ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MARIA DO ROSÁRIO: VIOLÊNCIA DA PM É RESQUÍCIO DA DITADURA


Violência da PM em protestos é 'resquício da ditadura', diz ministra de Dilma

Janaina Garcia

Do UOL, no Rio 15/10/2013, 21h13


Agência Brasil


A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que violência contra jornalistas nos protestos é resquício da ditadura militar

Os ataques recentes da Polícia Militar a jornalistas que cobriam protestos nas grandes cidades brasileiras, nos últimos meses, representam "resquícios da ditadura militar" que governou o país ao longo de mais de duas décadas (1964-1985). A avaliação foi feita pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, no Rio, nesta terça-feira (15).

Ao lado de representantes da Unesco, ela participou do colóquio sobre segurança de jornalistas durante o encerramento do Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) na capital fluminense. Desde o último sábado (12), segundo a organização, o evento reuniu cerca de 1.300 jornalistas do Brasil e de outros países.

A violência da PM contra manifestantes e jornalistas marcou manifestações recentes como as realizadas em São Paulo, no dia 13 de junho, e no Rio, durante a Copa das Confederações, em julho.

"Quando a violência contra os jornalistas acontece no âmbito das manifestações, o que cada um de nós rememora é a ideia de que as polícias estejam tentando impedir que a população que não vai a estes protestos saibam como esses policiais agem", declarou a ministra. "Continuamos com um modelo de polícia que herdamos na ditadura --e os manuais com os quais os policiais são formados, bem como as práticas de abordagem das pessoas nas manifestações e nas ruas, são resquícios daquele regime", afirmou.



Veja cenas de violência policial e depredações em protestos pelo Brasil104 fotos1 / 104


13.jun.2013 - Em São Paulo, policial militar atinge cinegrafista com spray de pimenta durante protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital. Mais de 40 manifestantes foram detidos pela polícia Rodrigo Paiva/Estadão Conteúdo

Por outro lado, Maria do Rosário citou o caso em que condutas criminosas na PM também são investigadas e punidas. Sobre isso, citou os PMs presos suspeitos de torturar até a morte o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha. "A violência não está só nas manifestações, mas também nas periferias. Precisamos mostrar também, porém, a polícia que identifica abusos do estado e não só a que pratica abusos em nome do estado", alentou.

A SDH estima ter pronto até dia 10 de dezembro --aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos-- o relatório de um grupo de trabalho que estuda federalizar crimes contra os jornalistas. Só de janeiro a setembro deste ano, a Abraji contabilizou cinco jornalistas assassinados e 83 ataques, dos quais 85% foram praticados por PMs.

"Não pode haver liberdade de expressão quando jornalistas são mortos ou impedidos de fazer seu trabalho de informar", avaliou o presidente da Abraji, Marcelo Moreira.

Conforme ele, a federalização de crimes contra jornalistas fará com que estes casos sejam investigados não pela polícia local, mas pela Polícia Federal. "Isso faz com que a apuração seja mais independente e, dessa maneira, chegue aos assassinos. É uma forma de se reduzir a impunidade, que, hoje, é o que permite que esses crimes continuem acontecendo", declarou o jornalista.

Além da Abraji, este grupo é composto por ANJ (Associação Nacional de Jornais), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) e foi instituído ano passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário