PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA, 17/09/2011
No início da tarde de segunda-feira, o governo deverá receber a informação oficial de que os servidores de nível médio da Brigada Militar aceitam a proposta de reajuste salarial oferecida. O fim de semana será marcado por assembleias regionais, mas a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf) já comunicou ao chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e ao comandante da Brigada Militar, coronel Sérgio Abreu, que a proposta foi bem recebida. Nem poderia ser diferente: o governo, depois de oferecer o abono de R$ 300, concordou em dar reajuste de 23,5% para os soldados. Os demais servidores de nível médio terão aumento de 10,5% a 18,15%.
Vencida essa etapa, o governo terá de dar uma resposta à sociedade, caso continuem os protestos violentos, com queima de pneus e interrupções de ruas e estradas. A demora em identificar a autoria faz crescer no cidadão comum a sensação de que a Brigada e a Polícia Civil são incapazes de identificar os autores das ações ou estão protegendo a identidade dos responsáveis. Sendo a Brigada uma instituição militar, os protestos que ocorrem durante a madrugada deveriam ser tratados como motins.
O fato de os tumultos terem continuado mesmo depois da apresentação da proposta que agradou aos dirigentes regionais da Abamf sugere que não são os soldados os responsáveis pela queima de pneus. O governo está, de certa forma, de mãos amarradas: se quem está à frente dos protestos são brigadianos aposentados, não há como puni-los. Se os protestos continuarem mesmo depois de fechado o acordo com soldados, sargentos e tenentes, ficará a dúvida se os atos são provocados por militares de patentes mais altas – provavelmente inativos – ou por adversários políticos do governo, interessados em promover a desestabilização.
Na próxima etapa, o governo terá de administrar a pressão de dois grupos poderosos que atuam na área da segurança: os oficiais da Brigada Militar e os delegados de polícia. O Piratini já avisou que não tem como equiparar os salários dos delegados aos dos procuradores do Estado porque isso significaria dobrar o valor dos pagamentos.
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Uma das reclamações mais frequentes entre os brigadianos é de que o PT, quando estava na oposição, defendia a emenda constitucional que cria o piso nacional para os PMs, em valor igual ao do Distrito Federal, e agora, no governo, mudou o discurso.
ALIÁS
A oposição dos governadores da maioria dos Estados impedirá que o Congresso aprove a emenda que daria aos policiais militares um piso justo, mas incompatível com a realidade das finanças.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 17 de setembro de 2011
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Olá, gostaria de dizer que eu torço muito para que os policias consigam esse aumento de salário, e acho uma injustiça o trabalho de vocês ter tão pouca remuneração. Vocês arriscam suas vidas e protegem a sociedade, inclusive aqueles políticos que não querem dar o aumento a vocês, acho que eles se esquecem que existe segurança graças a vocês que exercem o seu trabalho tão bem.
ResponderExcluirGostaria de fazer um pedido, tenho um trabalho da escola para fazer, e preciso saber o salário que vocês ganham e protestar contra esse valor absurdamente pequeno em proporção do trabalho e do risco de vida que vocês correm. Gostaria de saber o salário: Policial Militar, Policial Civil e se possível dos Bombeiros.
Agradeço sua atenção e desculpe qualquer incômodo.
Mande a resposta para meu e-mail se possível: patriciachies@bol.com.br
Se puder relatar algo sobre suas condições de trabalho, adoraria adicionar ao meu trabalho.
Caso responda, quero saber se você autoriza a divulgação do seu nome nele.