CRIME DE FARDA. Expulsos soldados envolvidos em assalto - LÚCIO CHARÃO, ZERO HORA 01/09/2011
Cinco meses após um crime envolvendo PMs como suspeitos, o comando da BM aprovou a exoneração dos policiais, integrantes do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Capital. Eles foram presos depois de participarem de um assalto a uma agência do Sicredi, no distrito de Val de Serra, em Júlio de Castilhos, em 25 de março.
Hugo Guilherme Capiera Rodrigues, 22 anos, e Diego Antunes Soares, 27 anos, já estão expulsos da BM. Nos próximos dias, seus nomes devem ser publicados no Diário Oficial do Estado. O que falta para a publicação, segundo corregedor-geral da BM, coronel João Gilberto Fritz, é o crivo do governador Tarso Genro.
Os próximos passos no caso desses ex-policiais – também está envolvido Willian Vendruscolo de Cordova, que era soldado temporário em Santa Maria e foi exonerado em 1º de junho do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) – passam pela Justiça. O grupo, que ainda teve a participação do ex-militar Paulo Roberto Severo do Nascimento, 24 anos, foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de latrocínio (roubo com morte) e formação de quadrilha, e responderá por esses crimes na Justiça comum.
Fuzil roubado foi usado em ataque a banco
Na Justiça Militar, o promotor Jorge Cesar de Assis denunciou o quarteto e ainda Cristiano Bellé Sarturi por organização de grupo para prática de violência e roubo. Sarturi servia como soldado da 13ª CIA DAM, em Itaara, e estaria de plantão na madrugada de 2 de março, quando um fuzil foi roubado do local. A arma foi usada no assalto ao Sicredi.
O Diário de Santa Maria tentou contato com o advogado de Nascimento, Carlos Basílio, mas não obteve retorno. Os demais envolvidos no processo teriam como seus advogados defensores públicos, que não foram encontrados pelo jornal.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
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