ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

DESAFIO DA BRIGADA É A PREVENÇÃO DE CRIMES




JORNAL DO COMÉRCIO 17/11/2017
 

ISABEL SANDER


Criada em 1837, a Brigada Militar (BM) completará 180 anos de existência neste sábado, dia 18 de novembro. A corporação foi instituída em meio à Revolução Farroupilha, com finalidades bélicas, e passou a ser usada para fins de estabelecer a ordem pública nos anos de 1950. Em 2015, diante da crise financeira do governo do Estado, passou a enfrentar o desafio de combater a violência crescente nas ruas com recursos reduzidos. Nesse contexto, tem apostado em gestão do efetivo e da verba disponíveis, enquanto prioriza saúde e educação dos policiais militares (PMs).

Segundo o comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal'Lago, o aumento da violência no Rio Grande do Sul é fruto do crescimento na criminalidade em São Paulo, anos atrás, que agora se deslocou para outras regiões metropolitanas. "Por isso, criamos a Operação Avante, que dá cientificidade para a gestão", explica.

Dal'Lago lembra que o efetivo existente representa pouco mais da metade dos 37.050 previstos em lei, e que o processo de separação da Brigada Militar do Corpo de Bombeiros fez reduzir ainda mais os números. Por esse motivo, o comando-geral optou por fazer uma gestão de resultados, na qual todas as ações devem visar à queda nos índices de violência. "Recebemos muitas críticas por chamar para a Capital os PMs do Interior, mas 75% dos crimes ocorrem na Região Metropolitana e em Caxias do Sul, e tivemos resultados satisfatórios com isso", destaca.

Outro desafio, hoje, é trabalhar na prevenção, e não apenas na repressão qualificada. O comandante-geral aponta que a polícia japonesa, por exemplo, atua 90% na prevenção e 10% na repressão, enquanto a BM tem 95% de suas ações ligadas à repressão e 5% à prevenção.

Entre as atividades preventivas está o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), executado em escolas. Outra é a Patrulha Maria da Penha, na qual PMs monitoram se as medidas protetivas contra violência doméstica estão sendo cumpridas. "O resultado é uma confiança maior das mulheres no poder público. O crime doméstico é oculto, dificilmente chega ao conhecimento do Estado, e o número de denúncias tem aumentado", revela.

Da mesma forma, tem se investido em policiamento comunitário, com núcleos de PMs que residem na região onde trabalham, bases móveis comunitárias em regiões de vulnerabilidade social e bases fixas em locais onde há outros tipos de serviços públicos, como escolas ou postos de saúde, a fim de garantir que os servidores consigam atuar nos locais. "Tudo isso é para estancar uma bola de neve que só aumenta, de perder nossos jovens para as drogas", esclarece Dal'Lago.

Na área da saúde, o atendimento aos PMs tem recebido investimento desde o ano passado, quando o Hospital da Brigada Militar passou a atender, além da corporação, os segurados do plano de saúde do Instituto de Previdência do Estado (IPE-Saúde). Um novo centro clínico com 24 consultórios foi inaugurado em setembro. "O PM está sempre em situações de estresse, pois não é da natureza humana carregar uma arma e atirar em alguém. Por isso, apostamos na saúde biopsicossocial, para que nosso policial não perca a cabeça", conta o comandante-geral. O hospital deve ampliar seus 90 leitos de UTI para 150.

Na semana que vem, 24 novos médicos passarão a atuar no Estado. Além disso, um projeto de lei elaborado pelo comando-geral prevê a contratação de oficiais temporários para os setores de saúde e saúde mental. "Hoje, temos um custo alto com terceirizados que prestam esses serviços. Com a contratação temporária, o custo cairá pela metade", relata Dal'Lago. Atualmente, são 22 terceirizados em serviço. O tempo de serviço contratual será de até quatro anos. O projeto está em análise pela Casa Civil gaúcha e será encaminhado à Assembleia Legislativa no próximo pacote de propostas que o governo enviar à Casa.

Em relação aos investimentos em educação, a BM tem promovido formações em pós-graduação - especializações, mestrados e doutorados profissionalizantes. Na semana que vem, uma turma de PMs tecnólogos se formará. Para 2018, está prevista a abertura de uma turma de mestrado profissionalizante. "Dando formação, esperamos dar efetividade à corporação", afirma.


- Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/11/geral/596593-desafio-da-brigada-e-a-prevencao-de-crimes.html)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

POLÍCIA

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O DIÁRIO ONLINE 15/09/2017 | Opinião / Opinião Aberta

Por Rogério Ferreira da Silva


Vendo as notícias ligadas aos Policiais (militares e civis) – massacres em presídios, greves, mortes em trabalho no Rio, emboscada e morte no bairro do Morumbi em São Paulo, jovem oficial que prestou serviço aqui em Barretos morto com tiro por assaltantes que queriam sua moto, me fez pensar a respeito do tema: Para ser Policial tem que estudar muito, passar em um concurso concorrido, fazer curso de formação por mais de ano, estudar, tirar plantão, fazer faxina, estudar mais. Para ser preso, basta você roubar, matar, traficar... O Policial trabalha horas, noites, madrugadas, feriados, tem dia que mal consegue comer por causa do número de ocorrências. Já o preso come, dorme, toma banho de sol, não trabalha. O Policial se for pego dormindo em serviço é punido severamente, o preso dorme a hora que quer.

O Policial tem que trabalhar muito para sustentar a família, o preso ganha auxílio reclusão para comer e dormir. Se um Policial entra na casa de alguém é abuso de autoridade, vai ser punido. Se o preso entrou na casa de alguém vai para a audiência de custódia e talvez nem seja preso (punido). Na audiência de custódia ele é questionado se foi bem tratado e se não houve agressão por parte dos Policiais. Se um Policial for agredido por um preso, pode ter certeza que não vai dar em nada. Mãe de Policial não sofre a perda do filho, mãe de preso aparece na TV pedindo justiça. Policial morto em serviço é estatística, preso morto em cadeia é selvageria. Viúva de Policial não recebe indenização quando o Policial é morto cumprindo seu dever. Família de preso recebe flores, um espaço no Jornal Nacional e a indenização que a família de um Policial não recebeu. Policial não pode fazer greve. Preso faz rebelião, queima colchão e ganha um novo. Ser Policial é uma escolha, ser preso também. Servir e proteger a população é uma escolha. Matar, roubar, traficar também. Ser Policial neste país deveria ser sinônimo de heroísmo, mas no Brasil, ser Policial é ser vilão e ser preso é ser coitado e receber proteção. Será que não está faltando o devido valor a quem de direito?

Rogério Ferreira da Silva é cirurgião-dentista

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

EMBOSCADA. 10 DICAS PARA DIMINUIR O RISCO



Aqui estão 10 dicas para se manter em mente com o objetivo de diminuir o risco de sua guarnição ser vítima de uma emboscada.

29 de Novembro de 2009 foi um dia que nenhum policial americano irá esquecer – sempre iremos nos recordar precisamente onde nos encontrávamos quando ouvimos as notícias trágicas vindas de Lakewood, Washington. Desde aquele dia, tivemos alguns casos semelhantes, como a emboscada que vitimou o Sargento Tony Wallace e o Policial Matt Tokuoka em 2010 e, mais recentemente, a morte dos policiais Rafael Ramos e Wenjian Liu, do Departamento do Polícia de Nova York.


Nós recordamos esses eventos, não apenas por que são lembranças trágicas de nossa vulnerabilidade em uma sociedade livre, mas porque eventos de emboscada são raros. Acidentes de trânsito continuam sendo a causa mais comum de mortes no cumprimento do dever e, apesar das mortes envolvendo armas de fogo permanecerem como segundo lugar, um pequeno número delas são classificadas como emboscadas – menor ainda são as emboscadas à viaturas. Apesar disso, devemos tomar as medidas preventivas que estão ao nosso alcance para minimizar os riscos de sofrermos uma emboscada durante nosso serviço.

O Soldado Kirk Hensley de North Carolina dá as melhores aulas que eu já assisti sobre ataques de emboscada, chamadas “Os primeiros três segundos”. Hensley cita dados do Departamento de Justiça que mostram que o tempo médio de resposta de um policial diante de uma ameaça real varia de 5 a 7 segundos. Claramente temos alguns trabalhos a fazer se queremos estar mais preparados para uma emboscada.

Indicadores do Pré-Ataque


Devemos estar cientes do que devemos procurar antes que um ataque ocorra. Praticamente todos os ataques contra policiais são precedidos por uma ação indicativa do que está por vir.

Quer seja o fato das mão de um suspeito se encontrarem dentro do bolso, o não acatamento das ordens ou um pé no freio quando o policial se aproxima, essas são pistas que podem nos ajudar, mas nós devemos estar sempre procurando por elas. Para sobreviver a uma emboscada – e particularmente a uma emboscada à uma viatura policial – o tempo certo de agir começa antes mesmo do ataque ter início.

Emboscada a Viatura

Apesar de raras, emboscadas a viaturas policiais acontecem e o fato de se estar confinado dentro de um veículo torna ainda mais difícil uma preparação por parte dos policiais. Aqui estão dez coisas para se manter em mente a fim de diminuir as chances de sofrer uma emboscada durante o patrulhamento:

O preenchimento de papéis (relatórios, ocorrências, etc) deve ser feito em um local seguro, onde cidadãos não conseguem se aproximar de sua viatura.

Você deve sempre ter e conhecer um plano para escapar. Estacione de forma a permitir uma saída rápida e crie uma barreira com outros carros ao seu redor.

Olhe com frequência nos retrovisores e observe tudo que está acontecendo à sua volta.

Esteja seguro que você não está sendo perseguido. Entrar em algumas ruas irá ajuda-lo a identificar um perigo em potencial.

Tente evitar a mesma rota todos os dias. Essa vigilância precisa permanecer mesmo quando estiver dirigindo para sua casa.

Examine atentamente os locais de estacionamento e interseções enquanto você entra por eles.
Sempre que puder, faça contato visual com outras pessoas. Preste ainda mais atenção naqueles que evitam olhar nos seus olhos.

Seja cauteloso quando outros carros pararem de repente na frente da viatura ou quando eles não param corretamente quando recebem a ordem policial para encostar.

Quando suspeitos saírem de seus veículos, se eles deixarem a(s) porta(s) aberta(s) pode ser um indicativo de que estão planejando um ataque e correrão de volta para dentro dos seus veículos.
Nunca deixe alguma pessoa se aproximar enquanto você está sentado na viatura.

Desmascarando o Mito do Cinto de Segurança

A falta de uso de cintos de segurança por policiais tem sido amplamente documentada. Apesar da taxa de uso do cinto de segurança por civis ser acima de 90%, os policiais possuem uma taxa abaixo da metade desse número, e pagamos isso com o nosso próprio sangue.

Pergunte a um policial por que ele não usa cinto de segurança durante o patrulhamento e a resposta será algo como “segurança do policial”. Se uma emboscada acontecer, eles presumem que necessitam ser hábeis para sair do carro o mais rápido possível, e o cinto de segurança iria dificultar isso.

Eu nunca vi uma emboscada em uma rodovia – e, de qualquer maneira, você não conseguirá sair do veículo a 110 km/h – mas deixamos essa questão de lado por enquanto, nossa profissão equivocadamente presume que a resposta para uma emboscada a um veículo será sair do carro.


Para encontrar a resposta para o que fazer em uma emboscada nós devemos dar uma olhada no que fazem os militares das Forças Armadas. Enquanto emboscadas à veículos policiais são raras nos Estados Unidos, elas são mais comuns nas Forças Armadas em terras estrangeiras. O treinamento dos militares e o equipamento que utilizam aumentaram por conta dos perigos e creio que nós podemos aprender com suas histórias e ensinamentos.

Enquanto você não pode ser dar ao luxo de patrulhar em um veículo blindado, o treinamento para se escapar de uma emboscada é praticamente o mesmo. A última coisa que precisa ser feita é sair da segurança do veículo e se expor a uma emboscada que, por natureza, procura atingi-lo.

Os militares descrevem a ação necessária como “saia da zona x” ou “Dirija através da Zona da Morte” e, apesar de as características do terreno serem diferentes, as premissas permanecem as mesmas. Uma emboscada coloca você em uma severa desvantagem. Se você decidir sair do seu veículo para enfrentar a emboscada, você continuará sob fogo e estará cada vez mais vulnerável. Dirigir para outro lugar ou até mesmo usar o seu veículo como uma arma pode ser uma alternativa muito melhor.

Treinamento é a chave

Preparar-se para uma emboscada a nossa viatura deveria ter um papel central em nosso treinamento. Treinamentos baseados em cenários provaram ser altamente eficientes, como um curso básico que simula uma emboscada, ensinando o policial a como se livrar dela ou minimizar seus riscos e consequências.

Nós não podemos assumir que dirigir através de uma emboscada significa apenas dirigir para a frente, mas ter que, em alguns casos, dar marcha-ré em alta velocidade enquanto usamos nosso telefone para pedir reforço.

Ao invés do treinamento tradicional que nos ensina a parar o veículo para atender ligações devido a alta probabilidade de acidentes, nós deveríamos treinar para isso em situação de não-estresse e em situações de alto-estresse.

Se os policiais lhe disserem que eles não usam cinto de segurança porque eles estão tentando reduzir os riscos e perigos de uma emboscada, eles precisam ser treinados em como minimizar os riscos de uma emboscada em potencial e esse treinamento deverá enfatizar a importância do cinto de segurança, porque dirigir em alta velocidade buscando se livrar de uma emboscada, e às vezes em marcha-ré, é virtualmente impossível no banco do passageiro.




Sobre o Autor

Major Travis Yates é Comandante no Departamento de Polícia de Tulsa (OK). Seu seminário em Gerenciamento de Riscos e Segurança Policial tem sido ministrado por todo os Estados Unidos e Canada. Major Yates possui Mestrado em Justiça Criminal e é graduado pela Academia Nacional do FBI. Ele é o Diretor de Treinamento na SAFETAC Training e o Diretor do Ten-Four Minister, dedicado a prover apoio prático e espiritual para a comunidade de policiais.

Este artigo foi publicado originalmente por PoliceOne, a principal fonte online de informações para policiais, e foi traduzido e adaptado pelo Força e Honra (www.SejaForcaeHonra.com.br) em parceria e com autorização da equipe editorial do PoliceOne. Visite www.PoliceOne.com para acessar notícias, comentários, informações educativas, e material de treinamento que ajudam policiais a protegerem suas comunidades e se manterem seguros nas ruas.