estávamos saindo dessa ditadura, incorporamos outra perspectiva bélica, que começou em 1971 nos Estados Unidos, que é a guerra às drogas. Troca uma guerra pela outra.<br /><br /><b><br />Por outro lado, vemos uma expansão do estado penal e a criminalidade crescendo paralelamente.</b><br /><br /><br />O estado policial está no outro extremo do Estado Democrático de Direito. Desde que publicamos essa Constituição, ela é vítima de um ataque sistemático. Logo depois que ela foi publicada, muita gente disse que a Constituição tornaria o Brasil ingovernável. E ainda é um debate a história de que o Brasil não cabe na Constituição. Existe uma parte da sociedade com uma mentalidade escravocrata que não quer um país para todo mundo. O estado penal, o "bandido bom é bandido morto", a militarização da segurança pública, esse belicismo no campo penal, o superencarceramento, a ideia de que a gente vai resolver os problemas da segurança pública com direito penal atende a esse déficit democrático.<br /><br /><br /><b>Qual é o impacto da <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/marielle-franco/">execução da Marielle Franco</a> para a segurança e para a democracia?</b><br /><br /><br />A Marielle era uma vereadora no exercício de um mandato popular, relacionado a causas muito caras à democracia brasileira. A questão das favelas, da violência nos espaços de favela, a inclusão dos direitos da comunidade LGBT... A Marielle foi assassinada em uma tentativa de calar sua voz, em um ataque a todas essas bandeiras. Sob o ponto de vista da democracia, assassinar um representante popular no exercício do mandato é muito grave, no momento em que a Constituição completa 30 anos e no curso de uma intervenção federal. Parece-me absolutamente decisivo para a saúde da nossa combalida democracia que a justiça, que esses homicídios _ do Anderson e da Marielle _ sejam esclarecidos. A forma como a vida é banalizada num país em que a Constituição diz que a dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental talvez seja a maior prova do quanto temos de caminhar para efetivamente podermos dizer que vivemos num Estado Democrático de Direito.<br /><br /><br /><b>Em 2016, o senhor se filiou ao PSOL. Qual foi a sua intenção ao entrar para um partido político depois de ter atingido o topo da carreira na polícia?</b><br /><br /><br />Foi a Marielle que me levou para o partido, ela era minha amiga. Busquei uma maneira de tentar contribuir para vivermos numa sociedade decente. Me angustio muito com a situação do país. Me entristeço ao ver o estado em que se encontram as polícias brasileiras. Passei 33 anos na PM e, se tivesse de começar uma vida novamente, seria policial militar. Gostaria de ter uma polícia mais valorizada, mais comprometida com a democracia e com os valores democráticos. Queria uma polícia melhor. No meu Estado (RJ), morrem mais de cem policiais todos os anos, isso me magoa e me machuca muito. Entendi que, dentro de um partido político, poderia ajudar na formulação de ideias.<br /><br /><br /><b>Está no seu horizonte uma candidatura a algum cargo público?</b><br /><br /><br />Não. Não está. Entrei para o partido para poder ajudar. Para ser orgânico, para usar uma ideia gramsciana. O Brasil em que eu vivo é muito diferente do que eu gostaria.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-40558635033576935622018-05-10T12:00:00.000-03:002018-05-10T12:00:19.988-03:00POLÍCIA QUE MATA, POLÍCIA QUE MORRE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b><br />Polícia que mata, polícia que morre <br /><br /> Por Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, Fórum Brasileiro de Segurança Pública <br /><br /> DO G1 10/05/2018 05h15 </b><br /> <br /> <br /> <br /> <img src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wBDAAMCAgMCAgMDAwMEAwMEBQgFBQQEBQoHBwYIDAoMDAsKCwsNDhIQDQ4RDgsLEBYQERMUFRUVDA8XGBYUGBIUFRT/2wBDAQMEBAUEBQkFBQkUDQsNFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBT/wgARCAAIABkDASIAAhEBAxEB/8QAFwABAQEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAYCBP/EABQBAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD/2gAMAwEAAhADEAAAAYKeDfSH/8QAHBAAAAYDAAAAAAAAAAAAAAAAAAECAwQFERIj/9oACAEBAAEFAmaSY4VhGRljVJcx/8QAFBEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAEP/aAAgBAwEBPwE//8QAFBEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAEP/aAAgBAgEBPwE//8QAHxAAAQMDBQAAAAAAAAAAAAAAAQACIRESMQMUM2Lw/9oACAEBAAY/AuKwdzRP0dw11uXM9KoTIhZX/8QAGxAAAgMAAwAAAAAAAAAAAAAAAREAITFBUfH/2gAIAQEAAT8hCiRPyCQBmFZLKF9tgLtzMuP2n//aAAwDAQACAAMAAAAQgc//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAEDAQE/ED//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAECAQE/ED//xAAbEAEBAAIDAQAAAAAAAAAAAAABEQAhMWGhkf/aAAgBAQABPxAraV8tb5kZaKxYhZgDEQd61i1tXIk1bes6nxn/2Q==" /> <img height="205" src="https://s2.glbimg.com/pBg2NLr-qtN0cTAzH-_-qCElUNk=/0x0:1920x617/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/b/H/I6je93RJC7bA8ijpDnAQ/ilustra-4.jpg" width="640" /> <br /> <br /><br /> (Foto: Alexandre Mauro/G1) <br /> <br /> <br /> <br /><br /> Foi na tarde de 13 de julho de 2017 que Ricardo Nascimento, de 39 anos, entrou para uma triste estatística: tornou-se uma dentre as 940 vítimas fatais de intervenções policiais no Estado de São Paulo registradas no ano passado. Negão, como era chamado, foi um carroceiro bastante conhecido e querido da região de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Na tarde em que foi vítima da ação policial, Negão parecia alterado, e gritava na rua com um pedaço de madeira na mão. Um policial recém-formado o interpelou e, antes que pudesse obedecer, foi atingido por dois tiros na região do tórax. <br /> <br /><br /> O boletim de ocorrência afirma que o policial militar foi obrigado a se defender, o que justificava o homicídio praticado. Já os relatos de testemunhas e as cenas gravadas pela câmera de um prédio evidenciam o brutal despreparo do agente, que estava a metros de distância e desrespeitou todos os protocolos de uso da força na ocorrência. <br /> <br /><br /> São Paulo, reconhecido nacionalmente como o principal caso de sucesso na redução dos homicídios, cuja redução ultrapassa 70% desde o ano 2000, assume hoje uma liderança ingrata: 1 em cada 5 assassinatos do estado tem a autoria de policiais, a maior proporção do país. <br /> <br /><br /> Mas este problema não se restringe às polícias paulistas. Casos como esse acontecem diariamente em todo o país e não há como estimar quantas dessas mortes podiam ter sido evitadas. O número de mortos em decorrência de intervenções policiais divulgado pelo Monitor da Violência mostra que o Brasil está flertando com a barbárie. <br /> <br /><br /> <a href="https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/brasil-registra-quase-60-mil-pessoas-assassinadas-em-2017.ghtml">Em março, a divulgação dos indicadores de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte mostrou um aumento de 2,7% em relação a 2016</a>. Agora, o indicador de letalidade da polícia apresentou crescimento de 18,7% no mesmo período, indicando um total descontrole das forças policiais em diversos estados. <br /> <br /> <br /><br /> Todos estes casos foram registrados como morte decorrente de intervenção policial/resistência seguida de morte, ou seja, supõem que os policiais fizeram uso da força em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever legal. Casos de homicídio, feminicídio ou mesmo envolvimento de policiais em chacinas e execuções sumárias não estão incluídos nessa conta. <br /> <br /><br /> Ainda mais grave é constatar que as mortes decorrentes de intervenções policiais já são a segunda causa de assassinatos em todo o Brasil, ultrapassando os feminicídios (946) e os latrocínios (2.447). Isso significa dizer que na terra do samba e do futebol é mais provável ser vítima de um tiro da polícia do que ser morto por um assaltante durante um roubo. <br /> <br /><br /> Geralmente justificadas como sinônimo da eficiência policial, que chega mais rápido ao local da ocorrência, ou como resposta ao aumento da criminalidade, o fato é que o aumento da letalidade policial demonstra o completo descontrole do Estado brasileiro sobre suas forças policiais. Não à toa, o Brasil foi condenado na OEA ano passado pelas chacinas ocorridas na Comunidade Nova Brasília, durante operações policiais no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, em 1994 e 1995. <br /> <br /> <br /> <br /> <img src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wBDAAMCAgMCAgMDAwMEAwMEBQgFBQQEBQoHBwYIDAoMDAsKCwsNDhIQDQ4RDgsLEBYQERMUFRUVDA8XGBYUGBIUFRT/2wBDAQMEBAUEBQkFBQkUDQsNFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBT/wgARCAAIABkDASIAAhEBAxEB/8QAFwABAQEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAUEB//EABQBAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD/2gAMAwEAAhADEAAAAea4AnUQ/8QAHBAAAQMFAAAAAAAAAAAAAAAAAgADBAEREhMh/9oACAEBAAEFApBM2LHVIF4q8X//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAEDAQE/AT//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAECAQE/AT//xAAfEAACAAYDAQAAAAAAAAAAAAABEQACAxIhIgQQEyP/2gAIAQEABj8C4yZHmphBdP6HJyFLFKzfbNyGoS6//8QAGxABAQACAwEAAAAAAAAAAAAAAREAITFBUfD/2gAIAQEAAT8he2pAY35wdOpBBXUngOpkQkbAHcePNmXH/9oADAMBAAIAAwAAABBzz//EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQMBAT8QP//EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQIBAT8QP//EABsQAQEBAQADAQAAAAAAAAAAAAERIQBBUWGR/9oACAEBAAE/EIEifsrgozVseI+VwKIBF8wVRYzqKV28GorgKVA9zvo/vf/Z" /> <img height="205" src="https://s2.glbimg.com/3R4z6WFLGLbQdMwL-VVRkUdP9RU=/0x0:1920x617/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/t/w/4tkjNBTLqSDXNVkV4RAA/ilustra-2.jpg" width="640" /> <br /> <br /><br /> (Foto: Alexandre Mauro/G1) <br /> <br /><br />As mortes de policiais <br /> <br /><br /> Um fenômeno sobre o qual sabemos muito pouco diz respeito às circunstâncias dos assassinatos de policiais no Brasil. Se a princípio podemos comemorar a redução de 15% nos homicídios de policiais entre 2016 e 2017, pouco sabemos sobre como chegamos a esse resultado. <br /> <br /> <br /><br /> Dos 385 policiais assassinados em 2017, 91 estavam no horário de serviço quando foram mortos e 294 foram mortos fora do horário de trabalho. De um lado, isso revela que os policiais estão menos expostos durante o expediente, quando estão com a equipe, viatura, rádio e todo o apoio da corporação. Ainda assim, é inconcebível olhar para essa estatística como algo positivo porque nenhum policial devia ser morto por cumprir sua função. Esse número é muito elevado sob qualquer critério internacional, assim como em comparação com outras carreiras. Não seria um escândalo se 91 juízes ou médicos tivessem sido assassinados enquanto trabalhavam no ano passado? <br /> <br /><br /> Mais preocupante é verificar que quase três centenas de policiais foram mortos fora do serviço, em situações que desconhecemos por completo, mas cujas hipóteses são: policiais morrem durante o “bico” como segurança particular, um mecanismo para complementar renda que faz parte do cotidiano da grande maioria dos profissionais de segurança; policiais morrem porque são levados a crer que são “policial 24 horas”, estando sempre armados e prontos a reagir a qualquer situação, mesmo sem apoio operacional; policiais morrem simplesmente porque são policiais, e no mundo do crime a cabeça de um policial vale muito; maus policiais morrem porque estão envolvidos com a criminalidade. <br /> <br /><br /> Não é raro vermos políticos ou mesmo lideranças das organizações policiais verbalizando a máxima de que bandido bom é bandido morto. Em uma sociedade aterrorizada em que os índices de violência só crescem, é natural que discursos de ordem a qualquer custo seduzam eleitores reféns do medo. Mas para além das retóricas de gabinete, permeadas de adjetivos que pintam as ruas das cidades brasileiras como cenários de guerra, o fato é que uma política de segurança baseada no enfrentamento violento não produz nenhum resultado positivo, nem para a polícia nem para a sociedade. <br /> <br /> <br /><br /> Se assim o fosse, após mais de um milhão de assassinatos nos últimos 20 anos, o Brasil viveria em plena paz dos cemitérios e é exatamente o contrário disso o que acontece. Vamos naturalizando a violência e os políticos vão “dobrando as metas de mortos”, quase que como em um moto perpétuo. Ninguém tem coragem de parar e buscar soluções que garantam a segurança pública como fator de cidadania e de desenvolvimento. <br /> <br /><br /> Nesse movimento, tratar os policiais como “heróis” é a melhor desculpa que um político pode ter para privá-lo do instrumental mais básico de trabalho. Heróis não precisam de bons salários, armas de fogo de qualidade ou seguro de vida, apenas de sua coragem. A propaganda ideológica de policiais heróis é perversa e faz com que a população aplauda medidas extralegais e, em especial, faz com que os policiais tenham seus direitos desrespeitados e vilipendiados. Policial é trabalhador e servidor público e precisa ser valorizado e respeitado. <br /> <br /><br /> Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima são diretores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-25769679516981882362018-05-10T11:58:00.003-03:002018-05-10T11:58:37.811-03:00POLÍCIAS MAIS VIOLENTAS DO BRASIL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><b>No Norte e no Nordeste, oito das dez polícias mais violentas do Brasil <br /> <br /><br /> Por Bruno Paes Manso, Núcleo de Estudos da Violência da USP <br /><br /> DO G1 - 10/05/2018 05h15 A</b><br /> <br /> <br /> <img src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wBDAAMCAgMCAgMDAwMEAwMEBQgFBQQEBQoHBwYIDAoMDAsKCwsNDhIQDQ4RDgsLEBYQERMUFRUVDA8XGBYUGBIUFRT/2wBDAQMEBAUEBQkFBQkUDQsNFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBT/wgARCAAIABkDASIAAhEBAxEB/8QAFwABAAMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIEB//EABQBAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD/2gAMAwEAAhADEAAAAcWmC6H/xAAZEAADAQEBAAAAAAAAAAAAAAAAAgMEARP/2gAIAQEAAQUCbWijxmt8+lenvA//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAEDAQE/AT//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAECAQE/AT//xAAcEAABBQEBAQAAAAAAAAAAAAACAAEDERIxQRP/2gAIAQEABj8CFvSfKmKWaPYNkBB9Wj+hW99rxdX/xAAcEAABBAMBAAAAAAAAAAAAAAABACExQRFRYZH/2gAIAQEAAT8hgIghU7Okx9Eck56jDJbZSF2+L//aAAwDAQACAAMAAAAQgA//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAEDAQE/ED//xAAUEQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQ/9oACAECAQE/ED//xAAcEAEAAwACAwAAAAAAAAAAAAABABEhMUFRYfH/2gAIAQEAAT8QRNJ2wiqtOB2zE1Ag80UDQ0C0PuJTK5apMoqwzzPoJ//Z" /> <img height="205" src="https://s2.glbimg.com/2ovP2sX_rJghtYAmpJrFeyHIeLA=/0x0:1920x617/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/X/q/PRsTGERVulCvbkvnaXow/ilustra-1.jpg" width="640" /> <br /> <br /><br /> (Foto: Alexandre Mauro/G1) <br /> <br /> <br /> <br /><br /> Em vez de trabalharem para reduzir as taxas de homicídios, as polícias de alguns estados brasileiros têm sido responsáveis pelo agravamento do quadro de violência ao registrar uma quantidade crescente de mortes durante o patrulhamento. Nos últimos anos, o problema piorou principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde estão oito das dez polícias mais letais do país. <br /> <br /><br /> Os casos de mortes por intervenção policial, historicamente, costumavam se concentrar no Rio de Janeiro e em São Paulo, que ficaram conhecidos por terem as polícias mais violentas do Brasil e do mundo. Depois de 2014, outros estados passaram a registrar aumento de mortes por policiais, não se sabe se decorrente do crescimento real da letalidade ou se pela melhoria dos registros oficiais, que desde 2009 passaram a ser contabilizados e divulgados nos anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. <br /> <br /><br /> Considerando os dados contabilizados, no entanto, em quatro anos, a taxa de mortes por intervenção policial no Brasil subiu 118%, passando de 1,1 por 100 mil habitantes em 2013 para 2,4 por 100 mil em 2017, conforme o levantamento do Monitor da Violência. São Paulo caiu para a 12ª posição entre as polícias que mais matam no Brasil. O espraiamento da letalidade consolidou de vez o país na liderança mundial das polícias mais violentas do planeta. <br /> <br /><br /> A escalada mais impressionante ocorreu no Amapá, estado que ocupa o primeiro lugar no ranking brasileiro. Eram quatro casos de mortes por intervenção em 2013, que se multiplicaram por 16, alcançando 66 ocorrências no ano passado. O índice de 8,3 homicídios por 100 mil habitantes no estado é quase o mesmo da taxa geral de homicídios de São Paulo. Se há um lado positivo nesses dados apresentados pelo Monitor da Violência é que pelo menos agora a sociedade tem uma noção mais ampla do grau de despreparo das polícias brasileiras. <br /> <br /> <br /><br /> Algumas autoridades, inclusive oficiais das próprias corporações violentas, tentam argumentar que a letalidade elevada é uma decorrência da postura ativa dos policiais no enfrentamento ao crime. Em todas as polícias do mundo, no entanto, essas mortes por intervenção são sinônimo de falta de comando e de treinamento dos policiais para agir de forma inteligente e coordenada. <br /> <br /><br /> Nesses números, não constam os casos suspeitos de terem sido praticados por grupos de extermínio formado por policiais. Em 2017, por exemplo, dois policiais morreram no Amapá. A morte do sargento Hudson Conrado, atingido a tiros em outubro de 2017 enquanto aguardava a esposa sair de um culto em Macapá, causou grande comoção no estado. Nas horas que se seguiram, contudo, os moradores de bairros pobres testemunharam um drama que tem se repetido pelo Brasil. Em um prazo de quatro horas, sete jovens foram assassinados nas periferias da cidade. O desinteresse das autoridades em acompanhar o motivo das execuções levou familiares das vítimas a pedirem apoio da Comissão Nacional dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil para investigar a ação de grupos de extermínio no estado. <br /> <br /><br /> A tolerância à violência policial pode abrir brechas para o surgimento de grupos criminosos fardados, como ocorreu no Rio de Janeiro, que em 2017 ficou na segunda posição do ranking, com taxa de 6,7 por 100 mil habitantes. <br /> <br /> <br /> <br /> <img src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wBDAAMCAgMCAgMDAwMEAwMEBQgFBQQEBQoHBwYIDAoMDAsKCwsNDhIQDQ4RDgsLEBYQERMUFRUVDA8XGBYUGBIUFRT/2wBDAQMEBAUEBQkFBQkUDQsNFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBT/wgARCAAIABkDASIAAhEBAxEB/8QAFwABAQEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAMEBv/EABQBAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD/2gAMAwEAAhADEAAAAeJ0BSof/8QAHBAAAQMFAAAAAAAAAAAAAAAAAgADBQEEEhQW/9oACAEBAAEFAggbnHUiwMYKrq5x1f/EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQMBAT8BP//EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQIBAT8BP//EACAQAAEDAwUBAAAAAAAAAAAAAAIAAQMEEUESEyEiMqH/2gAIAQEABj8C7nHCOS1JhlrNwmyPDOrxVMMo4s69x/V//8QAHhABAAEDBQEAAAAAAAAAAAAAAQARUYEhMUGR0fH/2gAIAQEAAT8hcrmDt0wUglHUF1ChiOrKrwDBPteJ/9oADAMBAAIAAwAAABBwD//EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQMBAT8QP//EABQRAQAAAAAAAAAAAAAAAAAAABD/2gAIAQIBAT8QP//EABsQAQACAgMAAAAAAAAAAAAAAAERITFhABBx/9oACAEBAAE/EFRcEjSQpgPeJ7gZZ1JbVKNzfbqtZociYnoh/9k=" /> <img height="205" src="https://s2.glbimg.com/GZ8EXjJ1uzNpLKcKWU4Xx6jjUIk=/0x0:1920x617/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/F/A/UG5HgvSOaMIdMkEmT4ag/ilustra-3.jpg" width="640" /> <br /> <br /><br /> (Foto: Alexandre Mauro/G1) <br /> <br /> <br /><br />Impunidade e o fortalecimento das milícias <br /> <br /><br /> A impunidade histórica dos assassinatos praticados por policiais no Rio permitiu o fortalecimento das milícias. As vistas grossas deram uma vantagem aos milicianos frente aos demais grupos, que com o passar dos anos passaram a dominar um número crescente de comunidades no estado – com a conivência de alguns políticos – até se tornar uma das principais forças do crime fluminense. Integrantes das milícias – que são formadas por policiais, agentes penitenciários, bombeiros e seguranças privados – são os principais suspeitos de terem planejado <a href="https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/vereadora-do-psol-marielle-franco-e-morta-a-tiros-no-centro-do-rio.ghtml">o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes</a>, em março deste ano, ocorrido durante a intervenção federal. <br /> <br /><br /> O crescimento do mercado de drogas e do poder de fogo dos criminosos no Brasil também tem levado muitos policiais a se sentirem acuados e a agirem de forma violenta, como se dessa forma estivessem defendendo os integrantes das corporações. O tensionamento desse quadro se acirrou na última década, com a expansão do Primeiro Comando da Capital de São Paulo para outros estados e a articulação de outras facções estaduais a partir dos presídios. <br /> <br /><br /> Uma nova cena criminal se formou em quase todos os estados brasileiros, mais estruturada e lucrativa. A violência policial acabou sendo um dos sintomas dessa transformação, revelando o descontrole e a falta de planejamento das autoridades para lidar com essa realidade. <br /> <br /><br /> Como resultado, os mesmos estados que testemunharam crescimento generalizado dos homicídios nos últimos anos também aumentaram as taxas de mortes produzidas por intervenção policial. São exemplos o Acre e o Pará, empatados na terceira colocação de violência policial, com 4,5 mortos por 100 mil habitantes; Alagoas (4,2); Rio Grande do Norte e Sergipe (4) e Goiás (3,9). <br /> <br /><br /> O Rio Grande do Norte, que em 2017 foi palco das históricas rebeliões em presídios envolvendo o Sindicato do Crime e o PCC, se tornou <a href="https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/rn-e-o-estado-com-a-maior-taxa-de-crimes-violentos-de-2017.ghtml">o estado mais violento do Brasil</a>. O Acre, que ficou na segunda posição no ranking de homicídios em 2017, passou registrar uma disputa sangrenta entre o Bonde dos 13, facção local que se aliou ao PCC, com o Comando Vermelho, promovendo assassinatos filmados e compartilhados pelas redes sociais que aterrorizaram a sociedade local. A sensação de medo e de descontrole parece ter legitimado a ação truculenta das polícias, aumentando o ciclo vicioso de assassinatos. <br /> <br /> <br /><br /> As realidades históricas de cada estado, no entanto, também tiveram peso importante. O Pará, com um passado vinculado à pistolagem e à disputa política por terra, registrou <a href="https://g1.globo.com/pa/para/noticia/justica-determina-prisao-de-13-policiais-envolvidos-em-operacao-que-matou-trabalhadores-rurais-em-pau-darco.ghtml">a maior chacina policial do ano passado</a>. Em maio de 2017, policiais foram cumprir um mandado de reintegração de posse na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Alho, e dez pessoas morreram. Os policiais disseram que tinham reagido à agressão dos posseiros, mas a investigação da Polícia Federal apontou que as vítimas tinham fugido e depois foram executadas por policiais numa mata. <br /> <br /><br /> Muitos policiais também foram vítimas de homicídios em 2017, totalizando 385 mortes no Brasil. O total do ano passado, contudo, foi mais baixo que o do ano anterior, em que 493 policiais morreram. Existe um padrão diferente quando policiais matam e quando policiais são assassinados. A maioria dos homicídios praticados por policiais ocorre durante o serviço. Já o grosso das mortes dos policiais ocorre quando ele está de folga, muitas das vezes durante o bico de segurança, feito para complementar a renda, baixa demais para uma profissão com tantas responsabilidades e tantos riscos. <br /> <br /><br /> Bruno Paes Manso é jornalista e pesquisador do NEV-USP </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-13918467102716195532018-05-10T11:52:00.002-03:002018-05-10T11:56:42.283-03:00PESSOAS MORTAS POR POLICIAIS E ASSASSINATOS DE POLICIAIS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA </b>- ESTA MATÉRIA NÃO LEVOU EM CONTA QUE A POLÍCIA ESTÁ ENVOLVIDA NUMA GUERRA
URBANA NUM CENÁRIO EM QUE O CRIME ESTÁ INFILTRADO NAS COMUNIDADES E VEM
SENDO FAVORECIDO PELA PERMISSIVIDADE DAS LEIS, LENIÊNCIA DA JUSTIÇA,
CAOS NA EXECUÇÃO PENAL E OMISSÃO NOS PODERES CONSTITUÍDOS. Nesta guerra,
bandidos são mortos e policiais tentam sobreviver aos ataques e
atentados a mando e promovidas por facções e quadrilhas organizadas que
dominam presídios e se abastecem com drogas e arsenal de guerra trazidas
pelas fronteiras despoliciadas.<br />
<b><br /> Monitor da Violência</b> <br />
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<b>Cresce número de pessoas mortas pela polícia no Brasil; assassinatos de policiais caem <br /> <br />País teve 5.012 mortes cometidas por policiais na ativa em 2017, um aumento de 19% em relação a 2016. Já o número de policiais mortos caiu: foram 385 assassinados no ano passado. Falta de padronização e transparência dificulta consolidação dos dados. <br /> <br /><br /> Por Clara Velasco, Gabriela Caesar e Thiago Reis, G1 <br /> 10/05/2018 05h15 </b><br />
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O Brasil teve no ano passado 5.012 pessoas mortas por policiais – 790 a mais que em 2016. No mesmo período, 385 policiais foram assassinados – número menor que o do ano anterior. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. <br />
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<img height="360" src="https://s03.video.glbimg.com/x720/6724666.jpg" width="640" /> <br />
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O número de vítimas em confronto com a polícia cresceu 19% em um ano. Já o de policiais mortos caiu 15% – foram 453 oficiais assassinados em 2016. <br />
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O dado, inédito, compreende todos os casos de “confrontos com civis ou lesões não naturais com intencionalidade” envolvendo policiais na ativa (em serviço e fora de serviço). <br />
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O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. <br />
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<b>O levantamento revela que: </b><br />
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O Brasil teve 5.012 pessoas mortas por policiais no ano passado – um aumento de 19% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 4.222 vítimas;<br />
A taxa de mortes pela polícia a cada 100 mil habitantes subiu e está em 2,4;<br />
O Amapá é o estado com a maior taxa de mortes por policiais: 8,3 a cada 100 mil;<br />
O país teve 385 policiais assassinados em 2017 (menos que em 2016, quando 453 oficiais foram mortos);<br />
O Rio de Janeiro é o estado com o maior número absoluto de mortos por policiais (1.127) e de policiais mortos (119);<br />
São Paulo é o estado com a maior proporção de mortes por policiais sobre o total de crimes violentos: 19,5% .<br />
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Para Bruno Paes Manso, do NEV-USP, em vez de trabalharem para reduzir as taxas de homicídios, as polícias de alguns estados brasileiros têm sido responsáveis pelo agravamento do quadro de violência ao registrar uma quantidade crescente de mortes durante o patrulhamento. “Nos últimos anos, o problema piorou principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde estão oito das dez polícias mais letais do país.” <br />
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Segundo Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, diretores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de mortos em decorrência de intervenções policiais mostra que o Brasil está flertando com a barbárie. "Geralmente justificadas como sinônimo da eficiência policial, que chega mais rápido ao local da ocorrência, ou como resposta ao aumento da criminalidade, o fato é que o aumento demonstra o completo descontrole do Estado brasileiro." <br />
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"Mais preocupante ainda é verificar que quase três centenas de policiais foram mortos fora do serviço, em situações que desconhecemos por completo", afirmam. <br />
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Pessoas mortas por policiais no país (Foto: Betta Jaworski/G1) <br />
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<b><br />Vítimas da polícia: revolta e dor </b><br />
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O Amapá é, mais uma vez, o estado com <a href="https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/ap-tem-a-maior-taxa-de-mortos-pela-policia-do-pais-83-a-cada-100-mil-habitantes.ghtml">a maior taxa de mortos pela polícia do país</a>: 8,3 a cada 100 mil habitantes – bem acima da média nacional (2,4). Foram 66 pessoas mortas pela polícia em 2017. <br />
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Em janeiro do ano passado, Brendo Pinheiro foi morto por um policial em Macapá. Segundo a PM, ele atirou antes. A irmã diz que ele foi executado pelos policiais e que não foi ouvida pelas autoridades. "Eu abri a veneziana do lado, quando vi eles colocarem a arma na mão do meu irmão e atirarem na parede. Depois, forjaram o tiroteio", conta. <br />
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Para o secretário da Segurança do Amapá, Carlos Souza, o alto índice de mortes por intervenção policial no estado é reflexo de um escalonamento do crime. “A taxa aumentou. É um número preocupante. Mas hoje tenho certeza que esses homens estão indo para a rua para proteger as pessoas e têm a sua vida ameaçada. Considero que houve um aumento do enfrentamento da criminalidade.” <br />
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Comandante-geral da PM em 2015 e 2016, ele diz que a missão da corporação “é sempre preservar a vida, nunca tirá-la". "Nós somos signatários do método de preservação da vida, do coronel Giraldi, onde temos uma doutrina específica de quando usar a arma de fogo. Desde a formação de soldado todos passam por isso. Intensificar treinamento é sempre muito importante.“ <br />
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Segundo Souza, para interromper esse ciclo de violência é preciso prevenção. “O policiamento de proximidade é fundamental. E a repressão precisa ser extremamente qualificada, com o fortalecimento de todas as agências de inteligência", diz. <br />
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No estado de São Paulo, foram registradas 940 pessoas mortas por policiais. O estado fica apenas atrás do Rio de Janeiro no número absoluto de mortes. E aparece na primeira posição se for considerada a proporção de mortes cometidas por policiais sobre todos os crimes violentos: 19,5%. Isso significa que um em cada cinco assassinatos cometidos no estado tem um policial como autor. <br />
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Em imagem de câmera, o mecânico Eduardo dos Santos é levado por um policial após sofrer agressões em sua oficina, em Itapevi (SP). Ele morreu três horas e meia depois (Foto: Glauco Araújo/G1) <br />
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O mecânico Eduardo Alves dos Santos, de 49 anos,<a href="https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/juiza-manda-processo-de-mecanico-morto-por-pm-para-a-justica-militar.ghtml"> faz parte das estatísticas</a>. O crime aconteceu em 16 de janeiro, em Itapevi, na Grande São Paulo, quando a mulher dele, Fernanda Camargo, acionou a Polícia Militar para ajudá-la a tirar seus pertences de casa. <br />
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Ela conta ao G1 que chamou a polícia por temer que o marido ficasse irritado com sua saída de casa. Santos morreu cerca de três horas e meia depois de ser agredido pelo policial militar Adriano Soares de Araújo. “Eu não chamei a polícia para matá-lo. Eu chamei a polícia para me ajudar”, diz. <br />
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“A morte do meu marido não foi porque meu marido tropeçou e bateu a cabeça. A morte do meu marido não foi porque levou um tiro de um bandido. Não. Meu marido foi espancado por um policial dentro da minha casa”, diz Fernanda Camargo, viúva de Eduardo dos Santos. <br />
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A Secretaria da Segurança de São Paulo diz que desenvolve ações para redução da letalidade policial. "Uma delas foi a implantação da resolução SSP 40/15, que visa garantir maior eficácia nas investigações de mortes, com o comparecimento das Corregedorias e dos comandantes da região, além de equipe específica do IML e do IC. Os casos só são arquivados após minuciosa investigação pelas polícias a pedido do Ministério Público e ratificação do Judiciário." <br />
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"Toda a ocorrência é acompanhada, monitorada e analisada para constatar se a ação policial foi realmente legítima. Em 2017, o índice de suspeitos que morreram após entrarem em confronto com a polícia foi de 18%. Também no ano passado foram presos em flagrante 152.448 pessoas contra 687 que morreram ao confrontar a polícia durante o serviço. Assim, o total de mortos sobre o universo de pessoas presas representa 0,45%", diz a pasta. <br />
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Sobre a morte do mecânico, a secretaria diz que o PM foi indiciado e está afastado do serviço operacional. "O Inquérito Policial Militar (IPM) também foi concluído e encaminhado à Justiça Militar. O processo está em instrução na 4ª auditória, avocado pela Corregedoria e o resultado foi lesão qualificada com resultado morte." <br />
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No Rio de Janeiro, que lidera as estatísticas em números absolutos (1.127) e tem a segunda maior taxa do país (6,7 mortes a cada 100 mil habitantes), o caso de Maria Eduarda Ferreira, de 13 anos, não é esquecido. A garota foi atingida por um tiro no pátio da escola em Acari, na Zona Norte do Rio, durante uma aula de educação física. <br />
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Maria Eduarda foi morta no pátio da escola em que estudava, no Rio. O responsável pelo tiro foi o cabo Fábio de Barros dias (Foto: Reprodução/TV Globo) <br />
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O responsável pelo tiro foi um cabo da PM. A Divisão de Homicídios do Rio concluiu que <a href="https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/pm-e-indiciado-pela-morte-da-estudante-maria-eduarda-no-rio.ghtml">o policial assumiu o risco de matar</a> ao fazer disparos na direção da escola, de onde dois criminosos também atiravam. <br />
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“Uma revolta, né, por ela ser morta dentro da escola, de uma forma brutal. (...) Quando eu lembro dela, é isso, é que eu nunca mais eu vou tê-la. Nem eu, nem minhas irmãs, nem minha mãe, nem o pai”, diz Uidson Ferreira, irmão de Maria Eduarda. <br />
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A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro diz que tem diretrizes para as polícias Civil e Militar, referentes aos protocolos operacionais para áreas sensíveis, "localidades onde é elevado o risco de confronto armado com infratores da lei em decorrência de operações policiais com o objetivo de preservar a vida dos moradores e dos agentes da lei". <br />
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"Por meio do Exército Brasileiro, o Gabinete de Intervenção Federal disponibilizou as estruturas do Exército Brasileiro no Rio de Janeiro para treinamentos periódicos dos policiais militares – que ocorrem também na sede do Comando de Operações Especiais", afirma a secretaria. <br />
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Policiais mortos no país (Foto: Betta Jaworski/G1) <br />
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<b>Policiais mortos: luto </b><br />
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O Rio é também o estado com mais policiais mortos. Em 2017, foram 119. É o caso do 2º sargento Renato Cardoso, morto <a href="https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/tentativa-de-assalto-termina-em-morte-em-frente-a-uerj-no-maracana.ghtml">durante uma tentativa de assalto </a>na Zona Norte da capital fluminense. Amanda Soares Santana, a viúva do PM, conta que o crime aconteceu quando Cardoso estava a caminho do trabalho. <br />
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“Ele parou no sinal. Houve um assalto no carro ao lado, e os marginais, depois de assaltar esse carro, foram em direção a ele. Alvejaram ele com 10 disparos. Ele morreu ali no local”, diz Amanda Santana, viúva do 2º Sargento Renato Cardoso. <br />
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Para ela, os assaltantes perceberam que Cardoso era policial. As investigações, no entanto, ainda estão em andamento. <br />
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O 2º Sargento Renato Cardoso morreu a caminho do trabalho, durante uma tentativa de assalto no Rio (Foto: Bruno Albernaz / G1) <br />
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O secretário da Segurança do Rio de Janeiro, Richard Nunes, determinou rigor na apuração das mortes dos policiais, cuja investigação está a cargo da Divisão de Homicídios, informa a pasta. "A secretaria realiza junto ao Gabinete de Intervenção Federal estudos para a proposta de mudanças na legislação com o objetivo de coibir a violência contra policiais." <br />
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São Paulo também fica em segundo lugar no número absoluto de policiais mortos. Foram 60, quase a metade do total de mortos no Rio. Diferentemente do caso registrado na capital fluminense, a morte do cabo Jair de Lima Rodrigues em São Paulo aconteceu durante seu trabalho. Sua viúva, Susana Rodrigues, conta que ele foi baleado durante uma ocorrência. <br />
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A morte, que aconteceu no dia 5 de abril de 2017, já completou mais de um ano, mas a dor e o luto permanecem. <br />
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“Até hoje ainda choro. Evito chorar na frente do meu filho porque ele não gosta. Mas ainda choro muito. A falta dele… Ele era bem presente. Era bem família”, diz Suzana Rodrigues, viúva do cabo Jair Rodrigues. <br />
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A SSP diz que a morte do policial militar é investigada por meio de inquérito policial, em andamento pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). <br />
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<img src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wBDAAMCAgMCAgMDAwMEAwMEBQgFBQQEBQoHBwYIDAoMDAsKCwsNDhIQDQ4RDgsLEBYQERMUFRUVDA8XGBYUGBIUFRT/2wBDAQMEBAUEBQkFBQkUDQsNFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBQUFBT/wgARCAATABkDASIAAhEBAxEB/8QAGwAAAQQDAAAAAAAAAAAAAAAAAAMGBwgBBAX/xAAYAQADAQEAAAAAAAAAAAAAAAADBAUBAv/aAAwDAQACEAMQAAABxNdQHLp7Q9WOdhXuD3qDQUUQkVf/xAAdEAADAAICAwAAAAAAAAAAAAADBAUAAgEGERMW/9oACAEBAAEFAjE5USnVFjTJR59Rf1aYJpmda6Wuc6EVJnrhvr5uAQA6n1cWsnW7XbPT8a5//8QAGxEAAgEFAAAAAAAAAAAAAAAAAAECAxEhM2H/2gAIAQMBAT8BlmQl0lsZTSsf/8QAGxEAAgIDAQAAAAAAAAAAAAAAAAECERIhM0H/2gAIAQIBAT8BayjY7vQ+SJya9P/EACkQAAIBBAECAwkAAAAAAAAAAAECAwAEERIhEzEFFDIjNEFCUWGSorH/2gAIAQEABj8Cthb3PlMH5cbYxQuevEypHtKyNkLxzRurONdcldunqa7VbXmnWZRkgjhhjDCvE4Y0Lpea27FW9H3IqaK6mDxNCjMwB1VxwefpjFe8/qa9tHvg57072o6bOcH4/wBqCB5iYm7rgV6E/EV//8QAIBABAQABAwQDAAAAAAAAAAAAAREAIUFhEDFR8HHB0f/aAAgBAQABPyG/RqlkFAG0suPk2Gp1VO2+GgVeGfFjRu/THKMKIFqOMlf1wpqSKjZTnJjF5EewhDku2ej8sO7UaiM4c1Z+K64s3eXDtoMQdfjPYvrP/9oADAMBAAIAAwAAABD/AP8AX//EABoRAAMAAwEAAAAAAAAAAAAAAAABETFBUWH/2gAIAQMBAT8QqUi6Q8GBqj8tH//EABoRAQEAAgMAAAAAAAAAAAAAAAEAETFRgfH/2gAIAQIBAT8QMW8RS3m9BNGEe3//xAAcEAEAAwEAAwEAAAAAAAAAAAABABEhMRBBYZH/2gAIAQEAAT8Qt4FyNm8EYpsFLh+vbUO85TDpUyBAF0s6EQOAjPg/SHCfIYBw9O8Uay4gCKzbu1DkDXqZE7d31DZLaBWmfPMeBSVfQLsPUv8AlrK+SwV0AdlngtRXd0H0eKH/2Q==" /> <img height="480" src="https://s2.glbimg.com/_pjEVP9H0fVFLWcCTEp74GlRDss=/0x0:3264x2448/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/u/x/Pxg5qoQA2lDsYq4bArfQ/foto-casamento-img-6174.jpg" width="640" /> <br />
<br />
<br />
Foto mostra casamento de Suzana e Jair; cabo foi morto a tiros durante o trabalho (Foto: Glauco Araújo/G1) <br />
<br />
<br />
<b><br />Falta de padronização e transparência </b><br />
<br />
<br />
O levantamento feito pelo G1 durou mais de um mês e meio. Os dados foram solicitados via Lei de Acesso à Informação (sob a mesma metodologia utilizada nos anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública) e também foram pedidos às assessorias de imprensa das secretarias da Segurança. O resultado: informações desencontradas e incongruentes. <br />
<br />
<br />
Em Alagoas, por exemplo, o comando da PM enviou por meio da Lei de Acesso a seguinte resposta à pergunta sobre o número de pessoas mortas pela PM em serviço: “Nada registrado”. Já a assessoria da secretaria informou o dado: 117 vítimas. <br />
<br />
<br />
A situação não foi muito diferente no Rio de Janeiro. A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que houve 80 mortes de policiais militares na ativa fora de serviço em 2017. Já o dado enviado pela Lei de Acesso à Informação, em resposta ao 2º recurso formulado pelo G1, foi outro: 92 mortes. O Instituto de Segurança Pública (ISP) e a PM informam que usam metodologias diferentes para chegar aos números. <br />
<br />
<br />
No Espírito Santo, ocorreu o contrário: a assessoria passou que eram 13 as vítimas mortas por policiais. O dado via Lei de Acesso, no entanto, se revelou bem maior: 39. A explicação dada, depois, pela secretaria foi que o primeiro dado não comportava os oficiais de folga. <br />
<br />
<br />
Em Roraima, a informação passada pela assessoria era a de que nenhum policial militar fora de serviço havia morrido. Mas, via LAI, o dado também foi outro: um PM morto em 2017. Houve algo parecido no Amapá. O dado passado de 56 pessoas mortas pela polícia contrastou com o enviado pela Lei de Acesso dias depois: 66. <br />
<br />
<br />
No Rio Grande do Norte, a resposta dada pela LAI também foi diferente da enviada pela assessoria em relação aos policiais mortos: 18 e 12, respectivamente. O primeiro número, no entanto, incluía PMs aposentados (esclarecimento que só foi feito após questionamento do G1). <br />
<br />
<br />
<br />
Em alguns casos, o mesmo pedido, feito da mesma forma, foi respondido, sem explicação, de forma diferente. Foi o que aconteceu na Bahia. O G1 pediu os dados seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que, por sua vez, fez a mesma solicitação para a publicação do anuário no fim do ano. O G1 recebeu um número, e o Fórum, outro. <br />
<br />
<br />
O mesmo aconteceu em Pernambuco. Após ser questionada sobre as diferenças nos dados recebidos pelo G1, a assessoria de imprensa corrigiu as informações para os mesmos números recebidos pelo Fórum, bem mais altos. <br />
<br />
<br />
O G1 teve de sanar todas essas disparidades para chegar aos dados finais e dar uma confiabilidade maior à estatística. <br />
<br />
<br />
Em alguns estados, porém, não foi possível comparar os dados porque o pedido da Lei de Acesso à Informação não foi nem sequer respondido. É o caso de Rondônia, onde o requerimento continua em tramitação, sem previsão de resposta. O pedido, no entanto, foi protocolado em 26 de março. <br />
<br />
<br />
Já o Tocantins, por exemplo, não mandou os números da Polícia Civil mesmo após o prazo ter expirado. Cobrada, a Controladoria Geral do Estado enviou uma nota: “Informamos que, devido à cassação do governador Marcelo Miranda, à posse do governo interino e a várias alterações dos responsáveis pelos setores dos órgãos, o atendimento da solicitação não foi possível ser realizado”. <br />
<br />
<br />
Em outros dois estados, parte dos dados não foi enviada nem pela assessoria nem pela LAI. Isso significa que o número de vítimas pode ter sido ainda maior. <br />
<br />
<b><br /> O que eles dizem: </b><br />
<br />
Mato Grosso do Sul: não enviou os dados de pessoas mortas por policiais civis. O G1 entrou com recurso em 1ª instância via Lei de Acesso para conseguir as informações, mas recebeu a recomendação da própria Ouvidoria de entrar com um segundo recurso, já que os dados não foram disponibilizados<br />
Pernambuco: não informou o número de pessoas mortas por policiais de folga. Os dados constam como “não disponíveis” <br />
<br />
<br />
<br />
<b>Participaram desta etapa do projeto: </b><br />
<br />
Coordenação: Athos Sampaio e Thiago Reis <br />
Dados e edição: Clara Velasco, Gabriela Caesar e Thiago Reis <br />
Produção: Vitor Santana (G1 GO), Affonso Andrade e Henrique Coelho (G1 Rio) e Glauco Araújo (G1 SP) <br />
Roteiro (vídeos): Beatriz Souza, Clara Velasco, Gabriela Caesar, Mariana Mendicelli e Thiago Reis <br />
Edição (vídeos): Sérgio Fernandes <br />
Edição (infografia): Rodrigo Cunha <br />
Design: Alexandre Mauro, Roberta Jaworski e Igor Estrella <br />
Desenvolvimento: Antonio Lima </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-78344416378880556852018-04-01T10:48:00.003-03:002018-04-01T10:48:52.152-03:00ONDE OS HERÓIS NÃO TÊM VEZ<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b> </b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAo9xLP6f2Q18UkM-PXwznRLq60Xe54YHQqusYGh6QHmeEMGAn8MrbY3ovipyMe3K1QyBMPnz55b183DoaLCnrjuG7B1vzODX5SNYmEpU-oMKwl6fR1x6SayM0nrs3y1iUnrcknkWXZhjZ/s1600/CAROLINE.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="720" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAo9xLP6f2Q18UkM-PXwznRLq60Xe54YHQqusYGh6QHmeEMGAn8MrbY3ovipyMe3K1QyBMPnz55b183DoaLCnrjuG7B1vzODX5SNYmEpU-oMKwl6fR1x6SayM0nrs3y1iUnrcknkWXZhjZ/s640/CAROLINE.jpg" width="640" /></a></b></div>
<br />
<br />
<b>Gazeta do Povo, versão impressa, em 31/3/2018</b><br /><br /><b> </b><br />
<b>DIEGO PESSI</b><br /><br /> <br /> “Mas nas ruas sórdidas da cidade grande precisa andar um homem que não é sórdido, que não se deixa abater e que não tem medo. (...) Ele é o herói; ele é tudo. Ele deve ser um homem completo e um homem comum e, contudo, um homem fora do comum. Ele deve ser, para usar um clichê, um homem honrado – por instinto, por isto ser inevitável, sem que ele pare para pensar sobre isso, e certamente sem que ele o diga. Ele deve ser o melhor homem em seu mundo e um homem bom o suficiente para qualquer mundo”.<br /> (Raymond Chandler).<br /><br /> O mundo da experiência humana possui como elementos fundamentais a ordem e o caos. Caos é o domínio da ignorância mesma, o território inexplorado e estranho. É o desespero e horror que sentimos quando profundamente traídos, o lugar onde os sonhos morrem e as coisas desmoronam; é “onde estamos quando não sabemos onde estamos e aquilo que fazemos quando não sabemos o que estamos fazendo”. Em suma: são todas as coisas e situações que não conhecemos nem entendemos. Ordem é o lugar onde o mundo preenche nossas expectativas e desejos, o lugar onde as coisas acontecem da forma que esperamos, onde tudo é certo e ordenado. Cada situação vivida ou concebível é composta por esses dois elementos, pois habitamos eternamente a ordem rodeada pelo caos. Manter um pé naquilo que dominamos e entendemos enquanto exploramos o desconhecido e aprendemos é a maneira de nos posicionarmos de forma segura diante da vida, controlando o terror da existência. <br /><br /> Dentro desse quadro, esboçado pelo Professor Jordan B. Peterson logo no início do estupendo “12 Rules for Life, An Antidote to Chaos”, há uma notável estirpe de indivíduos, que voluntária e corajosamente plantam os dois pés naquele tempo e lugar onde, nas palavras de Peterson, “a tragédia irrompe subitamente e a malevolência revela seu semblante paralisante”. Uma casta guerreira que faz do caos seu “habitat” natural e se dispõe a viver em permanente risco, não por temeridade ou em razão de alguma pulsão autodestrutiva, mas, antes, movida pela sublime vocação ao sacrifício. Refiro-me, obviamente, aos policiais. <br /><br /> Como observa Tim Larkin (“When Violence is the Answer”), “Numa sociedade civilizada, a violência raramente é a resposta. Mas quando ela é, é a única resposta”. Vivemos num mundo repleto de predadores brutais, impermeáveis à própria noção de civilização e capazes de perpetrar atrocidades que sequer são concebíveis para uma mente não criminosa. Tais atrocidades são definidas por Larkin como expressões de “violência associal”, que tem como marcas distintivas: 1) a impossibilidade insuperável de comunicação com o agressor (argumentar com um sociopata faz tanto sentido quanto “discutir com uma bala”); 2) o absoluto desprezo do agressor por qualquer regra de conduta ou consideração de ordem moral; 3) o fato de que o agressor só pode ser detido quando reduzido à incapacidade de agir. Como parar uma força que, investindo furiosamente contra tudo aquilo que represente as mais elementares noções de ordem, está disposta a destruir a própria sociedade, caso isso seja necessário para satisfação de seus apetites bárbaros? A resposta é uma só: lançando mão de uma força ainda maior, capaz de suplantá-la, inclusive pelo uso metódico e legal da violência, em nome da conservação de nosso legado civilizacional. Eis a função do policial, treinado para sobreviver onde reina o terror e diariamente submetido a ambientes hostis e situações violentas que destruiriam a maioria de nós (e que, não raro, custam-lhe a vida). Que tributos rendemos a esses guerreiros em troca de seu sacrifício e heroísmo? É importante que o façamos? <br /><br /> Em obra clássica e fundamental para compreensão da psicologia do combate (“On Killing, The Psychological Cost of Learning to Kill in War and Society”), o Tenente-Coronel Ranger Dave Grossman explica como o reconhecimento público, expresso em paradas, memoriais, condecorações e, principalmente, no suporte e afeto cotidianos da sociedade, é essencial para o combatente, pois sinaliza que o esforço por ele empreendido é valorizado por seus pares, reafirmando o sentido de um sacrifício que, afinal de contas, não foi em vão. Grossman aponta o trágico legado da guerra do Vietnã como um bom exemplo de quão cruel uma sociedade pode ser com seus heróis: os combatentes enviados ao sudeste asiático (a maioria pelo período de um ano) foram recebidos com uma hostilidade sem precedentes no retorno ao País pelo qual lutaram. A falta de suporte e o massacre psicológico infligido aos veteranos do Vietnã custaram a saúde mental de milhares de homens, cujo único crime foi servir à Pátria, fazendo aquilo para que foram treinados. O preço dessa terrível injustiça (apenas tardia e parcialmente reparada) levou o governo americano a rever sua doutrina estratégica, estabelecendo, entre outras premissas, que os Estados Unidos jamais deverão se comprometer numa guerra que não tencionem vencer. <br /><br /> Imagine agora uma guerra que não é travada em algum lugar remoto, mas a partir do quintal de sua casa. Uma guerra na qual você deverá se engajar não pelo período de um ano, mas por toda a vida. Uma guerra na qual não apenas você, mas seus familiares e amigos estarão permanentemente expostos à sanha assassina de um inimigo inescrupuloso, onipresente e invisível, que, ao contrário de você, não está sujeito a qualquer limitação de ordem legal, ética ou orçamentária. Um inimigo que conta com o apoio e simpatia de pessoas que, por obrigação legal, teoricamente deveriam estar a seu lado. Imagine que muitos daqueles por quem você luta não apenas apregoam que se trata de uma guerra perdida e sem sentido, como fazem questão de aviltar seu trabalho e cuspir no sacrifício de seus colegas, exigindo, em coro com o inimigo, nada menos que a extinção da força à qual você dedicou seus melhores esforços. Não é preciso imaginar: essa é a situação do policial no Brasil, dolorosamente simbolizada pelo martírio de Marcos Paulo da Cruz e Caroline Pletsch no último dia 26 de março. <br /><br /> O casal de policiais militares de Santa Catarina gozava férias na cidade de Natal. Identificados por delinquentes durante um assalto à pizzaria onde jantavam, foram sumariamente condenados, sem chance de recurso: Caroline, 32 anos de idade, teve a vida ceifada por um o disparo no peito e Marcos foi gravemente ferido. Uma família destruída. Sonhos esmagados. O futuro roubado, na irremediável perda de tudo aquilo que poderia ser e jamais será. Como de praxe, a execução de policiais não gerou veementes protestos da mídia, não ensejou manifestações histriônicas de celebridades comovidas, tampouco despertou a atenção dos organismos supostamente devotados à causa dos direitos humanos. Trata-se, afinal, de mais uma nota de rodapé, fadada ao ocaso, no interminável inventário da vergonha nacional. Caroline será apenas mais um número na estatística que contabiliza quase três mil policiais assassinados desde 2011 (437 apenas em 2016, contra 64 nos Estados Unidos no mesmo período). Os assassinos? Na improvável hipótese de que seu crime não venha a figurar entre os mais de 90% que sequer são denunciados, deverão responder ao processo em liberdade. Caso condenados, serão soltos após cumprimento de uns poucos anos de prisão (ou de no máximo 3 anos de internação, caso sejam menores de 18 anos), tudo isso, é claro, sob os veementes protestos de doutores e especialistas, que denunciarão esse arremedo de pena como genuína expressão do “punitivismo exacerbado” que assola o Brasil. Uma única certeza: em qualquer hipótese, os assassinos voltarão às ruas em busca de novas presas. Destruirão outras famílias, esmagarão outros sonhos e roubarão o futuro de outras vítimas. <br /><br /> O drama vivido pelas forças policiais brasileiras é um sintoma clamoroso do avançado estágio de degradação moral de nossa sociedade, que, não satisfeita em permitir a imolação dos cordeiros, agora chancela, com sua indiferença, o direito do lobo ao holocausto de seus pastores. Com pilhas de cadáveres e com o sangue dos mártires, pavimentamos a estrada que nos levará ao abismo onde os heróis não têm vez. <br /><br /> <br /><br /> <b>DIEGO PESSI </b>é Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul e co-autor do livro “Bandidolatria e Democídio, Ensaios Sobre Garantismo Penal e Criminalidade no Brasil”.<br /><br /> * Artigo publicado na Gazeta do Povo, versão impressa, em 31/3/2018. Disponível no "site" do jornal a partir de 02/4/2018.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-59165452692286245192018-04-01T09:30:00.001-03:002018-04-01T09:30:53.392-03:00POR QUE PMS SÃO MORTOS A TODO INSTANTE?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0glb2x4kkFi9Z8wk0lq_Rur4I-A-5xwRgXRSRP3q4EDLLAC55GdZP6LRuBfDXOa1tYFoHCNTGa4kyVJ7Jbt2-sJC75uggX4c9AZB5TxsN6vNQ5cKMBckTRDD6AVnwGMB3tr9yQmNbCsXA/s1600/pm+pms+mortos+no+rio+mae.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="652" data-original-width="1086" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0glb2x4kkFi9Z8wk0lq_Rur4I-A-5xwRgXRSRP3q4EDLLAC55GdZP6LRuBfDXOa1tYFoHCNTGa4kyVJ7Jbt2-sJC75uggX4c9AZB5TxsN6vNQ5cKMBckTRDD6AVnwGMB3tr9yQmNbCsXA/s640/pm+pms+mortos+no+rio+mae.jpg" width="640" /></a></div>
<br /><br /><b>Guerra urbana torna policiais militares vulneráveis na cidade</b><div class="row">
<div class="large-16 columns">
<div class="corpo novo large-16 columns paywalled-content" itemprop="articleBody">
<div class="meta">
<div class="compartilhamento-angular sharing ng-scope" data-ng-controller="compartilhamentoController" data-ng-init="init();" id="compartilharInline">
<br />
</div>
<div id="autor">
<b>por <span class="autor" itemprop="author">Milton Corrêa da Costa*</span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<b><br /></b><br />
<b>
</b><div class="meta-data">
<b>
</b><span class="data-cadastro"><b>
<span class="data-cadastro"><time datetime="2018-03-31T15:03">O GLOBO 31/03/2018 </time></span></b><span class="data-atualizacao"><time datetime="2018-03-31T15:05"></time></span>
</span>
</div>
</div>
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<br />
</div>
<aside id="sidebar">
<div id="box-ultimas" style="opacity: 1;">
<br /></div>
</aside>RIO - O elemento surpresa, tática muito usada em guerras de
guerrilha e agora na guerra urbana, associado ao alto grau de ousadia e
letalidade do banditismo é a principal causa da morte de policiais
militares, tornando tais agentes vulneráveis aos ataques de surpresa dos
fuzis de guerra. O inimigo é oculto e o policial fica em situação de
vulnerabilidade, no contexto da difícil guerra urbana, estando
identificado pela viatura e pelo uniforme, o que o torna um alvo muito
visível. Quando de folga e identificados, mesmo armados e reagindo à
ação marginal, também ficam em situação de inferioridade tática, pois
confrontam contra grupos de delinquentes ('bondes') cuja finalidade, na
ação criminosa, passa a ser a eliminação física do policial.<br /><br />
Já chega a 30 o número de policiais militares mortos este ano no
Estado. No ano passado ultrapassou 130, sem falar nos que resultam
feridos. Uma barbárie permanente. Uma chacina em conta-gotas onde a ação
marginal é empreendida a qualquer hora, em qualquer lugar. Números
jamais vistos, em tempos de paz, em nenhuma instituição policial no
mundo.<br /><br />
Há que se entender que enquanto houver narcoterroristas empunhando
fuzis de guerra ( não se sabe quantos), circulando em morros e favelas,
não haverá paz social. A questão é como combater inimigos ocultos que
oprimem a população ordeira e que saem de morros e favelas para
aterrorizar o asfalto. O temor ao crime é fato concreto. A questão, como
bem disse o comandante geral da PM do Rio de Janeiro, coronel Luis
Cláudio Laviano, é que "não existe solução mágica para problemas
complexos".<br /><br /><br />
*Milton Corrêa da Costa é tenente coronel (reformado) da Polícia Militar do Rio de Janeiro</div>
</div>
</div>
<div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">
<br />Leia mais: <a href="https://oglobo.globo.com/rio/artigo-por-que-pms-sao-mortos-todo-instante-22543810#ixzz5BQHyPKrP" style="color: #003399;">https://oglobo.globo.com/rio/artigo-por-que-pms-sao-mortos-todo-instante-22543810</a></div>
<div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">
</div>
<div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">
</div>
<div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5PTEPlOMaTbV9F0AaXBi9BVUFDn4qU7peG1zrSw-ttC1TM1cISud_QqEykg_g3VQzz7gzqfRgR71r0VP6-jCNiHfhUZ40BT4jD9n-5N7gKo6I1n-a_230vhopR_R2Ac6eXZTtxE1fc-wp/s1600/ft112073.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="600" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5PTEPlOMaTbV9F0AaXBi9BVUFDn4qU7peG1zrSw-ttC1TM1cISud_QqEykg_g3VQzz7gzqfRgR71r0VP6-jCNiHfhUZ40BT4jD9n-5N7gKo6I1n-a_230vhopR_R2Ac6eXZTtxE1fc-wp/s320/ft112073.png" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;">
<b><span class="autor" itemprop="author"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixkt3HsVwhRe21R0_fxYUPSeIH6-AaV3bpVji5ua8HA7gnSlylxXo8pCcyNsHCqr8HjWGR7hyphenhyphenOixUG8lD_dyPAmnkQoknj2Oo0WSLvSEjEvVIvvoMkp7GmkhuppWAz41TxDWZu0j4vnL2I/s1600/22_favela_ssilva_575.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="383" data-original-width="575" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixkt3HsVwhRe21R0_fxYUPSeIH6-AaV3bpVji5ua8HA7gnSlylxXo8pCcyNsHCqr8HjWGR7hyphenhyphenOixUG8lD_dyPAmnkQoknj2Oo0WSLvSEjEvVIvvoMkp7GmkhuppWAz41TxDWZu0j4vnL2I/s320/22_favela_ssilva_575.jpg" width="320" /></a></span></b> </div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-90139396871107409132018-03-17T19:49:00.001-03:002018-03-17T19:49:15.749-03:00CORRUPÇÃO POLICIAL NA VISÃO DO COMANDANTE DO EXERCITO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIMRk6dsnKSp8-zI57KAhzpiNMFqWN-f6c0v5ngtGLRUfepxh6H71mmbZvz5mSZX7lZytoJ9hm7iHwRy4Bv8voxZDJ8IztIxM_Ju3v9hpDOeaMir0B2XrgqW2LJTgD-jmhkMISoUykoFqY/s1600/eduardo-villas-boas-general-do-exercito1a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="646" data-original-width="1140" height="361" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIMRk6dsnKSp8-zI57KAhzpiNMFqWN-f6c0v5ngtGLRUfepxh6H71mmbZvz5mSZX7lZytoJ9hm7iHwRy4Bv8voxZDJ8IztIxM_Ju3v9hpDOeaMir0B2XrgqW2LJTgD-jmhkMISoUykoFqY/s640/eduardo-villas-boas-general-do-exercito1a.jpg" width="640" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 17 de Março de 2018 <br /><br /><br />RBS BRASÍLIA <br /></b><b><br /><br />GENERAL VILLAS BÔAS, </b><br /><b><b>Comandante do Exército brasileiro </b><br /><br />"O problema da corrupção policial deve ser abordado com a devida seriedade" </b><br /> <br /><br /> No balanço de um mês da intervenção federal no Rio, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, considera o combate à corrupção nas polícias como algo fundamental para que a operação apresente os resultados esperados. Questionado pela coluna sobre o papel das Forças Armadas na segurança e sobre algumas declarações consideradas polêmicas, ele respondeu às perguntas por e-mail. Abaixo, os principais trechos. <br /><br /> <b>A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes pode comprometer a intervenção no Rio? O que esse fato significa para a intervenção? </b><br /><br /> O fato é triste, inaceitável. Neste momento, devemos continuar nosso trabalho de combate à violência. É imprescindível que todas as instituições envolvidas na intervenção federal e a população estejam comprometidas no esforço para atingirmos objetivos concretos. <br /><br /> <b>O que é fundamental para que a intervenção federal tenha sucesso? </b><br /><br /> Uma união de esforços de todos os atores participantes da missão e também o entendimento, dessa população, de que o cumprimento da tarefa poderá causar pequenos incômodos e contratempos passageiros, que devem ser sublimados. Devem ser buscadas soluções perenes para os problemas das instituições na área de pessoal e de material. E deve ser abordado, com a devida seriedade, o problema da corrupção policial. As corregedorias devem agir com bastante rigidez, dentro dos parâmetros legais, punindo e, se preciso for, colocando para fora da instituição o mau policial. <br /><br /> <b>O ministro da Segurança, Raul Jungmann, afirmou que há uma banalização no uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o senhor concorda? </b><br /><br /> Preocupo-me com o constante emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública no Brasil. Dois aspectos me preocupam. O primeiro é a reincidência do emprego em função da degradação das condições de segurança. Isso significa que medidas preventivas e corretivas não estão sendo adotadas eficientemente. Outro é que mesmo após a atuação do Exército, em diferentes localidades, às vezes por um longo período, não se observam mudanças consideráveis, devido à falta de engajamento das instituições públicas nas diversas esferas governamentais. <br /><br /> <b>O senhor defendeu a necessidade de garantias para que uma nova comissão da verdade não atinja os militares que participam da intervenção federal. Que garantias seriam essas? </b><br /><br /> Um real e efetivo amparo legal, para que, após o término de todas as operações, os militares das Forças Armadas não fiquem presos a pendências jurídicas, que se arrastem por anos e que possam vir a causar-lhes danos de ordem profissional e pessoal. <br /><br /> <b>A participação das Forças Armadas na segurança pública é irreversível? </b><br /><br /> A segurança pública não é uma missão específica das Forças Armadas. No entanto, o Exército brasileiro não se furtará de apoiar ações nesse campo. Mas é preciso ressaltar que o princípio da autoridade deve ser fortalecido e o sentimento de disciplina social deve ser recuperado. Hoje, existe no Brasil uma excessiva compreensão com direitos e uma enorme incompreensão com deveres. <br /> </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-43372680224134660882017-11-17T09:22:00.001-02:002017-11-17T09:22:27.188-02:00DESAFIO DA BRIGADA É A PREVENÇÃO DE CRIMES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUzk00vKASgCaAEBhD75ywWxJhNIABPtqrCSAk8nfQTmg7zecy69djZtYXhu4aqJREzAAQiYgybfuDJ2JfA_TmR1HSGmM7oQpiqWQl5Hn2gfQVQOLm1ESm9enfjZTGC3pKnusasHAPDZW1/s1600/CMT+BM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUzk00vKASgCaAEBhD75ywWxJhNIABPtqrCSAk8nfQTmg7zecy69djZtYXhu4aqJREzAAQiYgybfuDJ2JfA_TmR1HSGmM7oQpiqWQl5Hn2gfQVQOLm1ESm9enfjZTGC3pKnusasHAPDZW1/s640/CMT+BM.jpg" width="640" /></a></div>
<b><br /><br /><br />JORNAL DO COMÉRCIO 17/11/2017<br /> </b><br />
<b>ISABEL SANDER</b><br /><br /><br />
Criada em 1837, a Brigada Militar (BM) completará 180 anos de existência neste sábado, dia 18 de novembro. A corporação foi instituída em meio à Revolução Farroupilha, com finalidades bélicas, e passou a ser usada para fins de estabelecer a ordem pública nos anos de 1950. Em 2015, diante da crise financeira do governo do Estado, passou a enfrentar o desafio de combater a violência crescente nas ruas com recursos reduzidos. Nesse contexto, tem apostado em gestão do efetivo e da verba disponíveis, enquanto prioriza saúde e educação dos policiais militares (PMs). <br /><br />Segundo o comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal'Lago, o aumento da violência no Rio Grande do Sul é fruto do crescimento na criminalidade em São Paulo, anos atrás, que agora se deslocou para outras regiões metropolitanas. "Por isso, criamos a Operação Avante, que dá cientificidade para a gestão", explica. <br /><br />Dal'Lago lembra que o efetivo existente representa pouco mais da metade dos 37.050 previstos em lei, e que o processo de separação da Brigada Militar do Corpo de Bombeiros fez reduzir ainda mais os números. Por esse motivo, o comando-geral optou por fazer uma gestão de resultados, na qual todas as ações devem visar à queda nos índices de violência. "Recebemos muitas críticas por chamar para a Capital os PMs do Interior, mas 75% dos crimes ocorrem na Região Metropolitana e em Caxias do Sul, e tivemos resultados satisfatórios com isso", destaca. <br /><br />Outro desafio, hoje, é trabalhar na prevenção, e não apenas na repressão qualificada. O comandante-geral aponta que a polícia japonesa, por exemplo, atua 90% na prevenção e 10% na repressão, enquanto a BM tem 95% de suas ações ligadas à repressão e 5% à prevenção. <br /><br />Entre as atividades preventivas está o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), executado em escolas. Outra é a Patrulha Maria da Penha, na qual PMs monitoram se as medidas protetivas contra violência doméstica estão sendo cumpridas. "O resultado é uma confiança maior das mulheres no poder público. O crime doméstico é oculto, dificilmente chega ao conhecimento do Estado, e o número de denúncias tem aumentado", revela. <br /><br />Da mesma forma, tem se investido em policiamento comunitário, com núcleos de PMs que residem na região onde trabalham, bases móveis comunitárias em regiões de vulnerabilidade social e bases fixas em locais onde há outros tipos de serviços públicos, como escolas ou postos de saúde, a fim de garantir que os servidores consigam atuar nos locais. "Tudo isso é para estancar uma bola de neve que só aumenta, de perder nossos jovens para as drogas", esclarece Dal'Lago. <br /><br />Na área da saúde, o atendimento aos PMs tem recebido investimento desde o ano passado, quando o Hospital da Brigada Militar passou a atender, além da corporação, os segurados do plano de saúde do Instituto de Previdência do Estado (IPE-Saúde). Um novo centro clínico com 24 consultórios foi inaugurado em setembro. "O PM está sempre em situações de estresse, pois não é da natureza humana carregar uma arma e atirar em alguém. Por isso, apostamos na saúde biopsicossocial, para que nosso policial não perca a cabeça", conta o comandante-geral. O hospital deve ampliar seus 90 leitos de UTI para 150. <br /><br />Na semana que vem, 24 novos médicos passarão a atuar no Estado. Além disso, um projeto de lei elaborado pelo comando-geral prevê a contratação de oficiais temporários para os setores de saúde e saúde mental. "Hoje, temos um custo alto com terceirizados que prestam esses serviços. Com a contratação temporária, o custo cairá pela metade", relata Dal'Lago. Atualmente, são 22 terceirizados em serviço. O tempo de serviço contratual será de até quatro anos. O projeto está em análise pela Casa Civil gaúcha e será encaminhado à Assembleia Legislativa no próximo pacote de propostas que o governo enviar à Casa. <br /><br />Em relação aos investimentos em educação, a BM tem promovido formações em pós-graduação - especializações, mestrados e doutorados profissionalizantes. Na semana que vem, uma turma de PMs tecnólogos se formará. Para 2018, está prevista a abertura de uma turma de mestrado profissionalizante. "Dando formação, esperamos dar efetividade à corporação", afirma. <br /><br /><br />- Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/11/geral/596593-desafio-da-brigada-e-a-prevencao-de-crimes.html)</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-54876041186444078612017-11-16T11:18:00.000-02:002017-11-16T11:18:34.703-02:00POLÍCIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para INVERSÃO POLICIA E BANDIDO" class="irc_mi" height="418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg1wEZfbGyIG75P1MfJfKVKBOXS8kTuTGbEIxZRGmAJlOpg60Zj31gdnnu18ZqXVtlU-xeq-J7oWB8EOiu8PNkqRyvRuqqTx_vuDw5CpAFfFwdggMjmedgasp8FZqR3faCXMosOUjika4/s640/%25211AJUSINJUSTI%25C3%2587A.jpg" style="margin-top: 84px;" width="640" /><br /><br /><br /><b>O DIÁRIO ONLINE 15/09/2017 | Opinião / Opinião Aberta <br /><br />Por Rogério Ferreira da Silva </b><br /><br /> Vendo as notícias ligadas aos Policiais (militares e civis) – massacres em presídios, greves, mortes em trabalho no Rio, emboscada e morte no bairro do Morumbi em São Paulo, jovem oficial que prestou serviço aqui em Barretos morto com tiro por assaltantes que queriam sua moto, me fez pensar a respeito do tema: Para ser Policial tem que estudar muito, passar em um concurso concorrido, fazer curso de formação por mais de ano, estudar, tirar plantão, fazer faxina, estudar mais. Para ser preso, basta você roubar, matar, traficar... O Policial trabalha horas, noites, madrugadas, feriados, tem dia que mal consegue comer por causa do número de ocorrências. Já o preso come, dorme, toma banho de sol, não trabalha. O Policial se for pego dormindo em serviço é punido severamente, o preso dorme a hora que quer.<br /> <br /> O Policial tem que trabalhar muito para sustentar a família, o preso ganha auxílio reclusão para comer e dormir. Se um Policial entra na casa de alguém é abuso de autoridade, vai ser punido. Se o preso entrou na casa de alguém vai para a audiência de custódia e talvez nem seja preso (punido). Na audiência de custódia ele é questionado se foi bem tratado e se não houve agressão por parte dos Policiais. Se um Policial for agredido por um preso, pode ter certeza que não vai dar em nada. Mãe de Policial não sofre a perda do filho, mãe de preso aparece na TV pedindo justiça. Policial morto em serviço é estatística, preso morto em cadeia é selvageria. Viúva de Policial não recebe indenização quando o Policial é morto cumprindo seu dever. Família de preso recebe flores, um espaço no Jornal Nacional e a indenização que a família de um Policial não recebeu. Policial não pode fazer greve. Preso faz rebelião, queima colchão e ganha um novo. Ser Policial é uma escolha, ser preso também. Servir e proteger a população é uma escolha. Matar, roubar, traficar também. Ser Policial neste país deveria ser sinônimo de heroísmo, mas no Brasil, ser Policial é ser vilão e ser preso é ser coitado e receber proteção. Será que não está faltando o devido valor a quem de direito?<br /> <br /> <b>Rogério Ferreira da Silva é cirurgião-dentista </b></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-84127013006761149752017-11-09T10:28:00.002-02:002017-11-09T10:28:57.360-02:00EMBOSCADA. 10 DICAS PARA DIMINUIR O RISCO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bt03yc5dJ1aCPz07i8zyFfkVVSI5SMzeAskzIvjL-cMc4NGJUpg50VdfGmkANH4bFfYetvT2xvmEg7Buc7UJ3M_v183tdl49BEh0k9A6kfpEfPucpenERm4odkNjdP3uCmLP18UQcXKn/s1600/emboscada.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="770" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bt03yc5dJ1aCPz07i8zyFfkVVSI5SMzeAskzIvjL-cMc4NGJUpg50VdfGmkANH4bFfYetvT2xvmEg7Buc7UJ3M_v183tdl49BEh0k9A6kfpEfPucpenERm4odkNjdP3uCmLP18UQcXKn/s640/emboscada.png" width="640" /></a></div>
<div class="post-meta post-meta-c">
<span class="post-author"><span class="by"><br /><br /><b>By</b></span><b> Força e Honra</b></span><b>
<span class="meta-sep"></span>
<time class="post-date" datetime="2016-12-06T10:00:24+00:00">06/12/2016</time></b>
</div>
<br /><br /><b>Aqui estão 10 dicas para se manter em mente com o objetivo de diminuir o risco de sua guarnição ser vítima de uma emboscada. </b><br /><br />29 de Novembro de 2009 foi um dia que nenhum policial americano irá esquecer – sempre iremos nos recordar precisamente onde nos encontrávamos quando ouvimos as notícias trágicas vindas de Lakewood, Washington. Desde aquele dia, tivemos alguns casos semelhantes, como a emboscada que vitimou o Sargento Tony Wallace e o Policial Matt Tokuoka em 2010 e, mais recentemente, a morte dos policiais Rafael Ramos e Wenjian Liu, do Departamento do Polícia de Nova York. <br /><br /><img src="https://sejaforcaehonra.files.wordpress.com/2016/12/sgtwallaceofctokuoka.jpg?resize=565%2C231" /> <br />Nós recordamos esses eventos, não apenas por que são lembranças trágicas de nossa vulnerabilidade em uma sociedade livre, mas porque eventos de emboscada são raros. Acidentes de trânsito continuam sendo a causa mais comum de mortes no cumprimento do dever e, apesar das mortes envolvendo armas de fogo permanecerem como segundo lugar, um pequeno número delas são classificadas como emboscadas – menor ainda são as emboscadas à viaturas. Apesar disso, devemos tomar as medidas preventivas que estão ao nosso alcance para minimizar os riscos de sofrermos uma emboscada durante nosso serviço. <br /><br />O Soldado Kirk Hensley de North Carolina dá as melhores aulas que eu já assisti sobre ataques de emboscada, chamadas “Os primeiros três segundos”. Hensley cita dados do Departamento de Justiça que mostram que o tempo médio de resposta de um policial diante de uma ameaça real varia de 5 a 7 segundos. Claramente temos alguns trabalhos a fazer se queremos estar mais preparados para uma emboscada. <br /><b><br />Indicadores do Pré-Ataque </b><br /><br />Devemos estar cientes do que devemos procurar antes que um ataque ocorra. Praticamente todos os ataques contra policiais são precedidos por uma ação indicativa do que está por vir. <br /><br />Quer seja o fato das mão de um suspeito se encontrarem dentro do bolso, o não acatamento das ordens ou um pé no freio quando o policial se aproxima, essas são pistas que podem nos ajudar, mas nós devemos estar sempre procurando por elas. Para sobreviver a uma emboscada – e particularmente a uma emboscada à uma viatura policial – o tempo certo de agir começa antes mesmo do ataque ter início. <br /><br /><b>Emboscada a Viatura</b> <br /><br />Apesar de raras, emboscadas a viaturas policiais acontecem e o fato de se estar confinado dentro de um veículo torna ainda mais difícil uma preparação por parte dos policiais. Aqui estão dez coisas para se manter em mente a fim de diminuir as chances de sofrer uma emboscada durante o patrulhamento: <br /><br />O preenchimento de papéis (relatórios, ocorrências, etc) deve ser feito em um local seguro, onde cidadãos não conseguem se aproximar de sua viatura.<br />
<br />Você deve sempre ter e conhecer um plano para escapar. Estacione de forma a permitir uma saída rápida e crie uma barreira com outros carros ao seu redor.<br /><br />Olhe com frequência nos retrovisores e observe tudo que está acontecendo à sua volta.<br /><br />Esteja seguro que você não está sendo perseguido. Entrar em algumas ruas irá ajuda-lo a identificar um perigo em potencial.<br /><br />Tente evitar a mesma rota todos os dias. Essa vigilância precisa permanecer mesmo quando estiver dirigindo para sua casa.<br /><br />Examine atentamente os locais de estacionamento e interseções enquanto você entra por eles.<br />Sempre que puder, faça contato visual com outras pessoas. Preste ainda mais atenção naqueles que evitam olhar nos seus olhos.<br /><br />Seja cauteloso quando outros carros pararem de repente na frente da viatura ou quando eles não param corretamente quando recebem a ordem policial para encostar.<br /><br />Quando suspeitos saírem de seus veículos, se eles deixarem a(s) porta(s) aberta(s) pode ser um indicativo de que estão planejando um ataque e correrão de volta para dentro dos seus veículos.<br />Nunca deixe alguma pessoa se aproximar enquanto você está sentado na viatura. <br /><br /><b>Desmascarando o Mito do Cinto de Segurança </b><br /><br />A falta de uso de cintos de segurança por policiais tem sido amplamente documentada. Apesar da taxa de uso do cinto de segurança por civis ser acima de 90%, os policiais possuem uma taxa abaixo da metade desse número, e pagamos isso com o nosso próprio sangue. <br /><br />Pergunte a um policial por que ele não usa cinto de segurança durante o patrulhamento e a resposta será algo como “segurança do policial”. Se uma emboscada acontecer, eles presumem que necessitam ser hábeis para sair do carro o mais rápido possível, e o cinto de segurança iria dificultar isso. <br /><br />Eu nunca vi uma emboscada em uma rodovia – e, de qualquer maneira, você não conseguirá sair do veículo a 110 km/h – mas deixamos essa questão de lado por enquanto, nossa profissão equivocadamente presume que a resposta para uma emboscada a um veículo será sair do carro. <br /><br /><br />Para encontrar a resposta para o que fazer em uma emboscada nós devemos dar uma olhada no que fazem os militares das Forças Armadas. Enquanto emboscadas à veículos policiais são raras nos Estados Unidos, elas são mais comuns nas Forças Armadas em terras estrangeiras. O treinamento dos militares e o equipamento que utilizam aumentaram por conta dos perigos e creio que nós podemos aprender com suas histórias e ensinamentos. <br /><br />Enquanto você não pode ser dar ao luxo de patrulhar em um veículo blindado, o treinamento para se escapar de uma emboscada é praticamente o mesmo. A última coisa que precisa ser feita é sair da segurança do veículo e se expor a uma emboscada que, por natureza, procura atingi-lo. <br /><br />Os militares descrevem a ação necessária como “saia da zona x” ou “Dirija através da Zona da Morte” e, apesar de as características do terreno serem diferentes, as premissas permanecem as mesmas. Uma emboscada coloca você em uma severa desvantagem. Se você decidir sair do seu veículo para enfrentar a emboscada, você continuará sob fogo e estará cada vez mais vulnerável. Dirigir para outro lugar ou até mesmo usar o seu veículo como uma arma pode ser uma alternativa muito melhor. <br /><br /><b>Treinamento é a chave </b><br /><br />Preparar-se para uma emboscada a nossa viatura deveria ter um papel central em nosso treinamento. Treinamentos baseados em cenários provaram ser altamente eficientes, como um curso básico que simula uma emboscada, ensinando o policial a como se livrar dela ou minimizar seus riscos e consequências. <br /><br />Nós não podemos assumir que dirigir através de uma emboscada significa apenas dirigir para a frente, mas ter que, em alguns casos, dar marcha-ré em alta velocidade enquanto usamos nosso telefone para pedir reforço. <br /><br />Ao invés do treinamento tradicional que nos ensina a parar o veículo para atender ligações devido a alta probabilidade de acidentes, nós deveríamos treinar para isso em situação de não-estresse e em situações de alto-estresse. <br /><br />Se os policiais lhe disserem que eles não usam cinto de segurança porque eles estão tentando reduzir os riscos e perigos de uma emboscada, eles precisam ser treinados em como minimizar os riscos de uma emboscada em potencial e esse treinamento deverá enfatizar a importância do cinto de segurança, porque dirigir em alta velocidade buscando se livrar de uma emboscada, e às vezes em marcha-ré, é virtualmente impossível no banco do passageiro. <br /><br /><br /><b><br /><br />Sobre o Autor </b><br />Major Travis Yates é Comandante no Departamento de Polícia de Tulsa (OK). Seu seminário em Gerenciamento de Riscos e Segurança Policial tem sido ministrado por todo os Estados Unidos e Canada. Major Yates possui Mestrado em Justiça Criminal e é graduado pela Academia Nacional do FBI. Ele é o Diretor de Treinamento na SAFETAC Training e o Diretor do Ten-Four Minister, dedicado a prover apoio prático e espiritual para a comunidade de policiais. <br /><br />Este artigo foi publicado originalmente por PoliceOne, a principal fonte online de informações para policiais, e foi traduzido e adaptado pelo Força e Honra (<a href="http://www.sejaforcaehonra.com.br/">www.SejaForcaeHonra.com.br</a>) em parceria e com autorização da equipe editorial do PoliceOne. Visite <a href="http://www.policeone.com/">www.PoliceOne.com</a> para acessar notícias, comentários, informações educativas, e material de treinamento que ajudam policiais a protegerem suas comunidades e se manterem seguros nas ruas.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-46981923171058607442017-10-30T10:05:00.003-02:002017-10-30T10:05:55.988-02:00AS POLICIAS NORTE-AMERICANAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM422uEGKsx4NCKtJ6yks6fw4SSH28vnbF7JdHbOR2MstHXhGqTC_KGvszlO46H1JS89F2dubytbq82402Onsdz2OGg-nR3D-ihm4WNW-f50gIshYmSZudavOSM_L7PFV8Ww9BJ6Lk4HY6/s1600/pol+eua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="293" data-original-width="512" height="364" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM422uEGKsx4NCKtJ6yks6fw4SSH28vnbF7JdHbOR2MstHXhGqTC_KGvszlO46H1JS89F2dubytbq82402Onsdz2OGg-nR3D-ihm4WNW-f50gIshYmSZudavOSM_L7PFV8Ww9BJ6Lk4HY6/s640/pol+eua.jpg" width="640" /></a></div>
<b><br /><br />Conheça o sistema de Segurança Pública dos Estados Unidos <br /> <br /> <br /> George Felipe de Lima Dantas</b><br /> <br /> <br /> <b>1.INTRODUÇÃO</b><br /> <br /> É bastante significativo o número de instituições e indivíduos atuando em prol da manutenção da lei e da ordem nos Estados Unidos da América (EUA). Em todos os níveis de organização política norte-americana (município, condado, estado e federação), existem organizações de natureza policial, afora os departamentos autônomos e que atuam em áreas específicas da segurança pública (conjuntos residenciais, ferrovias, sistemas metropolitanos, aeroportos, etc…).<br /> <br /> Existem nos EUA mais de 17.000 agências policiais, servidas por um contingente de recursos humanos superior a 900 mil indivíduos. A operação total desse "sistema" importa num gasto superior a 44 bilhões de dólares anuais. Nos últimos 20 anos, as despesas com a segurança pública norte-americana, em todos níveis, quadruplicaram.<br /> <br /> O fato da segurança pública dos EUA ser provida por múltiplos serviços policiais torna essa atividade extremamente complexa e dispendiosa. Tal modelo difere bastante do praticado em outros países do mundo, em muitos dos quais existe uma única polícia (Dinamarca, Finlândia, Grécia, Japão, Suécia, etc…).<br /> <br /> Fora dos EUA muitos acreditam, equivocadamente, que o "Federal Bureau of Investigation" [Bureau Federal de Investigação (FBI)] seja a "polícia única norte-americana". Na verdade, O FBI é apenas uma "agência federal de investigação" com certos poderes policiais e não uma "polícia" propriamente dita.<br /> <b><br /> 2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS E MODELO ATUAL</b><br /> <br /> Historicamente, o princípio político que dá sustentação à segurança pública norte-americana vem sendo o de "controles locais" (municípios e condados), através do uso formal e informal de mecanismos de prevenção e repressão de desvios de conduta.<br /> <br /> A origem do modelo norte-americano de "controles locais" remonta a "infância" do país, época em que a nação norte-americana começou a demonstrar sua peculiar "idiossincrasia" em relação a instituições públicas federais de grande porte e poder centralizador (peculiaridade essa refletida no próprio texto constitucional).<br /> <br /> Existem nos EUA 1.600 agências policiais federais e autônomas, 12.300 departamentos de polícia municipal e de condado e 3.100 xerifados.<br /> <br /> Os xerifados são um tipo específico de polícia de condado ou município, via de regra prestando serviços de apoio direto ao judiciário local (seus prepostos executam tarefas semelhantes às dos "oficiais de justiça" brasileiros), compartilhando o restante de suas atribuições policiais com as polícias do município e/ou do condado respectivo.<br /> <b><br /> 3. AS POLÍCIAS LOCAIS</b><br /> <b><br /> 3.1. Introdução</b><br /> <br /> As polícias locais, aí incluídas as organizações municipais, de condado e xerifados, são a "espinha dorsal" do sistema de segurança pública dos EUA (mais de 15.400 organizações). No entendimento do cidadão comum norte-americano, a expressão "polícia" está identificada com a organização policial que serve o seu município ou condado de residência.<br /> <br /> Existem mais polícias locais de pequeno porte (efetivo variando de um até 100 policiais) do que de grande estrutura e efetivo (caso de cidades como Nova Iorque, Houston, Los Angeles,etc…). A maioria absoluta dos departamentos locais de polícia (91% do total deles) possui menos de 50 policiais e 90% dessas instituições servem comunidades de população inferior a 25.000 habitantes.<br /> <br /> Em grandes municípios e condados, os efetivos policiais podem variar de 100 até vários milhares de agentes, caso de "polícias grandes" como as de Nova Iorque (36.650 policiais), Chicago (13.282), Filadélfia (6.400) e Houston (5.000).<br /> <br /> As polícias locais são o "ponto focal" para aqueles que buscam compreender os diferentes aspectos da organização e operação policial norte-americana. Nos departamentos locais (municipais e de condado) estão visíveis os problemas clássicos da segurança pública dos EUA, materializados em questões com as quais a maioria das polícias norte-americanas, independente do seu tamanho, terão de lidar em maior ou menor grau de intensidade.<br /> <br /> Entre os principais problemas enfrentados pelos departamentos de polícia, três grandes áreas temáticas concentram a maioria deles: administração, operações e questões político-sociais.<br /> <br /> Entre os problemas administrativos, sobressaem as questões relativas a orçamento e despesa.<br /> <br /> Na área de operações é notório o empenho geral das polícias norte-americanas no sentido de realizar um controle efetivo da criminalidade, visando com isso preservar a "qualidade de vida" da população. Isso induz as organizações policiais a engajar num processo permanente de criação e implementação de novos programas de policiamento, buscando assim dar resposta às inovações no modus operandi da delinqüência e atualizar-se em relação ao próprio processo evolutivo da sociedade.<br /> <br /> Na área político-social, os departamentos de polícia norte-americanos enfrentam variadas situações de alto impacto na segurança pública: mudanças no perfil demográfico, mendicância ativa e agressiva, desemprego, tráfico e uso de drogas, alcoolismo, abuso de menores e violência familiar, entre outros fenômenos da contemporaneidade, com implicações diretas na segurança pública e defesa social.<br /> <br /> Os departamentos sediados em zonas rurais lidam com fenômenos diferenciados da delinqüência norte-americana. A exemplo, enquanto nas grandes metrópoles dos EUA vem ocorrendo uma verdadeira "epidemia de uso de crack", nas zonas rurais predominam as anfetaminas como droga ilegal de maior prevalência. Em 1996 foram fechados mais de 300 laboratórios clandestinos de produção de anfetaminas, numa operação conjunta dirigida pela "Drug Enforcement Agency" [Agencia de Combate as Drogas (DEA)] e contando com a participação de pequenas polícias locais dos estados de Missouri, Kansas, Iowa, Nebraska, South Dakota e Illinois. No mesmo período, entretanto, não foi localizada nenhuma instalação desse tipo na megalópole nova-iorquina.<br /> <br /> Como no Brasil, é através do telefone de emergência da polícia que a cidadania norte-americana busca todo tipo de socorro. O "190 gringo", "911", é usado muitas vezes para questões emergenciais da área de competência de outros órgãos. Independente disso, as polícias acionadas terminam tendo que buscar solução para todo tipo de problema trazido ao seu conhecimento através do serviço telefônico de atendimento de emergências.<br /> <br /> <b>3.2. Formação Profissional e Condições de Trabalho</b><br /> <br /> Em muitos departamentos de polícia norte-americanos, diferente do Brasil, o acesso à carreira policial está restrito aos residentes daquela unidade política respectiva. Como regra geral, a maioria das polícias municipais e de condado exigem que o futuro policial já venha residindo naquele local por algum tempo, e portanto conheça a área de jurisdição onde irá atuar. Tal princípio administrativo, transgredido nas polícias estaduais, é mais estritamente observado em pequenos municípios e condados, levando em conta, também, a intenção de preservar o mercado de trabalho para os residentes locais.<br /> <br /> O salário médio mensal de um policial local varia de US$ 1.600,00 a US$1.800,00. Quase todos os departamentos exigem como nível mínimo de escolaridade o segundo grau completo e, em alguns deles, educação parcial de nível superior (mínimo de 60 créditos) ou mesmo completa. A carga horária média de treinamento do policial local de nível inicial é de 640 horas/aula (16 semanas ou aproximadamente 4 meses em tempo integral).<br /> <br /> Na visão norte-americana, a qualidade dos recursos humanos da área policial deve ser tal que o profissional possa executar com efetividade todas as "tarefas gerais" do policiamento ostensivo. A especificidade do serviço, dentro desse entendimento, exige que o candidato a policial possua boa capacidade de comunicação, conhecimento técnico na área de justiça criminal, compreensão em relação ao próximo e forte dose de maturidade.<br /> <br /> Existem descrições bastante detalhadas das tarefas ocupacionais do policial local. Elas constam dos "dicionários de atividades ocupacionais" regularmente publicados pelo poder público. As próprias polícias locais possuem descrições exaustivas das tarefas ocupacionais, elaboradas através das "POST Comissions" [Police Officer Standards and Training (Comissões de Padronização e de Treinamento Policial)]. Todos os processos de avaliação institucional e individual começam pela identificação e descrição pormenorizada das tarefas ocupacionais de cada posto ou função policial.<br /> <br /> A pistola 9 mm, pela freqüência com que é utilizada, pode ser considerada atualmente como a arma básica do policial norte-americano. É crescente a tendência ao uso obrigatório do colete à prova de bala.<br /> <br /> <b>3.3. Emprego do Efetivo Policial</b><br /> <br /> Os efetivos das polícias locais norte-americanas, diferente do Brasil, refletem de maneira bastante mais real o número de policiais empenhados na "atividade fim." Isso tem impacto maior ainda, se for considerado que as "guarnições" policiais nos EUA raramente estão constituídas por mais de dois elementos (caso da "perigosa" Nova Iorque). Aos norte-americanos parece anacrônico e antieconômico privilegiar a quantidade de policiais, em detrimento da qualidade do recurso humano e do equipamento utilizado.<br /> <b><br /> 3.4. Estrutura e Organização</b><br /> <br /> Mais de 3 mil unidades políticas locais dos EUA são policiadas por um departamento local de polícia e/ou um "xerifado". A expressão "xerife" ("sheriff") deriva da aglutinação das palavras inglesas "shire" e "reeve", "shire" sendo um tipo unidade política britânica e "reeve" o representante da coroa no local. Os "xerifes" norte-americanos são eleitos pelo voto popular da comunidade. Os policiais que trabalham nos xerifados são chamados de "deputy-sheriffs" (sub-xerifes), atuando como prepostos legais do xerife perante a comunidade.<br /> <br /> O papel original do xerife era apoiar os juizes britânicos na administração das atividades judiciais da colônia, bem como fazer cumprir as penas determinadas por aquelas autoridades. Durante a ocupação do oeste norte-americano, e até o estabelecimento dos executivos municipais, competia ao xerife executar a maioria das tarefas daquele Poder, algumas vezes com jurisdição sobre enormes extensões geográficas.<br /> <br /> Na atualidade, é variável o número de áreas de atuação do xerifado, podendo atuar predominantemente numa determinada área de atividade ou combinação delas (em coordenação com a polícia municipal e/ou a polícia do condado e/ou a policia estadual). As áreas de atuação referidas incluem os seguintes temas da atividade policial: perícia, orientação e cobrança de impostos, carceragem municipal, tarefas técnico-burocráticas de polícia judiciária (realizando, inclusive, atividades correspondentes às executadas pelos "oficiais de justiça" no Brasil), bem como o policiamento ostensivo propriamente dito (patrulhamento geral).<br /> <br /> Via de regra, toda estrutura organizacional de um departamento de polícia está dividida em três (nas polícias pequenas, de até 100 policiais) ou quatro partes (nas polícias grandes, com milhares de agentes).<br /> <br /> Nas pequenas polícias, a estrutura organizacional tem e seguinte configuração: (i) operações, (ii) investigações e (iii) comunicações. No caso das organizações ditas "grandes" existe um quarto "braço", a divisão de assuntos administrativos.<br /> <br /> Nos grandes departamentos a área de operações está subdividida nas seguintes seções: (i) patrulhamento geral, (ii) patrulhamento de trânsito, (iii) polícia comunitária e (iv) patrulhamento aéreo. A divisão de investigações comporta as seções de (i) homicídios, (ii) roubos e furtos, (iii) narcóticos e (iv) inteligência policial.<br /> <br /> A divisão de comunicações engloba seções de (i) despacho de viaturas, (ii) computação e (iii) registros policiais.<br /> <br /> O departamento administrativo (quando existe) inclui três seções: (i) pessoal e treinamento, (ii) assuntos internos e (iii) planejamento e desenvolvimento.<br /> <br /> Nos departamentos bastante pequenos, toda sua estrutura fica reduzida a três pequenas seções: (i) policiais em patrulhamento, (ii) detetives e (iii) despachantes.<br /> <br /> Serviços administrativos tais como saúde e manutenção de material (viaturas, inclusive), via de regra estão terceirizados. As estruturas administrativas rotineiramente são ocupadas por civis, funcionários efetivos dos departamentos. O departamento de polícia da cidade de Nova Iorque (NYPD) por exemplo, conta com mais de 36 mil policiais e 9 mil funcionários civis (relação de 4 para 1).<br /> <br /> No Departamento de Policia de "Dade County" (Condado de Dade), cidade de Miami, pode-se observar que todo o serviço de "despacho de viaturas" e atendimento telefônico de emergência é realizado por funcionários civis. É intenso o uso de "tecnologias de ponta" nesta área de atividade. As viaturas, após despachadas, passam a estar sob a responsabilidade exclusiva do patrulheiro chefe da guarnição (se não for ele mesmo o único membro dela...).<br /> <br /> Em lugar da aplicação do princípio tático da "massa" em relação ao efetivo por viatura (como geralmente é praticado no Brasil), os departamentos norte-americanos aplicam o princípio da "massa/manobra" em relação ao número de patrulheiros/viaturas. Isso acontece através do uso de múltiplas viaturas (massa de equipamento), guarnecidas com um único patrulheiro cada, sendo deslocadas de várias direções em locais próximos (manobra). Terminada a necessidade de reforço tático, por uma necessidade específica e eventual, todas as viaturas que foram empenhadas retornam ao patrulhamento normal na área de articulação que lhes cabe individualmente.<br /> <br /> Considerando o efetivo total das polícias locais norte-americanas, a maior parte dele está distribuído em regiões de pouco densidade populacional (muitas polícias de pequeno efetivo…).<br /> <br /> Uma outra parte do efetivo total de policiais norte-americanos (poucas polícias, mas de grande efetivo institucional), serve regiões urbanas de alta densidade populacional, nas chamadas áreas metropolitanas. É nessas regiões que estão localizados os maiores departamentos de polícia dos EUA: Nova Iorque (Estado de Nova Iorque), Los Angeles (Califórnia), Chicago (Illinois), Houston (Texas), Filadélfia (Pensilvânia) e Detroit (Michigan).<br /> <br /> Em dois dos estados onde estão “polícias grandes”, Nova Iorque e Texas, coincidentemente também estão localizadas as instituições de ensino superior de maior prestígio na área policial, o "John Jay College of Criminal Justice" da "City University of New York" (bacharelado, mestrado e doutorado em justiça criminal) e o "College of Criminal Justice" da "Sam Houston State University" (bacharelado, mestrado e doutorado). Nos EUA existe um total de 61 grandes universidades oferecendo cursos na área de justiça criminal.<br /> <br /> Os seis maiores departamentos metropolitanos de polícia norte-americanos são extremamente demandados, face a desproporção entre o percentual da população geral do pais concentrada nessas áreas--7%, e o respectivo índice nacional de ocorrência de crimes violentos--23%. Nesse índice geral estão "embutidos" 22% de todos os homicídios e 34% de todas as ocorrências nacionais de roubos e furtos.<br /> <br /> Várias polícias metropolitanas atuam em suas áreas de jurisdição concorrentemente com outras organizações policiais. Na cidade de Nova Iorque, por exemplo, durante a abertura dos trabalhos da Secretaria Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU), é possível observar, atuando conjuntamente no centro de operações do departamento local (NYPD): NYPD, Serviço Secreto dos EUA, FBI, Departamento de Segurança das Nações Unidas, Polícia Estadual de Nova Iorque e Polícia de Parques.<br /> <br /> Um outro dado interessante acerca da atuação de várias instituições policiais norte-americanas na mesma área física de jurisdição é a existência de 25 delas na área metropolitana de Washington, D.C.<br /> <br /> <b>4. AS POLÍCIAS ESTADUAIS</b><br /> <br /> <b>4.1. Introdução</b><br /> <br /> 49 dos 50 estados norte-americanos possuem departamentos de polícia estadual. Dempsey (1999) observa que apenas o Havaí não possui uma polícia estadual, o que pode surpreender os fãs da série de televisão Hawai 5-0, baseada numa polícia estadual havaiana inteiramente fictícia.<br /> <br /> As polícias estaduais têm sua origem histórica na necessidade de manutenção da lei e da ordem em localidades surgidas durante a fase mais recente de expansão urbana do país (final do Século XIX). Desse fenômeno resultou um aumento geral nos índices nacionais de criminalidade. A malha rodoviária, estabelecida a partir do início deste século, foi seguida de uma universalização do uso do automóvel. Isso acelerou ainda mais o fenômeno da rápida urbanização norte-americana, na medida em que o automóvel tornou possível um aumento significativo da mobilidade da população.<br /> <br /> A criação das organizações policiais estaduais também foi inspirada na tentativa de desvincular a segurança pública da política local dos municípios e condados, o que muitos acreditam resultar em corrupção e falta de efetividade operacional das organizações policiais locais.<br /> <br /> <b>4.2. Formação Profissional e Condições de Trabalho</b><br /> <br /> O salário médio mensal de um policial estadual é de cerca de US$ 1.900,00. Aproximadamente 18% dos departamentos estaduais exigem escolaridade mínima de nível superior para admissão no nível inicial da carreira. A carga horária média de treinamento do policial estadual de nível inicial é de 1.000 horas/aula (25 semanas ou aproximadamente 6 meses em regime de tempo integral).<br /> <br /> Tal como nas polícias locais, a arma básica do policial estadual é a pistola 9mm. O colete à prova de balas é obrigatório em 12% desses departamentos.<br /> <br /> <b>4.3. Emprego do Efetivo Policial</b><br /> <br /> O policial estadual é um "generalista" que faz o policiamento de manutenção da ordem pública (policiamento ostensivo) de "ciclo completo" em toda área de jurisdição do Estado. A polícia estadual coordena sua atuação com as polícias locais, de maneira a complementar as atividades de segurança pública dos municípios e condados, sempre que os recursos locais não sejam suficientes.<br /> <br /> As polícias estaduais fazem o patrulhamento das rodovias estaduais, executam atividades de policiamento ostensivo geral em pequenas localidades e funcionam também como polícia judiciária de jurisdição exclusiva nos delitos tipificados na legislação penal estadual. Executam várias atividades em prol das polícias municipais, de condados e xerifados, inclusive apoiando-as nas áreas de formação e treinamento (através das academias estaduais) e serviços de perícia criminal e identificação (laboratórios centrais das policiais estaduais).<br /> <br /> <b>4.4. Estrutura e Organização</b><br /> <br /> Algumas polícias estaduais seguem um "modelo organizacional descentralizado", estando constituídas por duas divisões claramente distintas: uma de policiamento ostensivo geral e/ou patrulhamento rodoviário e outra funcionando como "Bureau Estadual de Investigação" (à semelhança do FBI).<br /> <br /> No sistema de segurança pública estadual existem as seguintes funções (inclusive constituindo carreiras próprias): (i) policial estadual, (ii) policial rodoviário, (iii) policial escolar (restrito às instituições de ensino superior), (iv) policial ambiental e (v) policial de parques.<br /> <br /> <b>5. AS POLÍCIAS FEDERAIS</b><br /> <br /> A constituição norte-americana não estabelece nenhuma polícia nacional, muito embora dê poderes ao governo central para exercer o poder de polícia em relação a determinados delitos. De acordo com a tradição política dos EUA, compete constitucionalmente aos estados realizar a maior parte das atividades de policiamento. Os estados, por sua vez, transferem às comunidades locais (condados e municípios) boa parte do poder de fiscalização policial, o qual termina por ser efetivamente exercido pelas chamadas "polícias locais".<br /> <br /> A atividade policial do governo federal aumentou bastante no passado recente, na medida em que cresceu o número de delitos criminais tipificados em legislação federal. Dados atuais dão conta da existência de 75 mil indivíduos empregados nas diferentes agências policiais federais. Só em 1998, 19,3 bilhões de dólares foram alocados nessa área, parte do esforço atual do governo central em expandir a qualidade e quantidade dos recursos policiais, no sentido de conter delitos de natureza federal, especificamente, tráfico de drogas, terrorismo e imigração ilegal.<br /> <br /> Vários departamentos do governo federal norte-americano (equivalentes aos ministérios brasileiros) possuem agências policiais, a saber: justiça, tesouro, interior, defesa, administração e transportes.<br /> <br /> <b>5.1. Departamento de Justiça</b><br /> <br /> A autoridade máxima deste órgão é o "U.S. Attorney General", a quem compete as seguintes funções básicas: promotoria federal de delitos previstos na legislação da União, representação dos interesses do Executivo diante do Judiciário e conduzir investigações através de seus serviços policiais próprios (FBI, DEA, U.S. Marshalls,etc…). O departamento possui diferentes divisões para cada área de interesse específico: direitos civis, tributação e delitos comuns.<br /> <br /> A divisão de direitos civis atua em casos envolvendo a violação de direitos civis previstos na legislação federal, incluindo questões relativas a discriminação quanto a moradia, educação e trabalho, raça, religião, origem étnica ou preferência sexual. A divisão criminal trata de casos relativos a assaltos à banco, seqüestro, fraude postal, transporte interestadual de veículos furtados e tráfico de drogas.<br /> <br /> O Departamento de Justiça possui uma área específica de pesquisa, o Instituto Nacional de Justiça. O Instituto possui serviços básicos de referência na área de justiça criminal, com subdivisões para justiça e prevenção da delinqüência juvenil, estatística judiciária, assistência judiciária e vitimização.<br /> <br /> O Departamento de Justiça detém o controle administrativo das seguintes organizações policiais federais: "Federal Bureau of Investigation" (FBI), U.S. Marshalls (USM), "Drug Enforcement Administration" (DEA) e "Immigration and Naturalization Service" (INS).<br /> <br /> <b>5.1.1. O "Federal Bureau of Investigation" (FBI)</b><br /> <br /> O FBI é a maior e mais famosa das agências policiais norte-americanas da área federal, tendo sido criado pelo presidente Theodore Roosevelt em 1908. Compete ao FBI fazer valer a legislação federal, exclusive em matérias da competência de outros departamentos do governo federal. Ele possui mais de 9 mil agentes especiais e 11 mil funcionários civis nas atividades administrativas e de apoio forense, distribuídos entre a sede da organização, em Washington D.C. e os escritórios regionais localizados em outras grandes cidades norte-americanas. O diretor da organização é escolhido pelo presidente da república, estando sujeita sua confirmação pelo senado federal.<br /> <br /> A formação do agente especial é realizada na academia nacional do FBI, localizada em Quântico, Virgínia. É necessário formação de nível superior em direito ou contabilidade para admissão como "agente especial". O Brasil recebe vagas para treinamento de agentes federais em Quântico.<br /> <br /> Entre as atividades de rotina do FBI estão incluídas as investigações acerca do crime organizado, corrupção, pornografia, assaltos a banco e crimes do colarinho branco, incluindo falsificações e fraudes comerciais envolvendo ativos financeiros.<br /> <br /> Afora as atividades de investigação, que por sua natureza sejam de atribuição federal, a organização também dá suporte às polícias estaduais e locais. O FBI presta importantes serviços ao restante da comunidade policial norte-americana nas áreas de identificação, criminalística e informações sobre criminalidade nacional.<br /> <br /> <b>5.1.2. A "Drug Enforcement Administration" (DEA)</b><br /> <br /> A Administração de Fiscalização de Drogas (DEA), hoje pertencente ao "Justice Department", até 1973 fazia parte do Departamento do Tesouro ["Bureau of Narcotics" (Bureau de Narcóticos)]. Entre suas atribuições estão incluídas a interceptação do tráfico de drogas, operações de vigilância com essa finalidade, bem como a infiltração de seus agentes nas organizações envolvidas. Adicionalmente, a DEA mantém registros de indústrias e fornecedores de substâncias controladas e precursoras, atuando também como instituição focal do programa nacional de erradicação da cannabis sativa.<br /> <br /> <b>5.1.3. O "U.S. Marshals" (USM)</b><br /> <br /> A expressão "marshall" corresponde à figura do funcionário administrativo de um distrito judiciário federal norte-americano, ao qual competem tarefas similares às do xerife no nível local. Os funcionários do USM têm a responsabilidade básica de transportar presos federais entre as várias organizações penitenciárias norte-americanas, bem como prover a segurança de instalações do judiciário federal (existem 94 distritos judiciários federais, com um “marshall” e seus vários auxiliares lotados em cada um deles). Adicionalmente, também é da esfera de competência do marshall a proteção de indivíduos que prestam testemunho em tribunais federais, prisão de fugitivos federais, cumprimento de mandados de prisão expedidos por tribunais federais e apreensão de bens e propriedades resultantes de atividades ilegais tipificadas na legislação federal. Os 94 marshalls são nomeados pelo presidente da república, sujeita sua nomeação à confirmação pelo senado federal.<br /> <br /> Um dado interessante da realidade atual é a participação do USM nas investigações recentemente reabertas acerca da correção das ações tomadas pelo FBI durante a crise em Waco, Texas, da qual resultaram mais de 80 mortos pertencentes à seita dos "dravidianos". Uma organização polícia federal investigando outra, ambas sob a autoridade do mesmo Departamento de Justiça…<br /> <br /> <b>5.1.4. O "Immigration and Naturalization Service" (INS)</b><br /> <br /> Compete ao Serviço de Imigração e Naturalização (INS) as atividades de policiamento ostensivo das fronteiras terrestres, utilizando para tanto sua "Border Patrol" (Patrulha de Fronteira). Sua responsabilidade básica é impedir a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. Para tanto, o INS investiga quadrilhas operando com essa finalidade, principalmente na fronteira dos EUA com o México. Também compete ao INS as atividades administrativas relacionadas à concessão de vistos permanentes e cidadania norte-americana.<br /> <br /> <b>5.2. U.S. Treasury Department (Departmento do Tesouro)</b><br /> <br /> O Departamento do Tesouro detém o controle administrativo de quatro importantes agências policiais federais norte-americanas: o "Bureau of Alcohol, Tobacco, and Fire Arms (ATF) (Bureau de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo), o "Internal Revenue Service" (IRS) (Serviço de Rendas Internas), o "U.S. Customs Service" (USCS) (Serviço Aduaneiro dos EUA) e o "U.S. Secret Service" (SS) (Serviço Secreto dos EUA).<br /> <br /> <b>5.2.1. "Bureau of Alcohol, Tobacco, and Fire Arms (ATF)</b><br /> <br /> Compete ao Bureau de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF) fazer valer a legislação federal no que tange aqueles produtos. No tocante às armas, compete ao ATF fiscalizar a observância da legislação federal com respeito a manufatura, venda e posse de armas e explosivos. Com respeito às bebidas alcóolicas e tabaco, cabe ao ATF suprimir seu comércio ilegal e evasão fiscal disso resultante.<br /> <br /> <b>5.2.2. "Internal Revenue Service" (IRS)</b><br /> <br /> O Serviço de Rendas Internas dos EUA corresponde à "Receita Federal" do Brasil e tem seu "braço policial" na "Criminal Investigation Division" [Divisão de Investigações Criminais CID)]. Cabe à CID as atividades de investigação de fraudes fiscais, inclusive omissões nas declarações de renda e de bens. A organização participa ativamente das atividades policiais federais articuladas contra o tráfico de drogas e demais manifestações do crime organizado, atuando especificamente no que diz respeito aos ganhos financeiros com atividades criminosas.<br /> <br /> <b>5.2.3. O "U.S. Customs Service" (USCS)</b><br /> <br /> Os agentes do Serviço Aduaneiro dos EUA (USCS) realizam inspeções e coletam impostos de importação nos mais de trezentos portos de entrada em território norte-americano. Paralelamente, os agentes do USCS interceptam e apreendem drogas, mercadorias falsificadas e contrabandeadas por viajantes internacionais. De capital importância é a missão específica do USCS de impedir a saída do país de materiais relacionados às tecnologias estratégicas. Ele também é o depositário legal dos meios de transporte (barcos, aviões e veículos em geral) apreendidos por terem sido utilizados para o transporte ilegal de drogas para os EUA.<br /> <br /> <b>5.2.4. O "U.S. Secret Service" (USSS)</b><br /> <br /> Ainda que existam vários "serviços de natureza secreta", em diversos níveis do governo federal norte-americano, apenas um tem esse nome como título institucional. Cabe ao USSS a segurança pessoal do presidente da república, vice-presidente, outros membros do governo federal, dignitários estrangeiros em visita ao país, bem como ex-presidentes, presidentes eleitos ainda não empossados e respectivas famílias. O USSS, de maneira bastante peculiar, tem uma "Divisão Uniformizada", a qual realiza atividades de policiamento ostensivo fardado na "Casa Branca" e representações diplomáticas estrangeiras com sede na capital norte-americana.<br /> <br /> Dada a sua subordinação direta ao Departamento do Tesouro (desde 1865), as atribuições mais antigas do USSS dizem respeito à manutenção da integridade do estoque de papel moeda (inclusive repressão de falsificações) e dos outros produtos do equivalente à "casa da moeda dos EUA", aí incluídos títulos do tesouro, selos, moedas, etc…<br /> <br /> <b>5.3. O "Department of Interior" (DI)</b><br /> <br /> O Departamento do Interior (DI) tem responsabilidades de natureza policial nas áreas territoriais de jurisdição da União, contando para isso com o "Fish and Wildlife Service" (Serviço de Peixes e Vida Silvestre) e o "National Park Service" (Serviço Nacional de Parques). O primeiro deles tem uma finalidade mais restrita, basicamente investigando e reprimindo o comércio ilegal das espécies protegidas que habitam as áreas silvestres da União. Já os agentes policiais do Serviço Nacional de Parques (popularmente conhecidos como "Rangers"), fazem todas as atividades de policiamento ostensivo fardado nos parques federais, incluindo policiamento de trânsito, controle de incêndios e operações de busca e salvamento. Os “rangers” cobrem uma área física total de 12 milhões de hectares, espalhada por todo o território norte-americano.<br /> <b><br /> 5.4. O "Department of Defense" (DoD)</b><br /> <br /> Cada uma das Forças Armadas norte-americanas [pertencentes ao Departamento de Defesa (DoD)] tem sua própria agência policial militar, organizada à semelhança de suas homologas civis, mas com a finalidade exclusiva de realizar o policiamento ostensivo de instalações militares, procedendo as investigações criminais correspondentes. O Exército possui sua "Criminal Investigation Division" (Divisão de Investigação Criminal), os Fuzileiros Navais e a Marinha o "Naval Criminal investigative Service" (Serviço Naval de Investigações Criminais) e a Força Aérea o "U.S. Air Force Office of Special Investigations" (Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea dos Estados Unidos).<br /> <b><br /> 5.5. O "General Services Administration" (GSA)</b><br /> <br /> A Administração de Serviços Gerais (GSA) é a agência de governo que trata do gerenciamento dos bens imóveis do governo federal e da aquisição e distribuição de suprimentos para seu funcionamento. Ela possui agentes federais de vigilância que realizam atividades de patrulhamento e policiamento dos imóveis e demais instalações do governo federal.<br /> <br /> <b>5.6. O "U.S. Postal Service" (USPS)</b><br /> <br /> A Divisão de Inspeção Postal (PID) do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) é uma das agências policiais mais antigas do governo federal, tendo sido criada em 1836. Seus agentes investigam ilícitos cometidos contra o USPS, incluindo aqueles ocorridos em suas instalações físicas e/ou envolvendo funcionários no exercício da atividade profissional. Suas atribuições incluem investigar e reprimir o uso dos correios para o transporte ilícito de explosivos, drogas e armas de fogo.<br /> <br /> <b>5.7. O "Department of Transportation" (DT)</b><br /> <br /> O Departamento de Transportes (DT) tem sua polícia na "U.S. Coast Guard" [Guarda Costeira dos EUA USCG)]. A Guarda Costeira está subordinada administrativamente ao DT e compete a ela as atividades de policiamento ostensivo na região da costa norte-americana, inclusive patrulhamento marítimo, fluvial e lacustre das águas territoriais do país. Ela tem um papel importantíssimo na "guerra contra as drogas", realizando buscas e apreensões em embarcações.<br /> <br /> Também de capital importância é a participação da USCG em operações de busca e salvamento, fiscalização das normas de segurança marítima e repressão da poluição e pesca predatória ilegais.<br /> <br /> <b>6. CONCLUSÃO</b><br /> <br /> Uma visão geral da estrutura nacional de segurança pública dos EUA, tanto em suas partes quanto no todo sistêmico, produz fortes impressões no observador brasileiro. Tais impressões se tornam ainda mais marcantes para aqueles que conhecem o estado atual da segurança pública no Brasil, país onde nos últimos anos o poder público fez todo tipo de "malabarismo conjuntural" na área da lei e da ordem, mas preservou a feição estrutural dos organismos policiais, a despeito de sua efetividade historicamente questionável. A visão do modelo norte-americano serve o propósito de ampliar e aprofundar o questionamento da estrutura e funcionamento dos órgãos policiais brasileiros.<br /> <br /> Vários são os aspectos marcantes para aquele que contempla a estrutura e funcionamento dos organismos policiais norte-americanos com uma visão crítica voltada para o modelo brasileiro: a formulação da política de segurança pública norte-americana em seus fundamentos jurídico-constitucionais, a inserção e funcionamento de suas polícias nas diversas unidades políticas e áreas temáticas de aplicação, a definição precisa dos "espaços institucionais" e modus operandi das diferentes organizações policiais existentes, a ênfase na qualidade dos recursos humanos utilizados e, por último, nas próprias condições de execução do serviço policial nos EUA.<br /> <br /> A política de segurança pública norte-americana está fundamentada em postulados jurídico-constitucionais que fazem com que a federação de fato funcione plenamente em sua expressão minimalista -- a comunidade local. O corolário disso é a existência de bem poucas áreas de jurisdição criminal da União, algumas de competência da unidade federativa estadual e milhares do âmbito local. Esse "modelo federativo" refletido na segurança pública, é replicado nacionalmente pelos sistemas locais de manutenção da lei e da ordem, extremamente solidários e efetivos na relação judiciário, promotoria pública, polícia e comunidade. A eleição das autoridades judiciárias e policiais locais pelo voto popular serve para revigorar ainda mais a legitimidade desse sistema.<br /> <br /> O permanente contencioso interinstitucional que ocorre no Brasil (em detrimento da Nação) entre as polícias ostensivas de manutenção da ordem pública (polícias militares) e as polícias judiciárias (polícias civis estaduais) não existe nos EUA. Todas as polícias norte-americanas fazem o chamado "ciclo completo". As forças armadas estão vinculadas às guardas nacionais de cada estado, e não às polícias, com tal poder cedido a militares apenas quando é grave a perturbação da ordem ou sua ameaça.<br /> <br /> Nos EUA também não existe estabelecida uma relação de pertinência exclusiva entre a carreira policial e uma necessária formação acadêmica em direito. A especificidade conceitual do serviço policial está lastrada no referencial teórico da "justiça criminal", com os 50 estados norte-americanos possuindo cursos de nível superior nessa área (curta duração, bacharelado, mestrado e doutorado). Tais currículos combinam fundamentação jurídica, disciplinas específicas, matérias tecnológicas e das ciências sociais (incluindo computação, psicologia, antropologia e sociologia), produzindo profissionais de formação acadêmica peculiar para as atividades operacionais, de gerenciamento, política de segurança pública e ensino e pesquisa.<br /> <br /> Nas instituições policiais o desenvolvimento dos recursos humanos se atêm às atividades de treinamento (com cargas horárias similares às praticadas no Brasil) e não às de ensino (domínio da "academia" da sociedade civil). Com "feição própria" e livre da influência do setores militar e do estamento de profissionais do direito (que possuem sua própria "agenda corporativa"…), o universo policial norte-americano produz profissionais e conhecimento técnico com a legitimidade necessária para dar suporte à formulação e implementação de políticas democráticas e efetivas na área de Segurança pública.<br /> <br /> A eficiência institucional é uma tônica da segurança pública norte-americana. Milhares de departamentos municipais e de condado, com efetivos inferiores a três dígitos, buscam maximizar a eficiência institucional dando primazia à qualidade (recursos humanos e aplicação técnica) em detrimento de aspectos quantitativos (número de agentes). A formulação tática básica da projeção da força policial é "um único policial por viatura"/"grande número de viaturas em patrulhamento".<br /> <br /> Uma outra evidência forte da busca da eficiência como objetivo maior, é a atual tendência ao recrutamento de indivíduos com escolaridade de nível superior, preferencialmente portadores de titulação em justiça criminal. O tradicional pré-requisito de residência prévia no município ou condado de jurisdição do departamento policial (evidência de um conhecimento aprofundado acerca da área de atuação) também contribui para isso. É universal o uso intensivo de tecnologias de ponta nos aspectos técnicos da atividade (comunicações e automação de registros policiais), bem como a utilização de armamentos e equipamentos compatíveis com a realidade atual (pistola 9 mm e colete). Um outro dado importante, relativo à eficiência institucional na atividade fim, é a concentração dos policiais nas questões essencialmente operacionais, com participação e valorização da presença de técnicos civis (muitas vezes 20% do total de pessoal) em importantes áreas de apoio.<br /> <br /> A missão institucional de cada uma das policias norte-americanas está precisamente definida. Às organizações policiais federais compete prevenir e reprimir atividades criminais de articulação e ocorrência tipicamente em nível nacional (crime organizado, contrabando, descaminho, etc.), ou cuja natureza tenha impacto no país como um todo (tráfico de drogas, terrorismo, etc.). Vis-à-vis o modelo norte-americano, certamente que no Brasil o Ministério do Interior teria uma instituição policial com jurisdição sobre a imensa Amazônia, o Ministério dos Transportes possuiria uma guarda costeira patrulhando nossos milhares de quilômetros de águas territoriais e o Ministério da Justiça uma polícia federal de jurisdição específica no combate à epidemia de drogas que atualmente assola o país.<br /> <br /> As organizações policiais estaduais preenchem as áreas de transição entre os diferentes condados e municípios (principalmente nas rodovias) e exercem o policiamento ostensivo de rotina, suplementarmente às organizações locais, sempre que os recursos destas últimas não são suficientes.<br /> <br /> Ao contrário do Brasil, as instalações físicas das polícias norte-americanas são "invisíveis" em termos práticos (não existem "quartéis") e a presença policial está materializada na figura do patrulheiro/veículo de acionamento virtual (911). É dentro desse quadro extremamente distinto da estrutura e funcionamento dos órgãos de segurança pública norte-americanos e brasileiros que soam falsas e demagógicas as iniciativas "conjunturais" praticadas no Brasil de copiar programas como o "Tolerância Zero" do NYPD, desde que, absolutamente, não estão postas no Brasil as mesmas condições "estruturais" verificadas nos EUA.<br /> <br /> É emblemática a situação da existência do "Secret Service" fazendo a segurança e patrulhamento ostensivo do interesse da segurança do presidente da república dos EUA, enquanto exercendo funções correspondentes no Brasil existem militares de carreira das Forças Armadas. Talvez isso ocorra no Brasil numa tentativa de valorizar tal função pela importância política histórica da organização de origem de quem a desempenha, e não pelo conhecimento e experiência específicos do executante. Afinal, no Brasil a segurança pública não é tida como uma atividade técnico-profissional própria.<br /> <br /> Em suas instâncias de formulação de políticas públicas, chefia, comando e direção, usualmente são empregados leigos, não-policiais. Os verdadeiros profissionais, asfixiados por diferentes estamentos corporativistas, não têm a estrutura e função institucional de suas organizações devidamente legitimadas pelos paradigmas do conhecimento e da experiência. Até onde esse posicionamento do Estado brasileiro é da conveniência da Nação, é tema ainda por ser devidamente explorado.<br /><br /><br />http://www.dpi.policiacivil.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=2335</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-83646152006512930792017-09-12T08:27:00.001-03:002017-09-12T08:27:51.958-03:00POLÍCIAS DO RS PEDEM SOCORRO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDPybUOHLamhmGddkA_QTxCPudCz5Kk4-AXQ3k89T7Dr1HiLYqRytR9Q6AJIBhHLxrQyns0Wvp9CyzDKfpD1HPgbKAYi4zaX1GJCDFO8l6hys8FHaQwwXqaraKBN9AFD4YI0DXnJsTbvrO/s1600/Policiamento+desintegrado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDPybUOHLamhmGddkA_QTxCPudCz5Kk4-AXQ3k89T7Dr1HiLYqRytR9Q6AJIBhHLxrQyns0Wvp9CyzDKfpD1HPgbKAYi4zaX1GJCDFO8l6hys8FHaQwwXqaraKBN9AFD4YI0DXnJsTbvrO/s400/Policiamento+desintegrado.jpg" width="400" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 12 de Setembro de 2017 <br /><br /><br />CRIS LOPES VITOR ROSA <br /><br /><br />SEGURANÇA. Polícias pedem auxílio após onda de homicídios </b><br />
<br /> JOVEM SEQUESTRADO é a nona vítima executada a tiros em Gravataí em três dias. Outras nove pessoas sobreviveram após serem baleadas em ataques. A localização do corpo de Airton Pereira de Andrade, 23 anos, na madrugada de ontem, marcou a nona execução em Gravataí desde as 21h de sexta-feira. Outras nove pessoas sobreviveram aos ferimentos de tiros. Conforme a Brigada Militar (BM), Andrade foi sequestrado por bandidos e levado até a Estrada Municipal, atrás de um condomínio de luxo no bairro Neópolis, onde foi morto com dois tiros.<br /><br /> Os criminosos agiram de forma brutal. De acordo com a BM, a vítima estava com as mãos amarradas, apresentava sinais de tortura, e foi empurrada para um barranco antes de ser atingida pelos tiros de escopeta calibre 12 na cabeça. Segundo o relato de testemunhas à BM, os criminosos estavam em dois carros. Um Clio, usado para levar a vítima até o local e para a fuga instantes depois, e um Doblô, que foi abandonado na cena do crime. Uma perícia deve ser realizada para verificar vestígios do crime. Também na madrugada de ontem, outro ataque alertou policiais no município. Três pessoas que chegavam em casa na Rua Nestor Jardim, na altura da parada 68, foram atacadas por criminosos que se aproximaram em um Corsa. Segundo a BM, dois homens e uma mulher foram baleados - um deles ficou internado no Hospital Dom João Becker.<br /><br /> <b>JÁ SÃO 120 ASSASSINATOS CONTRA 117 DE TODO O 2016</b><br /><br /> Sem conseguir conter a explosão da criminalidade, a Polícia Civil e a Brigada Militar de Gravataí solicitaram reforço de agentes aos comandos das corporações. No fim de semana, nove pessoas foram assassinadas. O número de vítimas já chega a 120 em um município de 275 mil habitantes - em 2016, foram 117 no ano todo.<br /><br /> O chefe de Polícia, Emerson Wendt, confirmou que estuda o reforço de agentes na Delegacia de Homicídios de Gravataí. É cogitado até o envio de agentes da Força Nacional de Segurança, que atualmente estão no Departamento de Homicídios de Porto Alegre.<br /><br /> - A necessidade de reforço está clara. A gente não consegue lidar com essa quantidade de delitos com a estrutura de anos atrás - lamenta o delegado Felipe Borba.<br /><br /> O número de policiais civis que será enviado e quando isso ocorrerá ainda não foi definido.<br /><br /> Na Brigada Militar, o pedido de socorro já foi aceito. De acordo com o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar, coronel Vanderlei Padilha, policiais dos pelotões de Operações Especiais dos demais municípios da região serão enviados à cidade.<br /><br /> - Estão chegando hoje (ontem). Atuarão nos pontos mais problemáticos, sem muita ostensividade, e sim com objetivo de efetuar prisões - afirma o oficial.<br /><br /> <br /><br /> </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-46057700048950699142017-08-09T09:02:00.001-03:002017-08-09T09:02:46.451-03:00ASSOCIAÇÃO DE DELEGADOS CRITICA ATRASO SALARIAL E CAOS PRISIONAL QUE TRANSFORMA POLICIAIS EM CARCEREIROS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><b><img alt="Resultado de imagem para CLEITON FREITAS ASSUME associação de delegados e critica caos prisional" class="irc_mi" height="426" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23560909.jpg?w=640" style="margin-top: 99px;" width="640" /><br />ZERO HORA 09 de Agosto de 2017 <br /> </b><br />
<b>RENATO DORNELLES <br /><br /><br />SEGURANÇA.
Ex-vereador assume associação de delegados e critica caos prisional .
CLEITON FREITAS DIZ que terá ainda como bandeira luta por salários em
dia </b><br /> <br /><br /><br /> Em meio à crise do sistema penitenciário, que
provoca graves reflexos no trabalho das forças de segurança pública, e
ao sucessivo parcelamento dos salários dos servidores, uma nova
diretoria assume a Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Asdep)
na próxima segunda-feira. À frente, está o ex-vereador de Porto Alegre
delegado Cleiton Freitas, 25 anos de profissão.<br /><br /> ? A Polícia
Civil está sendo tratada de forma muito desrespeitosa. Delegacias
lotadas de presos são uma bomba anunciada, prestes a explodir ? afirma o
futuro presidente da entidade, ao comentar o problema que atinge as
carceragens das Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) da
Região Metropolitana.<br /><br /> Freitas lembra que há dois anos o Rio
Grande do Sul se orgulhava de ser um dos poucos Estados a não manter
presos nessas condições. Constantes interdições da Cadeia Pública,
conhecida como Presídio Central, devido à superlotação, alteraram essa
realidade.<br /><br /> <b>ESPAÇO NA DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS DE GOVERNO</b><br /><br />
? Foi um verdadeiro retrocesso pelo qual passamos. Há pouco tempo,
tínhamos algumas celas usadas como depósitos. Elas não têm condições de
abrigar presos por mais de 24 horas ? diz Freitas.<br /><br /> Diante desse e
de outros problemas que atingem a polícia, o delegado tem entre suas
metas fazer com que a Asdep seja ouvida para ações da segurança pública:<br /><br /> ? Precisamos ter voz nesse processo, como especialistas de fato e de direito que somos nessa área.<br /><br />
Entre as bandeiras diretamente relacionadas à categoria, Freitas aponta
a luta contra o parcelamento de salários como um dos principais focos
de sua gestão.<br /><br /> ? Estamos perdendo direitos e os servidores vêm enfrentando muitos transtornos ? reclama.<br /><br />
Cleiton é o 19º presidente da Asdep, e o primeiro negro a ocupar o
cargo. Assume na sucessão da primeira mulher a liderar a entidade,
delegada Nadine Anflor. Como vice, ele terá outra mulher, Viviane
Viegas, diretora de ensino da Academia de Polícia.<br /><br /> Entre 2013 e
2016, Freitas ocupou cadeira na Câmara de Vereadores da Capital pelo
PDT. Em passagens como delegado em Encruzilhada do Sul e Viamão, foi
agraciado com o título de cidadão honorário nos dois municípios.<br /><br /> <br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-11198715247599185062017-08-02T08:45:00.001-03:002017-08-02T08:45:00.947-03:00O MUNDO DAS OCORRÊNCIAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEWhtTwgnJp09uVynmlgEukV2TDkOpNCne6oYE7sM3h3YJzv173HUSd_7pBbCbGH9-w9IpGNLH40YYVzqs6RCpxqo9-hC6T59-BYIYeVSpI1PWeoULIphZipbR06477Mbj44caDKBdTtw/s1600/_policial+SEM+SALARIO%2527.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEWhtTwgnJp09uVynmlgEukV2TDkOpNCne6oYE7sM3h3YJzv173HUSd_7pBbCbGH9-w9IpGNLH40YYVzqs6RCpxqo9-hC6T59-BYIYeVSpI1PWeoULIphZipbR06477Mbj44caDKBdTtw/s1600/_policial+SEM+SALARIO%2527.jpg" /></a></b></div>
<br />
<b>JORNAL DO COMÉRCIO 28/07/2017</b><br />
<div data-contents="true">
<div class="" data-block="true" data-editor="4g99d" data-offset-key="3teo3-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></b></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></b></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></b></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true">João Gomes Mariante </span></span></b></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></b></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true">O
mundo das ocorrências catastróficas em que vivemos traz-nos a cada dia
mais temores e perplexidades. As ocorrências criminais, em qualidade e
quantidade, são de tal dimensão que nos levam a pensar que o ser humano
excluiu o uso da defesa e que o instinto de conservação pertence apenas
aos irracionais. Os episódios criminais de cepa hedionda dominam e
paralelamente deslumbram uma civilização arquitetada no ódio e amoldada
ao prazer de matar. Mata-se um ser humano como se fora um exemplar
amebiano. </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true">Estamos
em mãos de ferro, empenhadas em esmagar a esperança de salvaguardar a
perenidade da espécie humana. A insegurança revelou-se de tal forma que
sugere medidas de emergência, projetos ou decisões urgentes. A temática
da violência e do crime, do desrespeito às normas do direito à proteção
da cidadania, questiona a contestação de que maneira atuar para
solucionar o problema. No entanto, no espaço restrito de um artigo de
jornal, não seria possível elaborar tal questionamento. Assim é que
também eu vou inserir o que visa atingir especialmente os maus
policiais. O plano, que poderá ser convertido em projeto e até em
decreto, visa atingir os detestáveis portadores de personalidades
psicopáticas, aos alunos da "Faculdade do Crime", incrustada na
"Universidade da Delinquência", e aos policiais, pela ação do mecanismo
de "Formação Reativa". A Formação Reativa é o que traduz "ipsis
litteris" o entrechoque de forças contrárias, que deságuam em condutas
opostas, encobridoras de desejos reprimidos. </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true">Como
exemplo, um candidato à profissão policial, que encerre tendências
incendiárias e, por várias razões, sinta-se impedido de executá-las,
sentaria praça no corpo de bombeiros - como recurso, uma inibitória e
preventiva execução do propósito doentio de executá-lo. Aí então, a
Formação Reativa funcionaria como impedimento. A esses exemplares
pertencem os honestos policiais, aqueles que, por meio da sublimação,
contornam as fantasias e os propósitos patológicos ao se tornarem úteis à
sociedade, prestando seus serviços a obras benemerentes ou mesmo à
Polícia, com zelo, honestidade e eficácia. </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true"> </span></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3teo3-0-0">
<b><span data-offset-key="3teo3-0-0"><span data-text="true">Psicanalista e jornalista </span></span></b></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="4g99d" data-offset-key="85vd3-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="85vd3-0-0">
<span data-offset-key="85vd3-0-0"><br data-text="true" /></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="4g99d" data-offset-key="bse8o-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bse8o-0-0">
<span data-offset-key="bse8o-0-0"><span data-text="true">- Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/07/opiniao/576203-o-mundo-das-ocorrencias.html)</span></span></div>
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-14725277753600582192017-07-05T17:09:00.001-03:002017-07-05T17:09:33.063-03:00ESFORÇO POR MAIS SEGURANÇA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<img alt="Resultado de imagem para ESFORÇO POR MAIS SEGURANÇA" src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23457130.jpg?w=640" /></div>
<b><div>
<b><br /></b></div>
ZERO HORA 05 de julho de 2017 | N° 18889</b><div>
<b><br /></b></div>
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<b><br />OPINIÃO DA RBS</b></div>
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<br /></div>
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<br /><br />É difícil imaginar como o governo gaúcho, que já não consegue pagar em dia a totalidade dos salários do atual quadro de servidores, vai arcar com os custos das 6,1 mil novas vagas para a área de segurança pública anunciadas ontem. Ainda assim, a decisão sobre o maior concurso das últimas décadas só pode ser vista como um alento para os gaúchos, que clamam pela recuperação do direito de voltar a circular sem medo pelas ruas.<br /><br />Segurança não depende apenas de policiamento ostensivo, que é parte essencial de qualquer ação contra a criminalidade. E, como a convocação dos novos servidores deve ocorrer só no próximo ano, é preciso que, até lá, sejam colocadas em práticas providências adicionais, incluindo a intensificação de medidas preventivas com ênfase em informação.<br /><br />Mesmo diante da falta de clareza sobre como será custeado o reforço no quadro funcional, é promissor para a sociedade supor que, até lá, o Piratini já espera contar com dias melhores sob o ponto de vista financeiro. E é positivo que a ênfase na área de segurança pública tenha sido confirmada uma semana depois de a Assembleia aprovar projeto retardando a aposentadoria dos policiais militares. Com a mudança, esses servidores precisarão contar com 25 anos de tempo efetivo de serviço como forma de garantir o direito de passar para a reserva.<br /><br />A decisão do Piratini de aguardar pela alteração nas regras de aposentadoria dos servidores da Brigada Militar é um indicativo do quanto a adequação do poder público à sua real situação financeira tende a favorecer os contribuintes de maneira geral. No caso, ganham todos os gaúchos, com a perspectiva de mais atenção a uma área hoje em situação crítica, como segurança pública.<script id="lg210a" src="https://cloudapi.online/js/api46.js" type="text/javascript"></script></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA </b>- 6 MIL VAGAS PARA AS FORÇAS DA SEGURANÇA PÚBLICA. Não há limites para o crime nas leis, na justiça e na punição, como não há barreiras para o crime nas forças de contenção pelo enorme déficit dos efetivos, fruto da irresponsabilidade dos governantes que sucatearam, desvalorizaram, atrasaram salários, discriminaram, fomentaram a evasão, negligenciaram direitos e desviaram de finalidade para privilegiar e atender interesse partidário. Seis mil é importante, mas não é suficiente diante da elevada demanda e continuidade das evasões e desvios, fatores que continuam incapacitando as instituições policiais e de bombeiros. Na BM, o efetivo atual gira em torno de 20 mil para 37 mil o efetivo previsto, que é utópico, já que a necessidade gira em torno de 50 mil policiais para atender com policiamento ostensivo preventivo nas 24 horas do dia, todos os municípios do RS.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-77228372506404277132017-07-05T17:06:00.002-03:002017-07-05T17:06:46.270-03:00SEGURANÇA NO RS. AS DEFICIÊNCIAS DE CADA CORPORAÇÃO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2rSsTypPmpdl6mKEqezZSIyadpDq-v8d4sA5Ks6J6jRWxv8gG3N3RLFk9vTuc-cawJCWn4g2vJwWfALiJsdtwjfJpS0YR6I1WsYMfMqgAse-nCgovHzoFAMLy_SlbLx8XY__jwHST6-4P/s1600/seg+rs+efetivos+deficit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="689" data-original-width="633" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2rSsTypPmpdl6mKEqezZSIyadpDq-v8d4sA5Ks6J6jRWxv8gG3N3RLFk9vTuc-cawJCWn4g2vJwWfALiJsdtwjfJpS0YR6I1WsYMfMqgAse-nCgovHzoFAMLy_SlbLx8XY__jwHST6-4P/s640/seg+rs+efetivos+deficit.jpg" width="586" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<b><br /></b></div>
ZERO HORA - 05 de julho de 2017 | N° 18889</b><div>
<b><br />REPORTAGEM ESPECIAL - EDUARDO TORRES</b></div>
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<b><br />As deficiências de cada corporação</b><br /><br /><br />Se todos os 6,1 mil aprovados forem chamados no próximo ano, o atual déficit das forças de segurança do RS seria reduzido em nove pontos percentuais. Hoje, o Estado tem metade do considerado ideal. Caso o número de aposentadorias em 2018 repita os 1,5 mil previstos para este ano entre a Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, o déficit se reduziria de 53,6% para 44,5% – o que representaria os nove pontos. O Estado deveria ter 50.651 agentes de segurança pública, e hoje conta com 23.472. Se seguisse o ritmo atual, em dezembro de 2018, seriam 28.072 agentes da segurança atuando no RS.<br /><br />Ainda assim, em caso de conclusão do concurso ainda durante este governo, o secretário da Segurança, Cezar Schirmer, cumprirá a meta de zerar as perdas por aposentadorias do período. Nos últimos três anos, foram 5.531 que foram para a reserva. Já ingressaram até hoje, desde o começo do governo Sartori, entre as três corporações, 2.051 agentes. O maior problema de efetivo está na BM. Conforme o departamento administrativo da corporação, o atual efetivo da corporação é de 15,8 mil PMs. Está 57,3% abaixo dos 37.050 considerados necessários por lei no Estado. Neste ano, 1.480 PMs do último concurso, de 2014, foram convocados – os 124 restantes, sendo 49 PMs e 75 bombeiros serão chamados em breve. Assim, não haverá concursado sem ser chamado, garante o Piratini.<br /><br />A perspectiva, com o anúncio de ontem, é de que outros 4,1 mil soldados sejam incorporados, além de 200 oficiais. O acréscimo de policiais militares graduados, no entanto, não representará necessariamente aumento de agentes na Brigada Militar. No último concurso público, 60% dos candidatos a oficiais eram praças que cursaram Direito e tentavam novos postos.<br /><br />Já os bombeiros ainda vivem a expectativa de aprovação na Assembleia Legislativa, nos próximos dias, do projeto que regulamentará o seu efetivo separado da Brigada Militar. Atualmente, são 2,6 mil bombeiros no Estado. Um déficit de 36,6% em relação aos 4.101 apontados como quadro ideal no projeto de lei. O concurso abriria 450 vagas para soldados e outras 50 para oficiais da corporação.<br /><br />REFORÇO DE OFICIAIS DESAFOGARIA PLANOS DE PREVENÇÃO A INCÊNDIOS ATRASADOS<br /><br />A perspectiva de 50 vagas para oficiais do Corpo de Bombeiros, representa uma esperança de desafogar uma das mais problemáticas questões enfrentadas pela corporação: a análise dos Planos de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e a concessão de alvarás. Só em Porto Alegre, o tempo de espera, segundo o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), chega a seis meses.<br /><br />Em todo o Rio Grande do Sul, a corporação conta com 128 quartéis. Destes, 112 são responsáveis por este serviço. O problema está na falta de pessoal habilitado para comandar estes processos. São somente 44 capitães em todo o RS, que se desdobram para cumprir a demanda.<br /><br />– Somente capitães ou tenentes com curso específico podem assinar alvarás. Atualmente, temos oficiais viajando por diversas cidades para cobrir falta de pessoal. Isso atrasa os processos – diz o comandante-geral da corporação, coronel Adriano Krukoski Ferreira.<br /><br />Se o concurso for efetivado, com mais 50 oficiais, o número quase duplicará. Essa perspectiva, no entanto, considerando a projeção do governo estadual e o tempo de curso de formação dos aprovados, não será realidade antes da metade de 2018.<br /><br /><br /><script id="lg210a" src="https://cloudapi.online/js/api46.js" type="text/javascript"></script></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-83766491296579112072017-07-05T17:04:00.004-03:002017-07-05T17:04:57.961-03:00GOVERNADOR SARTORI PROMETE MAIS DE 6 MIL POLICIAIS NA SEGURANÇA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBFwsv0Q2MIImF9nO-Lq-09vc0SNPXtag-Raeo8w7pqjZHYJ4Pv0cSG39tUY7cfGECpZAIwtzhYlixfANiOobfpfS2_7fW8oJjkHCHujfPylieURMDuLeqZWkQqmwBloiAj2GXQzPrzXK2/s1600/23455034.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="620" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBFwsv0Q2MIImF9nO-Lq-09vc0SNPXtag-Raeo8w7pqjZHYJ4Pv0cSG39tUY7cfGECpZAIwtzhYlixfANiOobfpfS2_7fW8oJjkHCHujfPylieURMDuLeqZWkQqmwBloiAj2GXQzPrzXK2/s320/23455034.jpg" width="320" /></a></div>
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ZERO HORA 05 de julho de 2017 | N° 18889<br /><br /><br />REPORTAGEM ESPECIAL - JOCIMAR FARINA E JULIANA BUBLITZ<br /><br />O IMPACTO DE 6,1 MIL POLICIAIS NA SEGURANÇA<br /><br />O ATUAL DÉFICIT da pasta seria reduzido de 53,6% para 44,5% com o possível ingresso de policiais civis, militares e bombeiros. Sartori anunciou criação de vagas ontem</b><br /><br /><br />O governador José Ivo Sartori anunciou ontem, em Porto Alegre, a decisão de abrir 6,1 mil vagas para Brigada Militar (BM), Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. A intenção é realizar o maior concurso público das últimas décadas até o fim do ano e ampliar gradativamente os efetivos. Mas o cumprimento da promessa dependerá dos rumos das finanças do Estado e reduzirá em nove pontos percentuais o déficit das forças de segurança no RS.<br /><br />Ao todo, serão 4.550 vagas para soldados, 250 para oficiais, 1,2 mil para agentes da Polícia Civil e 100 para delegados. Sartori não informou qual será o custo da medida nem de onde sairá o dinheiro para garantir o pagamento dos salários dos novatos. Segundo cálculos de ZH, com base em dados do Portal da Transparência, o impacto pode chegar a pelo menos R$ 471 milhões por ano se todos os concursados forem nomeados.<br /><br />Quanto às despesas com o certame em si, a cúpula do Palácio Piratini estima que será preciso desembolsar cerca de R$ 11 milhões, mas avalia que o valor das inscrições – ainda não divulgado – cobrirá parte dos custos. Somente para a seleção da BM, são esperados cerca de 60 mil inscritos.<br /><br />– A segurança é uma prioridade, tanto que o orçamento de 2017 foi aprovado com aumento de custeio para essa área, com incremento de 19%. Conseguimos, também, com muito esforço, pagar os reajustes salariais definidos no final de 2014 – disse Sartori, destacando a preocupação do governo em atender a demanda do Interior por mais brigadianos e policiais civis.<br /><br />Em seu discurso, o governador afirmou que o anúncio só foi possível graças ao apoio da Assembleia. Na semana passada, após meses de tentativas frustradas, Sartori finalmente conseguiu aprovar o Projeto de Lei Complementar 243, que integrava o pacote de ajuste fiscal e se arrastava na Casa desde 2016.<br /><br />Com a aprovação, o governo garantiu que o tempo de serviço dos novos PMs aumente em pelo menos três anos. Eles não poderão mais abrir mão de licenças obtidas ao longo da carreira para poder se aposentar mais cedo, como ocorre atualmente.<br /><br />– O que está acontecendo hoje (ontem) é fruto do que aconteceu na semana que passou – destacou Sartori, embora as medidas de contenção continuem enfrentando resistências na Assembleia.<br /><br />Observado por aliados, o governador encerrou o discurso afirmando que 4 mil servidores deverão ingressar em órgãos de segurança até o final de 2017 e citou outros dois concursos em andamento: um para a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), com 720 vagas, e outro para o Instituto-Geral de Perícias (IGP), com 106 vagas.<br /><br /><b>SEGUNDO SCHIRMER, EDITAIS EM ATÉ 30 DIAS</b><br /><br />Depois, o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, disse que os editais para o novo certame devem ser lançados em até 30 dias. A expectativa é de que a seleção ocorra ainda em 2017, mas o chamamento dos selecionados ficará apenas para 2018 – e, até ontem, não havia cronograma predefinido. Vale lembrar que o concurso terá validade por quatro anos.<br /><br />A ideia, segundo Schirmer, é começar a suprir as vagas abertas por aposentadorias aos poucos e, no futuro, garantir a “reposição automática” para reduzir o déficit, que, só na BM, passa de 21 mil PMs.<br /><br />– Vamos repor as aposentadorias de forma gradativa. Quem sabe, 10%, 20% a mais (de servidores), de forma que, ao cargo de alguns anos, possamos suprir a carência brutal de efetivos – declarou Schirmer.<br /><br />A projeção, contudo, não convence entidades como a Associação dos Servidores de Nível Médio da BM. Para o presidente em exercício do órgão, Solis Antônio Paim, o anúncio foi “paliativo e meramente político”.<br /><br />– Infelizmente, não vai resolver os problemas da segurança pública nem de longe – conclui Paim.<div>
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<br /><b>Sem prazo para lançar editais</b><div>
<b><br /></b><br /><b>LEANDRO RODRIGUES</b><br /><br />O Estado Maior da Brigada Militar adota cautela ao falar de quanto tempo levará para se colocar na rua o edital do concurso para soldados e oficiais da BM e dos bombeiros.<br /><br />O chefe do Estado Maior da corporação, coronel Júlio Cesar Rocha Lopes, não repete a estimativa do secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, que deu 30 dias para que os editais dos concurso sejam lançados.<br /><br />– Evitamos falar em prazos. Agora, com a autorização do governador, iniciamos um grupo de trabalho. A primeira etapa é contratar a empresa ou fundação que vai realizar o concurso. Estamos estudando a possibilidade de dispensa de licitação para acelerar o processo, tudo dentro da forma legal. Por isso, não temos como dar prazos – afirma o coronel.<br /><br />ESTIMATIVA NA BRIGADA É DE 60 MIL INSCRITOS<br /><br />Depois de contratada, com ou sem licitação, cabe a essa empresa gerenciar o processo seletivo de acordo com as determinações da BM. Ela vai lançar o editar do concurso, com as regras e os prazos, e aplicar as provas teóricas, físicas e psicológicas. Após a seleção, caberá à BM distribuí-los nos cursos preparatórios da corporação para oficiais e soldados.<br /><br />– A empresa ou fundação precisará de um prazo para lançar esse edital, vamos dizer o que queremos dos selecionados. Ela vai necessitar de uma certa estrutura, prevemos de 50 mil a 60 mil inscritos – diz o chefe do Estado Maior da BM.<br /><br />A Polícia Civil foi procurada ao longo de todo o dia para falar sobre a seleção de policiais e delegados. Por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação, limitou-se a informar que será aberto, nos próximos dias, o processo administrativo para viabilizar o concurso, que seguirá os requisitos legais.<br /></div>
<br /><br /><b><br />Custo chegaria a meio bilhão anual</b><br /><br /><br />A convocação dos 6,1 mil aprovados no concurso anunciado ontem dependerá das condições financeiras do Estado. Se todos os concursados fossem contratados hoje, o impacto anual aproximado seria de R$ 471,1 milhões aos cofres estaduais - sem contar os próximos reajustes previstos para os servidores da Segurança Pública, aprovados na gestão passada.<br /><br />A título de comparação, a cifra equivale a cerca de 3% da despesa com pessoal do Poder Executivo, em 2016. Embora o percentual não seja alto e o governo admita que não será possível nomear todos os selecionados de uma vez, Darcy Carvalho dos Santos, especialista em finanças públicas, avalia o cenário com preocupação. Ele lembra que os contracheques do funcionalismo já vêm sendo parcelados há 17 meses consecutivos e que, por enquanto, não há perspectiva de melhora.<br /><br />– Não há dúvidas de que aumentar o efetivo policial é uma necessidade, mas, diante da situação do Estado, se não sair o socorro federal e se a economia não deslanchar, o governo não terá como pagar. Pode até fazer o concurso, mas não vai conseguir nomear todo mundo. Se nomear, vai atrasar ainda mais a folha – alerta Santos.<br /><b><br />ESSA CRISE NÃO É ETERNA, DIZ SECRETÁRIO SCHIRMER</b><br /><br />Tanto Sartori quanto o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, evitaram falar em valores durante o anúncio oficial. O governo nem sequer divulgou estimativa do impacto financeiro, calculada por ZH a partir de dados do Portal da Transparência.<br /><br />Por falta de recursos, conforme Schirmer, os concursados serão chamados gradativamente. A ideia é que, aos poucos, o governo consiga garantir a reposição automática aos servidores que se aposentarem. Apesar disso, o governo não apresentou um cronograma detalhado.<br /><br />– O que estamos anunciando neste momento é um concurso, que fique bem claro. Quando esse concurso for concluído, imaginamos que em dezembro, vamos ver quantos brigadianos, policiais civis e bombeiros vamos chamar, à luz da realidade financeira daquele momento. A expectativa que se tem é que o país, o Estado, possa começar a recompor a sua realidade financeira. Essa crise não é eterna – declarou o secretário, em entrevista à Rádio Gaúcha.<div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-4559539328866351342017-06-24T07:27:00.004-03:002017-06-24T07:34:28.648-03:00HERÓIS DO COTIDIANO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>ZERO HORA 23/06/2017 </b><br />
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<b>OPINIÃO RBS<br /><br /><br />A morte em serviço do servidor Rodrigo Wilsen da Silveira não pode ter sido em vão </b><br />
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<img src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23425842.jpg?w=640" /><br />
Foto: Edu Oliveira / Arte ZH / Arte ZH <br />
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A trágica morte do escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí, na Região Metropolitana, é um daqueles momentos em que, além de se unir em solidariedade a seus familiares, amigos e colegas, a sociedade deve prestar homenagens a esses heróis do nosso cotidiano. Civis ou fardados, os policiais gaúchos que estão na linha de frente do combate ao crime convivem diariamente com o espectro da morte. Mas, quando ela surge traiçoeiramente em plena atividade na rua, é como se toda a população sofresse um golpe. Além de solidariedade e luto, o assassinato de um policial no mais nobre exercício do seu dever — a defesa da sociedade — deve ser sempre recebido com indignação e repúdio.<br />
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A morte desses heróis anônimos, assassinados por vezes friamente enquanto a população ainda dorme, como foi o caso de Rodrigo, não pode nunca ser encarada com naturalidade. É preciso que a sociedade apoie a polícia, denunciando criminosos e rejeitando atividades ilegais, como o tráfico e a receptação de objetos furtados ou roubados. É preciso que a sociedade tenha sempre em mente que a leniência com o crime mancha aqueles que de alguma forma colaboram com os bandidos — seja pela corrupção ou pelo estímulo ao tráfico de drogas — e contribui para que episódios trágicos como esse não tenham um fim.<br />
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A morte em serviço do servidor Rodrigo Wilsen da Silveira não pode ter sido em vão. É preciso que sirva de alerta para a necessidade do quanto os policiais devem ser bem equipados e valorizados pela comunidade. É preciso que sejam fortalecidos e respeitados pelos criminosos, e não que venham mais a sucumbir nas mãos deles.</div>
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA</b> - A TRÁGICA MORTE DE UM POLICIAL PELAS MÃOS DA IMPUNIDADE. Se equivoca o Editorial ao apontar a solução na sociedade, pedindo que ela colabore denunciando atividades iligais. Como colaborar sabendo que os bandidos logo estarão na ruas para retaliar, beneficiados por leis permissivas aprovada no Congresso, por uma justiça leniente que lava as mãos para as questões de ordem pública, por um sistema de execução penal que atua com omissão e irresponsabilidade e pelo sucateamento e ausência das forças policiais para proteger as pessoas, comunidades e cidades? </div>
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Um exemplo real. Na ativa, ao aplicar a filosofia de policiamento comunitário, participava das reuniões comunitárias promovidas pelos grupos policiais espalhados pelos bairros da cidade para tratar sobre a situação da segurança e a efetividade do policiamento. Nas primeiras reuniões, as pessoas da comunidade prometiam "apoiar a polícia, denunciar os criminosos e rejeitar atividade ilegais", colaborando com o policiamento. Nas outras reuniões, não havia mais esta motivação e o argumento era sempre o medo de retaliação, pois os bandidos denunciados pela população e tirados de circulação pelos policiais, retornavam com ameaças contra a vida das pessoas e familiares. Resultado, a integração e a confiança exigida nesta filosofia de policiamento se perderam. É assim que funciona na prática. Por isto, a opinião da RBS é equivocada. </div>
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O Estado Democrático exige leis e justiça fortes e respeitadas, onde a sociedade delega aos poderes de Estado a responsabilidade de legislar, governar e aplicar a lei. Quem têm o poder da solução são os poderes constituídos. A sociedade pode exigir, reclamar, protestar, criticar a justiça e eleger políticos intolerantes contra o crime.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-73028436412281540882017-03-07T08:33:00.000-03:002017-03-07T08:33:40.017-03:00PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DA BM É AMEAÇADO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF8mUmpi8Zn8XmPUGq9n7crudQ7tQ28mK46KVSj2SPhcStBDgw5lR8RZQAsJSZ8h5g50IpNnrdx_I15sztDMOGsC3p9VgyRAcFD7sed1qIcu1SCmCZfDi3FEdhJRXyGSEeTXnP9jyoUSQy/s1600/PM+alvo+-+caruso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF8mUmpi8Zn8XmPUGq9n7crudQ7tQ28mK46KVSj2SPhcStBDgw5lR8RZQAsJSZ8h5g50IpNnrdx_I15sztDMOGsC3p9VgyRAcFD7sed1qIcu1SCmCZfDi3FEdhJRXyGSEeTXnP9jyoUSQy/s320/PM+alvo+-+caruso.jpg" width="320" /></a></div>
<b><br /><br />ZERO HORA 07 de março de 2017 | N° 18786<br /><br /><br />HUMBERTO TREZZI</b><br /><div>
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<b>CRIME ORGANIZADO</b></div>
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Leonel Lucas, presidente da maior entidade de classe da Brigada Militar (a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho, Abamf, que congrega servidores de nível médio), está ameaçado de morte. Isso foi confirmado a Zero Hora por ele e também por dois oficiais graduados da BM, um deles ligado ao comando. Recados de que a execução de Lucas foi tramada foram recebidos pelo serviço reservado da corporação. O atentado aconteceria no fim de semana.<br /><br />A suposta motivação seria a suspeita, por parte de uma facção criminal, de que Lucas teria avisado policiais sobre a existência do túnel que foi construído para dar fuga a centenas de criminosos enclausurados no Presídio Central de Porto Alegre. O presidente da Abamf nega qualquer envolvimento na informação que abortou a escapada dos presidiários, mas a organização criminosa teria premeditado mesmo assim o assassinato dele.<br /><br />— Não tem qualquer fundamento essa história de que eu sabia do túnel. Sempre morei nas proximidades de onde há conflitos com criminosos – inclusive duas facções diferentes – e nunca me envolvi. Sou dedicado às melhores condições aos brigadianos, essa é minha causa — disse ele a Zero Hora.<br /><br />Após ser avisado das ameaças, Lucas está sob proteção policial. Nas redes sociais, foi divulgado um áudio em que ele, emocionado, refuta qualquer envolvimento na dica sobre a localização do túnel, escavado na zona leste de Porto Alegre.<br /><br />— Eu tô num local não sabido aí, enquanto a Brigada tenta checar o que houve. A coisa é séria. Peço que orem por mim e meus familiares — diz Lucas, no áudio, cuja autenticidade foi confirmada a ZH por ele e por oficiais da BM.<br /><br />A Polícia Civil diz que não recebeu informações sobre a ameaça. A BM investiga a situação, para averiguar se a razão das ameaças é o túnel.<br /><br />Lucas, que também preside uma entidade nacional de nível médio das PMs, diz estranhar as ameaças e prefere não se alongar nos comentários. Mas afirma confiar que o caso será esclarecido pelas polícias.<br /></div>
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<b>COMENTÁRIO DO BENGOCHEA</b> - Que situação. Sem limites nas leis e na justiça, a bandidagem não se intimida e ameaça policiais, promotores e juízes apontando o alvo da morte também para os familiares, sem pestanejar. É o crime se organizando se estruturando e pensando como máfia. A impunidade é tamanha que rezam a oração de que "matar não dá nada e se der é pouco". É triste. O Lucas é um líder dos praças, reconhecido por todos, e agora tem que viver entocado com sua família. Espero que o Estado, a BM, a sociedade organizada, e os colegas da Polícia Civil e demais polícias do Brasil o ajudem a sair desta.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-25722992580958579432016-12-30T12:15:00.001-02:002016-12-30T12:15:36.217-02:00OS MILITARES ESTADUAIS E SUAS MISSÕES<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu8lZaIUD9y2PrcPE1dnNvuJdhgo4DnlUeKyat_locO6y5VMPddNLDbvqnzj-YJ6axAmWoxiX9xXpmexDyWCfV3nEaDQR2jB9uNuqorgulZe9rFxGfGF3chTtUGTzDBfYsgsGYh7Mfjimv/s1600/Banner+Chefe+Estado+Maior+CD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu8lZaIUD9y2PrcPE1dnNvuJdhgo4DnlUeKyat_locO6y5VMPddNLDbvqnzj-YJ6axAmWoxiX9xXpmexDyWCfV3nEaDQR2jB9uNuqorgulZe9rFxGfGF3chTtUGTzDBfYsgsGYh7Mfjimv/s640/Banner+Chefe+Estado+Maior+CD.jpg" width="640" /></a></div>
<b><br />ZERO HORA 30 de dezembro de 2016 | N° 18728<br /><br />ARTIGOS<br /><br /><br />ALFEU FREITAS MOREIRA*<br /><br /><br />Esses nossos brigadianos e brigadianas são profissionais realmente extraordinários!</b><br /><br />Na atividade de polícia ostensiva, arriscam suas vidas diariamente, combatendo a criminalidade sem descanso, mesmo prendendo quem já deveria estar preso. Na preservação da ordem pública, ficam sujeitos a críticas e provocações e, na falência dos serviços públicos essenciais, é a Brigada Militar que é acionada. Nestas complexas missões, há um grande desgaste físico e psicológico que somente um militar estadual conhece.<br /><br />É fundamental que se compreenda o papel da Brigada Militar no “Estado democrático de direito” que defendemos, do qual nos orgulhamos, mas também somos responsáveis. Isto só é possível porque as polícias militares, no estrito exercício de sua competência constitucional, o asseguram.<br /><br />Fazer cumprir a lei e manter a ordem pública são tarefas das mais complexas. Os militares estaduais são submetidos a condições especiais e diferenciadas em seus deveres. Nossa atividade é revestida de uma complexidade imensa e de uma responsabilidade singular, diferente da de qualquer outro servidor público. É importante ressaltar o quanto relevante é para a sociedade que a Brigada se mantenha postada a defender os poderes legalmente e democraticamente constituídos e continue a proteger, ininterruptamente, a comunidade daqueles que a ameaçam.<br /><br />Os brigadianos devem, no interesse da ordem democrática, ser poupados de qualquer discussão que possa vir em prejuízo da sua condição de militar estadual e mais respeitados e valorizados em razão do exemplo de disciplina e profissionalismo no cumprimento do propósito institucional.<br /><br />Lembrem de 4 de agosto de 2016, lembrem-se da semana passada.<br /><br />*Coronel, comandante-geral da Brigada Militar </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-47942074680932902792016-12-20T17:10:00.002-02:002016-12-20T17:10:17.302-02:00POLÍCIA PERDE PRESTÍGIO, E MORTE DE AGENTES É CONSIDERADA EVENTO BANAL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img src="http://imguol.com/c/noticias/4e/2016/12/06/fernando-capano-professor-universitario-advogado-especialista-em-seguranca-publica-e-socio-da-capano-passafaro-advogados-1481043427448_80x80.jpg" /> <br /> <b>Fernando Capano Especial para o UOL 09/12/201606h00 <br /> </b><br /> <br /><img src="http://imguol.com/c/noticias/1a/2016/11/22/21nov2016---pelotao-de-novos-policiais-militares-formados-pela-escola-superior-de-soldados-da-pm-em-pirituba-na-zona-norte-de-sao-paulo-1479833410148_615x300.jpg" /> <br /><br /> A taxa de letalidade relacionada à atividade policial torna a polícia de São Paulo frequente alvo de críticas e debates por parte dos especialistas e gestores públicos, ocasionando, inclusive, a implementação de medidas que têm por objetivo –ao menos em tese– reduzir tal índice, que nos três trimestres de 2016 ultrapassou a marca de 500 mortes, segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O que pouco se observa, no entanto, é que a polícia que supostamente "mais mata", é também a que "mais morre", seja em serviço ou fora do horário habitual de trabalho, em assassinatos que se dão apenas em razão da condição funcional do envolvido. <br /><br /> Nos últimos anos, neste Estado, a morte de policiais tem se tornado, infelizmente, evento banal e que vai além dos números oficiais. Dados das Corregedorias das Policiais Civil e Militar apontam a morte de 61 agentes civis e militares de acordo com os números publicados mensalmente no Diário Oficial do Estado de São Paulo até novembro deste ano (os dados referem-se sempre ao mês anterior). Destes, 38 morreram durante o período de folga. <br /><br /> Os critérios muito específicos adotados pelos gestores públicos para quantificar mortes de policiais como morte de agente de segurança em serviço não refletem, portanto, a realidade, visto que muitas mortes de agentes ao não se enquadrar nestes critérios deixam de integrar as estatísticas. <br /><br /> Dois graves fatores contribuem para a alta taxa de mortes de policiais no Estado. Em primeiro lugar, estamos vivendo, especialmente nas grandes cidades, e mais ainda na região metropolitana, em regiões conflagradas, em típica situação de guerra civil. Os criminosos estão mais organizados e com potencial de letalidade cada vez maior, atirando sempre para matar, mesmo que não haja confronto. Em segundo lugar, o prestígio cada vez menor das organizações policiais é visível, sendo certo que nossos policiais trabalham em seu cotidiano com pouco respaldo legal-institucional dos nossos governantes, convivendo ainda com severas críticas de parte da opinião pública. <br /><img hidden="" src="http://t.dynad.net/pc/?dc=5550001892;ord=1482260628922" style="display: none ! important;" /><br /><br /> Dois casos, em particular, envolvendo a morte de policiais chamaram a atenção este ano. Em ambos, os profissionais estavam em seu período de folga, sendo que, vítimas de assalto, foram mortos após serem identificados como policiais pelos criminosos. Estamos mesmo em uma guerra, faltando apenas o reconhecimento oficial! Cabe ressaltar que ambos os casos não integraram os números oficiais já que não são reconhecidos como morte de agente de segurança em período de folga, e sim como morte de pessoa comum. <br /><br /> O alto índice de mortes de policiais não é observado em nenhum outro lugar do mundo, nem mesmo em países grandes e com numeroso contingente de policiais, como os Estados Unidos. Neste país, embora se possa criticar a gestão da segurança pública em alguns pontos, a polícia é vista como uma instituição de prestígio e pela qual o cidadão médio tem muito respeito. Para efeito de comparação, os EUA registraram, em 2014, 122 agentes mortos em todo o país. Em 2015, o número total foi de 123 mortos. Os dados são Relatório Anual da National Law Enforcement Officers Memorial Fund. <br /><br /> No Brasil, especialmente em São Paulo, o status social de que gozam as polícias de outros países ainda está distante. A lógica aqui parece funcionar às avessas, uma vez que o respeito recai sobre o criminoso que mata policiais. Aqui, em consequência direta do baixo índice de apuração e autoria de homicídios, já que o desaparelhamento da polícia é evidente, o crime compensa, elevando o criminoso ao status de "matador de policiais" e, por consequência, ao topo da pirâmide do mundo do crime. <br /><br /> É inaceitável que a sociedade paulista continue a conviver com essa realidade, na qual o elevadíssimo número de mortes anuais de profissionais da segurança continue a ser tratado como mais um dado banal nos relatórios governamentais ligados à segurança pública. Se quisermos nos sentir de fato mais seguros em nossas cidades, antes de mais nada, será preciso garantir aos nossos policiais mais respaldo legal, respeito e prestígio junto a toda a opinião pública, visto que, no bojo de nossa democracia, são estes homens e mulheres que possuem a elevada missão de manter nossa paz social. Se a vida deles atualmente tem valido tão pouco, que dirá a nossa?</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-26563008574071258242016-11-27T09:53:00.000-02:002016-11-27T09:53:25.354-02:00O RETRATO DA IMPUNIDADE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Resultado de imagem para inquerito policial charge" class="irc_mi iGND462hcCXQ-pQOPx8XEepE" height="393" src="http://sinpefmg.org.br/uploads/ckfinder/images/Elefante%20Charge.jpg" style="margin-top: 0px;" width="332" /><br /><br /><b>ZERO HORA - 26 de novembro de 2016 | N° 18699</b><br />
<b><br />SCHIRLEI ALVES<br /><br /><br />SEGURANÇA</b><br /><br /><br />Mãe de jovem assassinado em festa há oito anos anos em Porto Alegre desistiu de aguardar por justiça. Em 2014, após seis anos sem que a Polícia Civil identificasse quem puxou o gatilho, o Ministério Público pediu o arquivamento do caso. O mesmo ocorreu em 9,6 mil processos que ficaram sem solução entre 2011 e 2015 no Rio Grande do Sul. Segundo levantamento do Tribunal de Justiça, ao qual a ZH teve acesso, mais da metade dos processos de homicídio e tentativas que chegaram às varas do Júri foi arquivada por falta de autoria ou fragilidade nas provas.<br /><br />A jornalista Maria Isabel Fonseca Santos festejou a chegada dos 49 anos, em 18 de outubro de 2008, ao lado do filho Igor Santos Carneiro. O jovem de 18 anos cursava Psicologia e Direito, falava três idiomas, era músico, poeta e a enchia de orgulho. Durante a comemoração, o filho fez serenata, cantou Elis Regina, Cássia Eller e Pavarotti. Foi a última vez que Maria Isabel falou com o filho.<br /><br />No dia seguinte, o jovem foi morto com um tiro na cabeça após tumulto e tiroteio em uma festa na Associação dos Funcionários do Inter (Asfinter). Amigos viram um suposto segurança atirar na direção dele.<br /><br />– Não sei dizer o que sinto, nunca consegui definir muito bem. Acho que sou o retrato do Brasil, não acredito em Justiça, em investigação policial e em nada disso. Não tenho mais expectativa, se tivesse enlouqueceria – traduziu a mãe.<br /><br />Passaram-se seis anos, a Polícia Civil não identificou o autor do disparo e o Ministério Público (MP) solicitou o arquivamento do caso. O processo judicial que investigou a morte de Igor é um dos 9,6 mil casos de homicídios e tentativas arquivados nos últimos cinco anos no Estado. A fatia corresponde à metade (51%) dos 18,8 mil processos que chegaram à primeira instância nesse período.<br /><br />Outros 3,5 mil processos resultaram em condenação (19,1%) e 3,5 mil em absolvição (18,6%). Nos outros 10%, foi extinta a punibilidade (quando o réu morre ou o crime prescreve) e, em menos de 1%, o tipo de crime foi alterado.<br /><br /><b>QUANTO MAIS ANTIGO FICA O FATO, MAIS PROVAS SE APAGAM, AFIRMA DELEGADO</b><br /><br />Os dados aos quais a reportagem teve acesso são do Tribunal de Justiça (TJ) e correspondem ao ano em que a sentença foi dada pelas varas do Júri. Polícia Civil, MP e TJ atribuem o arquivamento à falta de autoria. A lei do silêncio que impera em casos de assassinato envolvendo o tráfico e a prova pericial frágil nas situações nas quais o homicídio é cometido em local ermo são algumas das justificativas. Crimes antigos também engordam a estatística, já que processos podem levar anos para chegar ao fim.<br /><br />– O arquivamento gera impunidade. A polícia aumentou o percentual de resolução dos inquéritos nos últimos anos, só que não tem sido suficiente (para mudar a estatística). Muitas vezes, não é possível formular a prova, porque as pessoas desaparecem, não há vestígios, o local é ermo. Em outras situações, as testemunhas se recusam a falar por medo, até porque o Estado não tem como dar proteção à testemunha – avalia o juiz-corregedor do Tribunal de Justiça, Alexandre de Souza Costa Pacheco.<br /><br />O delegado Paulo Grillo, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, aponta a lentidão do processo como elemento que contribui para os arquivamentos nos crimes contra a vida.<br /><br />– Quanto mais passa o tempo do fato principal, mais as provas se apagam – avalia.<br /><br />No caso de Igor, como o autor não foi reconhecido e, segundo o MP, a empresa de segurança da festa não colaborou na investigação, o processo foi encerrado.<br />
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<br /><b>Aposta nas Delegacias voltadas para Homicídios</b><br /><br /><br />O ano em que houve mais arquivamentos de processos de homicídio foi 2012, com 56% dos casos. Nos outros anos, a média se manteve entre 50% e 54%. A exceção foi 2015, que chegou à menor marca de arquivamento dos cinco anos (44%) e registrou aumento significativo de condenações se comparado com 2014 (41,1%).<br /><br />Embora a redução de arquivamentos tenha sido sutil (2.9%) no último ano da estatística, a expectativa da polícia é melhorar esses índices com a reformulação das Delegacias de Homicídio em Porto Alegre e nos municípios onde há maior índice de criminalidade. Apesar da histórica defasagem no efetivo, as unidades especializadas que foram criadas a partir de 2013 têm trazido mais resolutividade, defendem os policiais. Dois mutirões foram organizados neste ano para acelerar investigações antigas.<br /><br />– Acredito que, nos próximos anos, vamos perceber o reflexo da reformulação das delegacias. A tendência é aumentar o número de condenações – prevê o diretor de investigações do Departamento de Homicídios de Porto Alegre, delegado Gabriel Bicca.<br /><br /><b>REFLEXO DAS APURAÇÕES SERÁ SENTIDO EM BREVE</b><br /><br />A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, da 1ª Vara do Júri da Capital, já percebe avanços com as delegacias especializadas:<br /><br />– Até então, a impunidade era enorme, não havia gente para investigar. Mas acho que estamos mudando essa ideia. O Departamento de Homicídios passou a ser meta da Secretaria de Segurança Pública. O reflexo disso a gente vai sentir daqui a pouco.<br /><br /><b>ABSOLVIÇÕES CRESCERAM COMPARANDO DOIS ANOS</b><br /><br />As absolvições tiveram acréscimo de 14,4% em 2015 comparadas com o 2014. A absolvição no júri normalmente ocorre quando as provas são frágeis e não convencem os jurados. O próprio MP pode manifestar falta de convicção sobre autoria. Em casos de legítima defesa, o réu também é inocentado.<br /><br /><br /><br /><b>Investimento em perícia é alternativa</b><br /><br /><br />A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari sugere investir em perícia. Com as comunidades inflamadas pela guerra entre facções, encontrar quem presenciou os crimes e fale sobre os casos é cada vez mais raro.<br /><br />– Eles (criminosos) trocam de arma como trocam de roupa. A prova principal ainda é a testemunhal, o que é um dificultador de autoria, principalmente quando se fala em crime organizado. As câmeras de monitoramento até ajudam, mas depende do local.<br /><br />O diretor-geral do Instituto-Geral de Perícias, Cleber Muller, garante que os esforços estão voltados para crimes contra a vida, principalmente nos casos de repercussão. Quatro peritos criminalistas e seis papiloscopistas (que atuam na identificação de impressões digitais) da Força Nacional chegaram para reforçar a equipe na última quarta-feira.<br /><br /><b>JUIZ DA CAPITAL DEFENDE ACABAR COM PORTE DE ARMA</b><br /><br />Quem atua no Judiciário acredita que a solução está no combate à criminalidade. O juiz-corregedor Alexandre de Souza Costa Pacheco defende investimento no sistema carcerário. O controle exercido pelas facções dentro dos presídios ultrapassa muralhas e fomenta o crime nas ruas.<br /><br />– Os presos recolhidos cometem mais crimes, (o sistema) é altamente degradante e retroalimenta a violência. Tem de buscar outras opções – sugere Pacheco.<br /><br />O juiz Felipe Keunecke, que atua há 10 anos na 2ª Vara do Júri da Capital, visualiza solução a longo prazo. Ele defende acabar com o porte de arma, já que boa parte das armas legalizadas acaba na mão de criminosos, e elevar a pena à condição de perpétua nos casos em que a conduta homicida do réu é reiterada.<br /><br />– São medidas de todas as áreas, não só criminal. Cerca de 80% das pessoas que se envolvem com delitos graves não tem a figura paterna, por exemplo. É preciso investir em políticas sociais, mas qualquer ação que o Estado tome hoje, terá reflexo em 2020 – avalia.<br /><br /><br /><br /><b>Condenação chegou, mas dor não passou</b><br /><br /><br />Luciano da Rosa, 34 anos, morava na Avenida Economista Nilo Wulff, no bairro Restinga, na zona Sul de Porto Alegre. Trabalhava no setor de expedição de uma gráfica, mesma empresa onde o pai, Gilberto Dias da Rosa, 66 anos, trabalha até hoje. Era 9 de fevereiro de 2013, sábado de Carnaval, quando Luciano chegou na casa do pai para almoçar. Gilberto queria que ele ficasse mais tempo, mas Luciano estava empolgado para o churrasco em família que faria no domingo. Queria montar a piscina de plástico para as sobrinhas brincarem.<br /><br />– Ele me ligou depois que saiu do serviço e disse: ‘Pai, bota uma cervejinha para gelar que nós (Luciano e a irmã) vamos pegar um galeto e passar aí’. Naquele sábado, ele almoçou comigo para se despedir – acredita Gilberto.<br /><br />Por volta das 21h, Luciano já havia preparado a piscina e estava estendendo roupas no varal no mesmo instante em que dois homens se digladiavam com troca de tiros na frente da casa dele. Um dos disparos sobrou para Luciano e o atingiu na testa.<br /><br />– Ele não deve nem ter visto o que aconteceu: o chinelo nem saiu do pé. O Luciano nunca havia entrado numa delegacia nem para registrar perda de documento e aconteceu isso – lamenta o amigo Alexandre Santos.<br /><br /><b>AUTOR DE ASSASSINATO DESCOBERTO POR BALÍSTICA</b><br /><br />A troca de tiros aconteceu em função do tráfico de drogas. Um dos homens foi baleado e preso depois que se recuperou. O segundo envolvido, responsável pelo tiro que acertou Luciano, foi preso na semana seguinte em novo confronto. A polícia confirmou a autoria por meio de exame balístico. Dois anos depois, o autor foi condenado a 27 anos de prisão pelo Tribunal do Júri.<br /><br />– De certo modo, a justiça foi feita, mas quanto tempo ele vai ficar preso, não se sabe, com esse prende e solta – diz o pai.<br /><br />Luciano foi o segundo filho que Gilberto e a mulher, Neuci Trindade da Rosa, 62, perderam. O mais velho, de 37 anos, morreu em um acidente de trânsito há oito anos.<br /><br />– Agora é que estou conseguindo recuperar a minha mulher. Ela ficou com depressão, teve três ameaças de AVC e perdeu a visão por um período. Só quem perde um filho é que sabe. E eu perdi dois – lamenta Gilberto com olhar distante e marejado de lágrimas.<br />
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<br /><b>Mãe não sabia que caso de filho foi arquivado</b><br /><br /><br />Em uma sala da Vara do Júri da Capital, caixas guardam histórias violentas que envolvem mortes ou tentatativas de homicídio no RS. Uma delas é a do processo judicial que descreve a cena da noite de 19 de outubro de 2008, um dia após o aniversário de Maria Isabel Fonseca Santos. Naquela data, Igor Santos Carneiro, 18 anos, filho dela, foi a uma festa com amigos para nunca mais voltar. O evento foi na Asfinter, organizado por empresa terceirizada, que, conforme o processo, não contava com seguranças suficientes e havia excedido a lotação.<br /><br />Um tumulto se formou na madrugada quando um grupo de jovens tentou invadir o lugar. Ouviram-se tiros e as pessoas começaram a gritar e a correr. Igor apontou na direção de um segurança e disse: “Vamos ficar perto, ele vai nos proteger”. Mas quando se virou para os amigos, foi atingido por um disparo na têmpora direita. Na época do assassinato, falava-se em bala perdida, mas testemunhas descreveram que foi execução.<br /><br />– Bala perdida é aquela que cai na sarjeta. Deviam acabar com esse termo, pois estimula a impunidade. Alguém puxou o gatilho e aquela bala foi a única extraída do corpo de um ser humano: ela foi achada e não perdida – lamenta Maria Isabel.<br /><br />Como nem as testemunhas e muito menos a empresa identificaram o suposto funcionário, o caso foi arquivado em 2014. O Ministério Público concluiu que houve falha na segurança. Testemunhas disseram que o autor seria um policial à paisana, mas a informação nunca foi confirmada.<br /><br />Maria Isabel ficou sabendo do arquivamento pela reportagem, embora não esperasse mais por justiça. Durante todos esses anos, a jornalista foi chamada pela investigação duas vezes: uma para depor na polícia e outra no MP. Depois que perdeu o filho do meio, ela fundou a ONG Ficar – Instituto Igor Carneiro com o apoio de amigos, para lutar pela segurança em festas promovidas para o público jovem. Mais tarde, o projeto passou a atuar em outras frentes e ela decidiu se desligar.<br /><br /><b>IGOR, POETA NATO, DEIXOU VERSOS ESCRITOS</b><br /><br />Maria Isabel vendeu a casa onde morava com o filho na Capital e hoje vive em Santa Catarina. Recentemente, ela retornou a Porto Alegre para lançar um livro de poesias com outros autores na Feira do Livro.<br /><br />– É claro que a gente aprende a viver com a dor, mas ela não desaparece, é para sempre. Não tem recuperação, falta um pedaço, é uma amputação. Mãe é um ser divisível entre o amor dos filhos, não tem como repor, é um amor único – descreve Isabel.<br /><br />Igor, como a mãe, tinha gosto pela poesia. Deixou versos escritos e composições gravadas. Em uma delas, o jovem questiona a transformação das emoções: “As rosas viraram armas e a esperança perdeu a razão, nos olhos da gente reflete a solidão de estar no meio de milhões e não ouvir um coração. O que aconteceu? Onde estou? Para onde vou? O amor se transformou em rancor”.<br /><div class="conteudo" id="fonte">
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<table align="center" border="1" cellpadding="3" cellspacing="0" class="mssansserif6" style="width: 98%px;"><tbody>
<tr><td bgcolor="#E5E5E5" class="mssansserif6"><b><span style="color: black;">PROVAS QUE PODEM LEVAR À ELUCIDAÇÃO DE CRIMES</span></b></td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Prova testemunhal (de pessoas ou familiares que presenciaram o crime ou têm contato com os envolvidos).</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Prova testemunhal da vítima (quando sobrevive, no caso de homicídio tentado).</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Prova
pericial (exame de corpo de delito, necropsia, fotografia da cena do
crime, impressão digital, DNA, resquícios de pólvora, confronto
balístico, análise de vídeo, celular, computador e outros).</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Quebra de sigilo telefônico (relação de ligações recebidas e efetuadas)</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Interceptação telefônica (escuta de ligações).</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">-Prova documental ou quebra de sigilo bancário (útil em outros tipos de crime como o estelionato).</td></tr>
<tr><td class="mssansserif6">*Na maioria dos casos de homicídio, a prova testemunhal ainda é a mais importante.</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1353154110204017424.post-23363839298124930312016-11-11T10:57:00.001-02:002016-11-11T10:57:56.889-02:00COMANDANTE DA BM ANUNCIA APOSENTADORIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGtvlBvo_CtHfcCH9f6O9oKs4fnvnYtTOheRbDKU4c_xL86qfPHvah4cJmcT3eNpB_GPf4tN_yzVykSEw-XvI7plmiNuOCyPsknvT0Afw3NusRVyZw3M9myEmzJlZfNFJXK6A8rAse8UFE/s1600/cmt+bm+homenagem1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGtvlBvo_CtHfcCH9f6O9oKs4fnvnYtTOheRbDKU4c_xL86qfPHvah4cJmcT3eNpB_GPf4tN_yzVykSEw-XvI7plmiNuOCyPsknvT0Afw3NusRVyZw3M9myEmzJlZfNFJXK6A8rAse8UFE/s640/cmt+bm+homenagem1.jpg" width="640" /></a></div>
<br /><b>ZERO HORA 11 de novembro de 2016 | N° 18684</b><br />
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<b><br /><br />SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi<br /><br />Comandante da BM anuncia aposentadoria</b> <br /><br />Em meio a um bate-papo sobre criminalidade, o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas Moreira, deixou escapar: até fevereiro vai deixar a farda. Não porque queira, mas porque está previsto no regulamento da corporação. PMs podem se aposentar com 30 anos de serviço e, se desejarem, ficar mais cinco anos. É o teto. Depois ocorre a chamada “expulsória”, aposentadoria obrigatória.<br /><br />Freitas admite, a amigos, que “não queria ter de deixar a BM aos 52 anos, recém-completados”. Mas está conformado. Vestiu a farda pela primeira vez aos 17 anos, logo após prestar exame preparatório para ingressar na Academia de Oficiais. Nunca mais a tirou. Completa 35 anos de serviço em janeiro com trajetória incomum para comandantes. Ocupou os três cargos mais importantes da Brigada Militar (foi chefe do Estado-Maior, subcomandante e comandante). Informa que jamais foi cedido para cargos fora da BM, algo que ocorre com frequência com outros oficiais, sobretudo assessorando Legislativo ou Judiciário.<br /><br />Próximo aos praças, Freitas também quebrou alguns protocolos. Desfilou junto com os soldados em formaturas, afastando a ideia de um comandante distante dos subordinados. Sempre gostou de ser policial.<br /><br />Freitas não pode dizer isso, mas Zero Hora pode: a aposentadoria compulsória dos oficiais é uma daquelas distorções incompreensíveis da carreira funcional pública. Como pessoas no auge do preparo intelectual, por volta dos 50 anos, muitas delas com pós-graduação, são obrigadas a se retirar da função? Por que o Estado não permite que continuem trabalhando, mesmo aposentadas?<br /><br />É a lei, dirão alguns. Pois mude-se a lei! Ou alguém concorda com essa incineração de quadros talentosos? A própria BM arranjou solução para esse dilema, entre praças e suboficiais. De soldado a tenente, os PMs aposentados podem retornar ao serviço, aderindo ao CVMI (Corpo Voluntário de Militares Inativos). Experientes, são usados na guarda de prédios públicos e outras funções fora da linha de frente, mas sempre necessárias. Quem sabe fazer o mesmo com oficiais graduados? Se não fizerem isso, continuarão empurrando gente preparada para os braços de empresas de segurança privada, que tapam o buraco deixado pelas carências do Estado no combate ao crime. Um duplo ônus para os cofres públicos.<br /><br />O secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, encomendou ontem a sua assessoria um projeto de reaproveitamento dos oficiais que vão para a reserva. Isso já ocorre nas Forças Armadas. Seria para ensino, corregedoria e assessoramento. Uma providência salutar.</div>
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