ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 29 de outubro de 2011

GREVE DA POLÍCIA CIVIL REVOLTA POPULAÇÃO

Thalita Lins. CORREIO BRAZILIENSE, 29/10/2011 08:00

No segundo dia de greve dos policiais civis do Distrito Federal, que teve início às 18h de quinta-feira, quem precisou registrar ocorrência voltou para casa sem resolver o problema. Durante a suspensão das atividades, sem previsão para acabar, cerca de 30% dos 5,2 mil servidores do DF atenderão apenas casos de crimes hediondos, como homicídio e estupro. Situações de menor potencial ofensivo, como furtos e extravios, poderão ser registradas no site da Polícia Civil.

Poucos minutos depois de ter tido o celular furtado em um restaurante na CSB 5, em Taguatinga, ontem à tarde, a aposentada Isabel Bezerra Lourenço, 61 anos, tentou registrar o crime na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). Lá, teve uma surpresa ao encontrar cartazes que anunciavam a decisão da categoria. Ao entrar na unidade, ela ouviu dos agentes que só seria possível fazer a denúncia após o fim da greve. “Eu não sabia que eles estavam parados. Até acho que seja um direito deles, porque eles arriscam a vida demais por nós, mas isso atrapalha muito a sociedade”, afirmou.

Até que a paralisação termine, o roubo praticado na casa do comerciante Márcio Barbosa da Cruz, 33 anos, não será investigado. Ele tentou registrar o crime na 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia), mas não conseguiu. “Tive vários objetos levados da minha residência na semana passada e até agora não consegui acionar a Polícia Civil para a perícia. Essa greve atrapalha demais a vida da população. É complicado ter que ficar dependendo somente desses policiais”, reclamou.

Impasse

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Luciano Marinho, afirmou que a greve foi decretada após o GDF aceitar apenas reivindicações secundárias, no entendimento da categoria. “Das cinco que pedimos (restruturação da carreira, reposição salarial de 13%, pagamento de passivos financeiros, decreto de progressão e plano de saúde subsidiado), apenas duas, que não
eram as mais importantes, foram atendidas”, informou.

Segundo a Secretaria de Administração Pública, na sexta-feira da semana passada, o GDF anunciou que duas propostas — o pagamento passivo financeiro e o decreto de progressão — seriam levadas em conta. “Mas como eles não as aceitaram, o GDF retirou as propostas”, informou a pasta, por meio da assessoria de imprensa. Uma nova assembleia dos policiais civis está prevista para a próxima quinta-feira.

Volta ao trabalho

Os agentes de atividades penitenciárias, em greve desde 6 de outubro, voltam ao trabalho a partir de segunda-feira. A categoria tomou a decisão em assembleia ocorrida ontem, em frente ao Palácio do Buriti. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do DF (Sindpen-DF), Leandro Allan, o retorno foi decidido após o GDF assumir o compromisso de apresentar uma proposta até 16 de janeiro. “Uma nova assembleia vai ser realizada em 17 de janeiro. O GDF prometeu apresentar uma proposta assim que tiver o balanço de todas as finanças”, explicou.

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