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PMs grevistas abandonam prédio da Assembleia Legislativa da Bahia. Manifestantes garantem que greve continuará - Humberto Trezzi, enviado especial a Salvador. ZERO HORA ONLINE, 09/02/2012 | 09h34
Os policiais militares baianos que ocupam o prédio da Assembleia Legislativa, em Salvador, deixaram o edifício no início da manhã desta quinta-feira. Os manifestantes foram revistados e liberados, saindo do local a pé, em carros ou motos. Um homem saiu do local dentro de uma jaula, como forma de protesto. Ao todo, 245 manifestantes abandonaram a Assembleia, o que não significa o fim da paralisação, garantem os PMs.
Eles mantiveram duas negociações com representantes do governo do Estado durante a madrugada e chegaram a um acordo. Informações preliminares dão conta de que os contatos telefônicos foram mantidos à 1h e às 3h.
O líder da paralisação, o ex-policial militar Marco Prisco, foi o último a sair, por volta das 7h30min. Ele e Antonio Paulo Angelini, outro PM com mandado de prisão expedido, abandonaram o prédio pela porta dos fundos e foram detidos.
Após a desocupação, agentes da Polícia Federal fizeram um pente-fino para verificar os danos ao prédio da Assembleia e para garantir que nenhum grevista permaneça no local.
No início da madrugada, o advogado dos 12 líderes da paralisação, Rogério Andrade, entrou com recurso contra a ordem de prisão preventiva. Porém, o juiz plantonista Everaldo Cardoso negou o documento. Em uma nova tentativa de liberação, o representante dos grevistas enviou pedido de habeas corpus, também negado.
CONVERSA FLAGRADA - Paralisação na Bahia: secretário diz que gravações "deram um tapa na cara da sociedade". Segundo Maurício Barbosa, da Segurança Pública, áudios que mostram conversas entre PMs enfraquecem a greve - AGÊNCIA ESTADO, 09/02/2012 | 00h51
Para o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, as gravações obtidas pela inteligência da polícia baiana, com autorização da Justiça, "deram um tapa na cara da sociedade".
— Ficou clara a intenção (das lideranças grevistas) de usar os atos de vandalismo para fazer pressão tanto pela questão salarial quanto pela tentativa de chamar a atenção nacional para o movimento. Também deu para ver que a intenção é levar a manifestação para outros lugares — afirma.
De acordo com Barbosa, as gravações também enfraquecem a luta dos manifestantes para que sejam revogados os pedidos de prisão feitos contra os líderes do movimento grevista na Bahia, entre eles o principal articulador da paralisação, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco.
— Como o governo se mostrou disposto a fazer todo esforço possível para cumprir o pedido salarial, a gente sabe que o que segura a manifestação, hoje, é a questão do cumprimento dos mandados de prisão — afirma o secretário.
— Ele (Prisco) não queria ser responsabilizado pelos crimes cometidos, mas as gravações deram um tapa na cara da sociedade.
O terceiro dos 12 mandados de prisão contra líderes do movimento grevista foi cumprido no fim da tarde de quarta-feira, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
A soldado Jeane Batista de Souza, do Batalhão de Guardas da PM, é acusada de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas), assim como os dois policiais já detidos, o soldado Alvin dos Santos Silva, preso no domingo, e o sargento Elias Alves de Santana, detido na terça-feira. Os três também passarão por processos administrativos da PM.
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