ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PM X PC - PERDE O CIDADÃO

CRISE ENTRE POLÍCIAS. Perde o cidadão - GABRIELLE BITTELBRUN, DIÁRIO CATARINENSE, 19/08/2011

Uma briga que tem como pano de fundo equiparação salarial, disputa por repercussão na mídia, por espaços de comando e falta de efetivo. É como os especialistas definem os conflitos entre policiais civis e militares. Ao ignorar quais as funções de cada um, para os estudiosos, há um prejuízo nos serviços de segurança.

– Enquanto a PM está investigando, por exemplo, não está fazendo a atuação ofensiva e está fora de função, não está como deveria – avalia o professor de Direito Alceu de Oliveira Pinto Junior.

Ele explica que a disputa entre as polícias não é de hoje e nem restrita ao Estado. Para ele, as brigas ficaram mais evidentes porque, no momento, a Polícia Civil está mais atuante, buscando espaços. Por outro lado, a Polícia Militar também está bem treinada, conquistando notoriedade. Como as partes estariam mais representativas, as brigas seriam maiores.

Os prejuízos à população poderiam chegar também no atacado. Em tese, as disputas entre as polícias poderiam prejudicar ações conjuntas, como o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A equipe, criada em 1995, integra Ministério Público e polícias Civil e Militar.

O professor da Univali e presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Juliano Keller do Valle, considera que o desentendimento entre os comandos pode levar ao “não cumprimento” de parte dos serviços policiais, além de desqualificar o trabalho dos policiais.

Já o especialista em segurança Eugênio Moretzsohn destaca ainda a sensação de insegurança gerada pelos conflitos.

– É como filho pequeno que vê pai e mãe brigando. Mesmo que eles não briguem para se acertar, os filhos ficam assustados – compara Moretzsohn.

Uma das saídas apontadas seria a criação de uma nova polícia, unindo as duas já existentes. Nesse caso, teria que ser estabelecida uma nova hierarquia. Mas a solução mais rápida sugerida é a intervenção do Estado, complementando o efetivo existente e dando prioridade para quem tem intenção de fazer um trabalho conjunto entre as instituições.

– Qualquer tipo de policiamento tem que ter integração para uma ação mais efetiva – resume o professor de Direito Alceu de Oliveira Pinto Junior.



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