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Nova lei barra prisão de financiador do tráfico - ZERO HORA, 09/07/2011
Prestes a colocar as mãos no seu procurado número 1, o Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc) perdeu a chance em razão da nova lei das prisões provisórias. Não fosse a mudança no Código de Processo Penal, esta semana, um suspeito de ser financiador do tráfico de drogas poderia estar atrás da grades.
O Denarc tinha o mandado de prisão, mas não pôde cumpri-lo. O homem, que na investigação foi apontado como frequentador de rodas sociais, proprietário de uma casa avaliada em R$ 1,5 milhão, de iate e carros, recebeu medidas cautelares a serem cumpridas durante a investigação. Entre elas, a de não se afastar da Grande Porto Alegre e de comparecer ao Fórum.
– Ficamos felizes por identificar um suposto financiador do tráfico, o que é muito difícil. Ele fica acima do patrão e não toca na droga, é o colarinho branco do narcotráfico. Mas quem disser que essa nova lei não dificulta o trabalho (da polícia) é mentiroso – afirma o delegado Mario Souza, do Denarc.
O suspeito, residente em Canoas, teria como foco de suas ações pontos da Capital como o Condomínio Princesa Isabel, a Vila Planetário e os bairros Menino Deus e Intercap. A quadrilha ligada ao suposto financiador comercializaria praticamente todos os principais entorpecentes, como crack, maconha e cocaína.
O temor, agora, é de que o homem, em liberdade, possa destruir provas, risco que uma prisão provisória eliminaria. A fortuna dele, por exemplo, não teria comprovação. O Denarc seguirá atrás do suspeito. Ele deve ser ouvido semana que vem.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este é apenas o começo das benevolências concedidas pelos parlamentares de um país em crise de ordem pública, insegurança e injustiça. É assim que vão aplicar as promessas de campanha e de início do mandato de melhorar a segurança pública e prover paz social ao povo brasileiro?
A impunidade do financiador do tráfico começa a revelar os efeitos desta lei "estúpida" que recaem sobre a paz social, sobre as vítimas da bandidagem e sobre policiais que arriscam a vida enxergam seus esforços no combate ao crime irem por água-a-baixo pelas benevolências de parlamentares e pela tolerância da justiça.
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