Oficial exonerado por visitas a Falcon. Conselho Superior da PM decide afastar coronel até o fim da investigação sobre idas de policiais à cela de sargento preso - POR VANIA CUNHA
Rio - O coronel Marco Alexandre Santos de Almeida foi exonerado do cargo de chefe do 5º Comando de Policiamento de Área (CPA). A decisão foi tomada ontem no Conselho Superior de Comando, que optou pelo afastamento até que seja encerrada a apuração sobre a visita do oficial ao sargento Marcos Vieira de Souza, o Falcon, que está preso no Batalhão de Choque. Segunda-feira, O DIA revelou que o acusado recebeu na carceragem 162 visitas em três semanas — na lista, integrantes de quase todas as forças de segurança.
“O coronel permanecerá sem função até a PM apurar todas as circunstâncias sobre a visita e conclua se existe ou não violação da conduta ética, já que não houve violação de regra disciplinar”, explicou o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.
Ainda de acordo com o comandante da PM, somente após o fim da apuração, o coronel Marco Alexandre poderá retomar outra função. A apuração interna da corporação vai ouvir as justificativas de outros militares que estão na lista de visitas de Falcon.
A lista inclui, entre outros visitantes, o delegado da Polícia Federal, Victor César Carvalho dos Santos, e o vice-presidente do Tribunal de Contas do Município, José de Moraes Correia Neto. Victor disse que visitou o sargento para “ouvir dele explicações sobre a prisão, já que Falcon colaborou em investigações”. Já Moraes afirmou que “fez visita humanitária e de gratidão”, porque o sargento ajudou na investigação do sequestro de seus filhos.
Armas e munição no carro
Marcos Falcon foi preso no dia 14 de abril quando levava o miliciano Paulo Ferreira Júnior, o Paulinho do Gás, para se apresentar à Draco. Em revista a sua Pajero blindada, agentes da Corregedoria da Polícia Civil encontraram pistolas, 590 cápsulas e R$ 33 mil. Falcon é acusado de ligações com a milícia de Madureira e Oswaldo Cruz e foi lançado diretor de Carnaval da Portela. Ele está no Batalhão de Choque desde o dia 15 de abril.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
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