“A gente luta junto, e o Lucas toma uma decisão isolada” - Aparicio Santellano, líder dos sargentos e tenentes - ZERO HORA 23/09/2011
O presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes, Aparicio Santellano, demonstrou irritação com a postura do colega:
Zero Hora – Como foi a reunião com o governo?
Aparicio Santellano – Foi péssima.
ZH – O que foi tratado?
Santellano – O governo disse que mantém a proposta. Eu disse que o pessoal quer o mesmo aumento para soldados, sargentos e tenentes, ou queremos receber zero. Se mandarem para a assembleia, vamos fazer mobilização para que seja retirado o percentual aos sargentos, subtenentes e tenentes. Consideramos isso uma discriminação.
ZH – O senhor acredita que pode haver um racha entre categorias?
Santellano – Agora já está. Vamos aguardar os acontecimentos.
ZH – O senhor se sente traído pela Abamf?
Santellano – Eu não diria assim. O Lucas veio na nossa assembleia e fez um discurso de que íamos sair unidos. Daí foi lá e aceitou (a proposta). Nem sequer negociou o aumento que tínhamos pedido para todo mundo. A gente luta há 10 anos junto, e o Lucas tomou uma decisão isolada.
ZH – O senhor acha que os protestos com queima de pneus e bonecos fardados vão continuar?
Santellano – Olha, não sei. Não compactuo com desvios de conduta. Mas posso te garantir que a indignação é muito grande. Se agora os soldados não vão mais ter o pior salário do país, os sargentos e os tenentes vão ter o pior salário do país. Posso dizer que a mobilização da categoria será muito forte.
“Como líder, tenho de estar preparado para a crítica”. Leonel Lucas, líder dos cabos e soldados - ZERO HORA 23/09/2011
Após dias de silêncio, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, falou a Zero Hora depois de anunciado o acordo com o governo estadual:
Zero Hora – O resultado das assembleias regionais já era conhecido desde o final de semana. Por que essa estratégia de segurar o resultado?
Leonel Lucas – Cada regional fez a sua. Para nós, só foi divulgado ontem.
ZH – É possível que haja uma rusga entre a Abamf e a associação dos tenentes e sargentos?
Lucas – Me dou muito bem, sou sócio da associação dos sargentos, né. Temos de respeitar a assembleia deles.
ZH – O senhor se dizia a favor da linearidade do reajuste para todas as categorias. O senhor está frustrado com a decisão da Abamf?
Lucas – Não posso dizer isso, a assembleia é que manda. Eu tinha uma opinião, mas é pessoal. A vontade da categoria é que eu tenho que obedecer.
ZH – O senhor chegou a saber de algum descontentamento de policiais ligados à Abamf em relação ao seu posicionamento?
Lucas – Houve. Mas como líder tenho de estar preparado para qualquer tipo de crítica.
ZH – Os protestos com queima de pneus vão continuar?
Lucas – Não eram feitos por nós.
ZH – O senhor acha que vão continuar?
Lucas – Acredito que sim.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
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