WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, 31/08/2011
Há sempre aqueles que se apresentam como mecenas diante das agruras vividas pelos profissionais da segurança pública
Nos bastidores das organizações policiais em atividade numa área da Grande Porto Alegre se discute a validade ou não de um oficial superior da polícia ostensiva, da ativa, aceitar que um empresário patrocine o aluguel de seu apartamento.
De um lado, a atitude do empresário é recebida como a de um mecenas não dedicado à proteção de artistas, mas voltado para amenizar as agruras que atormentam todo o profissional que dedica sua vida a combater malfeitores de todos os tipos sem receber salários dignos de tão elevada missão.
No entanto, de outra banda, ainda que reconhecendo a grandeza do gesto do empresário diante das durezas da vida de um policial, aquele patrocínio é entendido como a aquisição de um privilégio, pois seus negócios e sua família, inevitavelmente, terão tratamento diferenciado em tudo o que, eventualmente, necessitar na área da segurança.
Sob uma terceira visão, se a idéia for considerada realmente altruística, teremos, no futuro, empresários poderosos patrocinando aluguéis não só para policiais, civis e militares, dos escalões superiores, mas também para juízes e promotores.
Quanto aos policiais de nível médio, já acostumados com a pobreza, será dada a liberdade para que se aqueçam no inverno queimando pneus na beira das estradas
PROMOÇÕES NA POLÍCIA CIVIL
A Assembleia Legislativa aprovou o projeto que permite atualizar as promoções dos servidores da Polícia Civil. Foram criados 120 cargos para delegados, 711 para escrivães e 700 de inspetores. Para as duas últimas funções, 504 vagas são para comissários. As primeiras 600 promoções devem ocorrer em dezembro deste ano e as demais em 2012 e 2013.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
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