WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011.
Os movimentos dos profissionais da segurança, cada grupo com seu estilo, é consequente de longos anos de políticas enganosas
Oficiais da Brigada Militar em rede social, montada de forma vibrante e democrática; grupos de parabrigadianos em defesa dos projetos dos PMs de nível médio, realizando ações em ritmo de militantes carbonários; delegados da Polícia Civil com posição imposta através de discurso com retórica tolerante, mas incisiva, e os agentes da mesma corporação com a decisão de paralisar suas atividades, nos dias 28 e 29 de setembro, estão a exigir uma real mudança da política de segurança pública no RS a partir da valorização dos profissionais com salários dignos e, em alguns casos, menos vexaminosos. Naturalmente, nessa mesma esteira, estão os sempre esquecidos agentes penitenciários e os servidores da Fase (ex-Febem).
Esse conjunto que compõe o complexo da segurança pública está plenamente desperto para a importância das tarefas que desenvolvem no concerto de todas as atividades sociais e para um nem sempre velado desprezo que tem sofrido, ao longo dos anos, depois de definida cada eleição.
Aqui da minha torre, entendo que as postulações pregadas pelos movimentos dos profissionais da segurança têm a parceria de todos os segmentos da sociedade
Boneco fardado
Há alguns anos tenho repetido que, possivelmente, por inexperiência profissional, não entendo a estratégia do policiamento ostensivo de Porto Alegre a partir do Centro, muito especialmente durante a noite e a madrugada. O tal boneco, com farda da Brigada, encontrado ontem, enforcado no viaduto Otávio Rocha, na Borges de Medeiros, coração do Centro Histórico da Capital, é uma evidência de que alguma fragilidade existe nos planos da polícia ostensiva. Portanto, o problema não é boneco, que nada mais era do que um boneco. O problema é a estratégia de policiamento
Bandidagem
A Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que traficava armas e drogas na Região Metropolitana de Porto Alegre que entravam no Brasil pelas fronteiras com a Argentina e o Paraguai. Foram cumpridos 14 mandados de prisão nas cidades de Canoas, Seberi, Frederico Westphalen e Foz do Iguaçu, no Paraná. Durante oito meses de investigação, outras 13 prisões foram feitas. A apreensão de bens dos criminosos ultrapassa um milhão de reais
Homenagem
A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, por unanimidade, requerimento de autoria do vereador Reginaldo Pujol homenageando O Sul por seus dez anos de existência. Tal honraria será sacramentada na próxima segunda-feira, dia 19, às 14h30min, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho. O parlamento da minha cidade é uma torre maior. Subirei até lá.
Monstro
Foi preso em Santa Catarina um homem que diz ter matado pelo menos cem pessoas no País. O mineiro Pedro Rodrigues Filho estava em Camboriú. Pedrinho Matador, como ele é conhecido, já cumpriu pena por alguns homicídios, mais da metade cometidos dentro da cadeia. Ele também foi condenado por participação em seis motins e por ter feito refém um agente penitenciário durante uma das revoltas. Como de rotina, as autoridades não conseguem explicar como esse monstro estava em liberdade
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
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