A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O PIOR SALÁRIO - CASA CIVIL E ABAMF-BM FAZEM ACORDO PARA SUSPENDER PROTESTOS
Casa Civil e BM fazem acordo preliminar e protestos ficam suspensos até quarta-feira. Governo e categoria avançaram na discussão de reajuste salarial, mas não houve um acordo definitivo sobre a suspensão dos atos. Carlos Wagner, 26/08/2011 | 14h01min
Após audiência realizada com representantes da Casa Civil no Palácio Piratini nesta sexta-feira, a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar anunciou que suspenderá até quarta-feira o bloqueio de estradas e a queima de pneus em reinvidicação por reajuste salarial.
Segundo os representantes da associação, a categoria avançou nas discussões sobre o reajuste salarial, mas não houve um acordo definitivo sobre a suspensão.
Em Rio Grande, no sul do Estado, onde palestrou para empresários e investidores da região, o governador Tarso Genro falou sobre os protestos realizados na madrugada desta sexta-feira, quando estradas foram bloqueadas com a queima de pneus. Em entrevista coletiva, o governador repudiou a ação, possivelmente realizada por integrantes da Brigada Militar.
— Nós temos observado que pessoas anônimas, até agora, estão bloqueando estradas federais, queimando pneus. Isso é delito, certamente será investigado pela Polícia Federal e as pessoas vão responder. Não sei tem conexão com o movimento dos brigadianos, tomara que não, porque se tiver é uma coisa grave, e algo que não pode ser colocado como pressão para negociação. É uma mancha no bom prestígio da Brigada Militar com a sociedade. Um exemplo de como não se deve comportar uma corporação mediante negociação — afirmou o governador.
O presidente da associação de policiais, Leonel Lucas, afirmou hoje pela manhã que os protestos devem continuar se o pedido de reajuste salarial não for atendido pelo governo. Estão previstos cerca de 50 bloqueios, se houver negativa do governo, além de barreiras nos principais acessos ao Estado por rodovias federais como a BR-116, BR-101.
Desde o início do mês, protestos têm sido registrados em rodovias gaúchas. Na quarta-feira, houve queima de pneus nas rodovias Erechim — Concórdia (BR-153), Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) e Santa Rosa — Giruá (ERS-344). Na terça-feira, a PRF encontrou uma pilha de pneus queimados em Tapes, na BR-116. Na segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
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