PELA PORTA DA FRENTE - GABRIELLE BITTELBRUN - DIÁRIO CATARINENSE, 06/09/2011
Um suspeito danificou as grades da cela e fugiu pela porta da frente da Central de Polícia da Capital na madrugada de ontem. Ele teria usado uma serrinha para cortar as grades e escapar. Antes de sair, ainda teria cumprimentado o plantonista.
O homem foi preso por furtar um posto de combustíveis na Grande Florianópolis. O crime de furto é passível de fiança mas, como ele já tinha passagem por outras condenações, a delegada Salete Mariano Teixeira entendeu que apenas um juiz poderia decidir o que fazer.
Enquanto isso, o criminoso deveria permanecer preso. Mas, poucas horas depois, ele conseguiu passar pelas grades e fugir da cela que dividia com outras três pessoas. Segundo a polícia, ninguém mais fugiu.
Para a polícia, homem “só entortou as grades”
O diretor da Polícia Civil da Grande Florianópolis, Nivaldo Rodrigues, informou que foi adotado o procedimento padrão e o homem foi revistado. Para ele, não houve nenhuma falha policial. O preso conseguiu escapar porque as celas da 1ª DP estão em “situação provisória” e as grades são “frágeis”. Ele disse desconhecer se o preso estava com alguma serra.
– Para mim, ele só entortou as grades. Pode acontecer, as grades são frágeis e ele deve ter se espremido – acredita Rodrigues.
Ele destacou que os três presos que ficaram na cela não revelaram nada por enquanto. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ninguém viu o detido danificar as grades porque o efetivo de plantão não era grande, já que era de madrugada. O preso saiu calmamente e os plantonistas não interviram por acreditarem que ele já havia sido liberado mediante fiança.
Até a noite de ontem, o homem não havia sido encontrado. Um inquérito policial deve apurar como o homem fugiu e como teria conseguido a serra – se é que tinha uma.
Procurada, a delegada Salete – que fazia plantão quando ocorreu a fuga –, não foi encontrada para falar sobre o assunto. Na 1ª DP, ninguém quis comentar o caso.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
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