ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

LUTO NA CORPORAÇÃO

ZERO HORA 04 de dezembro de 2013 | N° 17634

EDUARDO TORRES


Sepultado policial que evitou assalto

Investigador morreu ao trocar tiros com ladrões de carro no bairro Santo Antônio



Ferido a tiro em uma das pernas, o investigador Carlos Heitor Bossler, 58 anos, não resistiu à cirurgia na madrugada de ontem, no HPS. Agente da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ele chegava em casa, no bairro Santo Antônio, zona leste da Capital, quando reagiu a tiros contra dois assaltantes que roubavam o carro de um estudante. Foi o segundo policial morto em uma semana ao reagir a assaltantes na Capital.

– Não chega a ser uma novidade alguns eventuais tiroteios com a polícia, mas isso está cada vez mais frequente – diz o diretor do Deic, delegado Guilherme Wondracek.

Por volta das 19h de segunda-feira, na Rua Carlos Pessoa de Brum, um estudante da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) entrava em seu Bravo quando foi abordado por dois homens armados. Ele entregou a chave e saiu caminhando.

– Eu virava para trás para ver se não iriam dar um tiro. Quando vi surgiu este homem, atirando contra os assaltantes – contou aos PMs que atenderam à ocorrência.

O atirador era Carlos Heitor, que morava nas proximidades. Ele teria anunciado que era policial e um dos criminosos atirou. O agente respondeu aos disparos, mas acabou atingido em uma das pernas – a bala subiu até a barriga – e em uma das mãos. Os bandidos, sem conseguir arrancar o carro, fugiram a pé.

Em pelo menos duas vezes, vítima havia evitado roubos

Em pelo menos duas oportunidades, Bossler havia reagido a assaltos.

– Era um policial experiente, preparado para essas situações – ressalta o delegado Eduardo de Oliveira César.

Em um desses episódios, também na Zona Leste, salvou uma mulher. Ela seria levada pelos bandidos que roubaram seu veículo. Bossler enfrentou os criminosos, que fugiram. Em outro assalto, ele estava com uma viatura da Polícia Civil e notou que acontecia outro roubo de veículo. Sozinho, conseguiu controlar o bandido e o prendeu.

De acordo com César, titular da Capturas, Carlos Heitor estava há 25 anos na polícia e era do tipo “linha de frente”. O investigador tinha três filhas e estava há quase 10 anos no Deic.

O caso é apurado pela Delegacia de Roubos de Veículos, do Deic. Na tarde de ontem, foi divulgado o retrato falado de um dos suspeitos. Seria um homem mulato, em torno de 25 anos e com cerca de 1m85cm.

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