ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

EMBOSCADA. 10 DICAS PARA DIMINUIR O RISCO



Aqui estão 10 dicas para se manter em mente com o objetivo de diminuir o risco de sua guarnição ser vítima de uma emboscada.

29 de Novembro de 2009 foi um dia que nenhum policial americano irá esquecer – sempre iremos nos recordar precisamente onde nos encontrávamos quando ouvimos as notícias trágicas vindas de Lakewood, Washington. Desde aquele dia, tivemos alguns casos semelhantes, como a emboscada que vitimou o Sargento Tony Wallace e o Policial Matt Tokuoka em 2010 e, mais recentemente, a morte dos policiais Rafael Ramos e Wenjian Liu, do Departamento do Polícia de Nova York.


Nós recordamos esses eventos, não apenas por que são lembranças trágicas de nossa vulnerabilidade em uma sociedade livre, mas porque eventos de emboscada são raros. Acidentes de trânsito continuam sendo a causa mais comum de mortes no cumprimento do dever e, apesar das mortes envolvendo armas de fogo permanecerem como segundo lugar, um pequeno número delas são classificadas como emboscadas – menor ainda são as emboscadas à viaturas. Apesar disso, devemos tomar as medidas preventivas que estão ao nosso alcance para minimizar os riscos de sofrermos uma emboscada durante nosso serviço.

O Soldado Kirk Hensley de North Carolina dá as melhores aulas que eu já assisti sobre ataques de emboscada, chamadas “Os primeiros três segundos”. Hensley cita dados do Departamento de Justiça que mostram que o tempo médio de resposta de um policial diante de uma ameaça real varia de 5 a 7 segundos. Claramente temos alguns trabalhos a fazer se queremos estar mais preparados para uma emboscada.

Indicadores do Pré-Ataque


Devemos estar cientes do que devemos procurar antes que um ataque ocorra. Praticamente todos os ataques contra policiais são precedidos por uma ação indicativa do que está por vir.

Quer seja o fato das mão de um suspeito se encontrarem dentro do bolso, o não acatamento das ordens ou um pé no freio quando o policial se aproxima, essas são pistas que podem nos ajudar, mas nós devemos estar sempre procurando por elas. Para sobreviver a uma emboscada – e particularmente a uma emboscada à uma viatura policial – o tempo certo de agir começa antes mesmo do ataque ter início.

Emboscada a Viatura

Apesar de raras, emboscadas a viaturas policiais acontecem e o fato de se estar confinado dentro de um veículo torna ainda mais difícil uma preparação por parte dos policiais. Aqui estão dez coisas para se manter em mente a fim de diminuir as chances de sofrer uma emboscada durante o patrulhamento:

O preenchimento de papéis (relatórios, ocorrências, etc) deve ser feito em um local seguro, onde cidadãos não conseguem se aproximar de sua viatura.

Você deve sempre ter e conhecer um plano para escapar. Estacione de forma a permitir uma saída rápida e crie uma barreira com outros carros ao seu redor.

Olhe com frequência nos retrovisores e observe tudo que está acontecendo à sua volta.

Esteja seguro que você não está sendo perseguido. Entrar em algumas ruas irá ajuda-lo a identificar um perigo em potencial.

Tente evitar a mesma rota todos os dias. Essa vigilância precisa permanecer mesmo quando estiver dirigindo para sua casa.

Examine atentamente os locais de estacionamento e interseções enquanto você entra por eles.
Sempre que puder, faça contato visual com outras pessoas. Preste ainda mais atenção naqueles que evitam olhar nos seus olhos.

Seja cauteloso quando outros carros pararem de repente na frente da viatura ou quando eles não param corretamente quando recebem a ordem policial para encostar.

Quando suspeitos saírem de seus veículos, se eles deixarem a(s) porta(s) aberta(s) pode ser um indicativo de que estão planejando um ataque e correrão de volta para dentro dos seus veículos.
Nunca deixe alguma pessoa se aproximar enquanto você está sentado na viatura.

Desmascarando o Mito do Cinto de Segurança

A falta de uso de cintos de segurança por policiais tem sido amplamente documentada. Apesar da taxa de uso do cinto de segurança por civis ser acima de 90%, os policiais possuem uma taxa abaixo da metade desse número, e pagamos isso com o nosso próprio sangue.

Pergunte a um policial por que ele não usa cinto de segurança durante o patrulhamento e a resposta será algo como “segurança do policial”. Se uma emboscada acontecer, eles presumem que necessitam ser hábeis para sair do carro o mais rápido possível, e o cinto de segurança iria dificultar isso.

Eu nunca vi uma emboscada em uma rodovia – e, de qualquer maneira, você não conseguirá sair do veículo a 110 km/h – mas deixamos essa questão de lado por enquanto, nossa profissão equivocadamente presume que a resposta para uma emboscada a um veículo será sair do carro.


Para encontrar a resposta para o que fazer em uma emboscada nós devemos dar uma olhada no que fazem os militares das Forças Armadas. Enquanto emboscadas à veículos policiais são raras nos Estados Unidos, elas são mais comuns nas Forças Armadas em terras estrangeiras. O treinamento dos militares e o equipamento que utilizam aumentaram por conta dos perigos e creio que nós podemos aprender com suas histórias e ensinamentos.

Enquanto você não pode ser dar ao luxo de patrulhar em um veículo blindado, o treinamento para se escapar de uma emboscada é praticamente o mesmo. A última coisa que precisa ser feita é sair da segurança do veículo e se expor a uma emboscada que, por natureza, procura atingi-lo.

Os militares descrevem a ação necessária como “saia da zona x” ou “Dirija através da Zona da Morte” e, apesar de as características do terreno serem diferentes, as premissas permanecem as mesmas. Uma emboscada coloca você em uma severa desvantagem. Se você decidir sair do seu veículo para enfrentar a emboscada, você continuará sob fogo e estará cada vez mais vulnerável. Dirigir para outro lugar ou até mesmo usar o seu veículo como uma arma pode ser uma alternativa muito melhor.

Treinamento é a chave

Preparar-se para uma emboscada a nossa viatura deveria ter um papel central em nosso treinamento. Treinamentos baseados em cenários provaram ser altamente eficientes, como um curso básico que simula uma emboscada, ensinando o policial a como se livrar dela ou minimizar seus riscos e consequências.

Nós não podemos assumir que dirigir através de uma emboscada significa apenas dirigir para a frente, mas ter que, em alguns casos, dar marcha-ré em alta velocidade enquanto usamos nosso telefone para pedir reforço.

Ao invés do treinamento tradicional que nos ensina a parar o veículo para atender ligações devido a alta probabilidade de acidentes, nós deveríamos treinar para isso em situação de não-estresse e em situações de alto-estresse.

Se os policiais lhe disserem que eles não usam cinto de segurança porque eles estão tentando reduzir os riscos e perigos de uma emboscada, eles precisam ser treinados em como minimizar os riscos de uma emboscada em potencial e esse treinamento deverá enfatizar a importância do cinto de segurança, porque dirigir em alta velocidade buscando se livrar de uma emboscada, e às vezes em marcha-ré, é virtualmente impossível no banco do passageiro.




Sobre o Autor

Major Travis Yates é Comandante no Departamento de Polícia de Tulsa (OK). Seu seminário em Gerenciamento de Riscos e Segurança Policial tem sido ministrado por todo os Estados Unidos e Canada. Major Yates possui Mestrado em Justiça Criminal e é graduado pela Academia Nacional do FBI. Ele é o Diretor de Treinamento na SAFETAC Training e o Diretor do Ten-Four Minister, dedicado a prover apoio prático e espiritual para a comunidade de policiais.

Este artigo foi publicado originalmente por PoliceOne, a principal fonte online de informações para policiais, e foi traduzido e adaptado pelo Força e Honra (www.SejaForcaeHonra.com.br) em parceria e com autorização da equipe editorial do PoliceOne. Visite www.PoliceOne.com para acessar notícias, comentários, informações educativas, e material de treinamento que ajudam policiais a protegerem suas comunidades e se manterem seguros nas ruas.

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