A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
DIFA
WANDERLEY SOARES, O SUL - 04/02/2012
Na Brigada Militar há os PMs, homens e mulheres, que moram modestamente numa vila, que enfrentam bandidos cara a cara, que fazem partos, que salvam bichos e gentes, que se obrigam a fazer bicos para garantir o leite das crianças, um churrasquinho mensal e os presentinhos de aniversários, que arriscam uma fezinha no bicho e sonham com uma boa sorte nas jogatinas da Caixa Federal. Mas não chorem não.
A Brigada não é só pobreza. Há os brigadianos da corte, os amigos do rei, os habitantes do porto dos casais, os guardiões engomados dos papéis do comando. Tudo gente fina que não gosta de aparecer e tem um soldo diferenciado pra cima.
Na caserna, tal soldo, disputadíssimo, é chamado de "difa". Quem aparece é o brigadiano que faz um parto ou que, sem "difa", recebe um tiro de um bandido qualquer
Confiança
O delegado da Polícia Civil, Leonel Carivali, indiciado pela corregedoria de sua instituição no episódio que resultou na morte de um homem que era mantido em cativeiro em Gravataí, pediu exoneração do cargo de diretor da 1 Delegacia Regional Metropolitana. Carivali, que descreveu sua ação como de legítima defesa contra um sequestrador, foi enquadrado como autor de homicídio culposo. O tiro disparado contra o bandido atingiu a vítima do sequestro. O chefe de polícia Ranolfo Vieira Júnior definirá o próximo cargo que Carivali, homem do quadro de sua confiança, virá a exercer
Vexame
O Piratini e o Comando-Geral da Brigada Militar continuam a tratar como párias os membros do CVMI (Corpo Voluntário de Militares Inativos) da Brigada Militar. Esses brigadianos, que assumem os mesmo riscos de seus colegas da ativa recebem um soldo de R$ 519,20 e pedem apenas que tal vexame seja elevado para o mesmo nível do salário mínimo regional
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Os governantes deveria ter pleno conhecimento dos efeitos nocivos que as gratificações recebidas por serviços alheios dados aos militares estaduais promovem na missão fundamental e precípua da Brigada Militar que é o exercício do policiamento ostensivo preventivo. Não é a toa que se nota ausência do policiamento nas ruas, pois os efetivos são desviados para outros fins com a conivência e desejo dos beneficiados por esta política destrutiva da corporação. Deveria ter um fim. Policial bem pago não precisa de bico e nem de arrumar um padrinho para ganhar um cargo privilegiado com salários triplicados e longe da bandidagem.
A solução para deter a sangria nos efetivos e as diferenças salariais que comprometem e eficácia operacional e a harmonia organizacional seria pagar o piso salarial às praças, o teto aos Oficiais e a verticalidade entre graduações e postos, priorizando os efetivos da Brigada Militar para a execução da sua nobre missão preventiva, evitando os desvios que sucateiam os efetivos das ruas. Agora, se houver relevância para a sociedade, para o governo e para a instituição PM, não poderia garantir gratificações extras para não discriminar aqueles que estão na linha de frente. Na lei, quem já incorporou tem direito adquirido e não pode ser mudado, mas as correções podem iniciar com mudança das leis, postura política no interesse público, moralidade administrativa e conduta organizacional direcionada para a sobrevivência da corporação.
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