WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011.
O diálogo entre o governo e a família brigadiana de nível médio permanece num impasse. Além disso, os oficiais da corporação também manifestam inconformidade. A curto prazo, a sociedade sofrerá os reflexos, negativos, dessas questões
Mais de 300 policiais militares estiveram reunidos na manhã de ontem na sede da ASSTBM (Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar) para deliberar sobre a proposição de reajuste salarial oferecida pelo governo. A proposta foi rejeitada por unanimidade. Os índices são de 18% para sargentos e 11% para tenentes. Os diretores-presidentes de cada regional da entidade apresentaram a deliberação e avaliação de sua região. A partir da decisão de cada município, o presidente Aparício Santellano liberou a manifestação das lideranças que mostraram indignação com a oferta do governo. Foi feita uma votação e, por unanimidade, foi rejeitada a proposta do governo, sendo reforçada a posição da maioria de que deve haver aumento linear para todos os servidores de nível médio. "Aumento igual para todos ou zero", afirmou Santellano. Com o apoio da categoria, o próximo passo será o de levar a decisão ao governo do Estado. O presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Leonel Lucas, esteve presente e garantiu que a entidade por ele liderada está unida à ASSTBM contra a manobra do governo em tentar dividir a categoria. "Os servidores não vão sair divididos dessa reunião, mas sim fortalecidos", ressaltou Lucas. Com tal quadro, a primavera do governo Tarso Genro pode estar espantando o frio invernal, mas promete ventanias calientes. Sigam-me
Farda
A oficialidade da Brigada, que através da AsofBM (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), presidida por Riccardi Guimarães, tem demonstrado apoio às reivindicações dos PMs de nível médio, os quais permanecem no patamar dos mais baixos salários do País, esteve reunida ontem, a partir do final da tarde, no Salão Nobre da Ufrgs, para desenhar uma linha reivindicatória em defesa de soldos dignos. Os oficiais da ativa, mobilizados através de redes sociais, em grande número, planejaram comparecer ao evento fardados
Pneus e boneco
Mais um protesto com queima de pneus ocorreu no Estado. Desta vez foi na RS-239, limite de Parobé com Taquara, no Vale do Paranhana. Um boné e uma camiseta da Brigada foram deixados no local. Em Minas do Leão, um boneco com farda da Brigada foi pendurado numa passarela da BR-290
Polícia renovada
O Diário Oficial do Estado, edição de ontem, publicou a criação de 711 cargos de escrivão, 710 de inspetor e 120 de delegado de polícia, bem como estabeleceu a quantidade de vagas de comissários para promoção de escrivães e inspetores. Seguramente, isso está ligado à ideia de uma nova ou renovada polícia com salários compatíveis com os riscos das funções
Bicicletas
O CPC (Comando de Policiamento da Capital) vem utilizando bicicletas do tipo "Mountain Bike" no policiamento ostensivo. Esse processo de patrulhamento foi testado em várias unidades da Brigada Militar e oferece as seguintes vantagens: aumento do contato do policial militar com a comunidade, aumento da capacidade operacional e maior mobilidade proporcionada pelo processo em relação ao policiamento a pé. Em Porto Alegre, estão rodando 25 bicicletas
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
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