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PMS PARADOS. Onda de mortes e saques na Bahia. Salvador viveu ontem madrugada de violência em meio à greve parcial de policiais que reivindicam aumento de salários - ZERO HORA, 04/02/2012
Em meio à paralisação parcial da Polícia Militar, iniciada na terça-feira, Salvador viveu uma madrugada de assassinatos e de ataques ao comércio. Entre a 1h e as 6h45min de ontem, 17 pessoas foram mortas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia. No mesmo dia da semana passada, houve 13 homicídios ao longo de 24 horas.
Ameaças de arrastão e os arrombamentos e saques, durante a madrugada, de pelo menos 10 grandes lojas da capital – entre supermercados, lojas de eletroeletrônicos e joalheria – elevaram o nível de tensão. Em um dos ataques, oito homens usaram um carro roubado para destruir a porta metálica, invadir o estabelecimento e levar dezenas de produtos.
No fim da noite de quinta, chegaram a Salvador os primeiros 150 integrantes da Força Nacional. Tropas do Exército também começaram a chegar às ruas do centro de Salvador e de Feira de Santana, na manhã ontem. Com o reforço, os comerciantes, que hesitavam em abrir as portas, passaram a trabalhar normalmente.
O movimento grevista foi iniciado por uma das nove associações que representam a categoria, que cobra do governo a incorporação de gratificações aos salários. A Justiça da Bahia decretou, na quinta-feira, a ilegalidade da greve e determinou que os policiais voltem ao trabalho.
ENTREVISTA. “A orientação é não sairmos para a rua”. Carlos Araújo da Silveira, arquiteto gaúcho - DANIELA SANTAROSA
O arquiteto porto-alegrense Carlos da Silveira contou, por telefone, o que presenciou desde quinta, quando chegou à Bahia para passar férias.
Zero Hora – Qual é a situação em Salvador?
Carlos Araújo da Silveira – É de caos geral. Ontem, passei por algo que nunca tinha visto no país: policiais armados parando ônibus e carros, bandidos fazendo arrastões, pânico nas ruas e todo o comércio fechado. O clima era de terror. Nos hotéis, a orientação é não sairmos para a rua.
ZH – O que pretendem fazer?
Silveira – Estamos em Itaparica, e pretendemos voltar no dia 11 de fevereiro. É inadmissível que uma greve provoque tamanho transtorno.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mudou-se o discurso, as promessas são ignoradas, a PEC 300 continua amarrada no Congresso e o piso salarial nunca foi aplicado. Quando uma categoria que coloca a vida em risco para proteger a vida e o patrimônio de terceiros, é levanda a enfrentar a lei, a disciplina e a hierarquia, é porque suas reivindicações são relevantes. Entretanto, os governantes não conseguem ouvir o "bater de asas da borboleta". O resultado só pode ser este - ANARQUIA. A consequência é o CAOS.
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