Pelo menos 18 policiais suspeitos
São 18 os casos de corrupção contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que serão investigados pelas corregedorias das polícias Civil e Militar de São Paulo.
Esse é o número constatado até agora de achaque flagrado nas escutas telefônicas mantidas pelo Ministério Público (MP) para mapear a facção criminosa.
No fim da tarde de terça-feira, o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, recebeu do Ministério Público cópias dos documentos com as transcrições dos áudios sobre os achaques. Grella havia sido informado sobre as investigações mas, para preservar o sigilo, só agora as provas foram enviadas às corregedorias.
Ao todo, 12 dos casos envolveriam policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e de delegacias de São Paulo e de Santo André, no Grande ABC. No caso da Polícia Militar, a maioria dos casos envolveria homens de batalhões da Grande São Paulo, entre eles três tenentes da PM.
Um deles foi detido na terça-feira pela Corregedoria da PM depois de ter sido flagrado em uma interceptação conversando com um traficante. O oficial alegou em depoimento que estava fazendo uma investigação por conta própria. Na conversa com o bandido, o tenente se ofereceu para transportar drogas e fazer a segurança do traficante ligado ao PCC.
Líderes citavam investigadores e PMs em conversas ao celular
Outro policial militar foi flagrado conversando com os bandidos. Os demais achaques constam de conversas entre integrantes da facção ou em diálogos deles com seus advogados. Além de cobrar pela libertação de bandidos detidos, os policiais teriam vendido provas apreendidas em pen drives e em computadores.
A Secretaria da Segurança Pública espera agora a decisão do Tribunal de Justiça sobre os recursos do MPE contra a recusa da 1ª Vara de Presidente Venceslau de se decretar a prisão preventiva dos 175 denunciados pela promotoria sob a acusação de participação no PCC. Ao todo, 62 dos acusados estariam em liberdade – a Segurança Pública queria montar uma operação para detê-los.
Durante os meses que antecederam a apresentação da denúncia, quatro reuniões foram feitas entre magistrados, promotores e representantes do Executivo no Tribunal de Justiça. Além de promotores envolvidos nas investigações, participaram dos encontros três secretários de Estado e magistrados. Os promotores contaram que iam pedir a prisão dos denunciados.
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