
Decisões sinalizam para ''racha'' na BM. Associações da BM foram recebidas por representantes da Casa Civil - Crédito: ARTHUR PULS
Um racha entre os servidores de nível médio da Brigada Militar pode ocorrer antes mesmo da reunião com o governo para discutir o aumento à categoria. Enquanto a Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da BM (ASSTBM) decidiu, ontem, rejeitar a proposta de reposição salarial apresentada pelo governo do Estado, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que congrega soldados e cabos, aceitou o índice de reajuste.
O presidente da ASSTBM, Aparício Santellano, disse que as assembleias realizadas na Capital e no Interior mostraram que os servidores não estão satisfeitos com a proposta do governo, por não atender às necessidades da categoria. Santellano apontou que um dos principais pontos de discussão é o escalonamento proposto pelo Executivo. "Ou todos recebemos percentual igual, ou então será nada", frisou, sem descartar a possibilidade de continuidade - e até intensificação dos protestos, como vêm ocorrendo nas últimas semanas no RS.
O Estado propôs 18% aos sargentos, 11% aos tenentes e aumentos proporcionais entre esses dois índices para as funções intermediárias. Propôs ainda ampliar o número de vagas para promoções até 2.800, sendo 700 ainda em 2011; 700 em 2012; 700 em 2013; e 700 em 2014. O governo também manterá as negociações sobre a matriz salarial da categoria visando o reajuste a ser concedido em 2012.
Um soldado com 21 anos de BM, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que os soldados e cabos têm que aceitar a proposta do Piratini. "Em breve, os oficiais e os delegados de Polícia começam as suas campanhas salariais e corrermos o risco de ficar para trás", ressaltou.
Um sargento, que na tarde de ontem participava do policiamento ostensivo, pensa exatamente o contrário. Para ele, tem que haver uma união da categoria para alcançar um índice maior. "Não podemos ficar lutando entre nós, a hora é de união", ressaltou.
PMs do Interior fazem protesto
Um grupo formado por PMs da ativa e inativos e seus respectivos familiares esteve mobilizado ontem em frente ao Palácio Piratini. O ato, organizado pela Federação das 22 Associações Regionais Independentes da Brigada Militar (FERPM-RS), marcou mais um capítulo no embate envolvendo entidades representativas de servidores da corporação e o governo do Estado. Buscando mais espaço nas negociações, dirigentes da federação foram recebidos por representantes da Casa Civil, no Palácio Piratini.
O movimento tem como objetivo dar voz às associações, em especial às do Interior, sobre as negociações com o Executivo. Por intermédio do protesto, os PMs demonstraram à sociedade a situação crítica em que vivem. Em relação às outras entidades que estão negociando a reposição salarial, a federação tem posições contrárias - o que reforça a necessidade de ampliar o debate. Os servidores querem reajuste imediato de 25%, de maneira linear e não parcelado. Além disso, esperam que o governo apresente uma política de reajuste até 2014, fazendo com que o salário básico fique em R$ 3,2 mil, como foi prometido pelo então candidato Tarso Genro.
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