A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
PIOR SALÁRIO - UMA NOVA TÁTICA DE LUTA
ENTREVISTA. “É uma nova tática de luta”. Leonel Lucas, presidente da Abamf - ZERO HORA 25/08/2011
Na manhã de ontem, enquanto ainda ardiam os restos dos pneus queimados em estradas federais, Leonel Lucas, presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), que representa os servidores de nível médio da BM, assumia a autoria do protesto. Ele deu um rosto às manifestações que começaram no início do mês, quando foram estendidas faixas de reivindicação nos acessos ao Estado. Lucas conversou, por telefone com Zero Hora. A seguir trechos da entrevista:
Zero Hora – O trancamento de rodovias federais com pneus incendiados é de responsabilidade da Abamf?
Leonel Lucas – Sim, é uma nova tática de luta nossa.
ZH – O que levou à escolha dessa forma de reivindicação?
Lucas – Foi em decorrência de um estudo feito pelo nosso pessoal. Antes, acampávamos em frente ao Palácio Piratini, fazíamos caminhadas, e não tivemos resultados. Agora, por uma questão de sobrevivência, aderimos a essa tática, usada por outras organizações com resultados, como o MST, a Via Campesina e até os grandes agricultores. Os arrozeiros já trancaram BRs.
ZH – Mas sendo os PMs agentes da lei, o uso dessa tática não significa que estão passando por cima da legislação que juraram defender?
Lucas – Mas e as leis que nos protegem e que não são cumpridas pelos governantes?
ZH – A situação salarial de vocês é tão grave que justifica tal atitude, onde há o risco de perder o emprego?
Lucas – O maior risco que corremos é fazendo o bico, o trabalho por fora. Além de ser uma atividade fora da lei, também ficamos expostos ao perigo real de ser ferido ou morrer. Quando isso acontece, nossas famílias ficam sem proteção, porque estávamos exercendo uma atividade fora do serviço.
ZH – Os policiais militares morrem, ou são feridos, mais em serviço ou no bico?
Lucas – Temos levantamentos que mostram que é mais no bico.
ZH – Quais as guarnições da BM que estão envolvidas no bloqueio das BRs?
Lucas – Nenhuma guarnição. O trancamento vem sendo feito pelas mulheres dos brigadianos e por aposentados, pessoas que não podem ser punidas pela BM.
ZH – Por que as estradas federais são os principais alvos?
Lucas – Para evitar um confronto com a BM, que é responsável pelas estradas estaduais.
ZH – Há novos protestos programados?
Lucas – Temos programados protestos para depois do dia 2, quando o governo deverá reunir-se conosco. Se a conversa não for satisfatória, deveremos colocar em prática o Para Rio Grande, que é o trancamento das rodovias de acesso ao porto de Rio Grande, em Torres, Vacaria, Erechim e a ponte do Guaíba, em Porto Alegre.
ZH – Na última reunião com o governo, no início do mês, ficou acertado que em 20 dias o governo iria apresentar uma proposta. Na ocasião, vocês aceitaram as condições. Por que mantiveram os protestos nas estradas?
Lucas – Os protestos já estavam agendados.
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