ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

POLÍCIA CIVIL E OS PNEUS

WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, Porto Alegre, Terça-feira, 04 de Outubro de 2011.

A investigação sobre o que possa ter de ilegal o movimento atribuído à família brigadiana não deveria depender da indignação e, muito menos, da fúria do governador.

Leio em setores tidos como de ponta da mídia gaúcha a classificação de furiosa a atitude do governador Tarso Genro relativa a uma certa languidez dos dispositivos de inteligência da Brigada Militar na investigação da queima de pneus e de bonecos enforcados e até mesmo de explosivo sem detonador, coisas que passaram a ilustrar os protestos da família brigadiana por salários dignos.

Aqui da minha torre, de onde avisto, como um humilde marquês, o Piratini, atrevo-me a dizer que não há sintonia entre a personalidade de Tarso com fúria, pois a fúria é condutora ou é conduzida pela insensatez.

Tarso, não obstante alguns momentos escorregadios, é um político habilidoso, intelectual e, para quem não sabe, um poeta com três livros editados. Não há espaço no perfil do senhor do Piratini para fúria. Tarso está, como o mais poderoso executivo do Rio Grande, indignado.

Furioso estivesse, toda a cúpula da segurança já teria caído. Sigam-me.

Panos-quentes

A indignação de Tarso é real e pobre de nós, cidadãos da planície, se tívéssemos um governador sem a capacidade de se indignar, com ou sem razão. Mas é preciso atentar que os chamados partidos das ideologias de esquerda, onde se inclui o PT, sempre foram e são cuidadosos no trato com os movimentos sociais de protesto, mesmo quando tais ações feriam ou ferem os dispositivos da legislação penal. Isso aponta para o fato de que a queima de pneus e os bonecos enforcados foram episódios que começaram a ser investigados pela Brigada Militar com os panos-quentes da visão petista. A indignação do chefe do governo apenas tomou forma quando um explosivo de verdade, sem detonador, foi colocado na frente de um posto da Brigada, a um quarteirão do Piratini com um bilhete lacônico e ameaçador.

Prevaricação

O informe ou informação de que em algum lugar está sendo cometido um crime são apontamentos suficientes que obrigam as autoridades policiais a tomarem providências imediatas sob pena de, se ignorarem de alguma forma tais denúncias, se enquadrarem no delito de prevaricação. Portanto, o rigor da investigação sobre os protestos - com fumos de métodos criminosos - atribuídos a brigadianos, nem precisaria da indignação e, muito menos, da fúria do governador. Esse quadro enfumaçado, desde ontem, está tomando um novo rumo. A Polícia Civil, como autoridade judiciária que é, assumiu a investigação, sem desprezar o que até agora a polícia ostensiva apurou.

Racha na Brigada

Movimento de oficiais superiores da Brigada, liderada pela AsofBm (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), que busca equiparação salarial com as carreiras jurídicas do Estado, começou a rachar.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Onde será que ele tirou que o Movimento dos oficiais superiores da Brigada Militar rachou? O que está ocorrendo são farpas de privilégios e visões classistas diferenciadas. Vejo que o movimento é uno já que os objetivos dos grupos são os mesmos em torno da ASOFBM, e todos estão indignados diante do abandono do Capitão da Brigada Militar e da disparidade salarial entres os cargos públicos de carreira jurídica. NÃO HÁ RACHA!

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