Briga de policiais respinga no governador do Distrito Federal - O GLOBO, 08/10/2011 às 20h50m; Jailton de Carvalho (jailtonc@bsb.oglobo.com.br)
BRASÍLIA - Há dez meses no cargo, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), está sob o fogo cruzado de uma briga entre facções de policiais e ex-policiais envolvidos na disputa por nacos de poder e dinheiro público.
Na crônica ainda não escrita dessa guerra suja constam denúncias de grampos clandestinos, informações plantadas em blogs de aluguel e chantagens.
O caso também pode trazer de volta denúncias de caixa dois e supostas fraudes no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, no período em que Agnelo era o ministro.
A presença de policiais em postos-chaves do governo do DF tem sido uma rotina. Há mais de cem policiais em escritórios do governo. O secretário de Justiça e o subsecretário de Transportes são policiais civis.
E o Distrito Federal é das unidades da federação com os mais altos índices de homicídios do país.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
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