Aplicativo permite filmar atividade de policiais militares. Testes estão sendo feitos em comunidades a cada semana
ISABEL DE LUCA
O GLOBO
Atualizado:23/10/13 - 7h00
Atualizado:23/10/13 - 7h00
Vanessa Coimbra, da UPP da Rocinha, fala no Google Ideas Isabel de Luca / Agência O Globo
NOVA YORK — Desde o início do ano, policiais de UPPs cariocas vêm testando celulares com câmeras que, instalados no bolso da frente do uniforme, gravam e arquivam tudo o que é visto e ouvido durante o serviço. Batizada de Smart Policing, a ferramenta — um aplicativo para Android desenvolvido no Brasil pelo Instituto Igarapé com apoio do Google, que prestou consultoria técnica — foi apresentada ontem, durante um evento do Google Ideas, em Nova York.
— Estamos testando em três ou quatro comunidades a cada semana, mas, por enquanto, todos os dados coletados são destruídos — disse Robert Muggah, diretor de pesquisa do Instituto Igarapé, incubadora dedicada a propor políticas na área de segurança e desenvolvimento.
Ele apresentou o projeto ao lado da policial Vanessa Coimbra, da UPP da Rocinha, que usava um protótipo no peito.
Ferramenta é ativada assim que policial inicia a patrulha
O aplicativo é ativado assim que o policial inicia a patrulha, de carro ou a pé. Os vídeos são enviados para uma nuvem, podendo ser acessados pelo comando da PM sempre que necessário — ao vivo ou pela busca de imagens de arquivo. Para garantir o anonimato da comunidade, a ferramenta vai borrar os rostos captados pela câmera. Outra ideia é separar o áudio do vídeo, para preservar a privacidade dos policiais.
— Não tivemos reação negativa nem dos policiais nem das comunidades — contou Robert Muggah, que foi procurado pela Polícia Militar no fim do ano passado. — É uma forma de proteger as duas partes.
O programa será expandido em 2014, quando entre cem e 200 policiais usararão a tecnologia. Muggah ressaltou que o custo é relativamente baixo, mas que a decisão de adotar ou não a ferramenta caberá ao governo estadual. Já há iniciativas semelhantes em algumas cidades do Canadá. Em Nova York, a Justiça acaba de determinar que a gravação é obrigatória.
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