ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

GREVE PMBA - ANISTIA, NEM PENSAR

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HOA 10/02/2012

Dizendo-se estarrecida com as gravações que mostram a face criminosa da greve dos policiais militares na Bahia, a presidente Dilma Rousseff pronunciou ontem uma frase que acaba com qualquer possibilidade de anistia:

Se anistiar, aí vira um país sem regras.

Quem tem o poder de anistiar os grevistas baianos não é a presidente Dilma. É o governador Jaques Wagner (PT). O comentário de Dilma é, mais do que um conselho, uma diretriz para os governadores. O que a presidente quer evitar é a baderna generalizada, os danos ao patrimônio público e privado e a violência praticada em nome de uma causa nobre, a do reajuste salarial.

A divulgação da gravação de uma conversa entre o líder do motim, Marco Prisco, e o soldado David Salomão, um dos coordenadores do movimento, combinando atos de vandalismo, deu à presidente mais um elemento para considerar a anistia impensável.

– Não considero que aumento de homicídios na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzados, sejam uma forma correta de conduzir o movimento – disse Dilma em Pernambuco.

A preocupação do governo é evitar que a greve se alastre para outros Estados. Essa também é a preocupação dos governadores e, por isso mesmo, no Rio Grande do Sul a palavra de ordem é negociar. O governo gaúcho tem previstas, neste mês, audiências com todas as categorias da segurança pública. Na lista de concessões feitas até agora, o secretário da Segurança, Airton Michels, destaca os aumentos oferecidos em 2011 e os que estão sendo negociados neste ano, a atualização de parte das promoções atrasadas e a aposentadoria especial para os policiais civis.

Michels concorda com Dilma em relação à anistia:

– A anistia não pode ser dada, porque seria interpretada como um estímulo aos movimentos violentos.

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