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Líder da PM baiana diz que governador já financiou greve. Marco Prisco acusa Jaques Wagner e outros petistas de participarem de esquema em 2001 - CHICO OTÁVIO - AGÊNCIA A TARDE, O GLOBO, 5/02/12 - 8h38
SALVADOR - Apontado como líder da greve dos PMs baianos, o presidente da Associação de Policiais, Bombeiros e seus Familiares da Bahia (Aspra), soldado Marco Prisco, disse que o governador Jaques Wagner, quando ainda era deputado federal, participou com outros parlamentares do PT e de partidos da base do esquema de financiamento da paralisação dos policiais militares do estado em 2001.
Ele acrescentou que o Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, que tinha na direção o atual presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, alugou e cedeu, na época, seis carros para garantir a greve na Bahia, onde diz que foi preseguido e ameaçado de prisão pelo então governador carlista Cesar Borges.
- O motorista que me levou para Brasília era um funcionário do sindicato, Nelson Souto. Na capital, foi recebido pelo então senador petista Cristóvam Buarque - disse.
Prisco disse que, além de Jaques Wagnes, teriam apoiado e contribuído para a greve de 2001 os parlamentares Nelson Pellegrino (PT), Moema Gramacho (PT), Lídice da Mata (PSB), Alceu Portugal (PCdoB), Daniel Almeida (PCdoB) e Eliel Santana (PSC). Segundo ele, a ajuda garantiu a estrutura necessária ao movimento, incluindo o fornecimento de alimentação para os grevistas.
Salvador: líder pede que grevistas resistam à desocupação. Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia pediu apoio para a retirada dos policiais - CHICO OTAVIO, AGÊNCIA A TARDE - O GLOBO, 5/02/12 - 20h35
SALVADOR - O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares, soldado Marco Prisco, pediu no início da noite deste domingo aos grevistas concentrados na Assembleia Legislativa que resistam a uma eventual desocupação do prédio, mas que não usem arma de fogo. Cerca de 200 pessoas, entre elas mulheres e crianças, estão na rampa de acesso à Assembleia. Há outras pessoas dentro da Casa. O clima de tensão é grande, principalmente depois que o presidente da Assembleia, deputado Marcelo Nilo (PDT), pediu ao comando das forças de segurança da Bahia que desocupe o local até meia-noite.
Por volta das 20h, os grevistas informaram que a energia elétrica da Assembleia Legislativa foi cortada e a segurança patrimonial retirada. A luz só não apagou porque o gerador interno foi acionado, mas a situação só vai durar enquanto o combustível que alimenta o equipamento durar.
Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia pede apoio ao Exército para retirar PMs da Casa.
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia Marcelo Nilo (PDT) pediu ao general do Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança na Bahia, na 6ª Região Militar do Exército, apoio para a retirada dos policiais militares em greve do prédio da Assembleia, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), até a meia-noite deste domingo, sexto dia de paralisação da Polícia Militar do Estado.
Nilo afirmou que não admite que o prédio da AL seja usado para “abrigar fugitivos da justiça com mandado de prisão em aberto”.
- A Assembleia está funcionando de forma precária, os funcionários estão falando ao serviço, há homens armados pelos corredores, pelas rampas de acesso e utilizando os banheiros. Já perdi a paciência, desde sexta-feira tentamos maneira pacifica para desocupar (o prédio) - afirmou Nilo.
Nesse domingo, quarenta homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF), considerada a "tropa de elite" da corporação, chegaram na capital baiana para cumprir 11 mandados de prisão dos 12 expedidos pela justiça. O primeiro policial preso foi Alvin dos Santos Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA). O agente foi detido pelo comandante da COPPA, major Nilton Machado.
Na Assembleia, os policias em greve estão confiantes que não haverá violência com a entrada da tropa de elite da PF por conta da presença de familiares, entre crianças e mulheres dos policiais, que estão no local.
Cinco associações da PM divulgaram, na noite de sexta-feira, uma nota contra qualquer manifestação violenta que possa ocorrer aos colegas amotinados. Um trecho da nota revela o repúdio a “qualquer forma de resolução violenta que ponha em risco a integridade física e a vida de qualquer policial militar ou de qualquer outro cidadão”, e que, se tal ameaça se concretizar, se afastarão imediatamente do processo de negociação, responsabilizando o governo do Estado por todo e qualquer incidente daí decorrente.
Os agentes em greve ocupam a Assembleia Legislativa desde o início da greve, na noite de terça-feira, quando a categoria resolveu parar as atividades para cobrar melhores condições de trabalho.
Desde o início do movimento e até o início da noite deste domingo, 82 pessoas foram assassinadas em Salvador e Região Metropolitana de Salvador (RMS), segundo informações divulgadas pela Superintendência de Telecomunicações da Secretaria de Segurança Pública (Stelecom). Além disso, foram registrados saques em diversas lojas da capital baiana e de cidades do interior do estado.
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