PM muda critérios de escolha e coronéis que vão chefiar batalhões precisarão ter ficha limpa. O GLOBO, 03/10/2011 às 23h23m; Gustavo Goulart e Jorge Antônio Barros
RIO - O novo comando da PM decidiu modificar o processo de escolha dos comandantes de unidades da corporação. A novidade é que, agora, os comandantes dos batalhões, por exemplo, precisarão ter ficha limpa e serão indicados pelos comandantes dos sete comandos de policiamento de área (CPAs). O nome do indicado, no entanto, passará pelo crivo da Corregedoria Interna da PM e pelo Setor de Inteligência da corporação.
Apenas após esse trâmite, o nome do indicado será apreciado pelo alto escalão da PM: o chefe do Estado-Maior Operacional, o coronel Alberto Pinheiro Neto, e o comandante-geral da corporação, o coronel Erir da Costa Filho.
O objetivo, como prefere denominar a Secretaria de Segurança, é delegar, com responsabilidade, poderes aos comandantes das sete CPAs no estado. A ideia é dar o cargo de comandante de uma unidade da PM a quem tenha a ficha totalmente limpa, sem antecedentes que causem qualquer tipo de suspeita. Nos bastidores do Quartel General da PM, fala-se que a decisão se deve ao caso do coronel Cláudio de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), que tem oito anotações em sua ficha de antecedentes criminais. Hoje ele está preso no presídio de segurança máxima Bangu 1, acusado de ser o mentor da morte da juíza Patrícia Acioli, em 11 de agosto.
- Não se pode exigir que um policial militar saiba a vida pregressa de um subordinado. O aprimoramento do processo de escolha é para evitar que um indicado assuma um posto tão importante como o de comandante tendo pendenga de qualquer natureza - informou o assessor de comunicação social da secretaria, Fernando Thompson.
Os CPAs, têm a responsabilidade pelas ações operacionais dos 42 batalhões do estado, além da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar, que fica no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, e faz parte do 1 CPA (Centro, Zona Norte e Zona Sul).
Mais três coronéis são nomeados para altos cargos
O 2º CPA abrange bairros das zonas Norte e Oeste. Já o 3º CPA monitora os batalhões da Baixada Fluminense. O 4º CPA cuida dos batalhões de São Gonçalo, de Niterói, de Itaboraí e de Cabo Frio. O 5º, o 6º e o 7º CPAs são responsáveis pelos batalhões do interior do estado.
Na segunda-feira, a Polícia Militar publicou em seu boletim interno a nomeação de três coronéis para cargos importantes na corporação. O Estado Maior administrativo será chefiado pelo coronel Robson Rodrigues da Silva, de 47 anos, que estava à frente do Comando de Polícia Pacificadora (CPP). Em seu lugar assumiu o coronel Rogério Seabra Martins, de 44 anos, que era chefe da Diretoria Geral de Pessoal (DGP). O novo corregedor da PM é o coronel Waldyr Soares Filho, de 47 anos, que era comandante do Batalhão de Choque.
A composição da nova cúpula da PM deixou descontentes coronéis mais antigos na corporação. O coronel Marcus Jardim, por exemplo, disse ter se sentido preterido ao ser esquecido pela nova cúpula. Aos 49 anos, ele contou ter 29 anos e sete meses de trabalho na PM e afirmou que vai aguardar em casa os cinco meses que faltam para a aposentadoria.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
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