Tarso classifica bloqueios em rodovias como "atos de vandalismo". Governador se reuniu no início da manhã com a presidente Dilma Rousseff, antes da ida para a Expointer. Vivian Eichler, zero hora online, 02/09/2011 | 08h53min
O governador Tarso Genro classificou como atos de vandalismo os bloqueios em rodovias atribuídos a policiais militares, que reivindicam reajuste salarial. Tarso comentou o assunto ao chegar ao Hotel Plaza São Rafael, pouco antes das 8h30min, onde encontraria a presidente Dilma Rousseff, hospedada no local desde a noite de ontem.
— Eu até estranho que uma parte da imprensa esteja tranquilamente chamando isso de protesto. Isso é ato de vandalismo. Protesto é quando as pessoas se mobilizam, vão na frente do palácio, xingam o governador — disse ele.
Nesta sexta-feira, mais sete protestos com queima de pneus foram registrados no Estado. As manifestações acontecem um dia após o anúncio do governo do Estado de que adiaria as negociações salariais com os representantes da Brigada Militar até o fim das barricadas. Diante da decisão da Casa Civil, o comandante-geral da BM, coronel Sérgio Roberto de Abreu, intercedeu pela categoria e solicitou que a negociação seja mantida.
— Ontem o comandante me pediu que o governo não deixasse de fazer uma proposta, apesar das provocações — disse Tarso.
O governador ressaltou que os nomes dos suspeitos pelos protestos estão sendo levantados. Na quinta-feira, o comando geral da BM instaurou na corregedoria do órgão um inquérito civil policial para aprofundar a investigação sobre os casos.
Os PMs reivindicam aumento imediato de 25% e um calendário que aponte o salário da categoria em 2014. Na última proposta, o governo ofereceu reajuste de 4,5% em outubro. E conforme, Pestana, considerando os 6% concedidos em abril, os PMs ganhariam ao final do ano mais de 11% de aumento, percentual acima do que ganhou outras categorias. Além disso, o governo promete outro reajuste de 4,5% em março de 2012.
Negociação da dívida
Tarso também comentou a sinalização da presidente Dilma de que o governo federal está disposto a negociar com todos os Estados para "repactuar" suas dívidas com a União. O governador afirmou que o avanço é fruto das conversas que ele e outros governadores tiveram com ela. No Rio Grande do Sul, o compromisso com a União consome 13% da receita líquida e impede o Piratini de fazer investimentos.
— É uma questao delicada, nacional e que tem que ser estruturada para todo o país — afirmou o governador.
PROTESTOS DE SEXTA - 02 de setembro de 2011
— Novo Hamburgo, Vale do Sinos - Uma barricada foi registrada na Estrada da Integração, que liga o bairro Lomba Grande ao Centro. Por cerca de meia hora, a estrada ficou ficou interrompida.
— Osório, Litoral Norte - Protesto foi registrado na BR-101.
— Carazinho, Norte - Protesto ocorreu na BR-285.
— Parobé, Vale do Paranhana - Por volta das 6h, houve queima de pneus na ERS-239, no viaduto de acesso à cidade. O trânsito foi interrompido no sentido Taquara-Sapiranga por mais de meia hora.
— Sarandi, Norte - Rodovia ficou bloqueada durante 20 minutos, a partir das 2h30min. No local, a Polícia Rodoviária Federal encontrou um faixa que dizia: "Aumento BM, ou greve já."
— Garibaldi, Serra - Pneus em chamas foram colocados nos km 102, da RST-453 em Garibaldi
— Farroupilha, Serra - Barricada de pneus foi colocada no km 109 da RST-453. Em um dos locais, uma faixa foi estendida com os dizeres: "Brigada Militar vai parar, reajuste já. Reclamações no site da corporação. Desculpa gauchada".
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Concordo que este protesto de queima de pneus seja considerado "vandalismo", mas também é "vandalismo" prometer em campanha e no governo, apesar de reconhecer a injustiça, continuar pagando salários miseráveis àqueles que colocam a vida em risco para proteger a sociedade, cuidar de presídios, ajudar as pessoas em calamidades, salva vidas no litoral, guarnecer o Palácio e enfrentar bandidos portando arsenais de guerra e dinheiro para aliciar e corromper. A indignação é muito grande na tropa - do soldado ao coronel. Ainda bem que existe respeito e consideração ao Comandante Geral e ele, juntamente com os oficiais comandantes e categorias, conseguirá resgatar a ordem na instituição. Mas o cenário não é bom. O que está segurando é a disciplina ainda forte na corporação, mas que vem balançando diante da discriminação da carreira dos oficiais, da insegurança financeira e do sacrifício que a jornada policial e o bico exigem do militar estadual.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
O PIOR SALÁRIO - "ATOS DE VANDALISMO" CLASSIFICA GOVERNADOR TARSO
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