WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, 04/06/2011
TRAPALHÕES EXPLOSIVOS
A inteligência das organizações policiais está perdendo espaço para os bandidos dinamiteiros.
É possível que exista apenas uma quadrilha, também podem ser duas ou três. A verdade é que as organizações policiais gaúchas, ao realizarem algumas prisões, consideraram como praticamente desativados os grupos de bandidos que agiam com o uso de explosivos contra casas bancárias.
Como costuma dizer, esporadicamente, nosso escritor e filósofo contemporâneo LFV, nada passou de um "Ledo Ivo engano".
As explosões estão tendo continuidade. No entanto, o curioso nesta ala da criminalidade é que, em muitos casos, os bandidos agem como trapalhões. Provocam pânico, derrubam portas, quebram paredes e terminam por fugir sem levar nada.
De um lado, é excelente que a inteligência da bandidagem esteja, ocasionalmente, com baixos níveis de eficiência. No entanto, de outra banda, é preocupante que os órgãos de inteligência da polícia estejam sendo driblados pelos trapalhões.
Camelódromo - Após seis meses de investigações, policiais do Denarc prenderam, na manhã de ontem, um jovem de 22 anos que distribuía cocaína e crack no entorno do Centro Popular de Compras, o Camelódromo, no Centro da Capital. O traficante foi preso em um bar na avenida Júlio de Castilhos portando 47 petecas de cocaína.
Vizinho - O dono de um armazém foi assassinado, na noite de quinta-feira, em Uruguaiana. João Carlos da Rocha, 44 anos, levou três tiros quando se encontrava em frente ao seu estabelecimento. Segundo a polícia, o autor do crime seria um vizinho da vítima que está foragido.
Abordagem - Na última quinta-feira, pouco antes das 17h, brigadianos realizaram uma abordagem absurda na parada de ônibus na frente do Ginásio Tesourinha, obrigando passageiros a descerem de um coletivo com braços erguidos e colocando-os de mãos em uma parede para revista. Um cidadão discordou da agressividade da ação e foi ameaçado de flagrante de desacato.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 4 de junho de 2011
A INTELIGÊNCIA POLICIAL PERDE ESPAÇO PARA BANDIDOS DINAMITEIROS
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