Tarso convoca reunião após protesto com suposto explosivo. Boneco com farda da BM foi colocado no Centro da Capital a poucos metros do Palácio Piratini - Jimmy Azevedo / Rádio Guaíba, CORREIO DO POVO, 15/09/2011 11:14
O governador Tarso Genro realizou uma reunião de emergência com os secretários da Casa Civil, Carlos Pestana, e da Segurança, Airton Michels, e com o comandante da Brigada Militar, Sérgio Abreu, nesta quinta-feira, para tratar sobre os últimos protestos atribuídos aos policiais militares registrados nesta quinta-feira. No início da manhã, um boneco vestindo uma farda com um suposto explosivo foi encontrado na rua Duque de Caxias, a poucos metros do Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre.
O grupo se encontrou na sede do govenro por volta das 9h e, após a discussão, Michels e Abreu seguiram conversando no Palácio. Está marcada para as 12h uma nova reunião com a categoria para tratar sobre o calendário de reajuste reivindicado pelos policiais militares (PMs).
As entidades representativas da BM vêm negociando com o governo um reajuste salarial ao longo do ano, mas nem todas as patentes chegaram a um acordo. Em agosto, começaram a ser registrados diversos protestos com queima de pneus. A maioria dessas manifestações ocorreu em estradas, que foram interrompidas por barreiras de fogo.
Nesta semana, o governador confirmou a incorporação dos 25% de abono salarial aos vencimentos da Brigada Militar. O Piratini havia apresentado aos policiais militares, na segunda-feira, a proposta em duas parcelas – R$ 140 em outubro e outros R$ 160 em abril –, além de 1,2 mil promoções. O Executivo acenou ainda com a possibilidade de realização de concurso público para a Brigada Militar e pediu que os protestos fossem encerrados. A Casa Civil chegou a afirmar que não negociaria com os policiais se as manifestações continuassem.
Boneco
Um boneco vestido com farda da Brigada Militar (BM) e com um suposto explosivo foi retirado da rua Duque de Caxias pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), nesta quinta-feira. Dois agentes, usando roupas especiais, colocaram o artefato em um tonel e o levaram para um local seguro, onde será analisado.
A área foi isolada pelo Corpo de Bombeiros e alguns moradores da região foram impedidos de entrar e sair de casa de carro até que fosse descartado qualquer risco de explosão. O trânsito foi bloqueado na rua Duque de Caxias, no trecho entre a rua Espírito Santo e a Marechal Floriano Peixoto. e a avenida Borges de Medeiros ficou interrompida nos dois sentidos, o que causou congestionamento na área central.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O movimento PM pela melhoria salarial está ficando cada vez tenso e radical. É preciso acalmar uma tropa indignada pelos salários miseráveis pelos mesmos Governantes que promovem as distorções, os privilégios e o saque sem limites nos cofres públicos. A questão transpassa a questão salarial e cai na dignidade e no valor da profissão militar estadual. Os militares estaduais do RS cansaram de tanto desprezo e tratamento de "burro de carga", pois são sempre convocados para tarefas que envolvem risco de morte, sacrifício, servidão, jornada estafante, cargos e missões desviadas da finalidade da Brigada Militar, onerando a razão da existência da corporação e desprezando o clamor popular por segurança preventiva e permanente.
E vêm aí protestos dos Delegados de Polícia e Oficiais da Brigada pela paridade com demais as carreiras jurídicas, estas sim privilegiadas pela "democracia a lá brasil" onde não há respeito, obediência ou guarda ao inciso XII do artigo 37 da Constituição Federal e aos princípios republicanos.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
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