EM FUGA. Valdemar Backes conferia queixa em Erechim quando foi atingido por um dos veículos suspeitos - MARIELISE FERREIRA, zero hora 13/06/2011
Ao atender a uma queixa de que dois carros participavam de um racha, um policial militar foi derrubado e arrastado por um dos veículos suspeitos da ação em Erechim. O episódio, ocorrido na tarde de sábado, chocou quem trabalha para combater o crime. O resultado foi uma perna e um braço machucados e escoriações pelo corpo do policial Valdemar Backes, 40 anos.
As reclamações de moradores da Avenida Espírito Santo começaram às 15h de sábado. Eles informaram à polícia a marca dos carros, um Voyage e um Tempra, e as placas. Os policiais militares destacados para ir ao local encontraram o Voyage, que era dirigido por um adolescente de 17 anos, e, em seguida, o Tempra, que já tentava fugir.
Os policiais pediram os documentos do motorista, de 20 anos. Ele se alterou e entrou no carro, dando marcha ré sem fechar a porta, que acabou derrubando Backes. O colete ficou preso à porta, e o policial foi arrastado por cerca de três metros. Depois da ré, o dono do carro ainda acelerou para entrar na garagem de sua casa, quase atropelando Backes.
Os policiais tiveram trabalho para conter o motorista, que tentou fugir para os fundos da residência. Eles precisaram usar o teaser (arma não letal) e o spray de pimenta.
Os dois motoristas foram levados para a delegacia, onde foi registrada ocorrência por direção perigosa e lesão corporal. Como a lesão corporal é considerada de menor potencial ofensivo, não foi decretada a prisão do agressor, e ele deve responder a termo circunstanciado em liberdade. Os dois carros foram recolhidos pelo guincho. O motorista do Tempra se negou a fazer o teste do bafômetro.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
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