WANDERLEY SOARES, O SUL,Porto Alegre, Sábado, 08 de Outubro de 2011.
Ainda há esperança de que o caso Luane acorde o governo para a grave situação da saúde mental de nossos policiais
O suicídio da jovem soldado da Brigada Militar Luane Chaves Lemes, 23 anos, poderá acordar os executivos da segurança pública do Estado para a grave situação da saúde mental de nossos policiais que, afinal, é ponto que interessa diretamente a cada cidadão.
Nos países do primeiro mundo (para onde não poucas as viagens realizadas por especialistas em segurança pública ao longo dos anos, de governo em governo) toda a vez que um policial se envolve num episódio traumático, é automaticamente encaminhado para um acompanhamento psicológico.
Como anteriormente abordei de minha torre, está vivo e esquecido o Decreto 41.519, de dois de abril de 2002, que dispõe sobre o programa mental dos servidores da segurança pública.
Este decreto foi o resultado de uma ampla e profunda discussão dos especialistas mais renomados e competentes sobre o assunto devido à constatação, à época, que os policiais e bombeiros não tinham nenhu-ma política ou disposição que tratasse da sua saúde mental. Sigam-me
Assuntos internos
Não obstante o impacto do caso de Luane, não alimento certezas sobre o encaminhamento que o governo decidirá dar no entorno do controle da saúde mental dos policiais. O caso dessa moça não é o primeiro e apenas chamou uma atenção maior devido às circunstâncias em que ocorreu. Episódios anteriores, devidamente registrados, ficaram guardados nas pastas de assuntos internos.
Explosivos
Um jovem de 28 anos foi capturado pela polícia, em Gravataí, acusado de explodir um caixa eletrônico em Sapucaia do Sul. Segundo os policiais, ele participou da ação em um quiosque de atendimento de banco instalado num posto de combustíveis na BR-116, fato ocorrido em setembro último. O mesmo bandido teria envolvimento na ação contra uma fábrica de Glorinha, quando um explosivo foi deixado em caixa eletrônico, mas não chegou a ser detonado.
Varredura (1)
Operações contra tráfico de drogas e roubos resultaram na prisão de 43 pessoas, na manhã de ontem, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil coordenou cinco ações na Região Metropolitana, no Norte, Noroeste e no Litoral Norte. Ao todo foram mobilizados 390 policiais civis e militares e patrulheiros rodoviários.
Varredura (2)
Entre a noite de quinta-feira e a madrugada de ontem, a Brigada Militar realizou operação contra o tráfico de drogas e o roubo de veículos em Porto Alegre e Região Metropolitana. Foram montadas barreiras em oito cidades entre a noite passada e a madrugada. No total, mais de quatro mil pessoas foram abordadas e cerca de 2.500 veículos foram fiscalizados, duas pessoas acabaram presas por posse de drogas, 45 motoristas foram multados e 17 carros recolhidos além de um veículo roubado que foi recuperado.
Tiroteio e mortes
Um inspetor, Luiz de Mattos, morreu durante troca de tiros em Caxias do Sul quando, com o delegado Marcelo Grolli cumpria mandado de busca em uma revenda de carros na Avenida Rubem Bento Alves. Na troca de tiros uma jovem foi morta e um criminoso baleado. Dois homens e uma mulher foram presos. O delegado Grolli foi baleado nas duas pernas e em um dos braços e está no Hospital Pompeia.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 8 de outubro de 2011
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