ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

FEIRA DAS VAIDADES

EDITORIAL DIÁRIO CATARINENSE 18/08/2011

As inusitadas declarações com críticas a delegados de polícia, que motivaram a exoneração do tenente-coronel PM Luiz Rogério Kumlehn do comando do 14º Batalhão de Jaraguá do Sul, comprovaram que as relações entre as polícias Militar e Civil chegaram a uma situação-limite, que não pode ser admitida pela sociedade, cuja segurança a ambas compete garantir. Ao observador mais atento não escapa que na origem das desavenças entre as duas corporações estão comezinhas questões de ordem administrativa e funcional, questiúnculas sobre competências, conflitos gerados por egos inflados em uma feira de vaidades.

No meio deste tiroteio verbal, quem sai ferida em seus direitos é a cidadania, que está acossada pela violência e criminalidade – cujas ações estão cada vez mais daninhas e perversas –, enquanto as forças incumbidas de zelar pela segurança pública não se entendem. Registre-se e louve-se a rápida reação do secretário César Grubba, da SSP, e do coronel Nazareno Marcineiro, comandante da PM, em relação ao recente episódio. No entanto, foram ações apenas pontuais e destinadas a evitar que este caso específico se prolongasse e prejudicasse ainda mais a administração estadual. É preciso ir além, pois a situação persiste e causa problemas ao funcionamento das instituições.

Questão de autoridade e de disciplina. Tanto os regulamentos e normas disciplinares da corporação militar catarinense quanto os estatutos e demais dispositivos legais que regem a Polícia Civil, em especial, e o funcionalismo público, em geral, preceituam os “remédios” para enquadrar os transgressores que fomentam as dissensões, sejam por quais motivos forem. Que prevaleça a hierarquia, que a disciplina seja respeitada e que a segurança cresça em eficiência. Este é o caminho, este é o desejo da cidadania, que paga a conta.

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