WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Quarta-feira, 20/07/2011.
Profissionais da segurança pública não conseguem afinar com o diapasão do Piratini.
Os conselhos de representantes da Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS), da Abamf (Associação Beneficente Antônio Mendes Filho) e da ASSTBM (Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar) realizarão, hoje, plenária conjunta das categorias de base da Polícia Civil e da Brigada Militar.
O objetivo é deliberar estratégias para reajuste imediato e política salarial que recomponha perdas acumuladas. A reunião dos conselhos de representantes das entidades de classe é aberta a todos os policiais civis e militares e ocorrerá no Plenarinho da Assembleia Legislativa, a partir de 14 horas.
Não sei, exatamente, o que essas entidades pretendem, pois, segundo o governo da transversalidade montado por Tarso Genro, não obstante algumas escorregadelas, os profissionais da segurança não tem nada do que reclamar, tema que abordei ontem sob o pálio de mensagem oficial da Secretaria da Segurança Pública.
Reportagens
O MP (Ministério Público) abrirá, nesta semana, um espaço dedicado à cobertura sobre a atuação institucional do órgão. O objetivo é apresentar, com diferentes pontos de vista, projetos, ações e o trabalho desempenhado por promotores de Justiça nas áreas criminal, de defesa do patrimônio público, dos direitos humanos, da infância e juventude, do meio ambiente, da ordem urbanística, entre outros. Na primeira matéria da série estará em pauta o trabalho realizado para verificar o serviço externo de presos do regime semiaberto e a mobilização para permitir que os apenados encontrem uma vaga no mercado de trabalho. Daqui da minha torre, tal iniciativa tem lá seus méritos, mas parece que o MP começa a pautar, em seu favor, os trabalhos jornalísticos.
Parques
A Brigada Militar fez operação em dois parques de Porto Alegre, entre o final da noite de segunda-feira e a madrugada de ontem. Os policiais abordaram 27 pessoas na Redenção e Parcão. Desse total, 15 tinham antecedentes criminais. A maioria por posse de droga. Essas ações da Brigada deveriam ser uma rotina em nossos parques, dia e noite. Mas o governo da transversalidade não concede recursos para que isso seja feito.
Ritual
Petistas ortodoxos ficaram surpresos ao lerem no Diário Oficial do Estado a nomeação do coronel da reserva da Brigada Militar Marco Antônio Moura dos Santos para uma CC na Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa. Marco esteve à frente, com irrepreensível competência, de um departamento da Secretaria de Segurança no governo Yeda Crusius, tendo sido um dos principais assessores do general Edson Goularte na pasta da Segurança. Trata-se do ritual antigo e aceito do novo jeito de governar.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
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