A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
GREVE PM CAUSA ONDA DE MORTES E SAQUES NA BAHIA
PMS PARADOS. Onda de mortes e saques na Bahia. Salvador viveu ontem madrugada de violência em meio à greve parcial de policiais que reivindicam aumento de salários - ZERO HORA, 04/02/2012
Em meio à paralisação parcial da Polícia Militar, iniciada na terça-feira, Salvador viveu uma madrugada de assassinatos e de ataques ao comércio. Entre a 1h e as 6h45min de ontem, 17 pessoas foram mortas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia. No mesmo dia da semana passada, houve 13 homicídios ao longo de 24 horas.
Ameaças de arrastão e os arrombamentos e saques, durante a madrugada, de pelo menos 10 grandes lojas da capital – entre supermercados, lojas de eletroeletrônicos e joalheria – elevaram o nível de tensão. Em um dos ataques, oito homens usaram um carro roubado para destruir a porta metálica, invadir o estabelecimento e levar dezenas de produtos.
No fim da noite de quinta, chegaram a Salvador os primeiros 150 integrantes da Força Nacional. Tropas do Exército também começaram a chegar às ruas do centro de Salvador e de Feira de Santana, na manhã ontem. Com o reforço, os comerciantes, que hesitavam em abrir as portas, passaram a trabalhar normalmente.
O movimento grevista foi iniciado por uma das nove associações que representam a categoria, que cobra do governo a incorporação de gratificações aos salários. A Justiça da Bahia decretou, na quinta-feira, a ilegalidade da greve e determinou que os policiais voltem ao trabalho.
ENTREVISTA. “A orientação é não sairmos para a rua”. Carlos Araújo da Silveira, arquiteto gaúcho - DANIELA SANTAROSA
O arquiteto porto-alegrense Carlos da Silveira contou, por telefone, o que presenciou desde quinta, quando chegou à Bahia para passar férias.
Zero Hora – Qual é a situação em Salvador?
Carlos Araújo da Silveira – É de caos geral. Ontem, passei por algo que nunca tinha visto no país: policiais armados parando ônibus e carros, bandidos fazendo arrastões, pânico nas ruas e todo o comércio fechado. O clima era de terror. Nos hotéis, a orientação é não sairmos para a rua.
ZH – O que pretendem fazer?
Silveira – Estamos em Itaparica, e pretendemos voltar no dia 11 de fevereiro. É inadmissível que uma greve provoque tamanho transtorno.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mudou-se o discurso, as promessas são ignoradas, a PEC 300 continua amarrada no Congresso e o piso salarial nunca foi aplicado. Quando uma categoria que coloca a vida em risco para proteger a vida e o patrimônio de terceiros, é levanda a enfrentar a lei, a disciplina e a hierarquia, é porque suas reivindicações são relevantes. Entretanto, os governantes não conseguem ouvir o "bater de asas da borboleta". O resultado só pode ser este - ANARQUIA. A consequência é o CAOS.
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