XXI Congresso das Guardas Municipais - Discurso Regina Miki, da Senasp
Discurso da Secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, no XXI Congresso Nacional das Guardas Municipais, realizado em Novo Hamburgo, Rs de 17-19 de Agosto de 2011.
PARTE 1
PARTE 2
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
PRATO FEITO
Rogério T. Brodbeck - Blog do Brodi, 31/08/2011
As manifestações havidas nas últimas emanas nas rodovias gaúchas atribuídas a segmentos de praças da Brigada Militar repercutiram favoravelmente em setores da opinião pública gaúcha.
Segundo breve enquete realizada pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, nesta quarta-feira, mais de 70% dos participantes da pesquisa se mostraram a favor dos atos, ainda que os mesmos demonstrassem um certo contrassenso haja vista que se tratou de queima de pneus em rodovias, tipo de coisa normalmente executada por pessoas não vinculadas a órgãos policiais.
Mas, mesmo assim, onde deveria realmente ecoar, ou seja, no bojo do Governo estadual, tais protestos foram rejeitados, como se fosse um tiro no pé.
Segundo manifestação do secretário da Segurança na ZH de hoje não se pode precipitar protestos desse tipo com negociação em andamento.
Assim, em vez de reforçarem o seu protesto e legitimar o seu pleito, os autores de tais atos conseguiram uma boa justificativa governamental para, como se diz, "fincar o facão no toco".
Deram um motivo para o governo repudiar tais fato e endurecer o jogo da negociação. Foi mesmo um prato feito. Faltou cintura e assessoramento aos autores. Agora, vão ter de aguentar no osso as consequências.
As manifestações havidas nas últimas emanas nas rodovias gaúchas atribuídas a segmentos de praças da Brigada Militar repercutiram favoravelmente em setores da opinião pública gaúcha.
Segundo breve enquete realizada pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, nesta quarta-feira, mais de 70% dos participantes da pesquisa se mostraram a favor dos atos, ainda que os mesmos demonstrassem um certo contrassenso haja vista que se tratou de queima de pneus em rodovias, tipo de coisa normalmente executada por pessoas não vinculadas a órgãos policiais.
Mas, mesmo assim, onde deveria realmente ecoar, ou seja, no bojo do Governo estadual, tais protestos foram rejeitados, como se fosse um tiro no pé.
Segundo manifestação do secretário da Segurança na ZH de hoje não se pode precipitar protestos desse tipo com negociação em andamento.
Assim, em vez de reforçarem o seu protesto e legitimar o seu pleito, os autores de tais atos conseguiram uma boa justificativa governamental para, como se diz, "fincar o facão no toco".
Deram um motivo para o governo repudiar tais fato e endurecer o jogo da negociação. Foi mesmo um prato feito. Faltou cintura e assessoramento aos autores. Agora, vão ter de aguentar no osso as consequências.
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DELEGADO QUE DENUNCIOU FURTO É EXONERADO DO CARGO DE DIRETOR
Exoneração de delegado denunciou furto é oficializada no D. O. Segundo assessoria de imprensa da Polícia Civil, sindicância que apura suposto furto e origem do dinheiro segue aberta - O DIA, 31/08/2011
Rio - O delegado Márcio Franco teve sua exoneração do cargo de diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Estado. Franco denunciou o furto de R$ 5 mil do seu gabinete, em julho deste ano. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, essa é apenas a formalização do afastamento pedido pelo delegado após o caso ter sido tornado público. Atualmente, Franco está afastado por licença médica.
Márcio Franco registrou um furto de R$ 15 mil. Quatro dias depois, quando o caso foi noticiado, ele afirmou que se tratavam de R$ 5 mil e fez aditamento no registro de ocorrência.
A Corregedoria da Polícia Civil instaurou uma sindicância para investigar, entre outras coisas, a origem do dinheiro furtado da gaveta de Márcio Franco. Segundo a assessoria a investigação segue aberta.
Dias depois do caso ser tornado público, a Polícia Civil publicou no Boletim Interno da instituição que Franco estava de férias. Menos de uma semana depois, porém, a assessoria de imprensa de instituição havia informado que o delegado pedira afastamento do cargo de diretor-geral de Polícia Especializada (DGPE).
Rio - O delegado Márcio Franco teve sua exoneração do cargo de diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Estado. Franco denunciou o furto de R$ 5 mil do seu gabinete, em julho deste ano. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, essa é apenas a formalização do afastamento pedido pelo delegado após o caso ter sido tornado público. Atualmente, Franco está afastado por licença médica.
Márcio Franco registrou um furto de R$ 15 mil. Quatro dias depois, quando o caso foi noticiado, ele afirmou que se tratavam de R$ 5 mil e fez aditamento no registro de ocorrência.
A Corregedoria da Polícia Civil instaurou uma sindicância para investigar, entre outras coisas, a origem do dinheiro furtado da gaveta de Márcio Franco. Segundo a assessoria a investigação segue aberta.
Dias depois do caso ser tornado público, a Polícia Civil publicou no Boletim Interno da instituição que Franco estava de férias. Menos de uma semana depois, porém, a assessoria de imprensa de instituição havia informado que o delegado pedira afastamento do cargo de diretor-geral de Polícia Especializada (DGPE).
AGRESSÃO E ESTUPRO DE MENINA - BANDIDO IMPUNE À SOLTA
Crime sem solução, um ano depois. Atacada num matagal pelo padrasto, que continua à solta, vítima ainda sofre com o trauma. “Ela sonha com isso”, conta a mãe - ROBERTA KREMER | SANTO AMARO DA IMPERATRIZ, DIÁRIO CATARINENSE, 31/08/2011
Um ano após passar pelo terror do estupro, a menina de 11 anos violentada pelo padrasto em uma comunidade rural em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, não se recuperou do trauma. O medo persiste porque seu agressor, um homem de 31 anos que trabalhava como pedreiro, permanece foragido.
O crime ocorreu em 30 de agosto de 2010. Naquele dia, a garota aguardava o colégio, na Costeira, na Capital, abrir As portas, às 7h30min, quando o padrasto se aproximou da criança e disse que a mãe tinha sido atropelada. Preocupada, ela entrou no carro dele. O homem a embrulhou em cobertores e seguiu para Santo Amaro, onde cometeu a violência em um matagal.
O delegado de Santo Amaro, Alessandro Isoppo, conta que o autor do crime já foi indiciado por estupro e o processo foi encaminhado ao Fórum da cidade. Existe um mandado de prisão contra ele no cadastro nacional. Logo após a violência, as buscas começaram e os policiais chegaram a ir à cidade natal do suspeito, em Itapejara d’Oeste, próximo a Pato Branco (PR). Lá moram seus parentes.
– Visitamos diversas delegacias, só que ele não foi visto naquela localidade. A equipe ficou quase uma semana na região para levantar o paradeiro e interrogar moradores. Mas não conseguimos apurar nada.
Conforme a mãe da menina, uma auxiliar de serviços gerais de 34 anos, sua filha ainda não consegue dormir direito. Sempre tem pesadelos.
– Minha filha tem bastante medo, Não é a mesma de antes, vive apreensiva – lamenta a mãe, que também se sente acuada.
Ela não critica o trabalho da polícia, mas espera resultados. Além de justiça, também deseja minimizar o próprio medo, além do da filha.
– Quero vingança. Ele nunca poderia ter feito isso com a gente.
A garota continua fazendo exames médicos e terapia psicológica no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Na manhã do crime, após conseguir fugir do padrasto, que carregava uma faca, a criança pediu socorro a uma agricultora, que chamou os Bombeiros. Com hemorragia e fortes dores na barriga, a menina teve que ser levado de helicóptero ao hospital, onde passou por cirurgia.
MANCHETE NO JORNAL DC - BARBÁRIE - MENINA ESTUPRADA NO MEIO DO MATAGAL - 31/08/2011 - Crime e buscas feitas no matagal pela. Polícia Militar foram destaque no dia seguinte ao crime:
O PIOR SALÁRIO - GOVERNO ENDURECE NEGOCIAÇÃO
FOGO EM ESTRADAS. Protesto faz governo endurecer negociação - ZERO HORA 31/08/2011
O rompimento do pacto que previa o fim dos protestos nas estradas por parte de manifestantes ligados a praças da Brigada Militar (BM) fez o governo do Estado fincar posição nas negociações salariais com a entidade que representa os soldados, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf). No encontro, às 10h30min de amanhã no Palácio Piratini – que deveria ocorrer hoje, mas foi adiado –, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, exigirá explicações do presidente da Abamf, Leonel Lucas.
– Queremos entender o que está acontecendo. Nós não vamos construir uma proposta, que entendemos ser importante para valorização do servidor, se continuarem esses atos – afirmou o secretário.
A Abamf, que admitiu ter apoiado sete protestos, perdeu o controle sobre os manifestantes. Queimas de pneus voltaram a ocorrer ontem.
Os PMs reivindicam aumento imediato de 25% e um calendário que aponte o salário da categoria em 2014. O governo propõe reajuste de 4,5% em outubro. E conforme, Pestana, considerando os 6% concedidos em abril, os PMs ganhariam ao final do ano mais de 11% de aumento, percentual acima do que ganhou outras categorias. Além disso, o governo promete outro reajuste de 4,5% em março de 2012.
As reivindicações ganharam o apoio de PMs mais graduados. O presidente da Associação dos Oficiais (Asof), José Riccardi Guimarães, esteve ontem na Abamf para prestar solidariedade e apoio às reivindicações. A Asof promete participar de ações, organizando um “movimento pela legalidade”, impedindo de rodar viaturas com peças danificadas ou impostos atrasados.
Os bloqueios
- Em Alegrete, na rodovia Alegrete-Rosário do Sul (BR-290), por volta das 4h30min, a estrada ficou bloqueada por 30 minutos.
- Em Canoas, na estrada Tabaí-Canoas (BR-386), por volta das 4h, uma pilha de pneus interrompeu a rodovia por cerca de 45 minutos.
- Na rodovia que liga Santa Vitória do Palmar a Rio Grande (BR-471), o protesto ocorreu em meia pista.
SOU UM SOBREVIVENTE
PM reage e mata dois assaltantes em pet shop. À paisana, policial surpreendeu dupla em ataque no bairro Santana, na Capital, mas acabou ferido - EDUARDO TORRES E PEDRO MOREIRA - ZERO HORA 31/08/2011
Um policial militar à paisana reagiu e matou dois assaltantes que atacavam uma pet shop, no bairro Santana, em Porto Alegre, ontem pela manhã. O PM estava dentro do estabelecimento, de propriedade de um casal de amigos, tomando chimarrão, quando a dupla entrou no local, por volta das 9h.
O sargento, de 40 anos, do Batalhão de Operações Especiais (BOE) – a pedido da família, que teme represálias, o nome do PM é omitido por ZH –, teria aproveitado um momento de distração dos ladrões e atirado. Na troca de tiros, o PM também ficou ferido, com um tiro na axila direita, e precisou ser socorrido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). (a integra no jornal Zero Hora)
ENTREVISTA - “Reagi porque não tinha alternativa”. PM que matou assaltantes
Há 22 anos na Brigada Militar (BM) e há uma década no Batalhão de Operações Especiais (BOE), o sargento que matou dois assaltantes na manhã de ontem falou a Zero Hora enquanto se recuperava no HPS:
Zero Hora – Como foi o assalto?
Sargento – Eu estava sozinho no estabelecimento do meu compadre quando entraram dois elementos pedindo coleira para cachorro. Eu perguntei qual tipo de coleira, e um deles disse que tinha “caído a casa” e que eu tinha “perdido”.
Zero Hora – Em que momento o senhor decidiu reagir?
Sargento – Até ali tudo bem, mas um deles disse que o outro tinha que me revistar. Eles se distraíram para pegar o dinheiro no caixa, foi o momento que eu tive para reagir.
Zero Hora – O senhor tem ideia de quantos tiros foram dados no confronto?
Sargento – Eu descarreguei minha pistola, são 15 tiros. Um deles (assaltantes) eu tenho certeza que descarregou um 38.
Zero Hora – E acabou tomando apenas um tiro.
Sargento – Para quem acredita em Deus, foi uma mão divina. As balas passaram todas à minha volta e somente uma me atingiu. Eu senti a bala entrar nas costas, mas não sei se não entrou pelas costas ou pelo braço.
Zero Hora – O senhor recomenda que as pessoas reajam em situações como essa?
Sargento – Nunca reajam. Eu reagi porque não tinha alternativa. Era a minha vida ou a minha vida. No momento em que eles descobrissem que eu era policial militar, eu certamente não estaria aqui conversando contigo.
Zero Hora – Já havia matado alguém?
Sargento – Que eu me lembre, não.
Zero Hora – O senhor se considera um herói?
Sargento – Não, nunca. Eu sou um sobrevivente.
Um policial militar à paisana reagiu e matou dois assaltantes que atacavam uma pet shop, no bairro Santana, em Porto Alegre, ontem pela manhã. O PM estava dentro do estabelecimento, de propriedade de um casal de amigos, tomando chimarrão, quando a dupla entrou no local, por volta das 9h.
O sargento, de 40 anos, do Batalhão de Operações Especiais (BOE) – a pedido da família, que teme represálias, o nome do PM é omitido por ZH –, teria aproveitado um momento de distração dos ladrões e atirado. Na troca de tiros, o PM também ficou ferido, com um tiro na axila direita, e precisou ser socorrido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). (a integra no jornal Zero Hora)
ENTREVISTA - “Reagi porque não tinha alternativa”. PM que matou assaltantes
Há 22 anos na Brigada Militar (BM) e há uma década no Batalhão de Operações Especiais (BOE), o sargento que matou dois assaltantes na manhã de ontem falou a Zero Hora enquanto se recuperava no HPS:
Zero Hora – Como foi o assalto?
Sargento – Eu estava sozinho no estabelecimento do meu compadre quando entraram dois elementos pedindo coleira para cachorro. Eu perguntei qual tipo de coleira, e um deles disse que tinha “caído a casa” e que eu tinha “perdido”.
Zero Hora – Em que momento o senhor decidiu reagir?
Sargento – Até ali tudo bem, mas um deles disse que o outro tinha que me revistar. Eles se distraíram para pegar o dinheiro no caixa, foi o momento que eu tive para reagir.
Zero Hora – O senhor tem ideia de quantos tiros foram dados no confronto?
Sargento – Eu descarreguei minha pistola, são 15 tiros. Um deles (assaltantes) eu tenho certeza que descarregou um 38.
Zero Hora – E acabou tomando apenas um tiro.
Sargento – Para quem acredita em Deus, foi uma mão divina. As balas passaram todas à minha volta e somente uma me atingiu. Eu senti a bala entrar nas costas, mas não sei se não entrou pelas costas ou pelo braço.
Zero Hora – O senhor recomenda que as pessoas reajam em situações como essa?
Sargento – Nunca reajam. Eu reagi porque não tinha alternativa. Era a minha vida ou a minha vida. No momento em que eles descobrissem que eu era policial militar, eu certamente não estaria aqui conversando contigo.
Zero Hora – Já havia matado alguém?
Sargento – Que eu me lembre, não.
Zero Hora – O senhor se considera um herói?
Sargento – Não, nunca. Eu sou um sobrevivente.
O PIOR SALÁRIO - PNEUS QUEIMADOS BLOQUEIAM RODOVIA EM SÃO LUIZ GONZAGA
Protesto com queima de pneus deixa trânsito em meia-pista por 45 minutos em São Luiz Gonzaga. Corpo de Bombeiros foi chamado para atender a ocorrência na BR-285 - ZERO HORA, 31/08/2011 | 03h16min
Em mais um protesto por melhores salários, policiais militares queimaram pneus na BR-285, em São Luiz Gonzaga, na noite de terça-feira. A manifestação ocorreu no km 565 da rodovia por volta de 23h30min.
A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros da cidade, que levaram 45 minutos para liberar o trânsito. A estrada ficou bloqueada em meia-pista. No local, uma faixa dizia: "São Luiz Gonzaga: terra de Jayme Caetano Braun e onde os salários dos PMs também é o menor do Brasil".
A onda de bloqueios de rodovias com pneus em chamas aumentou a tensão em torno da negociação salarial entre governo e a entidade que representa os soldados da Brigada Militar.
Depois de apoiar sete protestos e acertar uma trégua, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa servidores de nível médio da BM, perdeu o controle sobre os incendiários que voltaram a trancar estradas.
Em mais um protesto por melhores salários, policiais militares queimaram pneus na BR-285, em São Luiz Gonzaga, na noite de terça-feira. A manifestação ocorreu no km 565 da rodovia por volta de 23h30min.
A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros da cidade, que levaram 45 minutos para liberar o trânsito. A estrada ficou bloqueada em meia-pista. No local, uma faixa dizia: "São Luiz Gonzaga: terra de Jayme Caetano Braun e onde os salários dos PMs também é o menor do Brasil".
A onda de bloqueios de rodovias com pneus em chamas aumentou a tensão em torno da negociação salarial entre governo e a entidade que representa os soldados da Brigada Militar.
Depois de apoiar sete protestos e acertar uma trégua, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa servidores de nível médio da BM, perdeu o controle sobre os incendiários que voltaram a trancar estradas.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
AMEAÇA À FAXINA NA POLÍCIA CIVIL
- OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 30/08/2011
Desde 2009, quando foi transferida por decreto do então governador José Serra do âmbito da Delegacia-Geral da Polícia Civil para o gabinete do secretário de Segurança Pública, a Corregedoria da Polícia Civil intensificou seu trabalho de investigação dos desvios de conduta de maus policiais e o resultado é que nos últimos três anos, em comparação com o mesmo período anterior, aumentou em 60% o número de policiais demitidos pela prática de irregularidades. Foram 290 delegados de polícia, investigadores, escrivães e carcereiros expulsos da Polícia Civil de São Paulo desde 2009, num trabalho de saneamento que só tem sido possível porque, ao contrário do que ocorria na época em que estavam subordinados à Delegacia-Geral, os corregedores estão agora livres do constrangimento e do receio naturais de investigar autoridades superiores - isso quando não deparavam com a cabal proibição de promover investigações que feriam os interesses dos poderosos da Polícia. Com a vinculação da Corregedoria diretamente ao gabinete de um secretário de Segurança reconhecidamente rigoroso em questões disciplinares, esses problemas desapareceram e os resultados não demoraram a surgir.
Na semana passada, um projeto de autoria do deputado Campos Machado (PTB), destinado a restabelecer a subordinação da Corregedoria à Delegacia-Geral, foi derrotado em primeira votação na Assembleia Legislativa e não foi votado no dia seguinte por falta de quórum. Se prevalecer o bom senso e o espírito público entre os deputados, a matéria não voltará à pauta, uma vez que seu objetivo, óbvio e indecoroso, é devolver à chefia da Polícia Civil o comando sobre quem investiga, entre outras coisas, seus próprios atos.
O deputado Campos Machado, da base aliada do governo tucano em São Paulo, tem fortes ligações com a Polícia Civil, da qual se apresenta, em seu site oficial, como "eterno amigo", e patrocinou o escandaloso projeto, argumentando que a transferência da Corregedoria para o gabinete do secretário é inconstitucional, uma vez que foi feita por decreto do governador e não por lei. Por detrás desse argumento formal há um amplo leque de razões, que vão desde o desconforto dos maus policiais com o rigor do trabalho saneador dos corregedores, até a insatisfação generalizada dos policiais civis com os salários que recebem. E tem também peso importante o corporativismo: muitos policiais civis se sentem diminuídos com o fato de a Corregedoria da Polícia Militar (PM) permanecer subordinada ao comando da PM, enquanto a deles responde ao secretário. Da mesma forma que não lhes agrada o fato de o severo secretário de Segurança ser egresso das fileiras da PM paulista.
A até agora frustrada tramitação na Assembleia desse projeto de lei que visa a reprimir o combate às transgressões de policiais civis mobilizou também a bancada oposicionista do PT na Assembleia Legislativa, que sob o comando de seu líder, Ennio Tatto, e do presidente estadual da legenda, deputado Edinho Silva, deu 11 dos 24 votos favoráveis registrados na votação da semana passada. Frustrada essa tentativa de criar problemas para o governo tucano e diante da repercussão negativa dos acontecimentos, Edinho Silva encaminhou nota oficial à revista Veja, que denunciara a manobra, pretendendo "corrigir" as informações: o PT dá "total apoio ao mérito das mudanças provocadas pelo atual secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto", mas não concorda "com o vício de iniciativa", pois "o Executivo jamais poderia criar um órgão público sem a aprovação do Legislativo". Quer dizer: o PT apoia o combate às irregularidades policiais, mas, a pretexto de uma formalidade que não revela nenhuma intenção de corrigir, pretende anular o instrumento que deu eficiência à Corregedoria.
Apesar da pressão do deputado Campos Machado, seu tradicional aliado, o governador Geraldo Alckmin manifestou irrestrito apoio à subordinação da Corregedoria da Polícia Civil ao gabinete do secretário de Segurança. Só falta agora a Assembleia Legislativa encerrar definitivamente o assunto.
Desde 2009, quando foi transferida por decreto do então governador José Serra do âmbito da Delegacia-Geral da Polícia Civil para o gabinete do secretário de Segurança Pública, a Corregedoria da Polícia Civil intensificou seu trabalho de investigação dos desvios de conduta de maus policiais e o resultado é que nos últimos três anos, em comparação com o mesmo período anterior, aumentou em 60% o número de policiais demitidos pela prática de irregularidades. Foram 290 delegados de polícia, investigadores, escrivães e carcereiros expulsos da Polícia Civil de São Paulo desde 2009, num trabalho de saneamento que só tem sido possível porque, ao contrário do que ocorria na época em que estavam subordinados à Delegacia-Geral, os corregedores estão agora livres do constrangimento e do receio naturais de investigar autoridades superiores - isso quando não deparavam com a cabal proibição de promover investigações que feriam os interesses dos poderosos da Polícia. Com a vinculação da Corregedoria diretamente ao gabinete de um secretário de Segurança reconhecidamente rigoroso em questões disciplinares, esses problemas desapareceram e os resultados não demoraram a surgir.
Na semana passada, um projeto de autoria do deputado Campos Machado (PTB), destinado a restabelecer a subordinação da Corregedoria à Delegacia-Geral, foi derrotado em primeira votação na Assembleia Legislativa e não foi votado no dia seguinte por falta de quórum. Se prevalecer o bom senso e o espírito público entre os deputados, a matéria não voltará à pauta, uma vez que seu objetivo, óbvio e indecoroso, é devolver à chefia da Polícia Civil o comando sobre quem investiga, entre outras coisas, seus próprios atos.
O deputado Campos Machado, da base aliada do governo tucano em São Paulo, tem fortes ligações com a Polícia Civil, da qual se apresenta, em seu site oficial, como "eterno amigo", e patrocinou o escandaloso projeto, argumentando que a transferência da Corregedoria para o gabinete do secretário é inconstitucional, uma vez que foi feita por decreto do governador e não por lei. Por detrás desse argumento formal há um amplo leque de razões, que vão desde o desconforto dos maus policiais com o rigor do trabalho saneador dos corregedores, até a insatisfação generalizada dos policiais civis com os salários que recebem. E tem também peso importante o corporativismo: muitos policiais civis se sentem diminuídos com o fato de a Corregedoria da Polícia Militar (PM) permanecer subordinada ao comando da PM, enquanto a deles responde ao secretário. Da mesma forma que não lhes agrada o fato de o severo secretário de Segurança ser egresso das fileiras da PM paulista.
A até agora frustrada tramitação na Assembleia desse projeto de lei que visa a reprimir o combate às transgressões de policiais civis mobilizou também a bancada oposicionista do PT na Assembleia Legislativa, que sob o comando de seu líder, Ennio Tatto, e do presidente estadual da legenda, deputado Edinho Silva, deu 11 dos 24 votos favoráveis registrados na votação da semana passada. Frustrada essa tentativa de criar problemas para o governo tucano e diante da repercussão negativa dos acontecimentos, Edinho Silva encaminhou nota oficial à revista Veja, que denunciara a manobra, pretendendo "corrigir" as informações: o PT dá "total apoio ao mérito das mudanças provocadas pelo atual secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto", mas não concorda "com o vício de iniciativa", pois "o Executivo jamais poderia criar um órgão público sem a aprovação do Legislativo". Quer dizer: o PT apoia o combate às irregularidades policiais, mas, a pretexto de uma formalidade que não revela nenhuma intenção de corrigir, pretende anular o instrumento que deu eficiência à Corregedoria.
Apesar da pressão do deputado Campos Machado, seu tradicional aliado, o governador Geraldo Alckmin manifestou irrestrito apoio à subordinação da Corregedoria da Polícia Civil ao gabinete do secretário de Segurança. Só falta agora a Assembleia Legislativa encerrar definitivamente o assunto.
PROTESTO PM EM TRÊS RODOVIAS GAÚCHAS
Três rodovias gaúchas são alvo de protestos de PMs. Manifestações ocorreram na BR 290, na BR 386 e na BR 471 - CORREIO DO POVO, 30/08/2011 12:18
Chega a três o número de rodovias interrompidas por protestos nesta terça-feira, no Rio Grande do Sul. Além da BR 471, em Santa Vitória do Palmar, e da BR 386 em Canoas, a BR 290, em Alegrete, também foi alvo de manifestação. O km 570 foi bloqueado com pneus queimados por volta das 4h. Duas faixas reivindicando melhor remuneração para os policias militares foram deixadas no local. Em uma delas, estava escrito: “Salário digno. Cumpra sua promessa BM”. No outro, a frase era: “Pior salário do Brasil, que vergonha”.
Em Santa Vitória do Palmar, no Sul do Estado, foram encontradas faixas e uma camiseta da Brigada Militar (BM) com os dizeres: "BM, 173 anos e o pior salário do Brasil". O trânsito ficou em meia pista por cerca de 15 minutos no km 665 da BR 471.
Em Canoas, na Região Metropolitana, o protesto ocorreu no km 441,7 da BR 386. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 15 pneus queimavam obstruindo totalmente o trânsito por volta das 4h desta terça-feira.
No local foram deixados cartazes com os dizeres “ BM/RS O pior salário do Brasil, PEC 300 já “ e “Realmente governador, eles tem um salário vergonhoso“. A rodovia ficou bloqueada por cerca de uma hora até a total limpeza com o auxílio do corpo de bombeiros.
EXCESSOS FARDADOS
EDITORIAL ZERO HORA 30/08/2011
A campanha por melhores salários de integrantes da Brigada Militar, que poderia se constituir numa mobilização legítima e com o apoio da sociedade, acabou se desviando para uma sucessão de episódios que não condizem com a atuação de servidores aos quais compete, entre outras atribuições, justamente a de zelar pela ordem pública. A tática adotada, com a queima de pneus para dificultar ou impedir o trânsito de veículos em vários pontos do Estado, é condenável sob todos os aspectos. Os atos configuram indisciplina interna e desafiam a hierarquia de uma força policial. Atentam contra as normas da instituição, desrespeitam comandos e, o que é mais grave, comprometem a reputação da BM.
Mas as manifestações não são apenas uma afronta sob o ponto de vista da tropa. Representam desserviço para a sociedade e um péssimo exemplo, levando-se em conta o histórico da Brigada e a reputação de uma organização dedicada ao policiamento ostensivo, que tem, pela natureza de suas tarefas, contato direto com a população. O que surpreende nas atitudes dos coordenadores dos protestos é que as sabotagens ao trânsito se repetem, apesar de uma trégua firmada entre o governo do Estado e a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho, mesmo que oficialmente a entidade não reconheça a autoria dos atos.
Observe-se que a própria associação diz desconhecer os envolvidos na formação de barreiras de pneus queimados, que voltaram a ocorrer nos últimos dias, e também o comando da Brigada até o momento não apontou responsáveis, por falta de competência para elucidar os fatos ou por falta de disposição.
A situação salarial, em especial de soldados e cabos da Brigada, enfrenta de fato defasagem e não condiz com a importância dos serviços prestados pelos policiais militares. Se a reivindicação por melhor remuneração fosse encaminhada pelas vias convencionais, outros setores da sociedade certamente apoiariam a demanda, como ocorre eventualmente com as demais categorias de servidores públicos. A viabilidade de um reajuste depende do Estado, ao qual cabe tomar decisões a partir das disponibilidades financeiras e das prioridades. O que não pode continuar ocorrendo é a radicalização de um movimento com ações delituosas.
Resposta da ABAMF a matéria da Zero Hora ” Excessos Fardados” - PORTAL DA ABAMF, agosto 30, 2011
Durante as últimas semanas temos acompanhado na imprensa a polêmica reivindicação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar. Sou policial militar a 21 anos e gostaria de expor minha opinião sobre tão polêmico problema.
Concordo com tudo que vem sendo dito que os integrantes da Brigada Militar não deveriam estar agindo da maneira que estão agindo, causando transtornos a sociedade que devem proteger. Porém, atento para a seguinte situação, estamos há 14 anos sem reajuste real de salário, quando ingressei na Brigada Militar recebia um soldo de sete salários e meio o que hoje seria a importância de R$ 4.087,50 (base o salário nacional R$ 545,00), hoje ganho dois salários e meio apenas R$ 1.332,87 tendo uma perda real de salário de aproximadamente 67%.
Fui vice-presidente da ABAMF Regional Passo Fundo e sou obrigado a discordar do Sr JOSÉ LUÍS COSTA repórter da Zero Hora que diz em uma parte de sua reportagem de título “Excessos fardados”: …Se a reivindicação por melhor remuneração fosse encaminhada pelas vias convencionais, outros setores da sociedade certamente apoiariam a demanda, como ocorre eventualmente com as demais categorias de servidores públicos.
Infelizmente a classe dos Servidores da Segurança Pública não tem voz, somos um elefante amarrado em um pé de alface, pois devido às sanções disciplinares de nosso regime temos que esperar pelo bel prazer dos governantes nos darem aumento de salário, o que não ocorre há muito tempo apenas reposição de perdas que não são suficientes para suprir nossas necessidades.
Trago ainda outro ponto para discução uma grande parte dos servidores moram em locais incompatíveis com a função que exercem, tendo que conviver no mesmo local que vivem as pessoas que tem que prender no dia a dia do trabalho. Quando sai para trabalhar é obrigado a ocultar que é policial para zelar pelo bem estar de sua família. Pergunto-vos, que tipo de segurança a população quer ter? Uma polícia incluída ou excluída da sociedade. Infelizmente hoje, temos uma polícia excluída da sociedade, pois, temos que fazer “bico” para dar uma vida mais digna para nossa família.
Somos uma classe que ainda sofremos as conseqüências pós Ditadura Militar, devido ao golpe militar os governantes com medo que ocorra novamente, estão desestruturando as polícias, acabando com a auto-estima dos servidores, pondo a população contra as instituições devido não enviarem material para realização de um trabalho de qualidade. A população não culpa o governo quando uma viatura não chega para atender uma ocorrência ela culpa a Brigada Militar a Policia Civil.
Para finalizar, vejo vários colegas perderem a vida por um salário que não condiz com nossa profissão, o que mais me entristece é velos morrer por causa de alguns trocados da população e ouvir dizerem “não fizeram mais que sua obrigação”, é ver meus colegas não verem seus filhos crescerem, pois, são obrigados a se privarem do convívio familiar para dar uma vida melhor para a família, é ver vereadores se darem 74% de aumento, é ver ser desviado milhões dos cofres públicos e ninguém ser preso, é ver que devido a morte de uma juíza está sendo feito uma mobilização para protegê-los e em contra partida morrem vários policiais e ninguém faz nada.
É errado o que está sendo feito, porém, infelizmente só assim seremos notados pela população.
A campanha por melhores salários de integrantes da Brigada Militar, que poderia se constituir numa mobilização legítima e com o apoio da sociedade, acabou se desviando para uma sucessão de episódios que não condizem com a atuação de servidores aos quais compete, entre outras atribuições, justamente a de zelar pela ordem pública. A tática adotada, com a queima de pneus para dificultar ou impedir o trânsito de veículos em vários pontos do Estado, é condenável sob todos os aspectos. Os atos configuram indisciplina interna e desafiam a hierarquia de uma força policial. Atentam contra as normas da instituição, desrespeitam comandos e, o que é mais grave, comprometem a reputação da BM.
Mas as manifestações não são apenas uma afronta sob o ponto de vista da tropa. Representam desserviço para a sociedade e um péssimo exemplo, levando-se em conta o histórico da Brigada e a reputação de uma organização dedicada ao policiamento ostensivo, que tem, pela natureza de suas tarefas, contato direto com a população. O que surpreende nas atitudes dos coordenadores dos protestos é que as sabotagens ao trânsito se repetem, apesar de uma trégua firmada entre o governo do Estado e a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho, mesmo que oficialmente a entidade não reconheça a autoria dos atos.
Observe-se que a própria associação diz desconhecer os envolvidos na formação de barreiras de pneus queimados, que voltaram a ocorrer nos últimos dias, e também o comando da Brigada até o momento não apontou responsáveis, por falta de competência para elucidar os fatos ou por falta de disposição.
A situação salarial, em especial de soldados e cabos da Brigada, enfrenta de fato defasagem e não condiz com a importância dos serviços prestados pelos policiais militares. Se a reivindicação por melhor remuneração fosse encaminhada pelas vias convencionais, outros setores da sociedade certamente apoiariam a demanda, como ocorre eventualmente com as demais categorias de servidores públicos. A viabilidade de um reajuste depende do Estado, ao qual cabe tomar decisões a partir das disponibilidades financeiras e das prioridades. O que não pode continuar ocorrendo é a radicalização de um movimento com ações delituosas.
Resposta da ABAMF a matéria da Zero Hora ” Excessos Fardados” - PORTAL DA ABAMF, agosto 30, 2011
Durante as últimas semanas temos acompanhado na imprensa a polêmica reivindicação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar. Sou policial militar a 21 anos e gostaria de expor minha opinião sobre tão polêmico problema.
Concordo com tudo que vem sendo dito que os integrantes da Brigada Militar não deveriam estar agindo da maneira que estão agindo, causando transtornos a sociedade que devem proteger. Porém, atento para a seguinte situação, estamos há 14 anos sem reajuste real de salário, quando ingressei na Brigada Militar recebia um soldo de sete salários e meio o que hoje seria a importância de R$ 4.087,50 (base o salário nacional R$ 545,00), hoje ganho dois salários e meio apenas R$ 1.332,87 tendo uma perda real de salário de aproximadamente 67%.
Fui vice-presidente da ABAMF Regional Passo Fundo e sou obrigado a discordar do Sr JOSÉ LUÍS COSTA repórter da Zero Hora que diz em uma parte de sua reportagem de título “Excessos fardados”: …Se a reivindicação por melhor remuneração fosse encaminhada pelas vias convencionais, outros setores da sociedade certamente apoiariam a demanda, como ocorre eventualmente com as demais categorias de servidores públicos.
Infelizmente a classe dos Servidores da Segurança Pública não tem voz, somos um elefante amarrado em um pé de alface, pois devido às sanções disciplinares de nosso regime temos que esperar pelo bel prazer dos governantes nos darem aumento de salário, o que não ocorre há muito tempo apenas reposição de perdas que não são suficientes para suprir nossas necessidades.
Trago ainda outro ponto para discução uma grande parte dos servidores moram em locais incompatíveis com a função que exercem, tendo que conviver no mesmo local que vivem as pessoas que tem que prender no dia a dia do trabalho. Quando sai para trabalhar é obrigado a ocultar que é policial para zelar pelo bem estar de sua família. Pergunto-vos, que tipo de segurança a população quer ter? Uma polícia incluída ou excluída da sociedade. Infelizmente hoje, temos uma polícia excluída da sociedade, pois, temos que fazer “bico” para dar uma vida mais digna para nossa família.
Somos uma classe que ainda sofremos as conseqüências pós Ditadura Militar, devido ao golpe militar os governantes com medo que ocorra novamente, estão desestruturando as polícias, acabando com a auto-estima dos servidores, pondo a população contra as instituições devido não enviarem material para realização de um trabalho de qualidade. A população não culpa o governo quando uma viatura não chega para atender uma ocorrência ela culpa a Brigada Militar a Policia Civil.
Para finalizar, vejo vários colegas perderem a vida por um salário que não condiz com nossa profissão, o que mais me entristece é velos morrer por causa de alguns trocados da população e ouvir dizerem “não fizeram mais que sua obrigação”, é ver meus colegas não verem seus filhos crescerem, pois, são obrigados a se privarem do convívio familiar para dar uma vida melhor para a família, é ver vereadores se darem 74% de aumento, é ver ser desviado milhões dos cofres públicos e ninguém ser preso, é ver que devido a morte de uma juíza está sendo feito uma mobilização para protegê-los e em contra partida morrem vários policiais e ninguém faz nada.
É errado o que está sendo feito, porém, infelizmente só assim seremos notados pela população.
O PIOR SALÁRIO - PROTESTOS FORA DE CONTROLE
Protestos com queima de pneus bloqueiam pelo menos três rodovias nesta madrugada no RS. Bloqueios ocorreram na BR-386, em Canoas, na BR-290, em Alegrete, e na BR-471, em Santa Vitória do Palmar - ZERO HORA, 30/08/2011, 08h10min
Pelo menos três bloqueios com queima de pneus em rodovias foram registrados entre a noite de segunda-feira e esta madrugada no Estado.
A BR-386 ficou completamente bloqueada em Canoas, na Região Metropolitana, por uma pilha de pneus que foram incendiados por volta das 4h. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou a liberação da pista cerca de 45 minutos depois do incidente.
Em Alegrete, na Fronteira Oeste, o protesto ocorreu no Km 571 da BR-290. A rodovia não chegou a ser bloqueada, mas pneus também foram queimados. Já na BR-471, em Santa Vitória do Palmar, na Região Sul, o bloqueio ocorreu na noite de segunda-feira.
A onda de bloqueios de rodovias com pneus em chamas aumentou a tensão em torno da negociação salarial entre governo e a entidade que representa os soldados da Brigada Militar.
Depois de apoiar sete protestos e acertar uma trégua, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa servidores de nível médio da BM, perdeu o controle sobre os incendiários que voltaram a trancar estradas.
Na sexta-feira, em reunião no Piratini, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, empenhou a palavra, garantindo o fim das manifestações, pelo menos, até o próximo encontro com o governo, agendado para a tarde de quarta-feira.
Entidade que representa PMs perde o controle sobre protestos em rodovias por aumento salarial. Incendiários voltaram a trancar estradas na madrugada desta segunda-feira em Lajeado e em Santiago - José Luís Costa, 30/08/2011 | 03h44min
Uma nova onda de bloqueios de rodovias com pneus em chamas surpreendeu o Palácio Piratini e a Brigada Militar (BM) e aumentou a tensão em torno da negociação salarial entre governo e a entidade que representa os soldados da corporação.
Depois de apoiar sete protestos e acertar uma trégua, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa servidores de nível médio da BM, perdeu o controle sobre os incendiários que voltaram a trancar estradas na madrugada desta segunda-feira em Lajeado e em Santiago.
Na sexta-feira, em reunião no Piratini, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, empenhou a palavra, garantindo o fim das manifestações, pelo menos, até o próximo encontro com o governo, agendado para amanhã à tarde.
Durante o final de semana, Lucas percorreu 22 cidades do Interior, tentando sensibilizar colegas e representantes da Abamf a evitarem novos protestos.
— Não sabemos de onde partiram essas coisas. Pedimos uma trégua — garantiu Lucas, se dizendo surpreso.
Por se tratar de parte de um movimento nacional por melhores salários a PMs, os protestos podem estar sendo articulados de forma independente à Abamf. Nos quartéis, há temor de que as manifestações tenham efeito contrário do esperado pelos servidores.
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011
O PIOR SALÁRIO - MAIS DUAS BARREIRAS COM PNEUS QUEIMADOS
Mais duas barrreiras com pneus queimados são encontradas no Estado. Protestos por melhores salários para PMs ocorreram em Santiago e Lajeado - CORREIO DO POVO ONLINE, 29/08/2011 10:56
A série de protesto por melhores salários para policiais militares (PMs) segue no Rio Grande do Sul. Mais duas barreiras com pneus queimados foram encontradas na madrugada desta segunda-feira em duas rodovias do Estado. A primeira foi localizada em Santiago, no Centro, no km 402 da BR 287. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrou a segunda às 3h, em Lajeado, no Vale do Taquari, no km 337 da BR 386.
De acordo com o presidente da Associação Beneficente "Antonio Mendes Filho" dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (BM), Leonel Lucas, também foram encontrados cartazes e faixas pedindo melhores salários aos policiais militares. O dirigente informou que já conversou com as lideranças da Brigada Militar (BM) e havia pedido uma trégua até esta quarta-feira. "Desconheço a autoria desses protestos. Acredito que a queima de pneus não tenha sido feita por policiais da ativa nem por aqueles que estão aposentados", afirmou. "Penso que estão tentando desarticular o diálogo que estava estabelecido com o Governo do Estado", acrescentou.
O Comandante Geral da Brigada Militar, Coronel Sérgio Roberto Abreu, também não sabe a autoria dos novos protestos e afirmou que a investigação sobre as barricadas deve ser atribuída à Polícia Federal porque ocorrem em rodovias federais. "O Comando vem negociando com o Governo do Estado. Não entendo a razão dessas medidas tão radicais e duvido que tenham sido feitas por policiais militares. Talvez esse protesto seja de um grupo que quer se aproveitar da situação", explicou.
Mais de dez protestos
Já passa de dez o número de protestos por melhores salários para a BM, no Estado, neste mês. Somente na última sexta-feira, foram quatro registros. Um deles ocorreu em Gravataí, no km 18 da ERS 118, próximo à entrada para o Campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Em seguida, pneus foram queimados na avenida Getúlio Vargas, em frente à prefeitura de Alvorada.
A terceira barricada ocorreu no km 26 da BR 392, em Rio Grande, na zona Sul do Estado. A Polícia Rodoviária Federal informou que houve bloqueio total da pista por uma hora. Por volta das 5h, manifestantes atearam fogo a pneus no km 107 da BR 158, em Palmeira das Missões.
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O PIOR SALÁRIO - PROTESTOS NAS ESTRADAS CONTINUAM
Protestos nas estradas continuam apesar de promessa de trégua dos policiais militares. Autoria das manifestações é atribuída a policiais em campanha salarial - ZERO HORA ONLINE, 29/08/2011
Novos protestos com pneus queimados em rodovias foram registrados na madrugada de segunda-feira.
Em Lajeado, os bombeiros precisaram ser chamados às 2h20min, no km 337 da rodovia Lajeado — Porto Alegre (BR-386). Sobre parte da via queimavam 10 pneus, obrigando os veículos a trafegarem em meia-pista. Ao lado dos pneus, uma faixa estendida falava do salário dos policiais militares no Vale do Taquari, remetendo o protesto aos outros feitos no Estado, que reivindicam aumento salarial aos policiais.
Depois de 35 minutos de trabalho os bombeiros e policiais rodoviários federais conseguiram liberar a rodovia. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Lajeado.
O segundo caso foi registrado logo depois da meia-noite, em Santiago, na Região Central, no km 402 da rodovia Santiago — São Borja (BR-287). Os pneus colocados no centro da pista foram queimados, deixando no entanto, passagem pelas laterais para os veículos.
Bombeiros de Santiago foram chamados para apagar o fogo. Esta manhã os policiais rodoviários federais registraram o caso na Delegacia de Polícia da cidade.
Os bloqueios interromperam a trégua prometida pelos PMs na sexta-feira, enquanto fosse realizada a negociação salarial. A Associação de Cabos e soldados da BM disse que desconhece a autoria dos protestos e está respeitando acordo com o Piratini.
Outros ataques:
Na madrugada da última quarta-feira, três rodovias gaúchas foram alvo de queima de pneus. A autoria das manifestações é atribuída a policiais militares em campanha salarial.
O fogo produzido pela queima de pneus às margens da rodovia Erechim — Concórdia (BR-153) também surpreendeu os motoristas que passavam pela via às 4h30min desta quarta-feira. Ao lado, uma faixa de protesto reclamava do salário pago aos policiais militares.
Fogo não chegou a interromper o trânsito em Erechim. Foto: Alderi Bertuzzi
A rodovia Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) ficou interditada por uma hora, no km 232, em Estância Velha. Os pneus, espalhados por toda a extensão da rodovia pegaram fogo desde as 5h da manhã. Ao lado dos pneus, uma faixa estendida fazia referência ao piso salarial nacional dos policiais militares.
Pneus foram queimados também em Estância Velha. Foto: PRF, Divulgação
Em Santa Rosa, no noroeste do Estado, pneus foram incendiados por volta das 23h de terça-feira. O fogo provocou bloqueio da ERS-344, no km 46, saída para Giruá. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o trânsito ficou interrompido por cerca de 1h30min. Na entrada da cidade, uma faixa alerta para os baixos salários recebidos pelos policiais militares no Estado.
Faixa foi colocada na entrada de Santa Rosa. Foto: Frani Centenaro
Na última segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
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A INJUSTIÇA DO ABANDONO
“Ave, César, morituri te salutant” (Saudação dos Gladiadores)
Os vários protestos utilizando pneus queimados nas rodovias dos principais acessos ao Rio Grande do Sul com faixas se referindo ao pior salário policial do Brasil recebido pelas praças da Brigada Militar espelham um descaso insofismável dos governantes contra a família brigadiana e contra a segurança do povo gaúcho. Enquanto deputados, secretários e cargos comissionados estabelecem salários altos e reajustes privilegiados, homens e mulheres da educação, da saúde e da segurança têm de fazer tudo o que é tipo de atos para mostrar ao governo e à sociedade suas angústias e necessidades, com impotência e limitações para pressionar que os “nobres” do poder não têm.
O caso dos pneus com faixas e o aparecimento de lideranças paralelas nos militares estaduais, tanto praças como oficiais, refletem uma autofagia de uma corporação bicentenária e tida como exemplo de disciplina e dedicação ao dever. Estes fatos revelam o clima de tristeza, desânimo, descrédito e desmotivação dos militares estaduais para com seus comandantes, líderes sociais e governantes. E estes fatos nos levam à reflexão das causas que fomentam motins, indisciplina e insubordinação militar.
Podemos lembrar o movimento da legalidade onde as praças do Exército e da Aeronáutica se revoltaram e detiveram ameaças de bombardeios e ataques contra irmãos que defendiam o Piratini. No motim, entre os sargentos do Exército, estava um irmão do meu pai que mais tarde, como castigo, foi para a reserva compulsoriamente, como foram outros que o acompanharam naquela aventura justa e solidária. Outros motins podem ser lembrados como a revolta da chibata (1910) e o tenentismo (década de 20) repercutiram em todo o Brasil, ocorrendo punições, mortes e consequências graves para os envolvidos. Em 1997, eclodiu a mais profunda crise na PMMG com um movimento grevista por melhores salários, seguido por outras polícias militares no Brasil. Aqui, em várias cidades gaúchas, oficiais tiveram que assumir postos de policiamento, guarnições de viaturas e guarda de presídios no lugar de praças que faltaram ao serviço por conta de uma greve branca, com várias transgressões que foram relevadas e anistiadas na justiça com apoio político.
Quando foi conquistada a paridade salarial entre oficiais e delegados de Polícia, o governador e legisladores, por conta de privilégios de alguns interessados, abandonaram os capitães, posto inicial da carreira do quadro de nível superior da Brigada Militar, em relação aos delegados de primeira classe, e até hoje há uma disparidade salarial enorme entre estes dois cargos policiais. Esta mesma postura divisionária estabeleceu requisitos diferenciados para o ingresso no cargo de escrivão e inspetor de Polícia Civil (curso superior) e sargento da Brigada Militar (ensino médio).
No ano passado, oficiais da BM da ativa e da reserva tiverem que reagir e, pela primeira vez na história, em massa se dirigiram até os gabinetes dos líderes de bancada da AL-RS para resgatar um direito que foi dado aos delegados e negado aos oficiais. Naquele dia, os governantes sinalizavam que não iriam atender as reivindicações e que o direito seria repassado para os quadros de nível médio, gerando afrontas e atritos entre as categorias militares, e desconforto e animosidade dentro dos quartéis da Brigada Militar. Tudo isto, por terem rejeitado um projeto elaborado pelo Comandante Geral que estabelecia ganhos justos para todas as categorias. Além de rejeitar a proposta do comando, o Governo entregou nas mãos dos parlamentares a solução das questões salariais para que fossem tratadas de maneira partidária e diretamente com as categorias, esquecendo os princípios, a formatação e o comando da corporação militar.
Com salários defasados, abandonados pelos seus governantes e descrentes da liderança política do Comando Geral em defender seus direitos, justiça salarial e dignidade, os brigadianos se vêem obrigados a abandonar a dedicação exclusiva prevista em lei para vender folgas, lazer e tempo com a família para um emprego extra (o “bico”), às vezes suspeito, em detrimento da saúde, da segurança pessoal e de fatores que abrem portas para o aliciamento criminoso e corruptor de interesses e pessoas mal intencionadas.
A grandeza, o espírito, os deveres e os princípios militares impedem reclamações externas, desobediência, insubordinação, afastamento do local de trabalho, desrespeito à autoridade, desapreço à liderança de seus comandantes e comportamentos não regulamentares. O militar estadual, assim com os federais, são impedidos pela constituição de fazerem greve, um direito garantido aos civis e utilizado para obter benefícios, melhoria de condições de trabalho, salários condizentes e protestar contra algo considerado injusto ou desfavorável.
Estabelecendo uma análise do passado e o momento atual, verificamos que os próprios governantes, com suas retóricas e políticas partidárias, demagógicas e antimilitares, se encarregaram de enfraquecer as bases da disciplina e da hierarquia que desmoralizam os gestores militares e dificultam o controle e a ação de comando. E paralelo a isto, crescendo o descontentamento com as políticas injustas e do abandono crescente e insuportável que afetam a dignidade, a família, a saúde, o valor e a autonomia financeira, não há ser humano, mesmo limitado pelo regramento rigoroso, na sua mais perfeita racionalidade que não se revolta.
Não se pode tapar o sol com peneira e nem ficar calado e omisso diante deste cenário perigoso estimulado pelos “vergonhosos salários” pagos pelo Governo do RS, um dos Estados mais ricos do Brasil, aos militares estaduais que, discriminados e aviltados, são tratados como servos gladiadores que colocam a vida em risco em combates contra o crime para o deleite de políticas demagógicas e falaciosas de segurança pública, e que são entregues a uma rotina estafante para atender as demandas de policiamento, bombeiro e prisional, impostas sem a valorização devida e sem um pagamento justo e digno da sua bravura, dedicação e importância social.
E contra isso, não há comando, lei ou autoridade militar que domine.
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domingo, 28 de agosto de 2011
ESTREBUCHA
MARCOS ROLIM, JORNALISTA, ZERO HORA 28/08/2011
O que entendemos por “violência” depende, em larga medida, dos valores morais que temos e de nossa sensibilidade. O que para uns aparece inequivocamente como violência, para outros pode ser identificado como prática “normal” ou justificável. Outro dia, assisti a uma entrevista ilustrativa realizada pela BBC com um senhor, negro, morador da periferia de Londres (disponível em: http://bit.ly/onM2Ij). A jornalista faz a entrevista do estúdio da TV britânica e quer saber o quanto o entrevistado está chocado com a rebelião dos jovens que incendiaram prédios e produziram saques. Esta era a sua “pauta”: entrevistar um morador “respeitável” que pudesse relatar seu espanto e indignação com a atitude dos jovens. O que ocorre, entretanto, é algo surpreendente: o senhor negro declara não estar chocado com os acontecimentos. Afirma que reside no bairro há décadas e que, ao longo de toda a sua vida, tem sido testemunha da forma desrespeitosa e abusiva como a polícia trata os jovens da região.
Relata que seu filho e seu neto são abordados várias vezes pelo simples fato de serem negros e que a revolta eclodiu quando a polícia estourou a cabeça de um rapaz. A jornalista, então, afirma impaciente: “Isto precisará ainda ser provado, precisamos aguardar a conclusão do inquérito”. O entrevistado segue explicando por que, em sua opinião, a revolta se justificava, quando a jornalista o interrompe perguntando: “O senhor está envolvido com a revolta?”. É impressionante a assimetria das perspectivas e penso que essa entrevista deveria ser exibida nos cursos de jornalismo em todo o mundo, senão por outro motivo, para se mostrar o que um profissional da área não deve fazer.
Esta semana, um vídeo com cenas de 2008 veio a público, mostrando policiais militares de São Paulo se omitindo de prestar socorro a dois jovens baleados. Um deles morreu, o outro prestou depoimento recentemente à Corregedoria. Os dois teriam assaltado uma metalúrgica quando foram baleados pelo segurança. O vídeo mostra um dos policiais dizendo:
“Estrebucha, estrebucha, vai”. Outro comenta: “Não morreu ainda?”. Não sei qual a reação da pessoas diante desse episódio. Mas imagino que o vídeo não deva produzir verdadeira indignação. No senso comum, a mensagem neutralizadora aparece como: “Afinal, eram assaltantes, não eram?”. Sim, e por isso devemos concordar com o fato de os policiais – 10 ao todo – terem se divertido com a agonia dos baleados? A condição dos feridos – a de suspeitos – autorizaria os agentes encarregados de cumprir a lei a ignorá-la solenemente? Deveríamos, afinal, conferir aos policiais o mandato de decidir sobre a vida de suspeitos imobilizados? Boa parte dos brasileiros entende que sim, que seria desejável que a polícia tivesse esse mandato. Por esse caminho, seguimos alimentando a disposição delinquente que amaldiçoa o país e raciocinando com os mesmos termos empregados por aqueles que vivem à margem da lei. Reside aqui o maior desafio para a segurança pública brasileira, exatamente aquele que – por todas as informações disponíveis – não será enfrentado tão cedo.
SENTI VERGONHA PELOS MEUS LEITORES - FOLHA.COM, 29/08/2011 - 07h53
Gilberto Dimenstein - integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.
Escrevi aqui sobre o horror que foram as cenas do homem espumando e um policial gritando "estrebucha, filho da puta". As reações foram tão violentas de apoio a essa óbvia barbárie que, depois de ler os comentários, não me senti agredido pelos mais diversos ataques. Senti vergonha por muitos dos leitores, incapazes de discernir o papel da polícia e a conduta de um servidor público.
O grave disso tudo --o mais grave disso tudo, aliás-- é como a violência vai banalizando tudo e todos, colocando pessoas honestas e marginais quase no mesmo barco, no desrespeito à lei.
Felizmente (pelo menos nas aparências) o comando da PM decidiu tomar providência e anunciar (pelo menos aparentemente) punições, mostrando que a cúpula não aceita esse tipo de atitude.
Quando não há respeito aos direitos humanos aos marginais, mais cedo ou mais tarde não haverá respeito a ninguém.
O que entendemos por “violência” depende, em larga medida, dos valores morais que temos e de nossa sensibilidade. O que para uns aparece inequivocamente como violência, para outros pode ser identificado como prática “normal” ou justificável. Outro dia, assisti a uma entrevista ilustrativa realizada pela BBC com um senhor, negro, morador da periferia de Londres (disponível em: http://bit.ly/onM2Ij). A jornalista faz a entrevista do estúdio da TV britânica e quer saber o quanto o entrevistado está chocado com a rebelião dos jovens que incendiaram prédios e produziram saques. Esta era a sua “pauta”: entrevistar um morador “respeitável” que pudesse relatar seu espanto e indignação com a atitude dos jovens. O que ocorre, entretanto, é algo surpreendente: o senhor negro declara não estar chocado com os acontecimentos. Afirma que reside no bairro há décadas e que, ao longo de toda a sua vida, tem sido testemunha da forma desrespeitosa e abusiva como a polícia trata os jovens da região.
Relata que seu filho e seu neto são abordados várias vezes pelo simples fato de serem negros e que a revolta eclodiu quando a polícia estourou a cabeça de um rapaz. A jornalista, então, afirma impaciente: “Isto precisará ainda ser provado, precisamos aguardar a conclusão do inquérito”. O entrevistado segue explicando por que, em sua opinião, a revolta se justificava, quando a jornalista o interrompe perguntando: “O senhor está envolvido com a revolta?”. É impressionante a assimetria das perspectivas e penso que essa entrevista deveria ser exibida nos cursos de jornalismo em todo o mundo, senão por outro motivo, para se mostrar o que um profissional da área não deve fazer.
Esta semana, um vídeo com cenas de 2008 veio a público, mostrando policiais militares de São Paulo se omitindo de prestar socorro a dois jovens baleados. Um deles morreu, o outro prestou depoimento recentemente à Corregedoria. Os dois teriam assaltado uma metalúrgica quando foram baleados pelo segurança. O vídeo mostra um dos policiais dizendo:
“Estrebucha, estrebucha, vai”. Outro comenta: “Não morreu ainda?”. Não sei qual a reação da pessoas diante desse episódio. Mas imagino que o vídeo não deva produzir verdadeira indignação. No senso comum, a mensagem neutralizadora aparece como: “Afinal, eram assaltantes, não eram?”. Sim, e por isso devemos concordar com o fato de os policiais – 10 ao todo – terem se divertido com a agonia dos baleados? A condição dos feridos – a de suspeitos – autorizaria os agentes encarregados de cumprir a lei a ignorá-la solenemente? Deveríamos, afinal, conferir aos policiais o mandato de decidir sobre a vida de suspeitos imobilizados? Boa parte dos brasileiros entende que sim, que seria desejável que a polícia tivesse esse mandato. Por esse caminho, seguimos alimentando a disposição delinquente que amaldiçoa o país e raciocinando com os mesmos termos empregados por aqueles que vivem à margem da lei. Reside aqui o maior desafio para a segurança pública brasileira, exatamente aquele que – por todas as informações disponíveis – não será enfrentado tão cedo.
SENTI VERGONHA PELOS MEUS LEITORES - FOLHA.COM, 29/08/2011 - 07h53
Gilberto Dimenstein - integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.
Escrevi aqui sobre o horror que foram as cenas do homem espumando e um policial gritando "estrebucha, filho da puta". As reações foram tão violentas de apoio a essa óbvia barbárie que, depois de ler os comentários, não me senti agredido pelos mais diversos ataques. Senti vergonha por muitos dos leitores, incapazes de discernir o papel da polícia e a conduta de um servidor público.
O grave disso tudo --o mais grave disso tudo, aliás-- é como a violência vai banalizando tudo e todos, colocando pessoas honestas e marginais quase no mesmo barco, no desrespeito à lei.
Felizmente (pelo menos nas aparências) o comando da PM decidiu tomar providência e anunciar (pelo menos aparentemente) punições, mostrando que a cúpula não aceita esse tipo de atitude.
Quando não há respeito aos direitos humanos aos marginais, mais cedo ou mais tarde não haverá respeito a ninguém.
sábado, 27 de agosto de 2011
A PM QUE MATA E A PM QUE PROTEGE JUÍZES
Comprovação do envolvimento de policiais militares na morte de juíza carioca expõe a necessidade de o País mudar a forma de dar segurança a todos os cidadãos que lutam contra o crime organizado - Flávio Costa e Wilson Aquino - REVISTA ISTO É N° Edição: 2181, 27.Ago.11 - 14:41
Até a sexta-feira 26, a polícia do Rio de Janeiro havia identificado e prendido oito suspeitos, todos policiais militares do município de São Gonçalo (RJ), de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros, no dia 11 de agosto, na cidade. Isso ocorreu após o rastreamento de aparelhos celulares dos 91 policiais militares que respondem por crimes de homicídio na localidade. Foi constatado que alguns deles realizaram chamadas na noite do crime nas redondezas de onde a juíza foi assassinada. A notícia de que os algozes de Patrícia Acioli podem ser policiais militares não surpreende os magistrados brasileiros. “A maioria dos casos de execução ou planejamento de assassinato de juízes é realizada por PMs envolvidos com milícias. Esses policiais se consideram acima do Poder Judiciário”, diz a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça.
Os PMs sempre estiveram entre os principais suspeitos da morte da juíza, que condenou 60 deles nos últimos dez anos. Dos cartuchos apreendidos no local do crime, havia munição integrante do lote de 10 mil balas calibre 40, adquirido pela corporação. Metade desse lote foi justamente para o Batalhão de São Gonçalo. A polícia também refez os 35 quilômetros percorridos pela juíza, desde quando ela deixou o fórum da cidade até a chegada em casa. Imagens captadas por câmeras no trajeto, mostram dois homens de capacete e jaqueta em uma motocicleta preta de 125 cilindradas no encalço do carro da juíza. “As evidências indicam que ela foi morta pelo braço armado da sociedade com balas compradas com nosso dinheiro para proteger a sociedade”, afirma Técio Lins e Silva, advogado da família da vítima.
Este caso remete para a necessidade do País pensar uma forma de proteger os magistrados das varas criminais, promotores, testemunhas e todo o cidadão que luta contra o crime organizado. A segurança dessas pessoas nunca foi tratada com a seriedade que merece. Hoje, por exemplo, há 100 juízes ameaçados de morte e 42 trabalham com escolta permanente. Quem faz a segurança dos magistrados é a Polícia Federal, quando se trata de juízes federais, ou a própria PM, no caso de juízes estaduais, instituição que tem uma ativa banda podre.
Uma resolução do ano passado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) listou uma série de medidas a ser implementadas pelos tribunais para eliminar riscos para os juízes, além da criação de um Fundo Nacional de Segurança do Judiciário. Mas nada saiu do papel. “Não existe uma política nacional de proteção às autoridades da Justiça”, diz o desembargador Nelson Calandra, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros. Após a morte de Patrícia Acioli, uma comissão foi criada no CNJ para que, finalmente, um plano seja criado, em até 90 dias, e cumprido por todos os tribunais. “Um batalhão de elite precisa ser criado na PM de cada Estado e treinado especificamente para proteção das autoridades”, defende a corregedora Eliana Calmon.
O preço da atuação de um juiz rigoroso é a eterna vigilância. “Sempre fui extrovertido, brincalhão, não sou mais. Não frequento mais os mesmos bares, restaurantes. Praia, local de muito movimento, não vou. Só relaxo mesmo no Exterior”, lamenta o juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal de Bangu, incluído numa lista de 12 pessoas marcadas para morrer por grupos criminosos do Rio. Há 13 anos com escolta permanente da Polícia Federal, o juiz federal Odilon de Oliveira, de Mato Grosso do Sul, é o mais antigo magistrado brasileiro a viver vigiado. “É um quinto da minha vida”, diz ele. “É uma angústia muito grande.”
O juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, da 5ª Vara Criminal de Vitória, recebe periodicamente informes dos serviços policiais de inteligência sobre planos para executá-lo. Há nove anos, sua segurança está sob cuidados da PM capixaba. São 15 PMs que o protegem, a um custo mensal de cerca de R$ 40 mil. No início, a escolta de Ribeiro Lemos desconhecia as regras mais elementares de proteção. Ao acompanhar sua família, os PMs portavam ostensivamente as armas, chamando a atenção dos outros. “Procurei cursos junto a empresas de segurança particular para que eles fossem capacitados. Eu mesmo fiz um curso de defesa pessoal por conta própria”, diz Ribeiro Lemos. Qualquer pequeno ato do seu cotidiano tem que ser informado com antecedência à sua escolta. Os momentos de lazer são raros. Os filhos não vão às casas dos amigos da escola nem frequentam festas de aniversário. Diante da tensão diária, sua mulher chegou a dizer: “Tenho saudade do tempo que saía à rua com temor de ser assaltada”. É a vida sob o signo do medo.
BASE DA PM SOFRE O SEGUNDO ATAQUE EM 40 DIAS
BASE DA PM. Segundo ataque em 40 dias - DIÁRIO CATARINENSE, 27/08/2011
Pela segunda vez em 40 dias, a base da Polícia Militar em São José foi atacada. Foram pelo menos três tiros.Um soldado estava no local no momento dos disparos.
Dois homens numa moto seriam os autores. A PM acredita que um deles desceu do veículo e atirou porque as marcas ficaram bastante próximas.
– Por isso, dá a impressão que um deles desceu para atirar. Se tivessem passando e atirando, com o veículo em movimento, os tiros ficariam mais espaçados. Mas só a perícia pode apontar se foi isso mesmo o que aconteceu – afirmou o subcomandante do 7º Batalhão da PM, Marcos Vinícius Berdretshuck.
Após o ataque, a polícia fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi localizado. A PM também investiga se há relação entre os atentados e se esse último foi dirigido para o soldado de plantão ou apenas contra a base.
Pela segunda vez em 40 dias, a base da Polícia Militar em São José foi atacada. Foram pelo menos três tiros.Um soldado estava no local no momento dos disparos.
Dois homens numa moto seriam os autores. A PM acredita que um deles desceu do veículo e atirou porque as marcas ficaram bastante próximas.
– Por isso, dá a impressão que um deles desceu para atirar. Se tivessem passando e atirando, com o veículo em movimento, os tiros ficariam mais espaçados. Mas só a perícia pode apontar se foi isso mesmo o que aconteceu – afirmou o subcomandante do 7º Batalhão da PM, Marcos Vinícius Berdretshuck.
Após o ataque, a polícia fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi localizado. A PM também investiga se há relação entre os atentados e se esse último foi dirigido para o soldado de plantão ou apenas contra a base.
O PIOR SALÁRIO - POLICIAIS CIVIS E MILITARES DO RS PROTESTAM NA EXPOINTER
Policiais civis e militares fazem manifestação por melhores salários. Grupo de cerca de 50 pessoas está na entrada da Expointer em Esteio - RADIO GUAÍBA, CORREIO DO POVO, 27/08/2011 10:23
Cerca de 50 policiais civis e militares fazem um protesto por melhores salários na entrada da Expointer, em Esteio, neste sábado.
O grupo utiliza sirenes, carro de som e faz panfletagem no local. Estão previstas manifestações como essa ao longo de toda a semana.
Em reunião realizada na sexta-feira, a categoria não aceitou a proposta do governo, que ofereceu reajuste de até 4%.
A manifestação é realizada pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Associação Beneficente Antônio Mendes Filho ( Abamf) e Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM).
CONDENADOS PMs ENVOLVIDOS NO CASO DOS ENCAPUZADOS
CASO DOS ENCAPUZADOS. PMs condenados a 16 anos de prisão - ZERO HORA 27/08/2011
Depois de 17 horas, terminou ontem o julgamento dos 10 PMs suspeitos de envolvimento no caso dos encapuzados, em Uruguaiana, em que Francisco Gonçalves Filho, foi morto em 1995.
Quatro PMs foram condenados a 16 anos de prisão e outros dois a sete anos por tentativa de homicídio. Os seis podem recorrer em liberdade.
O restante dos policiais foi absolvido.
A vítima foi morta com 19 tiros ao ser confundida com Everaldo da Silva Santos, responsável pela morte de um policial militar.
Depois de 17 horas, terminou ontem o julgamento dos 10 PMs suspeitos de envolvimento no caso dos encapuzados, em Uruguaiana, em que Francisco Gonçalves Filho, foi morto em 1995.
Quatro PMs foram condenados a 16 anos de prisão e outros dois a sete anos por tentativa de homicídio. Os seis podem recorrer em liberdade.
O restante dos policiais foi absolvido.
A vítima foi morta com 19 tiros ao ser confundida com Everaldo da Silva Santos, responsável pela morte de um policial militar.
PIOR SALÁRIO - GOVERNO DO RS ACHA VERGONHOSO
TROPA INCENDIÁRIA. Piratini exige fim de queima de pneus - ZERO HORA 27/08/2011
Ao condicionar a negociação do aumento salarial ao fim dos protestos com queima de pneus nas estradas federais, o governo estadual deixou claro ontem à direção da Associação Beneficente Antonio Mendes Filhos (Abamf), que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar (BM), que não quer ficar refém dos PMs descontentes.
Ao final do encontro de cerca de duas horas no Palácio Piratini, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, e o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, anunciaram a suspensão das manifestações até quarta-feira, quando deverá ocorrer um novo encontro.
A reivindicação da Abamf é de que o salário de um soldado da Brigada passe dos atuais R$ 1,2 mil, em média, para R$ 3,2 mil. O reajuste seria escalonado ao longo de quatro anos. Alegando fatores econômicos que fogem do controle do governo, Pestana disse que o governo não pode se comprometer com um grande aumento a ser cumprido nos anos seguintes.
– Podemos nos comprometer a aumentar o salário em 16% (descontando 6,32% já concedidos) até março do ano seguinte, o que representa um aumento real bem significativo – afirmou o chefe da Casa Civil.
Embora o governo afirme que há um processo de negociação de salarial em andamento, Lucas considera que dificilmente teria ocorrido avanços se a tática de bloquear estradas não tivesse sido colocada em prática.
– De todos as policiais militares do país, nós recebemos o pior salário. Estamos agindo de acordo com a situação – afirma o presidente da Abamf.
Em Rio Grande, onde recebeu ontem uma condecoração da Marinha ao lado do ex-governador Olívio Dutra e palestrou para empresários, o governador Tarso Genro repudiou a tática de bloquear estradas:
– É uma mancha no bom prestígio da Brigada Militar com a sociedade. Um exemplo de como não se deve comportar uma corporação mediante negociação. Eu até desconfio que quem está fazendo isso está afim de sabotar as negociações que o governo do Estado está fazendo com a corporação.
O governador, no entanto, reconheceu que o salário do policiais militares gaúchos é “vergonhoso”.
ENTREVISTA: “É um movimento criminoso”. Sérgio Abreu, comandante-geral da Brigada Militar
Aos 51 anos, o comandante-geral da BM, coronel Sergio Abreu, enfrenta o maior desafio em três décadas de corporação: a insubordinação de setores da tropa. Na noite de ontem, após participar de reuniões com o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, e o governador Tarso Genro, Abreu concedeu a seguinte entrevista a Zero Hora:
Zero Hora – Qual o dano que este movimento causa à hierarquia militar, o principal pilar da organização?
Sérgio Abreu – Nós temos de diferenciar o movimento em duas partes. Primeiro, há uma reinvindicação dos praças, que buscam melhoria salarial. É uma questão democrática. O segundo aspecto é a colocação de pneus queimando em rodovias. É um movimento criminoso, que fere a lei. Quem garante a ordem não faz desordem.
ZH – Qual o prejuízo que este movimento está causando à imagem da BM?
Abreu – O nosso grande receio é que a população possa associar estes movimentos à Brigada Militar. Mas a sociedade pode ficar tranquila porque isso não vai alterar a qualidade dos serviços prestados pela Brigada.
ZH – O senhor já deve ter em mão um relatório do serviço de inteligência da BM. Qual a dimensão deste movimento dentro dos quartéis?
Abreu – Atualmente não temos nenhuma interferência interna. É um movimento de fora da corporação, pontual, que não tem repercussão dentro da corporação. Certamente muitos PMs repudiam medidas extremas. Quem queima pneu numa rodovia realiza ato criminoso.
ZH – O senhor teme passar para a história como o comandante que tolerou táticas radicais nas manifestações de PMs?
Abreu – De forma alguma. Até porque nós não toleramos táticas radicais. Nós já determinamos aos comandos regionais ações das 0h às 6h, em rodovias estaduais, e estamos fazendo levantamentos junto a vulcanizadoras, também para verificar a questão dos pneus. A conta parece estar comigo, mas o que está acontecendo é nas rodovias federais. O nosso serviço de inteligência está se articulando com a inteligência da PRF para atuar de forma articulada.
CAMINHO PERIGOSO - PÁGINA 1O, ROSANE DE OLIVEIRA.Colaboraram Adriana Irion, Aline Mendes e Vivian Eichler
Das duas horas da conversa dos secretários Carlos Pestana, Airton Michels e Stela Farias com os líderes da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, ontem, 45 minutos foram gastos numa preliminar: o governo exige que cessem as manifestações violentas, como a queima de pneus e o bloqueio de estradas.
Advertidos de que, se os protestos violentos continuarem, a negociação será interrompida, os brigadianos se comprometeram a dar uma trégua até quarta-feira.
A preocupação é não se tornar refém dos brigadianos, passando à população a ideia de que o governo perdeu o controle sobre quem tem a responsabilidade de cuidar da segurança. Outra preocupação é com a possibilidade de outras categorias acharem que o caminho para negociar aumentos salariais é o da violência. O Piratini avisa que quem optar por esse caminho vai pegar o bonde errado.
Cada 1% de aumento linear para a Brigada Militar tem um impacto de R$ 27 milhões por ano nas contas do Estado. Os brigadianos pedem 25% a título de reposição de emergência.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Será que o impacto é medido quando se trata de reajustar nas alturas os salários do nobres deputados, magistrados e promotores públicos?!? Servidores públicos de serviços essenciais com saúde, educação e segurança são mal pagos porque, segundo fundamentações falaciosas e demagógicas, dão impacto negativo nos cofres públicos, enquanto que, mais próximas do dono do cofre onde podem se autoconceder ou pressionar quem de direito, categorias "nobres" estabelecem e aprovam para si salários privilegiados, estratosféricos e disparados daqueles que não têm o mesmo poder de influência. A estes restam as greves, os protestos e os levantes por vezes inúteis e impotentes, quando não são punidos ou multados pela justiça.
ESTRADAS EM CHAMAS
4 DE AGOSTO - BR-386, em Frederico Westphalen
SEGUNDA-FEIRA - BR-285, em Passo Fundo
TERÇA-FEIRA - BR-116, em Tapes e ERS-344, em Santa Rosa
QUARTA-FEIRA - BR-116, em Estância Velha e BR-153, em Erechim
ONTEM - BR-392, em Rio Grande ; BR-158, km 105 da rodovia Palmeira das Missões-Condor; BR-468, km 6 da rodovia Palmeira das Missões-Coronel Bicaco; ERS-118, em Gravataí ; Avenida Getúlio Vargas, em Alvorada ; e BR-472, em Três de Maio
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O PIOR SALÁRIO ABRE CAMINHO PARA QUEBRA DE HIERARQUIA
TROPA INCENDIÁRIA - CARLOS ETCHICHURY E CARLOS WAGNER, Colaborou Roberto Witter - ZERO HORA 27/08/2011
Definidos como “atos criminosos” pelo comandante-geral da BM, os protestos de PMs descontentes com os salários embaraçam a cúpula da Segurança Pública e abrem caminho para a quebra da rígida estrutura de comando militar. Entre a noite de quinta e madrugada de ontem, novos bloqueios com pneus incendiados em seis vias do Estado puseram mais combustível na delicada relação entre o comando da corporação e representantes dos soldados, aumentando o risco de insubordinação generalizada da tropa.
A tática de queimar pneus em rodovias como forma de reivindicar aumento salarial, adotada pela associação dos praças da Brigada Militar, constrange o comando da PM e a cúpula da Secretaria da Segurança Pública.
Entre o final da noite de quinta-feira e a madrugada de ontem, a fumaça negra das borrachas em chamas interrompeu o trânsito em quatro rodovias federais (numa delas em dois trechos), no Interior, e na avenida principal de Alvorada, na Região Metropolitana.
As manifestações, que limitam o direito de ir e vir dos motoristas, ocorreram em rodovias federais em Palmeira das Missões, Três de Maio, Sarandi e Rio Grande, em uma rodovia estadual em Gravataí e em uma avenida de Alvorada. Em três casos, foram deixados cartazes pedindo melhores salários para os policiais militares. Os atos, definidos pelo comandante-geral da Brigada Militar, Sérgio Abreu, como “criminosos”, ocultam um outro risco: a iminência de quebra de hierarquia e insubordinação na caserna, um dos pilares da rígida estrutura militar.
O relato de um oficial da cúpula da corporação, que pede para não ser identificado, ajuda a compreender a situação em que se encontram a Brigada e a Secretaria da Segurança Pública.
– Há o risco de insubordinação, à semelhança ao que já aconteceu em outros Estados. Nos quartéis, silenciosamente, o pessoal apoia as manifestações porque os salários dos soldados está muito defasado.
O mesmo coronel, que compartilha da intimidade do poder no QG da BM, apresenta uma dificuldade adicional:
– É complicado até para apurar responsabilidades porque, ao mesmo tempo que o pessoal do serviço de informações está mobilizado nas investigações, em paralelo, eles apoiam os protestos.
O sentimento nos quartéis apontado pelo oficial da ativa, sob anonimato, é explicitado pelo presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, José Carlos Riccardi Guimarães. Sem meias palavras, o tenente-coronel da reserva opina:
– Somos solidários aos praças que estão revoltados. Estou mais preocupado com a fome dos brigadianos do que com a quebra de hierarquia.
Em viagem a Rio Grande, o governador Tarso Genro prometeu pulso firme. Na mesma linha do coronel Abreu, Tarso definiu o protesto como um “delito”:
– Certamente será investigado pela Polícia Federal, e as pessoas vão responder. Não sei se tem conexão com o movimento dos brigadianos, tomara que não, porque se tiver é uma coisa grave, e algo que não pode ser colocado como pressão para negociação.
Em encontro com jornalistas num hotel no centro de Porto Alegre, no início da manhã, o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, mostrou-se surpreendido com o radicalismo das ações. Conforme o secretário, uma reunião, que ocorreria horas mais tarde, estava agendada havia 10 dias:
– Não tem sentido este tipo de protesto. São atos criminosos que serão investigados.
A posição enérgica do governador e de seus secretários parece ter surtido efeito. Ao final de uma reunião tensa de duas horas com o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e o secretário Michels, o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, anunciou uma trégua. Até que novos pneus voltem a arder.
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
GUARDAS MUNICIPAIS - MARCO REGULAMENTÁRIO
Cristina Villa Nova comenta Marco Regulamentário das Guardas Municipais. Porto da Guarda Municipal de Cachoeirinha-RS - 25/08/2011
Das atribuições das Guardas Municipais com base na proteção dos bens, serviços e instalações.
Compete aos integrantes das Guardas Municipais dentro da presente Lei, atuar uniformemente em todo o território nacional da seguinte forma:
1. Prevenir atos delituosos que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais, priorizando a integridade das pessoas que transitam no espaço público;
2. Estabelecer integração com os órgãos municipais de politicas sociais, visando ações intersetoriais e interdisciplinares de segurança do município;
3. Realizar ações preventivas no território municipal, interagindo com outros municípios, com as policias estaduais e federais, como órgão complementar da segurança pública, objetivando prevenir a violência e a criminalidade, promovendo a mediação de conflitos e o respeito aos direitos humanos;
4. De forma preventiva e fiscalizatória, atuar nas posturas municipais, aplicando as sansões administrativas dentro do âmbito municipal;
5. Na preservação do meio ambiente, executando a fiscalização e aplicando as sanções administrativas estabelecidas em Lei municipal própria;
6. Como agentes destinados na preservação da segurança de dignitários municipais;
7. Como responsáveis pelo planejamento de eventos organizados pelo poder público municipal, avaliando o impacto na segurança local, podendo sua atuação ser compartilhada com outros órgãos da esfera Estadual e Federal quando necessário;
8. Contribuir no estudo do impacto na segurança local, conforme plano diretor municipal, quando da construção de empreendimentos de grande porte;
9. Atuar e colaborar na prevenção a preservação do sossego público, aplicando as sansões administrativas aos infratores;
10. Desenvolver ações de prevenção primaria a violência e a criminalidade, podendo ser em conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade, com outros municípios ou com os demais órgãos das esferas Estadual e Federal;
11. Como agentes da autoridade de trânsito, educar, orientar, fiscalizar e controlar o trânsito nas vias e logradouros municipais;
12. Colaborar de forma integrada com os órgãos de segurança pública em ações conjuntas que contribuam com a paz social;
13. Atuar com ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e participando de ações educativas junto ao corpo discente e docente das unidades de ensino municipal, colaborando com a implantação da cultura de paz na comunidade local;
14. Atuar em ações preventivas e fiscalizatórias dos serviços de transporte público municipal, aplicando as sanções pertinentes;
15. Atuar como agente de segurança de poder de policia administrativa e diante de flagrante delito, encaminhar a autoridade Policial o autor do delito, preservando o local de crime quando possível e sempre que necessário;
Princípios
· O caráter preventivo e comunitário como foco das ações das Guardas Civis Municipais;
· A vinculação a natureza das atividades DO ORGÃO GESTOR da Guarda Municipal e aos objetivos da Politica de Segurança Pública do Município, respeitando-se a habilitação exigida para ingresso no cargo, ligando diretamente ao seu perfil profissional e ocupacional e a correspondente qualificação do servidor;
· O sistema de formação de recursos humanos e a institucionalização de programas de capacitação permanente, mediante integração operacional e curricular com as instituições de ensino nos diferentes graus de escolaridade e com a matriz curricular da SEANASP para as Guardas Municipais ;
· A valorização do tempo integral e da dedicação exclusiva ao serviço;
· A Adequação dos recursos humanos as necessidades especificas de cada localidade e de segmentos da população que queiram atenção especial;
· As especificidades do exercício profissional decorrente da responsabilidade e riscos oriundos da atividade-fim;
· A investidura nos cargos efetivos da carreira mediante aprovação previa em concurso público de provas e ou títulos de acordo com a natureza e complexidade do cargo.
· O aperfeiçoamento profissional e ocupacional mediante programas de educação continuada, formação de especialistas e treinamento em serviço, levando-se em consideração as diversas atribuições inerentes as atividades da Guarda Municipal, As peculiaridades locais e regionais decorrentes do desenvolvimento econômico, do nível de vida, da densidade demográfica, de distancias geográficas e outras;
· A adoção de sistemas de movimentação funcional na carreira moldado no planejamento e na missão institucional, no desenvolvimento organizacional do órgão gestor da Guarda Municipal, na motivação e na valorização dos profissionais;
· A avaliação de desempenho funcional, por comissão paritária, mediante critérios que incorporem os aspectos da missão e dos valores institucionais da Guarda Municipal, o fazer dos guardas municipais e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos;
· A garantia, respeitando-se os princípios da hierarquia e disciplina, de ampla liberdade de organização no local de trabalho, de expressão de suas opiniões, ideais, crenças e convicções politico-ideológicas;
· A garantia das condições adequadas de trabalho;
· O respeito aos princípios de hierarquia e disciplina;
· A carreira de Guarda Municipal deve ser única, com ingresso através de concurso público, preferencialmente sob regime estatutário e composta por cargos de evolução na carreira por curso de acesso nos termos da Lei, podendo ser adotados, atendendo as peculiaridades de cada Município, os seguintes cargos:
- Guarda Municipal 3 Classe
- Guarda Municipal 2ª Classe
- Guarda Municipal 1ª Classe
- Guarda Municipal Classe Especial
- Guarda Municipal Classe Distinta
- Guarda Municipal Sub-Inspetor
- Guarda Municipal Inspetor
- Guarda Municipal Inspetor Regional
- Guarda Municipal Inspetor de Agrupamento
- Guarda Municipal Inspetor Superintendente
· Para ingresso a carreira de Guarda Municipal será exigido o ensino médio completo e, dentro da carreira, para curso de acesso ao cargo de Inspetor, será exigido curso de nível superior referendado pelo MEC;
· Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira de Guarda Municipal deverá ser observado o percentual de 30% o sexo feminino;
· Deverá ser garantida a progressão horizontal e vertical como efeito de evolução funcional na carreira, em todos os níveis;
· Deverá ser garantido aos profissionais das Guardas Municipais aposentadorias diferenciada, nos seguintes termos:
· Para Homens:
· Aos 30 anos de efetivo serviço, com no mínimo, 20 anos na carreira de Guarda Municipal, com vencimentos integrais;
· Para Mulheres:
· Aos 25 anos de efetivo serviço, com no mínimo, 20 anos na carreira de Guarda Municipal, com vencimentos integrais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Já no meu livro "Ordem e Liberdade" (Pol ost, 2006), vislumbrava a tendência da criação das Polícias Municipais. Eu defendo esta ideia como complemento do aparato policial dentro do sistema nacional de preservação da ordem pública. Com as Polícias Militares incapacitadas nos efetivos e priorizando o atendimento de ocorrências e a contenção de delitos, a ausência do policiamento ostensivo preventivo e comunitário é uma das maiores reclamações dos moradores e comerciantes dos bairros, especialmente das comunidades da perisfera das cidades.
De todos os itens apresentados, não concordo com a "evolução na carreira por curso de acesso", pois além de divergir de outras categorias do sistema, fomenta o corporativismo, envelhece e compromete os gestores. Defendo para todas as organizações do sistema a divisão em categorias de nível médio (executores) e nível superior (gestores), equilibrando as ligações, o conhecimento e as funções precípuas. O sistema horizontal numa organização pára-militar prejudica a hierarquia e a disciplina, dificultando a fiscalização e o respeito ao cargo e à antiguidade.
Das atribuições das Guardas Municipais com base na proteção dos bens, serviços e instalações.
Compete aos integrantes das Guardas Municipais dentro da presente Lei, atuar uniformemente em todo o território nacional da seguinte forma:
1. Prevenir atos delituosos que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais, priorizando a integridade das pessoas que transitam no espaço público;
2. Estabelecer integração com os órgãos municipais de politicas sociais, visando ações intersetoriais e interdisciplinares de segurança do município;
3. Realizar ações preventivas no território municipal, interagindo com outros municípios, com as policias estaduais e federais, como órgão complementar da segurança pública, objetivando prevenir a violência e a criminalidade, promovendo a mediação de conflitos e o respeito aos direitos humanos;
4. De forma preventiva e fiscalizatória, atuar nas posturas municipais, aplicando as sansões administrativas dentro do âmbito municipal;
5. Na preservação do meio ambiente, executando a fiscalização e aplicando as sanções administrativas estabelecidas em Lei municipal própria;
6. Como agentes destinados na preservação da segurança de dignitários municipais;
7. Como responsáveis pelo planejamento de eventos organizados pelo poder público municipal, avaliando o impacto na segurança local, podendo sua atuação ser compartilhada com outros órgãos da esfera Estadual e Federal quando necessário;
8. Contribuir no estudo do impacto na segurança local, conforme plano diretor municipal, quando da construção de empreendimentos de grande porte;
9. Atuar e colaborar na prevenção a preservação do sossego público, aplicando as sansões administrativas aos infratores;
10. Desenvolver ações de prevenção primaria a violência e a criminalidade, podendo ser em conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade, com outros municípios ou com os demais órgãos das esferas Estadual e Federal;
11. Como agentes da autoridade de trânsito, educar, orientar, fiscalizar e controlar o trânsito nas vias e logradouros municipais;
12. Colaborar de forma integrada com os órgãos de segurança pública em ações conjuntas que contribuam com a paz social;
13. Atuar com ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e participando de ações educativas junto ao corpo discente e docente das unidades de ensino municipal, colaborando com a implantação da cultura de paz na comunidade local;
14. Atuar em ações preventivas e fiscalizatórias dos serviços de transporte público municipal, aplicando as sanções pertinentes;
15. Atuar como agente de segurança de poder de policia administrativa e diante de flagrante delito, encaminhar a autoridade Policial o autor do delito, preservando o local de crime quando possível e sempre que necessário;
Princípios
· O caráter preventivo e comunitário como foco das ações das Guardas Civis Municipais;
· A vinculação a natureza das atividades DO ORGÃO GESTOR da Guarda Municipal e aos objetivos da Politica de Segurança Pública do Município, respeitando-se a habilitação exigida para ingresso no cargo, ligando diretamente ao seu perfil profissional e ocupacional e a correspondente qualificação do servidor;
· O sistema de formação de recursos humanos e a institucionalização de programas de capacitação permanente, mediante integração operacional e curricular com as instituições de ensino nos diferentes graus de escolaridade e com a matriz curricular da SEANASP para as Guardas Municipais ;
· A valorização do tempo integral e da dedicação exclusiva ao serviço;
· A Adequação dos recursos humanos as necessidades especificas de cada localidade e de segmentos da população que queiram atenção especial;
· As especificidades do exercício profissional decorrente da responsabilidade e riscos oriundos da atividade-fim;
· A investidura nos cargos efetivos da carreira mediante aprovação previa em concurso público de provas e ou títulos de acordo com a natureza e complexidade do cargo.
· O aperfeiçoamento profissional e ocupacional mediante programas de educação continuada, formação de especialistas e treinamento em serviço, levando-se em consideração as diversas atribuições inerentes as atividades da Guarda Municipal, As peculiaridades locais e regionais decorrentes do desenvolvimento econômico, do nível de vida, da densidade demográfica, de distancias geográficas e outras;
· A adoção de sistemas de movimentação funcional na carreira moldado no planejamento e na missão institucional, no desenvolvimento organizacional do órgão gestor da Guarda Municipal, na motivação e na valorização dos profissionais;
· A avaliação de desempenho funcional, por comissão paritária, mediante critérios que incorporem os aspectos da missão e dos valores institucionais da Guarda Municipal, o fazer dos guardas municipais e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos;
· A garantia, respeitando-se os princípios da hierarquia e disciplina, de ampla liberdade de organização no local de trabalho, de expressão de suas opiniões, ideais, crenças e convicções politico-ideológicas;
· A garantia das condições adequadas de trabalho;
· O respeito aos princípios de hierarquia e disciplina;
· A carreira de Guarda Municipal deve ser única, com ingresso através de concurso público, preferencialmente sob regime estatutário e composta por cargos de evolução na carreira por curso de acesso nos termos da Lei, podendo ser adotados, atendendo as peculiaridades de cada Município, os seguintes cargos:
- Guarda Municipal 3 Classe
- Guarda Municipal 2ª Classe
- Guarda Municipal 1ª Classe
- Guarda Municipal Classe Especial
- Guarda Municipal Classe Distinta
- Guarda Municipal Sub-Inspetor
- Guarda Municipal Inspetor
- Guarda Municipal Inspetor Regional
- Guarda Municipal Inspetor de Agrupamento
- Guarda Municipal Inspetor Superintendente
· Para ingresso a carreira de Guarda Municipal será exigido o ensino médio completo e, dentro da carreira, para curso de acesso ao cargo de Inspetor, será exigido curso de nível superior referendado pelo MEC;
· Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira de Guarda Municipal deverá ser observado o percentual de 30% o sexo feminino;
· Deverá ser garantida a progressão horizontal e vertical como efeito de evolução funcional na carreira, em todos os níveis;
· Deverá ser garantido aos profissionais das Guardas Municipais aposentadorias diferenciada, nos seguintes termos:
· Para Homens:
· Aos 30 anos de efetivo serviço, com no mínimo, 20 anos na carreira de Guarda Municipal, com vencimentos integrais;
· Para Mulheres:
· Aos 25 anos de efetivo serviço, com no mínimo, 20 anos na carreira de Guarda Municipal, com vencimentos integrais.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Já no meu livro "Ordem e Liberdade" (Pol ost, 2006), vislumbrava a tendência da criação das Polícias Municipais. Eu defendo esta ideia como complemento do aparato policial dentro do sistema nacional de preservação da ordem pública. Com as Polícias Militares incapacitadas nos efetivos e priorizando o atendimento de ocorrências e a contenção de delitos, a ausência do policiamento ostensivo preventivo e comunitário é uma das maiores reclamações dos moradores e comerciantes dos bairros, especialmente das comunidades da perisfera das cidades.
De todos os itens apresentados, não concordo com a "evolução na carreira por curso de acesso", pois além de divergir de outras categorias do sistema, fomenta o corporativismo, envelhece e compromete os gestores. Defendo para todas as organizações do sistema a divisão em categorias de nível médio (executores) e nível superior (gestores), equilibrando as ligações, o conhecimento e as funções precípuas. O sistema horizontal numa organização pára-militar prejudica a hierarquia e a disciplina, dificultando a fiscalização e o respeito ao cargo e à antiguidade.
O PIOR SALÁRIO - MADRUGADA TEVE CINCO BLOQUEIOS COM PNEUS QUEIMADOS EM RODOVIAS
Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar confirma envolvimento no protesto em Palmeira das Missões - ZERO HORA, 26/08/2011, Atualizada às 11h46min
Mais cinco bloqueios de trânsito com pneus queimados foram registrados na madrugada desta sexta-feira. Em três casos, foram deixados cartazes pedindo melhores salários para os policiais militares.
A BR-392 ficou interrompida no km 26, em Rio Grande, no sul do Estado. Em Palmeira das Missões, no Noroeste, o bloqueio foi feito na BR-158. O terceiro ponto foi na ERS-118, em Gravataí, na Região Metropolitana. O outro protesto ocorreu na Avenida Getúlio Vargas, em frente à prefeitura de Alvorada, também na Região Metropolitana.
Também houve queima de pneus na BR-472, em Três de Maio, no noroeste do Estado, por volta das 23h de quinta-feira. Bombeiros foram acionadas para apagar as chamas. O trânsito ficou interrompido por mais de uma hora. No local, foi encontrada uma faixa dizendo que a Brigada Militar no RS tem o menor salário do país.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, confirma o envolvimento direto da entidade em um dos casos, o de Palmeira das Missões. Os autores das manifestações não foram encontrados em nenhum dos protestos. O comando da BM apura o envolvimento de policiais, que podem ser punidos.
A associação será recebida nesta manhã por representantes do governo. Se não houver acordo, os protestos devem continuar, afirmou Leonel Lucas, em entrevista à Rádio Gaúcha.
— O protesto vai continuar se o governo não atender nosso pedido.
Desde o início do mês, protestos semelhantes têm sido registrados em rodovias gaúchas. Na quarta-feira, houve queima de pneus nas rodovias Erechim — Concórdia (BR-153), Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) e Santa Rosa — Giruá (ERS-344). Na terça-feira, a PRF encontrou uma pilha de pneus queimados em Tapes, na BR-116. Na segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
"Isso é delito e as pessoas vão responder", diz Tarso sobre protestos da BM. Em Rio Grande, governador repudiou bloqueio de estradas no Estado. Roberto Witter
Em Rio Grande, no sul do Estado, onde palestra para empresários e investidores da região, o governador Tarso Genro falou sobre os protestos realizados na madrugada desta sexta-feira, quando estradas foram bloqueadas com a queima de pneus. Em entrevista coletiva, o governador repudiou a ação, possivelmente realizada por integrantes da Brigada Militar.
— Nós temos observado que pessoas anônimas, até agora, estão bloqueando estradas federais, queimando pneus. Isso é delito, certamente será investigado pela Polícia Federal e as pessoas vão responder. Não sei tem conexão com o movimento dos brigadianos, tomara que não, porque se tiver é uma coisa grave, e algo que não pode ser colocado como pressão para negociação. É uma mancha no bom prestígio da Brigada Militar com a sociedade. Um exemplo de como não se deve comportar uma corporação mediante negociação — afirmou o governador.
Pela manhã, em Rio Grande, o governador recebeu um grupo de PMs que estava em frente ao hotel onde ele estava hospedado. Às 11h, o governador recebeu uma condecoração da Marinha, ao lado do ex-governador Olívio Dutra. Quando chegava ao prédio da Câmara do Comércio, às 12h, onde participa do evento Tá em Pauta, promovido pelo Grupo RBS em parceria com a Câmara de Comércio da cidade, o governador conversou com professoras ligadas ao Cpers.
Na Capital, uma reunião no Palácio Piratini pode definir o futuro das manifestações dos policiais no Estado. Representantes da Associação de Cabos e Soldados se reúnem com representantes das secretarias da Segurança, da Fazenda e da Administração.
O presidente da associação de policiais, Leonel Lucas, afirma que os protestos vão continuar, se o pedido de reajuste salarial não for atendido pelo governo. Estão previstos cerca de 50 bloqueios, se houver negativa do governo, além de barreiras nos principais acessos ao Estado por rodovias federais como a BR-116, a BR-101 e a BR-386. A reunião está em andamento.
Desde o início do mês, protestos têm sido registrados em rodovias gaúchas. Na quarta-feira, houve queima de pneus nas rodovias Erechim — Concórdia (BR-153), Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) e Santa Rosa — Giruá (ERS-344). Na terça-feira, a PRF encontrou uma pilha de pneus queimados em Tapes, na BR-116. Na segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
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O PIOR SALÁRIO - CASA CIVIL E ABAMF-BM FAZEM ACORDO PARA SUSPENDER PROTESTOS
Casa Civil e BM fazem acordo preliminar e protestos ficam suspensos até quarta-feira. Governo e categoria avançaram na discussão de reajuste salarial, mas não houve um acordo definitivo sobre a suspensão dos atos. Carlos Wagner, 26/08/2011 | 14h01min
Após audiência realizada com representantes da Casa Civil no Palácio Piratini nesta sexta-feira, a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar anunciou que suspenderá até quarta-feira o bloqueio de estradas e a queima de pneus em reinvidicação por reajuste salarial.
Segundo os representantes da associação, a categoria avançou nas discussões sobre o reajuste salarial, mas não houve um acordo definitivo sobre a suspensão.
Em Rio Grande, no sul do Estado, onde palestrou para empresários e investidores da região, o governador Tarso Genro falou sobre os protestos realizados na madrugada desta sexta-feira, quando estradas foram bloqueadas com a queima de pneus. Em entrevista coletiva, o governador repudiou a ação, possivelmente realizada por integrantes da Brigada Militar.
— Nós temos observado que pessoas anônimas, até agora, estão bloqueando estradas federais, queimando pneus. Isso é delito, certamente será investigado pela Polícia Federal e as pessoas vão responder. Não sei tem conexão com o movimento dos brigadianos, tomara que não, porque se tiver é uma coisa grave, e algo que não pode ser colocado como pressão para negociação. É uma mancha no bom prestígio da Brigada Militar com a sociedade. Um exemplo de como não se deve comportar uma corporação mediante negociação — afirmou o governador.
O presidente da associação de policiais, Leonel Lucas, afirmou hoje pela manhã que os protestos devem continuar se o pedido de reajuste salarial não for atendido pelo governo. Estão previstos cerca de 50 bloqueios, se houver negativa do governo, além de barreiras nos principais acessos ao Estado por rodovias federais como a BR-116, BR-101.
Desde o início do mês, protestos têm sido registrados em rodovias gaúchas. Na quarta-feira, houve queima de pneus nas rodovias Erechim — Concórdia (BR-153), Ivoti — Novo Hamburgo (BR-116) e Santa Rosa — Giruá (ERS-344). Na terça-feira, a PRF encontrou uma pilha de pneus queimados em Tapes, na BR-116. Na segunda-feira, cerca de 30 pneus foram incendiados na BR-285, em Passo Fundo, no norte do Estado. Faixas alusivas ao salário dos policiais também foram colocadas na via. Manifestação semelhante já havia sido feita em Frederico Westphalen, também no Norte, no dia 4 de agosto. A polícia investiga a autoria dos protestos.
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O PIOR SALÁRIO DO BRASIL - PASSAM DE DEZ OS PROTESTOS DE PMs
Passam de dez os protestos de PMs por melhores salários. Assista ao vídeo da manifestação em Alvorada que ocorreu nesta madrugada - Reprodução TV Record, As informações são dos repórteres Dico Reis e Marjuliê Martini - Rádio Guaíba e Correio do Povo, 26/08/2011 09:31
Já passam de dez o número de protestos por melhores salários para a Brigada Militar (BM), no Estado, neste mês. Somente nesta sexta-feira, foram quatro registros. O primeiro ocorreu em Gravataí, no km 18 da ERS 118, próximo à entrada para o Campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Conforme o Grupo Rodoviário da BM, por volta da 0h30min desta sexta-feira, foi ateado fogo em pneus na pista, mas o trânsito não chegou a ser bloqueado, apenas desviado. Por volta da 1h, os bombeiros já haviam apagado as chamas e retirado o entulho da pista. Os autores não foram vistos pelas autoridades.
Em seguida, pneus foram queimados na avenida Getúlio Vargas, em frente à prefeitura de Alvorada. A terceira barricada ocorreu no km 26 da BR 392, em Rio Grande, na zona Sul do Estado. A Polícia Rodoviária Federal informou que houve bloqueio total da pista por uma hora, mas o trânsito já está normalizado no local. Por volta das 5h, manifestantes atearam fogo a pneus no km 107 da BR 158, em Palmeira das Missões. A estrada já está liberada. Nenhuma entidade assumiu a autoria do protesto.
Manifestações semelhantes foram realizadas na BR 116, em Ivoti, no dia 24, e no km 19 da BR 153, em Gaurama, no mesmo dia. Em 23 de agosto, o km 46 da ERS 344, em Santa Rosa, também foi interrompido com pneus e a BR 116 foi bloqueada da mesma forma no km 347, em Tapes, no Centro Sul do Estado. Em Santa Cruz do Sul, um outdoor foi colocado na cidade.
No dia 22, outro protesto foi registrado no km 295,6 da BR 285, em Passo Fundo, na região Norte do Estado. No dia 4, a BR 386, em Frederico Westphalen foi interrompida, e no dia 8 a RST 153, em Passo Fundo.
Nesta sexta-feira, ocorre uma reunião entre o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e as entidades de classe da Brigada Militar, como a Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes (ASSTBM), e a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que representa os cabos e soldados. Em pauta, está a reivindicação de aumento de 25% e um plano de recomposição das perdas salariais para os próximos anos. Às 14h30min, a reunião será com o sindicato que representa os policiais civis. Policias militares e civis devem fazer protesto amanhã, a partir de 9h, no portão principal da Expointer.
Abamf pede que policiais não façam protestos
O presidente da Abamf, Leonel Lucas, afirmou que a série de protestos em rodovias e dentro de algumas cidades não foi orquestrada pela associação. Segundo ele, somente o realizado na BR 158 foi aprovado pela entidade. Lucas acredita que manifestações, como a realizada em Alvorada, são vandalismo e fazem o movimento por melhora de salário perder o sentido. O presidente pediu que os policiais não façam mais barreiras, especialmente em estradas estaduais, para evitar confronto entre servidores da corporação.
Assista aos vídeos da manifestação de hoje em Alvorada:
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