WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Quinta-feira, 15 de Setembro de 2011.
Perplexidade dos delegados
Piratini diante de um tripé na política da segurança pública: oficiais da Brigada Militar, brigadianos de nível médio e, desde ontem, delegados da Polícia Civil
Sem desvencilhar-se de um todo da crise dos pneus incendiados, movimento que marca o protesto da família brigadiana de nível médio contra os mais baixos salários do País e, ainda, com um diálogo difícil com a Asofbm (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), o Piratini iniciou com significativa instabilidade seu contato com a Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do RS).
Ocorre que os delegados receberam da Praça da Matriz a notícia de que não haverá, em termos salariais, um realinhamento com os procuradores do Estado. Em consequência de tal posição do Piratini, a Asdep deu sua resposta oficial. Sigam-me
Assembleia Geral
Eis a mensagem dos delegados:
"A negativa do governo, manifestada na última terça-feira à noite, em atender à principal reivindicação dos delegados de polícia, que é o cumprimento da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) equiparando a remuneração da categoria a dos procuradores do Estado, causou perplexidade e revolta aos 119 delegados presentes em reunião realizada hoje [ontem], na sede da Asdep.
O presidente da Associação, delegado Wilson Müller Rodrigues, falou aos delegados na reunião de diretoria ampliada, com a participação de representantes da Capital e Interior.
Ele relatou que o governo solicitou proposta alternativa para a categoria. Müller reafirmou a disposição de continuar mantendo com o governo uma relação respeitosa, cordial e transparente, mas reiterou que um direito fundamental da categoria está sendo desprezado.
Governos democráticos, como é o governo de Tarso Genro, no nosso ponto de vista, não podem descumprir decisão do STF, afirmou.
Visando buscar uma sugestão comum, Müller convidou todos os delegados do RS, independente de serem associados ou não, para reunião plenária no próximo dia 24, um sábado.
Desta forma, poderemos ter uma visão exata das expectativas da categoria e levar um ponto comum a uma Assembleia Geral que fatalmente irá acontecer para deliberar, democraticamente, qual o próximo passo a ser dado".
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
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