A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
FARDA X FARDA
Exército cerca grevistas na Bahia. Enquanto a criminalidade cresce no Estado, imediações do prédio da Assembleia, em Salvador, têm dia de tensão e confrontos - ZERO HORA 07/02/2012
Forças federais, grevistas da Polícia Militar baiana e apoiadores do movimento protagonizaram ontem uma série de confrontos em frente à Assembleia Legislativa da Bahia. Dentro do prédio, cerca de 500 manifestantes estão sitiados. Às vésperas do Carnaval, as cenas de violência e a insegurança que tomou Salvador assustam o país.
Olocal, onde os líderes da greve e seus familiares estão concentrados, foi cercado pelos homens do Exército que tentam garantir a segurança no Estado após o início da paralisação dos PMs, iniciada em 1º de fevereiro. A tomada da Assembleia Legislativa pelos grevistas é o ponto máximo da maior crise enfrentada pelo governo Jaques Wagner (PT).
O petista pediu à presidente Dilma Rousseff que tropas federais assumissem o controle do policiamento na capital baiana para evitar a violência nas ruas, agravada pela falta de policiamento ostensivo.
Ontem, houve quatro confrontos entre o Exército e manifestantes. Os conflitos aconteceram quando manifestantes que estão fora do prédio tentaram entrar. Entre rasantes de helicópteros, bombas de efeito moral foram detonadas e gás de pimenta foi lançado contra a multidão. Balas de borracha causaram escoriações em cinco pessoas.
Crianças em prédio sem luz e água
Sitiados e armados, grevistas estavam sem luz e água. Até a noite de ontem, o Exército dizia que não faria a desocupação à força. Uma das preocupações é com a presença de familiares de PMs – mulheres e crianças – entre os sitiados. Por volta das 21h, oito crianças acompanhadas de adultos deixaram o local.
Cerca de 2 mil homens do Exército, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, além de PMs que não aderiram à greve, estão mobilizados para a operação. O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal é o encarregado de cumprir o mandado de prisão contra o líder dos grevistas, o ex-PM Marco Prisco.
Dentro da Assembleia, os acampados ocuparam a rampa de acesso ao prédio e os andares superiores, onde montaram postos de observação. Do lado de fora, grades de ferro foram instaladas ao redor do prédio.
– Não queremos que seja uma nova Canudos, só queremos nossos filhos de volta – disse Arlete Meireles, mãe de um PM amotinado.
Temor, mortes e alerta dos Estados Unidos
Chegou, ontem à noite, a 95 o número de homicídios registrados na Bahia desde o início da greve dos Policiais Militares no Estado, em 1º de fevereiro. O Estado tem o apoio de mais de 2,5 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional que atuam no patrulhamento em Salvador, Feira de Santana, Barreiras e Paulo Afonso. Rumores de arrastões provocaram pânico em cidades baianas e fizeram com que parte do comércio fechasse as portas nos últimos dias, num “efeito cascata”.
Em Ilhéus, Itabuna e Vitória da Conquista, na região sul do Estado, parte das lojas, shoppings e supermercados não funcionou.
– Correu boato de toda natureza, a população entrou em paranoia e lojas fecharam as portas – disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória da Conquista, Marcos Alberto das Virgens.
Situação semelhante ocorreu em Itabuna, segundo o presidente da OAB local, Andirlei Silva:
Ontem, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou um alerta no qual aconselha aos americanos que adiem viagens à Bahia. “Os cidadãos americanos são aconselhados a acompanhar as reportagens e a considerar adiar viagens não essenciais a essas áreas” diz a nota, publicada na página da Embaixada dos Estados.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chamou ontem de “vandalismo” a atitude de alguns dos PMs que estão em greve na Bahia.
– Uma coisa é reivindicar e exercer o direito de greve. Outra coisa é o abuso, a prática de crimes e atos de vandalismo – disse.
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