“Os problemas serão corrigidos”. César Grubba, Secretário de Segurança Pública - DIÁRIO CATARINENSE, 19/08/2011
Satisfeito com a reunião de ontem, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, salientou o que já vinha dizendo. Os procedimentos adotados não mudarão e falhas serão apuradas individualmente.
Diário Catarinense – Como o senhor avalia o conflito?
César Grubba – Não há conflito entre as instituições. O eventual conflito está fora das instituições, que continuam unidas trabalhando em prol da sociedade. Eventuais divergências estão sendo analisadas, pontuadas, e a Secretaria de Segurança Pública, o comando da Polícia Militar e o comando da Polícia Civil vão colocá-las no papel para que a gente estabeleça os regramentos próprios para essas instituições.
DC – Além dessas análises, haverá alguma medida mais drástica?
Grubba – Qualquer fato que ocorra dentro da Polícia Civil ou Militar que extrapole será apurado individualmente.
DC – O que dizer para a sociedade?
Grubba – Estamos aqui com os dois chefes das duas equipes e volto a repetir que não há conflito. Ambas continuam fazendo o seu trabalho na ostensividade, na investigação. A PM continua trabalhando no patrulhamento. A Polícia Civil, da mesma forma, vai se empenhar nos inquéritos. Vamos trazer crimes mais graves que estejam ocorrendo para uma investigação mais apurada para dar uma resposta mais rápida à sociedade. Mas ela (a sociedade) pode ficar tranquila.
DC – A que o senhor atribui, então, os tumultos “pontuais”?
Grubba – Às vezes, acontece uma divergência de atuação. Uma atuação indevida de um policial civil ou militar que, por parte de outra corporação, é vista como por exemplo uma evasão de atribuição. Essas questões pontuais serão trazidas à negociação na mesa com os dois, delegado-geral e comandante da PM, para que essas questões sejam resolvidas e sanadas de uma vez por todas.
DC – Então, por enquanto, não há uma grande medida que possa sanar o problema de imediato?
Grubba – Conversamos a manhã toda, levantamos problemas de atuação que já foram detectados e serão corrigidos.
DC – Que pontos são esses?
Grubba – Algumas questões de atuação. Por exemplo: a Civil, às vezes, reclama que a PM, ao fazer o atendimento de uma ocorrência, leva as pessoas para dentro do quartel. Essa é uma reclamação que se coloca, isso aí o próprio comandante-geral já colocou hoje na mesa que não deve acontecer. As pessoas devem ser encaminhadas à delegacia de polícia. Então será dada essa determinação, e quando não cumprida será apurado cada caso pontualmente.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário