
Em primeira pessoa - INFORME ESPECIAL | TULIO MILMAN, ZERO HORA 03/06/2011
A foto inédita é de um dos lugares mais secretos e bem guardados do Rio Grande do Sul. Foi a primeira vez que um jornalista entrou nas instalações do Guardião, o sistema de escutas telefônicas gerido pela Secretaria de Segurança do Estado.
A aura de mistério em torno do equipamento e da sua utilização gerou uma série de polêmicas. Uma delas é alimentada pela desconfiança de que os agentes do Estado bisbilhotam conversas alheias, à revelia da lei.
Na tentativa de dar transparência ao sistema, as autoridades decidiram mostrá-lo. Eu estive lá...
... O que pude ver:
1. Não havia servidores ouvindo conversas telefônicas da sala. Elas estavam sendo gravadas pelos computadores e mais tarde seriam passadas para CDs.
2. A integração entre Brigada Militar e Polícia Civil, que fazem a coadministração do sistema, é muito boa. Tanto o delegado Nedson de Oliveira quanto o capitão Eduardo Michel, os dois coordenadores, trabalham em harmonia.
3. De acordo com os responsáveis, as conversas só são gravadas depois que a operadora de telefonia as desvia para o Guardião. Isso somente é feito com determinação judicial.
4. A segurança antes de entrar na sala é rígida. Tive de assinar um documento me comprometendo a não divulgar qualquer informação sobre escutas que eu viesse a encontrar.
5. A visita durou uma hora e não fui impedido de entrar em qualquer das instalações. Vi sobre uma mesa centenas de processos com autorizações para a realização de escutas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário