Confederação da Polícia Civil decide por greve nacional. Paralisação depende de aprovação nos sindicatos estaduais - Guilherme Voitch - GLOBO ONLINE, 10/02/12 - 17h51
SÃO PAULO – Dirigentes de sindicatos de policiais civis de todo o Brasil reunidos em assembleia em Brasília decidiram, na tarde desta sexta-feira, por uma paralisação nacional, em data ainda a ser definida. A decisão pelo indicativo de greve precisa ser referendada pela categoria em cada estado.
_O desejo aqui foi pela paralisação, acredito que isso surgirá nos estados também – disse o presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Jânio Bosco Gandra.
Segundo ele, os policiais querem a aprovação da Lei Orgânica da Polícia Civil, que estabelece um plano de cargos unificado nacionalmente, a regulamentação do direito à greve e à aposentadoria especial, além da aprovação da PEC 446, que institui o piso nacional para policiais civis.
A Confederação promete uma manifestação pacífica.
_Vamos manter os 30% do contingente trabalhando – mas, é claro que uma greve nacional pressiona o governo, já que 'não tem Força Nacional de Segurança para enviar para todos os estados'.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
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