ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

AMBIENTE SEM LUZ - SGT DA BM MINISTRA CURSO PARA O BOPE


CAVEIRAS NO ESCURO. Gaúcho ministra curso para o Bope. Sargento da BM ensinará tropa de elite carioca a agir em ambientes sem luz - VANESSA BELTRAME, ZERO HORA 06/07/2011

Para enfrentar uma média de 60% de ocorrências em “ambientes de baixa luminosidade”, é preciso que um policial saiba driblar o medo e calcular os passos que serão dados, literalmente, no escuro. Trata-se da da especialidade do sargento Marcio Brum Torbes, 46 anos, que embarca hoje com um convite para treinar policiais da tropa de elite mais famosa do país, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro.

Por três dias, os caveiras, como são conhecidos, aprenderão a intervir em locais escuros e confinados durante situações de risco, limitação que ocorre na maioria das ações, segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Para isso, contarão com o auxílio de lanternas e equipamentos de visão noturna. Os alunos de Torbes são do Grupo de Resgate e Retomada (GRR), equipe tática do Bope que trabalha com situações envolvendo reféns.

– Não é comum o Bope trabalhar com lanternas e achamos bom que os operadores do batalhão aprendessem. O sargento Torbes é uma referência no assunto no país e é muito útil agregar esse tipo de informação – explica o sargento Carlos Melos, coordenador do GRR.

Oficial prepara livro sobre o tema

De experiências próprias e uma pesquisa intensa, surgiu a ideia de escrever um livro sobre as situações enfrentadas pelos policias em ambientes de baixa luminosidade. A partir de conversas com médicos e psiquiatras, o sargento sabe, antes de enfrentar o risco, como se dilata a pupila e o que passa na mente de um indivíduo acuado em local escuro. E, então, cria a tática para reagir de maneira correta.

– Se o suspeito estiver há mais de 15 minutos em um ambiente escuro e tiver os olhos ofuscados, não vai enxergar. É o tempo de eu me posicionar – conta Torbes.

Policial há mais de 25 anos, o sargento trabalha atualmente na 2ª Companhia do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar em Porto Alegre. O interesse pelas intervenções em baixa luminosidade começou há cerca de 12 anos, ao participar de um treinamento da equipe texana da Swat, o esquadrão de elite da polícia americana. Frente a uma técnica americana limitada para as necessidades tupiniquins, o sargento começou a estudar para avançar em uma tática própria:

– O que eu fiz foi adaptar os ensinamentos para a realidade do Brasil.

Torbes já ministrou este tipo de treinamento em outros Estados do país e em Portugal, onde ensinou suas técnicas à Guarda Nacional Republicana.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É mais um exemplo da capacidade operativa e da vontade individual que tem o brigadiano de se especializar. Vários integrantes da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul colocaram férias, licenças especiais e dinheiro do bolso para fazerem cursos no Exterior e depois aplicarem na prestação de serviços ao povo gaúcho. O único prêmio que conseguem, além da segurança que as técnicas promove, é o reconhecimento dos cidadão que salvam, dos companheiros que ensinam e das instituições que os convidam para instruir seus policiais.

Este exemplo do sargento Marcio Brum Torbes e de outros policiais que fizeram cursos no exterior com seus próprios recursos deveriam estimular o Estado a investir em cursos no Exterior para trazer de lá estratégias e técnicas que já passaram por experiências de sucesso e com resultados práticos nas questões de ordem pública.

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