PMS SOB SUSPEITA. Tiros de borracha e choque em rapaz são investigados. Segundo o inquérito, rapaz foi colocado em camburão e levado para local onde houve agressões - DIÁRIO CATARINENSE, 02/09/2011
Um jovem de 22 anos teria apanhado e levado choques durante uma abordagem, em abril deste ano. Os agressores, que também teriam disparado tiros de balas de borracha, seriam policiais militares. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. Uma perícia comprovou que houve agressão.
Conforme relato da vítima, ele e a mulher passavam de carro pelo Bairro Capoeiras, em Florianópolis, quando perceberam que uma viatura da PM se aproximava. Ele parou o carro e, em seguida, o para-brisa foi estourado por um disparo.
Ao descer do veículo, ele conta que levou um tiro com munição de borracha na perna. Foi quando teria iniciado a série de agressões. A vítima diz ter sido mandada para fora do carro. Depois deitou no chão. Em seguida, foi colocado dentro do camburão. Dois policiais seguraram suas pernas para que um terceiro lhe desse choque nos testículos.
A abordagem teria sido em virtude de um grupo que fazia manobras arriscadas de carro na Beira-Mar de São José. A vítima conta que esteve no local por volta das 23h do dia 16 de abril, mas quando viu que os motoristas estavam fazendo cavalo de pau resolveu deixar o local.
Conforme o depoimento do jovem, após as agressões em Campinas, ele foi levado no camburão de volta à Beira-Mar de São José com a intenção de “mostrar para outras pessoas o que eles fazem quando abordam um veículo”. Um policial dirigiu seu carro com sua mulher dentro até o local.
De lá, o grupo seguiu para o posto da PM, onde as agressões teriam continuado. O rapaz contou que os policiais tentavam gravar algum desacato para poder autuá-lo e ter provas. A vítima foi liberada do local por volta de 1h, mas seu carro foi apreendido.
Dois dias depois, a vítima registrou a ocorrência e foi encaminhada para exame de corpo de delito. O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que houve agressão. O documento afirma que o jovem estava com hematoma, edema e ruptura vascular do vaso da bolsa escrotal.
A 4ª DP de Florianópolis assumiu o caso. De acordo com o delegado Ilson Silva, os policiais serão intimados por meio do comando da PM a comparecerem para reconhecimento.
Comando nega a violência
O comando da Polícia Militar informou que a suposta vítima foi mesmo abordada no dia em questão porque estava em um local e fugiu ao ver a viatura. Ao ser parado, ele alegou que correu porque não estava habilitado. A PM também destaca que o caso deve ser registrado na Corregedoria para que possa ser apurado.
Para denunciar crimes cometidos por PMs, a vítima não precisa comparecer ao batalhão. A denúncia pode ser feita por meio do disque denúncia 0800-48-1717 ou net denúncia (www.pm.sc.gov.br)
O porta-voz da corporação, tenente-coronel Fernando Cajueiro, explicou, ainda, que é possível que quando chegar à fase judicial o procedimento seja encaminhado à Justiça Militar, responsável por investigar crimes cometidos por militares.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
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